Pub Date : 2024-02-09DOI: 10.53981/destroos.v4i2.48533
Ana Lilia Félix Pichardo
La trayectoria de Reinaldo Arenas y Néstor Pelongher es desde diversas perspectivas comparable. Exiliados ambos por la persecución en sus países a causa de su identidad política y sexual, el acogimiento de cada uno de ellos en los países de exilio y la recuperación contemporánea de sus figuras diverge ampliamente. El estigma contra los escritores e intelectuales cubanos, que se exiliaron por diversas razones a partir de 1959, les colocó en una posición que les distancia de sus pares sudamericanos. El ostracismo al interior de la isla se replicó en los espacios políticos y culturales en que se congregaban los exiliados sudamericanos. Hago una comparativa entre los exilios de Arenas y Perlongher, con base en el análisis de sus cartas personales, textos ensayísticos y literarios, confrontando esos archivos con fuentes históricas que permitan al lector dimensionar la disputa que ambos escritores sostienen contra el poder del Estado. Se trata de poner en relieve, también, cómo las vicisitudes de ambos escritores dentro de los movimientos de izquierda o revolucionarios se relacionan con su identidad/orientación sexual. La confrontación de Arenas es contra el poder simbólico de la Revolución y sus apoyadores fuera de Cuba. El distanciamiento de Perlongher de cierta izquierda revolucionaria se desdobla en una militancia queer o marica, que le permiten un arraigo positivo en Brasil, mientras que Arenas se encuentra constantemente en el umbral del no ser comunista y no ser tampoco un escritor burgués proyankee.
{"title":"Entre el exilio de Reinaldo Arenas y Néstor Perlongher","authors":"Ana Lilia Félix Pichardo","doi":"10.53981/destroos.v4i2.48533","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v4i2.48533","url":null,"abstract":"La trayectoria de Reinaldo Arenas y Néstor Pelongher es desde diversas perspectivas comparable. Exiliados ambos por la persecución en sus países a causa de su identidad política y sexual, el acogimiento de cada uno de ellos en los países de exilio y la recuperación contemporánea de sus figuras diverge ampliamente. El estigma contra los escritores e intelectuales cubanos, que se exiliaron por diversas razones a partir de 1959, les colocó en una posición que les distancia de sus pares sudamericanos. El ostracismo al interior de la isla se replicó en los espacios políticos y culturales en que se congregaban los exiliados sudamericanos. Hago una comparativa entre los exilios de Arenas y Perlongher, con base en el análisis de sus cartas personales, textos ensayísticos y literarios, confrontando esos archivos con fuentes históricas que permitan al lector dimensionar la disputa que ambos escritores sostienen contra el poder del Estado. Se trata de poner en relieve, también, cómo las vicisitudes de ambos escritores dentro de los movimientos de izquierda o revolucionarios se relacionan con su identidad/orientación sexual. La confrontación de Arenas es contra el poder simbólico de la Revolución y sus apoyadores fuera de Cuba. El distanciamiento de Perlongher de cierta izquierda revolucionaria se desdobla en una militancia queer o marica, que le permiten un arraigo positivo en Brasil, mientras que Arenas se encuentra constantemente en el umbral del no ser comunista y no ser tampoco un escritor burgués proyankee.","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":" 55","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139787998","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-02-05DOI: 10.53981/destroos.v4i2.48320
Paula de Toledo Ordonhes
Partindo da noção de erotismo de Georges Bataille, que traz a desmedida e o excesso como elementos fundamentais, procuraremos refletir sobre os processos de subjetivação dos maiores acumuladores financeiros de nosso tempo, os bilionários. Interrogaremo-nos se a desmedida acumulação que praticam poderia ser expressão de um Eros ruinoso aparentado ao dos personagens criados pelo Marquês de Sade e tematizados por Bataille e outros autores. Investigaremos características presentes nos protagonistas das ficções sadianas, como a apatia, o gosto pela enumeração e a linguagem demonstrativa, cotejando-as às práticas corporativas neoliberais com o intuito de verificar possíveis aproximações. Analisaremos ainda se os pré-requisitos para a consecução dos deboches sadianos, como o enclausuramento e a aliança entre iguais, podem ser também pensados como condições para a acumulação financeira levada ao paroxismo por bilionários.
{"title":"Notas sobre erotismo, excesso e acumulação bilionária","authors":"Paula de Toledo Ordonhes","doi":"10.53981/destroos.v4i2.48320","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v4i2.48320","url":null,"abstract":"Partindo da noção de erotismo de Georges Bataille, que traz a desmedida e o excesso como elementos fundamentais, procuraremos refletir sobre os processos de subjetivação dos maiores acumuladores financeiros de nosso tempo, os bilionários. Interrogaremo-nos se a desmedida acumulação que praticam poderia ser expressão de um Eros ruinoso aparentado ao dos personagens criados pelo Marquês de Sade e tematizados por Bataille e outros autores. Investigaremos características presentes nos protagonistas das ficções sadianas, como a apatia, o gosto pela enumeração e a linguagem demonstrativa, cotejando-as às práticas corporativas neoliberais com o intuito de verificar possíveis aproximações. Analisaremos ainda se os pré-requisitos para a consecução dos deboches sadianos, como o enclausuramento e a aliança entre iguais, podem ser também pensados como condições para a acumulação financeira levada ao paroxismo por bilionários.","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"197 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139862705","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-02-05DOI: 10.53981/destroos.v4i2.48320
Paula de Toledo Ordonhes
Partindo da noção de erotismo de Georges Bataille, que traz a desmedida e o excesso como elementos fundamentais, procuraremos refletir sobre os processos de subjetivação dos maiores acumuladores financeiros de nosso tempo, os bilionários. Interrogaremo-nos se a desmedida acumulação que praticam poderia ser expressão de um Eros ruinoso aparentado ao dos personagens criados pelo Marquês de Sade e tematizados por Bataille e outros autores. Investigaremos características presentes nos protagonistas das ficções sadianas, como a apatia, o gosto pela enumeração e a linguagem demonstrativa, cotejando-as às práticas corporativas neoliberais com o intuito de verificar possíveis aproximações. Analisaremos ainda se os pré-requisitos para a consecução dos deboches sadianos, como o enclausuramento e a aliança entre iguais, podem ser também pensados como condições para a acumulação financeira levada ao paroxismo por bilionários.
{"title":"Notas sobre erotismo, excesso e acumulação bilionária","authors":"Paula de Toledo Ordonhes","doi":"10.53981/destroos.v4i2.48320","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v4i2.48320","url":null,"abstract":"Partindo da noção de erotismo de Georges Bataille, que traz a desmedida e o excesso como elementos fundamentais, procuraremos refletir sobre os processos de subjetivação dos maiores acumuladores financeiros de nosso tempo, os bilionários. Interrogaremo-nos se a desmedida acumulação que praticam poderia ser expressão de um Eros ruinoso aparentado ao dos personagens criados pelo Marquês de Sade e tematizados por Bataille e outros autores. Investigaremos características presentes nos protagonistas das ficções sadianas, como a apatia, o gosto pela enumeração e a linguagem demonstrativa, cotejando-as às práticas corporativas neoliberais com o intuito de verificar possíveis aproximações. Analisaremos ainda se os pré-requisitos para a consecução dos deboches sadianos, como o enclausuramento e a aliança entre iguais, podem ser também pensados como condições para a acumulação financeira levada ao paroxismo por bilionários.","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"18 7","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139802711","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-08-30DOI: 10.53981/destroos.v4i1.47903
Saul Newman, Luísa Côrtes Grego
O presente artigo pretende discutir o sentido do pós-anarquismo, entendido não como uma corrente posterior ao anarquismo clássico do século XIX, e sim como uma orientação teórica contemporânea que, criticando o universalismo, o humanismo e o progressismo das concepções tradicionais do anarquismo, seja capaz de representar uma chave de leitura ontológica para a política radical atual. Para tanto, são revisitadas as polêmicas entre marxismo e anarquismo, bem como efetivada uma leitura an-árquica de autores pós-estruturalistas, a exemplo de Jacques Rancière.
{"title":"Pós-anarquismo e política radical hoje","authors":"Saul Newman, Luísa Côrtes Grego","doi":"10.53981/destroos.v4i1.47903","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v4i1.47903","url":null,"abstract":"O presente artigo pretende discutir o sentido do pós-anarquismo, entendido não como uma corrente posterior ao anarquismo clássico do século XIX, e sim como uma orientação teórica contemporânea que, criticando o universalismo, o humanismo e o progressismo das concepções tradicionais do anarquismo, seja capaz de representar uma chave de leitura ontológica para a política radical atual. Para tanto, são revisitadas as polêmicas entre marxismo e anarquismo, bem como efetivada uma leitura an-árquica de autores pós-estruturalistas, a exemplo de Jacques Rancière.","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"36 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-08-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124510778","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-08-30DOI: 10.53981/destroos.v4i1.46387
Nilciana Alves Martins
Este texto surge da necessidade de reconhecer determinadas trajetórias de vida como experiências que, ao serem apuradas, podem contribuir para a ampliação de nossos horizontes conceituais e práticos em relação às ações que podem ser compreendidas como parte de uma política radical anarquista. Revisitando a perspectiva de Emma Goldman, com base em uma metodologia pensada para a história intelectual e política, destacaremos suas possíveis contribuições para o desenvolvimento de um ativismo que busca promover formas de vida mais autônomas. Ao examinar os vestígios deixados por Goldman, torna-se evidente o caráter itinerante do anarquismo e sua contribuição para um ativismo intrinsecamente vinculado às concepções de corpo e vida como formas de resistência.
{"title":"Resistência para além dos arquétipos","authors":"Nilciana Alves Martins","doi":"10.53981/destroos.v4i1.46387","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v4i1.46387","url":null,"abstract":"Este texto surge da necessidade de reconhecer determinadas trajetórias de vida como experiências que, ao serem apuradas, podem contribuir para a ampliação de nossos horizontes conceituais e práticos em relação às ações que podem ser compreendidas como parte de uma política radical anarquista. Revisitando a perspectiva de Emma Goldman, com base em uma metodologia pensada para a história intelectual e política, destacaremos suas possíveis contribuições para o desenvolvimento de um ativismo que busca promover formas de vida mais autônomas. Ao examinar os vestígios deixados por Goldman, torna-se evidente o caráter itinerante do anarquismo e sua contribuição para um ativismo intrinsecamente vinculado às concepções de corpo e vida como formas de resistência.","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"136 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-08-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127372581","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-08-23DOI: 10.53981/destroos.v4i1.46400
Augusto Jobim do Amaral
O presente ensaio tem como objetivo delinear a configuração política no Brasil desde uma condição “pós-fascista”. Desde um pensamento filosófico radical, lança mão de três eixos principais de reflexão: (1) demonstra como o neoliberalismo vampiriza a liberdade, fazendo desaparecer futuros possíveis pelo esgotamento de energias e pelo solapamento de imaginação; (2) aponta a necessidade de se mover mesmo sem esperança e para além do medo, com uma capacidade de agir alegre de estar, fazer e lutar juntos, em favor de uma força real que arrisca o impossível como condição primeira e última e (3) analisa, primeiramente, a operatividade da contrarrevolução brasileira em termos gerais políticos e históricos para alcançar o estatuto político na atualidade, ou seja, para além de um regime suicidário, sustenta-se a presença de uma condição de paz do terror ou da sobrevivência. Como conclusão, que se esboça ao longo do texto, experenciamos a ultrapassagem de um fascismo como montagem micropolítica de guerra total para um governo pela paz do terror na forma de mera sobrevivência.
{"title":"Neoliberalismo, Contrarrevolução e Pós-Fascismo no Brasil","authors":"Augusto Jobim do Amaral","doi":"10.53981/destroos.v4i1.46400","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v4i1.46400","url":null,"abstract":"O presente ensaio tem como objetivo delinear a configuração política no Brasil desde uma condição “pós-fascista”. Desde um pensamento filosófico radical, lança mão de três eixos principais de reflexão: (1) demonstra como o neoliberalismo vampiriza a liberdade, fazendo desaparecer futuros possíveis pelo esgotamento de energias e pelo solapamento de imaginação; (2) aponta a necessidade de se mover mesmo sem esperança e para além do medo, com uma capacidade de agir alegre de estar, fazer e lutar juntos, em favor de uma força real que arrisca o impossível como condição primeira e última e (3) analisa, primeiramente, a operatividade da contrarrevolução brasileira em termos gerais políticos e históricos para alcançar o estatuto político na atualidade, ou seja, para além de um regime suicidário, sustenta-se a presença de uma condição de paz do terror ou da sobrevivência. Como conclusão, que se esboça ao longo do texto, experenciamos a ultrapassagem de um fascismo como montagem micropolítica de guerra total para um governo pela paz do terror na forma de mera sobrevivência.","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-08-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121765839","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-08-10DOI: 10.53981/destroos.v4i1.47559
Todd May, Gustavo de Oliveira Correa
Tradução de: MAY, Todd. Is post-structuralist political theory anarchist? In: EVREN, Süreyyya; ROUSSELLE, Duane. Post-anarchism: a reader. London: Pluto, pp. 41-45, 2011.
{"title":"A teoria política pós-estruturalista é anarquista?","authors":"Todd May, Gustavo de Oliveira Correa","doi":"10.53981/destroos.v4i1.47559","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v4i1.47559","url":null,"abstract":"Tradução de:\u0000MAY, Todd. Is post-structuralist political theory anarchist? In: EVREN, Süreyyya; ROUSSELLE, Duane. Post-anarchism: a reader. London: Pluto, pp. 41-45, 2011. ","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"6 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-08-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129539051","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-08-01DOI: 10.53981/destroos.v4i1.46053
R. Silveira
Esse artigo se propõe a identificar um padrão de ações que tem caracterizado a classe trabalhadora brasileira. Para isso, se lança mão de um uso difundido do termo classe. Esse uso conecta-se com algumas necessidades específicas que, no seu conjunto, compõem uma narrativa ocidental sobre o progresso. É contra o pano de fundo dessa narrativa que a classe trabalhadora brasileira vem sendo avaliada. Por isso, o juízo que resulta dessa comparação termina invariavelmente na indicação de alguma figura degradada ou inconclusa. Propomos aqui alterar esse pano de fundo adotando os procedimentos da própria cultura brasileira. Por meio dessa alteração, percebemos que é a malandragem que tem caracterizado as ações da classe trabalhadora brasileira: suas ações revelam oscilação, justaposição e esquiva com relação à consciência de si e a um padrão homogêneo de ações.
{"title":"malandragem da classe trabalhadora","authors":"R. Silveira","doi":"10.53981/destroos.v4i1.46053","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v4i1.46053","url":null,"abstract":"Esse artigo se propõe a identificar um padrão de ações que tem caracterizado a classe trabalhadora brasileira. Para isso, se lança mão de um uso difundido do termo classe. Esse uso conecta-se com algumas necessidades específicas que, no seu conjunto, compõem uma narrativa ocidental sobre o progresso. É contra o pano de fundo dessa narrativa que a classe trabalhadora brasileira vem sendo avaliada. Por isso, o juízo que resulta dessa comparação termina invariavelmente na indicação de alguma figura degradada ou inconclusa. Propomos aqui alterar esse pano de fundo adotando os procedimentos da própria cultura brasileira. Por meio dessa alteração, percebemos que é a malandragem que tem caracterizado as ações da classe trabalhadora brasileira: suas ações revelam oscilação, justaposição e esquiva com relação à consciência de si e a um padrão homogêneo de ações.","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"76 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116727616","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-07-20DOI: 10.53981/destroos.v4i1.46390
Reinaldo Silva Cintra
O presente trabalho visa colocar em diálogo crítico a tradição do pensamento constitucionalista e as noções de política e democracia an-árquicas desenvolvidas por Jacques Rancière em seus trabalhos, através de um tema comum a ambos os campos: o conceito de “povo”. O objetivo é, de um lado, discutir a natureza essencialista e vaga desse conceito na teoria jurídica, enquanto fundamento da ordem constitucional e duplo do Estado que, em tese, constitui. Por outro, apresentarmos as elaborações de Rancière em torno da existência de um “povo” como subjetivação singular que desafia e confunde a identificação do “povo” enquanto totalidade de uma ordem social composta de divisões e hierarquias pretensamente naturais. Concluímos que a obra de Rancière aponta para os limites do constitucionalismo enquanto pretenso regime da uniformidade e do consenso, sem, contudo, advogar pela sua total desconsideração. Mais do que uma troca de paradigmas, a democracia rancièreana aposta numa repolitização dos momentos constituintes enquanto cenas do dissenso em torno do sentido e do alcance dos chamados “direitos fundamentais” e seus sujeitos.
{"title":"Povo, democracia e a an-arquia da política","authors":"Reinaldo Silva Cintra","doi":"10.53981/destroos.v4i1.46390","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v4i1.46390","url":null,"abstract":"O presente trabalho visa colocar em diálogo crítico a tradição do pensamento constitucionalista e as noções de política e democracia an-árquicas desenvolvidas por Jacques Rancière em seus trabalhos, através de um tema comum a ambos os campos: o conceito de “povo”. O objetivo é, de um lado, discutir a natureza essencialista e vaga desse conceito na teoria jurídica, enquanto fundamento da ordem constitucional e duplo do Estado que, em tese, constitui. Por outro, apresentarmos as elaborações de Rancière em torno da existência de um “povo” como subjetivação singular que desafia e confunde a identificação do “povo” enquanto totalidade de uma ordem social composta de divisões e hierarquias pretensamente naturais. Concluímos que a obra de Rancière aponta para os limites do constitucionalismo enquanto pretenso regime da uniformidade e do consenso, sem, contudo, advogar pela sua total desconsideração. Mais do que uma troca de paradigmas, a democracia rancièreana aposta numa repolitização dos momentos constituintes enquanto cenas do dissenso em torno do sentido e do alcance dos chamados “direitos fundamentais” e seus sujeitos.","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"114 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-07-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134253726","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-07-20DOI: 10.53981/destroos.v4i1.45932
Victor Hermann
Neste artigo, investigamos a oposição entre história do mundo e história de ideias no romance moderno "O homem sem qualidades", de Robert Musil, uma obra icônica do início do século XX que aborda a fragmentação da experiência humana moderna e a desintegração da sociedade europeia. Examinamos como o senso de possibilidade afeta a elaboração de um enredo "em potencial", o realce de eventos "desimportantes", o emprego da ironia como tática narrativa e, por fim, a comparação entre perspectivas angelicais e humanas quanto à história. Ao explorar esses aspectos, nosso estudo busca ampliar a compreensão das abordagens inovadoras da literatura moderna no enfrentamento de questões complexas relacionadas à história e à catástrofe, destacando a relevância de analisar a história de ideias em contraposição à história do mundo.
{"title":"Entre anjos e homens","authors":"Victor Hermann","doi":"10.53981/destroos.v4i1.45932","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v4i1.45932","url":null,"abstract":"Neste artigo, investigamos a oposição entre história do mundo e história de ideias no romance moderno \"O homem sem qualidades\", de Robert Musil, uma obra icônica do início do século XX que aborda a fragmentação da experiência humana moderna e a desintegração da sociedade europeia. Examinamos como o senso de possibilidade afeta a elaboração de um enredo \"em potencial\", o realce de eventos \"desimportantes\", o emprego da ironia como tática narrativa e, por fim, a comparação entre perspectivas angelicais e humanas quanto à história. Ao explorar esses aspectos, nosso estudo busca ampliar a compreensão das abordagens inovadoras da literatura moderna no enfrentamento de questões complexas relacionadas à história e à catástrofe, destacando a relevância de analisar a história de ideias em contraposição à história do mundo.","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"38 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-07-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116086700","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}