Pub Date : 2022-09-16DOI: 10.5965/2175180314362022e0103
Tereza Ventura
O artigo aponta as tensões e continuidades entre os movimentos por justiça, verdade, responsabilização criminal e histórica do Estado Brasileiro e a permanência legítima dos atos de exceção cometidos por agentes públicos sobre a população afrodescendente. Mostra-se a participação do movimento negro no Congresso pela Anistia e a busca pelo reconhecimento dos afrodescendentes como vítimas da violência cotidiana praticada por agentes do Estado. Colocou-se em pauta neste Congresso, a relação entre a violência, o racismo e o apagamento histórico do legado da escravização do afrodescendente no Brasil. O artigo explora as iniciativas de reconhecimento de violação de direitos humanos conduzidas pelo poder público no curso da democracia e a luta por reparação ancorada no sentimento de indignação aliado ao discurso testemunhal das vítimas. Durante a democracia, as lutas por reparação preenchem novas formas de agência, que não apelam pela desconstrução dos arquivos do passado, mas por aquilo que Benjamin chamou de um passado permeado de “agoras” que não se restitui, mas que nem por isso se torna ausente. Mostramos que as iniciativas reparatórias do Estado legitimam uma relação meramente instrumental com as vítimas, reificando a história, a vulnerabilidade e a verdade dos vencido. Palavras-chave: reparação; racismo; justiça; direitos humanos; anistia.
{"title":"O significante racial: anistia, reparação e justiça","authors":"Tereza Ventura","doi":"10.5965/2175180314362022e0103","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0103","url":null,"abstract":"O artigo aponta as tensões e continuidades entre os movimentos por justiça, verdade, responsabilização criminal e histórica do Estado Brasileiro e a permanência legítima dos atos de exceção cometidos por agentes públicos sobre a população afrodescendente. Mostra-se a participação do movimento negro no Congresso pela Anistia e a busca pelo reconhecimento dos afrodescendentes como vítimas da violência cotidiana praticada por agentes do Estado. Colocou-se em pauta neste Congresso, a relação entre a violência, o racismo e o apagamento histórico do legado da escravização do afrodescendente no Brasil. O artigo explora as iniciativas de reconhecimento de violação de direitos humanos conduzidas pelo poder público no curso da democracia e a luta por reparação ancorada no sentimento de indignação aliado ao discurso testemunhal das vítimas. Durante a democracia, as lutas por reparação preenchem novas formas de agência, que não apelam pela desconstrução dos arquivos do passado, mas por aquilo que Benjamin chamou de um passado permeado de “agoras” que não se restitui, mas que nem por isso se torna ausente. Mostramos que as iniciativas reparatórias do Estado legitimam uma relação meramente instrumental com as vítimas, reificando a história, a vulnerabilidade e a verdade dos vencido.\u0000Palavras-chave: reparação; racismo; justiça; direitos humanos; anistia.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"15 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"87814882","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-11DOI: 10.5965/2175180314362022e0303
Ricardo Arraes
Este artigo é um esforço de longo tempo. Tecido nas dobraduras de quase duas décadas de intensa pesquisa nos arquivos da Organização das Nações Unidas (ONU), da Associação Brasileira dos Integrantes do Batalhão Suez (Abibs) e nas dezenas de acervos fotográficos que tive a oportunidade de acessar e/ou que me foram cedidos graciosamente pelos soldados fotógrafos da Missão Suez. Aqui, procuramos discutir alguns aspectos da prática fotográfica empreendida no contexto da primeira Missão de Paz promovida pela ONU na fronteira árabe-israelense, na Península do Sinai (na fronteira Palestina-Israel) entre os anos de 1957 e 1967. De um modo geral, a produção fotográfica dos soldados tornou-se uma excitação especial para aqueles fotógrafos amadores. A preferência pelas fotografias enfatiza o seu caráter multidisciplinar e nos dá uma oportunidade especial para realizar um recall histórico da chamada Missão Suez a partir delas. As fotografias de Suez são entendidas para além de mera lembrança de velhos, mas são percebidas enquanto uma marca cultural daquele passado que nos trazem à tona. Palavras-chave: conflito Árabe-Israel; missão de paz; ONU; fotografia de guerra.
{"title":"Produção fotográfica e usos sociais: a fotografia orgânica de uma missão de paz da ONU (1957-1967)","authors":"Ricardo Arraes","doi":"10.5965/2175180314362022e0303","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0303","url":null,"abstract":"Este artigo é um esforço de longo tempo. Tecido nas dobraduras de quase duas décadas de intensa pesquisa nos arquivos da Organização das Nações Unidas (ONU), da Associação Brasileira dos Integrantes do Batalhão Suez (Abibs) e nas dezenas de acervos fotográficos que tive a oportunidade de acessar e/ou que me foram cedidos graciosamente pelos soldados fotógrafos da Missão Suez. Aqui, procuramos discutir alguns aspectos da prática fotográfica empreendida no contexto da primeira Missão de Paz promovida pela ONU na fronteira árabe-israelense, na Península do Sinai (na fronteira Palestina-Israel) entre os anos de 1957 e 1967. De um modo geral, a produção fotográfica dos soldados tornou-se uma excitação especial para aqueles fotógrafos amadores. A preferência pelas fotografias enfatiza o seu caráter multidisciplinar e nos dá uma oportunidade especial para realizar um recall histórico da chamada Missão Suez a partir delas. As fotografias de Suez são entendidas para além de mera lembrança de velhos, mas são percebidas enquanto uma marca cultural daquele passado que nos trazem à tona.\u0000Palavras-chave: conflito Árabe-Israel; missão de paz; ONU; fotografia de guerra.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"59 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"85507694","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-01DOI: 10.5965/2175180314362022e0302
G. Assis
Observa-se, no final do século XX, um aumento da percepção, na comunidade internacional, com relação à circulação de trabalhadores migrantes, a fluxos de pessoas em busca de uma vida melhor e que se deparam com políticas migratórias cada vez mais restritivas. Neste cenário, tem-se notado um crescimento de crianças que migram sozinhas ou desacompanhadas dos pais, retidas nas fronteiras. Assim, embora, em termos demográficos, não possamos falar de uma ampliação dos fluxos migrantes, pois as taxas internacionais giram em torno de 3%, as narrativas midiáticas acerca desses fluxos constroem discurso de “invasão”, da ameaça, disseminando pânico moral em relação aos imigrantes, contribuindo para que sejam tratados com preconceito e discriminação. Assim, imigrantes e refugiados, dentre eles as crianças desacompanhadas, constituem uma “nova” categoria de indesejáveis que emerge neste início de século. O objetivo deste artigo é compreender, a partir da produção que cruza perspectivas da História Transnacional, da Antropologia das Mobilidades e da Sociologia, o medo do “outro”, que se traduz em sistemas de vigilância cada vez mais duros e restritivos, que levaram ao aumento do encarceramento de crianças e adolescentes desacompanhados nas fronteiras. O artigo analisa crianças separadas de suas famílias na fronteira do México com os Estados Unidos, em abrigos e centros de trânsito, em que são colocadas em situação análoga à das prisões, pois ficam encarceradas. As fontes são levantamento bibliográfico sobre crianças desacompanhadas, matérias na encontradas na imprensa, dados da OIM e da ONU sobre o encarceramento de crianças, através das quais buscamos compreender os contextos nas sociedades de acolhimento que produzem hierarquias entre os migrantes desejáveis e os indesejáveis. Palavras-chave: migração internacional; crianças; fronteiras México-Estados Unidos; imigração; migração não autorizada.
{"title":"Os indesejados do século XXI: crianças desacompanhadas detidas na fronteira México-EUA","authors":"G. Assis","doi":"10.5965/2175180314362022e0302","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0302","url":null,"abstract":"Observa-se, no final do século XX, um aumento da percepção, na comunidade internacional, com relação à circulação de trabalhadores migrantes, a fluxos de pessoas em busca de uma vida melhor e que se deparam com políticas migratórias cada vez mais restritivas. Neste cenário, tem-se notado um crescimento de crianças que migram sozinhas ou desacompanhadas dos pais, retidas nas fronteiras. Assim, embora, em termos demográficos, não possamos falar de uma ampliação dos fluxos migrantes, pois as taxas internacionais giram em torno de 3%, as narrativas midiáticas acerca desses fluxos constroem discurso de “invasão”, da ameaça, disseminando pânico moral em relação aos imigrantes, contribuindo para que sejam tratados com preconceito e discriminação. Assim, imigrantes e refugiados, dentre eles as crianças desacompanhadas, constituem uma “nova” categoria de indesejáveis que emerge neste início de século. O objetivo deste artigo é compreender, a partir da produção que cruza perspectivas da História Transnacional, da Antropologia das Mobilidades e da Sociologia, o medo do “outro”, que se traduz em sistemas de vigilância cada vez mais duros e restritivos, que levaram ao aumento do encarceramento de crianças e adolescentes desacompanhados nas fronteiras. O artigo analisa crianças separadas de suas famílias na fronteira do México com os Estados Unidos, em abrigos e centros de trânsito, em que são colocadas em situação análoga à das prisões, pois ficam encarceradas. As fontes são levantamento bibliográfico sobre crianças desacompanhadas, matérias na encontradas na imprensa, dados da OIM e da ONU sobre o encarceramento de crianças, através das quais buscamos compreender os contextos nas sociedades de acolhimento que produzem hierarquias entre os migrantes desejáveis e os indesejáveis.\u0000Palavras-chave: migração internacional; crianças; fronteiras México-Estados Unidos; imigração; migração não autorizada.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"8 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"78308095","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-08-19DOI: 10.5965/2175180314362022e0301
Flávio Anício Andrade, Alvaro de Oliveira Senra
Este artigo pretende discutir a emergência da luta por melhores condições de vida na periferia do Rio de Janeiro, no contexto de reaparecimento de movimentos e organizações de origem popular demandantes do usufruto ao direito à cidadania na cena política do país. Elegendo como sua fonte privilegiada o Jornal da Baixada, órgão jornalístico da chamada “imprensa alternativa” publicado no município de São João de Meriti-RJ na passagem entre as décadas de 1970 e 1980, nos propomos analisar a construção de uma narrativa que assumiu intencionalmente o objetivo político de construir uma percepção identitária acerca da Baixada Fluminense distanciada do estereótipo de ser esta uma região tradicionalmente associada à violência, à carência de serviços públicos e às práticas políticas clientelistas. Sem negar as dificuldades cotidianas vividas pelos seus cidadãos, o Jornal da Baixada buscou produzir um discurso fortemente politizado no qual se enfatizava a capacidade de mobilização e resistência organizada da população da Baixada Fluminense às autoridades e aos poderes constituídos no período de crise de legitimidade que caracteriza os últimos anos da ditadura civil-militar implantada após 1964. Palavras-chave: imprensa alternativa; movimentos sociais; direito à moradia; Baixada Fluminense.
{"title":"Imprensa alternativa e a luta pelo direito à moradia na Baixada Fluminense-RJ no alvorecer dos anos 1980","authors":"Flávio Anício Andrade, Alvaro de Oliveira Senra","doi":"10.5965/2175180314362022e0301","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0301","url":null,"abstract":"Este artigo pretende discutir a emergência da luta por melhores condições de vida na periferia do Rio de Janeiro, no contexto de reaparecimento de movimentos e organizações de origem popular demandantes do usufruto ao direito à cidadania na cena política do país. Elegendo como sua fonte privilegiada o Jornal da Baixada, órgão jornalístico da chamada “imprensa alternativa” publicado no município de São João de Meriti-RJ na passagem entre as décadas de 1970 e 1980, nos propomos analisar a construção de uma narrativa que assumiu intencionalmente o objetivo político de construir uma percepção identitária acerca da Baixada Fluminense distanciada do estereótipo de ser esta uma região tradicionalmente associada à violência, à carência de serviços públicos e às práticas políticas clientelistas. Sem negar as dificuldades cotidianas vividas pelos seus cidadãos, o Jornal da Baixada buscou produzir um discurso fortemente politizado no qual se enfatizava a capacidade de mobilização e resistência organizada da população da Baixada Fluminense às autoridades e aos poderes constituídos no período de crise de legitimidade que caracteriza os últimos anos da ditadura civil-militar implantada após 1964.\u0000Palavras-chave: imprensa alternativa; movimentos sociais; direito à moradia; Baixada Fluminense.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"69 6 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"77450354","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-08-08DOI: 10.5965/2175180314362022e0401
Mauricio Biscaia Veiga, E. Morettin
{"title":"Questões contemporâneas na pesquisa sobre História e Cinema: entrevista com Eduardo Victorio Morettin","authors":"Mauricio Biscaia Veiga, E. Morettin","doi":"10.5965/2175180314362022e0401","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0401","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"7 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"82208649","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-08-03DOI: 10.5965/2175180314362022e0501
Luís Felipe Machado de Genaro
A resenha em questão traz o olhar e perspectivas de um historiador das canções engajadas latino-americanas sobre o documentário "Massacre no Estádio", do diretor norte-americano Bent-Jorgen Perlmutt, estreado no streaming Netflix, em 2019, sobre os últimos dias de vida do cantor e compositor chileno Victor Jara.
{"title":"El Derecho de Vivir en Paz: quem matou Victor Jara?","authors":"Luís Felipe Machado de Genaro","doi":"10.5965/2175180314362022e0501","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0501","url":null,"abstract":"A resenha em questão traz o olhar e perspectivas de um historiador das canções engajadas latino-americanas sobre o documentário \"Massacre no Estádio\", do diretor norte-americano Bent-Jorgen Perlmutt, estreado no streaming Netflix, em 2019, sobre os últimos dias de vida do cantor e compositor chileno Victor Jara.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"105 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"86959154","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-24DOI: 10.5965/2175180314362022e0201
M. Gentile
Este artículo explora la hipótesis de la existencia de una relación intrínseca entre la configuración de problemas públicos situados en distintos momentos históricos de la Argentina, y la definición de los atributos de la condición infantil y juvenil, tanto las consideradas hegemónicas como aquellas clasificadas como “problemáticas”. Para ello revisa investigaciones socio-históricas sobre infancias y juventudes a la luz de las perspectivas de la socioantropología relacional de las edades y de la sociología de los problemas públicos. Como resultado, presenta una genealogía de las “figuras de las infancias y juventudes problemáticas” más emblemáticas en la Argentina y de su abordaje hegemónico, que motivaron sendas discusiones públicas desde fines del siglo XVIII (con la primera institución destinada a niños) hasta la actualidad. Construir tal genealogía requiere dar cuenta de las condiciones sociales que hicieron posible la emergencia de determinadas figuras, las concepciones y disciplinas teóricas que organizaron los relatos en cada momento, los actores que intervinieron en el debate público y las respuestas institucionales que suscitaron y terminaron de darles forma. Desde la figura del “hijo ilegítimo” en la sociedad virreinal hasta la actual figura del “menor delincuente” o “pibe chorro”, estas figuras constituyen un marco interpretativo, una especie de sedimento cultural disponible en el que los actores inscriben las construcciones de cada nuevo problema, retomándolas y resignificándolas en diálogo con los procesos sociales de la actualidadde los límites que la práctica de tiro tuvo durante el período entre los estudiantes. Palabras clave: infancia y juventud “problemática”; construcción social de la minoridad; sociología de los problemas públicos.
{"title":"Genealogía de las figuras de la infancia y juventud “problemática” en la Argentina moderna","authors":"M. Gentile","doi":"10.5965/2175180314362022e0201","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0201","url":null,"abstract":"Este artículo explora la hipótesis de la existencia de una relación intrínseca entre la configuración de problemas públicos situados en distintos momentos históricos de la Argentina, y la definición de los atributos de la condición infantil y juvenil, tanto las consideradas hegemónicas como aquellas clasificadas como “problemáticas”. Para ello revisa investigaciones socio-históricas sobre infancias y juventudes a la luz de las perspectivas de la socioantropología relacional de las edades y de la sociología de los problemas públicos. Como resultado, presenta una genealogía de las “figuras de las infancias y juventudes problemáticas” más emblemáticas en la Argentina y de su abordaje hegemónico, que motivaron sendas discusiones públicas desde fines del siglo XVIII (con la primera institución destinada a niños) hasta la actualidad. Construir tal genealogía requiere dar cuenta de las condiciones sociales que hicieron posible la emergencia de determinadas figuras, las concepciones y disciplinas teóricas que organizaron los relatos en cada momento, los actores que intervinieron en el debate público y las respuestas institucionales que suscitaron y terminaron de darles forma. Desde la figura del “hijo ilegítimo” en la sociedad virreinal hasta la actual figura del “menor delincuente” o “pibe chorro”, estas figuras constituyen un marco interpretativo, una especie de sedimento cultural disponible en el que los actores inscriben las construcciones de cada nuevo problema, retomándolas y resignificándolas en diálogo con los procesos sociales de la actualidadde los límites que la práctica de tiro tuvo durante el período entre los estudiantes.\u0000Palabras clave: infancia y juventud “problemática”; construcción social de la minoridad; sociología de los problemas públicos.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"42 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"84043400","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-24DOI: 10.5965/2175180314362022e0207
Viviana Vanesa de Melo, María Carolina Zapiola
Este artículo explora la historia de un sector de la población comúnmente relegado: los niños trabajadores. Puntualmente, se analizan los modos en los que el diario La Vanguardia -órgano de prensa oficial del Partido Socialista argentino- abordó y representó, durante las dos primeras décadas del siglo XX, las problemáticas relativas a la infancia trabajadora proveniente de los sectores populares de Buenos Aires.
{"title":"Esos inocentes parias. Experiencias de trabajo y representaciones sobre el trabajo infantil en el diario La Vanguardia. Buenos Aires, comienzos del siglo XX","authors":"Viviana Vanesa de Melo, María Carolina Zapiola","doi":"10.5965/2175180314362022e0207","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0207","url":null,"abstract":"Este artículo explora la historia de un sector de la población comúnmente relegado: los niños trabajadores. Puntualmente, se analizan los modos en los que el diario La Vanguardia -órgano de prensa oficial del Partido Socialista argentino- abordó y representó, durante las dos primeras décadas del siglo XX, las problemáticas relativas a la infancia trabajadora proveniente de los sectores populares de Buenos Aires.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"28 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83814584","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-24DOI: 10.5965/2175180314362022e0208
Bárbara Raiter
En la Argentina, la práctica de tiro fue obligatoria en los colegios nacionales desde 1905 y en los colegios incorporados desde 1907. Aquellos que promovieron su obligatoriedad buscaron no sólo instruir a los jóvenes en la práctica de tiro, sino promover su práctica más allá del espacio escolar, instándolos a vincularse con las sociedades de tiro, y, especialmente, difundir entre éstos un conjunto de valores específicos asociados a la práctica de tiro. Sin embargo, aunque la práctica de tiro entre los jóvenes estudiantes fue obligatoria y alcanzó a un conjunto de jóvenes, sus promotores no lograron los objetivos buscados de expandir la práctica de tiro a más personas y más allá del tiempo escolar. Este artículo presenta, en primer lugar, las características que tuvo la práctica de tiro en los establecimientos de educación secundaria y las distintas iniciativas que sus defensores impulsaron para su crecimiento y expansión. En segundo lugar, se analizan los objetivos que perseguían los actores al promover la práctica de tiro. Por último, se realiza un balance en perspectiva del alcance y de los límites que la práctica de tiro tuvo durante el período entre los estudiantes. Palabras clave: Argentina; tiro; escuela; prácticas; valores.
{"title":"La práctica de tiro en el curriculum escolar de Argentina (1905-1920)","authors":"Bárbara Raiter","doi":"10.5965/2175180314362022e0208","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0208","url":null,"abstract":"En la Argentina, la práctica de tiro fue obligatoria en los colegios nacionales desde 1905 y en los colegios incorporados desde 1907. Aquellos que promovieron su obligatoriedad buscaron no sólo instruir a los jóvenes en la práctica de tiro, sino promover su práctica más allá del espacio escolar, instándolos a vincularse con las sociedades de tiro, y, especialmente, difundir entre éstos un conjunto de valores específicos asociados a la práctica de tiro. Sin embargo, aunque la práctica de tiro entre los jóvenes estudiantes fue obligatoria y alcanzó a un conjunto de jóvenes, sus promotores no lograron los objetivos buscados de expandir la práctica de tiro a más personas y más allá del tiempo escolar. Este artículo presenta, en primer lugar, las características que tuvo la práctica de tiro en los establecimientos de educación secundaria y las distintas iniciativas que sus defensores impulsaron para su crecimiento y expansión. En segundo lugar, se analizan los objetivos que perseguían los actores al promover la práctica de tiro. Por último, se realiza un balance en perspectiva del alcance y de los límites que la práctica de tiro tuvo durante el período entre los estudiantes.\u0000Palabras clave: Argentina; tiro; escuela; prácticas; valores.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"30 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"81931580","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-24DOI: 10.5965/2175180314362022e0204
H. Miranda
No final da década de 1980, a Fundação Nacional de Bem-Estar do Menor - Funabem publicava o relatório Meninas da Vida, que objetivava debater o atendimento às meninas em situação de rua. Partindo de uma lógica prescritiva, com o objetivo de circular nacionalmente, o documento trazia recomendações aos chamados educadores sociais que, para a autoria do relatório, eram os agentes responsáveis pelo atendimento sociopedagógicos dessas meninas. Nesse contexto, este artigo tem a finalidade de analisar o discurso das estratégias apresentadas para o atendimento às meninas nesse relatório, problematizando o conceito de “meninas da vida” e das “artes de governar” as crianças e adolescentes em situação de rua. Destaca-se que esse período foi marcado pela efervescência da redemocratização, do qual emergia o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, que questionava as legislações e políticas baseadas na lógica “bem-estar do menor”, trazendo uma proposta pedagógica de reconhecimento dessas meninas como protagonistas de suas histórias. Desse modo, pretende-se colocar em tela como as relações entre a Funabem e o Movimento foram criadas, destacando para além das fissuras, como a questão da menina/mulher passou a ser reconhecida como um problema de política social, haja vista que até o final da década de 1970 a maioria das políticas produzidas pelo Estado foram marcadas pelo “apagamento” da condição da menina-mulher, classificando-as genericamente como “menores”. Palavras-chave: menina; rua; Funabem; movimentos sociais.
20世纪80年代末,国家儿童福利基金会(Funabem)发表了《生命女孩》(Meninas da Vida)报告,旨在讨论街头女孩的护理问题。从规定的逻辑出发,为了在全国范围内传播,该文件向所谓的社会教育工作者提出了建议,因为报告的作者是负责这些女孩的社会教育服务的代理人。在此背景下,本文旨在分析本报告中为照顾女孩而提出的策略的话语,质疑“生活中的女孩”的概念和街头儿童和青少年的“治理艺术”。值得注意的是,这一时期的标志是民主化的蓬勃发展,由此出现了全国街头男孩和女孩运动,该运动质疑基于“儿童福利”逻辑的法律和政策,提出了一项教育建议,承认这些女孩是她们故事的主角。,打算放到入画,Funabem之间的关系和建立了运动狂热除了破裂的问题,像女孩/女人是不是被认为是一个社会政治问题的,即使是1970年代大多数国家政策举行了“删除”的条件,小姐的分类通常是“未成年人”。关键词:女孩;街;Funabem;的社会运动。
{"title":"Meninas “da Vida”: a Funabem e as “artes de governar” as crianças e adolescentes em situação de rua","authors":"H. Miranda","doi":"10.5965/2175180314362022e0204","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0204","url":null,"abstract":"No final da década de 1980, a Fundação Nacional de Bem-Estar do Menor - Funabem publicava o relatório Meninas da Vida, que objetivava debater o atendimento às meninas em situação de rua. Partindo de uma lógica prescritiva, com o objetivo de circular nacionalmente, o documento trazia recomendações aos chamados educadores sociais que, para a autoria do relatório, eram os agentes responsáveis pelo atendimento sociopedagógicos dessas meninas. Nesse contexto, este artigo tem a finalidade de analisar o discurso das estratégias apresentadas para o atendimento às meninas nesse relatório, problematizando o conceito de “meninas da vida” e das “artes de governar” as crianças e adolescentes em situação de rua. Destaca-se que esse período foi marcado pela efervescência da redemocratização, do qual emergia o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, que questionava as legislações e políticas baseadas na lógica “bem-estar do menor”, trazendo uma proposta pedagógica de reconhecimento dessas meninas como protagonistas de suas histórias. Desse modo, pretende-se colocar em tela como as relações entre a Funabem e o Movimento foram criadas, destacando para além das fissuras, como a questão da menina/mulher passou a ser reconhecida como um problema de política social, haja vista que até o final da década de 1970 a maioria das políticas produzidas pelo Estado foram marcadas pelo “apagamento” da condição da menina-mulher, classificando-as genericamente como “menores”.\u0000Palavras-chave: menina; rua; Funabem; movimentos sociais.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"48 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"80253842","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}