Pub Date : 2023-12-16DOI: 10.29146/eco-ps.v26i3.27937
Winycius Morais dos Santos, J. Doretto
Este artigo tem o objetivo de investigar como parte do público leitor do portal de notícias UOL enxerga ações políticas de crianças que buscam posicionar-se e defender causas publicamente. Temos como foco dois episódios específicos: a tentativa de censura na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, em 2019, pelo então prefeito da cidade, Marcelo Crivella, levando uma criança de oito anos a expressar seu repúdio pela atitude do político; a ameaça de morte a uma criança colombiana de 11 anos, em janeiro de 2021, por pedir um melhor acesso à internet para o ensino à distância durante a pandemia do Covid-19. A pesquisa se volta à análise de comentários gerados pelas reportagens selecionadas, seguindo a metodologia da análise de conteúdo. Como resultados, nota-se a incapacidade de parte da sociedade em crer que o jovem possa agir na esfera pública e uma clara divisão entre os temas que podem ou não ser abordados pelas crianças.
{"title":"“Menino de 8 anos protestando?”:","authors":"Winycius Morais dos Santos, J. Doretto","doi":"10.29146/eco-ps.v26i3.27937","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/eco-ps.v26i3.27937","url":null,"abstract":"Este artigo tem o objetivo de investigar como parte do público leitor do portal de notícias UOL enxerga ações políticas de crianças que buscam posicionar-se e defender causas publicamente. Temos como foco dois episódios específicos: a tentativa de censura na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, em 2019, pelo então prefeito da cidade, Marcelo Crivella, levando uma criança de oito anos a expressar seu repúdio pela atitude do político; a ameaça de morte a uma criança colombiana de 11 anos, em janeiro de 2021, por pedir um melhor acesso à internet para o ensino à distância durante a pandemia do Covid-19. A pesquisa se volta à análise de comentários gerados pelas reportagens selecionadas, seguindo a metodologia da análise de conteúdo. Como resultados, nota-se a incapacidade de parte da sociedade em crer que o jovem possa agir na esfera pública e uma clara divisão entre os temas que podem ou não ser abordados pelas crianças.\u0000 ","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"57 4","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138995538","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-16DOI: 10.29146/eco-ps.v26i3.28158
José Luiz Aidar Prado, Carlos Eduardo Azevedo Senna, Rafael Giovannini, Rafael Santos Burgos
A disputa presidencial entre Bolsonaro e Lula em 2022 foi marcada por querelas de sentido e polêmicas; do lado da extrema direita, estas foram centradas não em projetos de governo, mas em torno da definição do próprio regime democrático. A fim de localizar os discursos, principalmente circulados por políticos e influenciadores bolsonaristas, analisamos um corpus de publicações em perfis de 19 figuras da extrema direita no Twitter, durante o segundo turno das eleições. Mapeamos contratos de comunicação e discursos que atravessaram as mensagens mais retuitadas de cada emissor, identificando respectivas intensidades passionais que perfilaram as interações, a fim de examinar as consequências políticas para o contexto democrático. Utilizamos as abordagens da análise discursiva de Laclau e estudos sobre extrema-direita de Nunes, Prado, Demuru e outros. Que consequências isso traz para o país nessa nova fase de poder que se iniciou em 2023?
{"title":"desordem do bolsonarismo","authors":"José Luiz Aidar Prado, Carlos Eduardo Azevedo Senna, Rafael Giovannini, Rafael Santos Burgos","doi":"10.29146/eco-ps.v26i3.28158","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/eco-ps.v26i3.28158","url":null,"abstract":"A disputa presidencial entre Bolsonaro e Lula em 2022 foi marcada por querelas de sentido e polêmicas; do lado da extrema direita, estas foram centradas não em projetos de governo, mas em torno da definição do próprio regime democrático. A fim de localizar os discursos, principalmente circulados por políticos e influenciadores bolsonaristas, analisamos um corpus de publicações em perfis de 19 figuras da extrema direita no Twitter, durante o segundo turno das eleições. Mapeamos contratos de comunicação e discursos que atravessaram as mensagens mais retuitadas de cada emissor, identificando respectivas intensidades passionais que perfilaram as interações, a fim de examinar as consequências políticas para o contexto democrático. Utilizamos as abordagens da análise discursiva de Laclau e estudos sobre extrema-direita de Nunes, Prado, Demuru e outros. Que consequências isso traz para o país nessa nova fase de poder que se iniciou em 2023?\u0000 ","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"59 27","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138968077","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-16DOI: 10.29146/eco-ps.v26i3.28135
Luciellen Souza Lima
A compreensão do usuário é um elemento fundamental para o jornalismo. Neste estudo, focamos em conteúdos jornalísticos que utilizam vídeos 360°, buscando alcançar dois objetivos: entender como se dá a compreensão de conteúdos jornalísticos em vídeo 360° e identificar sensações que podem influenciar nessa compreensão. Realizamos um estudo de recepção, incluindo testes com 80 usuários, questionários e entrevistas. Dentre os resultados, no geral, os participantes perceberam que conseguiram compreender o sentido da narrativa, mas não de forma plena. Além disso, os participantes também observaram que a experiência resulta em uma forma de compreender a reportagem diferentemente de outras mídias.
{"title":"compreensão de usuários acerca de conteúdos jornalísticos em vídeo 360°","authors":"Luciellen Souza Lima","doi":"10.29146/eco-ps.v26i3.28135","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/eco-ps.v26i3.28135","url":null,"abstract":"A compreensão do usuário é um elemento fundamental para o jornalismo. Neste estudo, focamos em conteúdos jornalísticos que utilizam vídeos 360°, buscando alcançar dois objetivos: entender como se dá a compreensão de conteúdos jornalísticos em vídeo 360° e identificar sensações que podem influenciar nessa compreensão. Realizamos um estudo de recepção, incluindo testes com 80 usuários, questionários e entrevistas. Dentre os resultados, no geral, os participantes perceberam que conseguiram compreender o sentido da narrativa, mas não de forma plena. Além disso, os participantes também observaram que a experiência resulta em uma forma de compreender a reportagem diferentemente de outras mídias.","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"2 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138967905","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-11-08DOI: 10.29146/eco-ps.v26i2.12382
Edgard Patrício, Ísmia Kariny Correia da Silva Costa
A pandemia da covid-19 impactou as rotinas de trabalho do jornalismo. Aqui, buscamos compreender como a redução da presencialidade pode afetar a qualidade da informação jornalística. Discutimos sobre a qualidade na produção jornalística (Guerra, 2016; Meijer e Bijleveld, 2016; Fürst, 2020; Santos e Guazina, 2020), estabelecemos um diálogo sobre a dimensão da presencialidade no jornalismo (Medina, 2016; Pantti et al., 2019; Margalit, 2020; Figaro, 2021; Peres, 2021) e realizamos uma pesquisa exploratória seguida de aplicação de um survey com 112 profissionais, docentes e estudantes de jornalismo. Identificamos que a presencialidade atravessa diversos momentos da produção jornalística, e é considerada por 66% dos respondentes como um fator de importância acima da média para a qualidade do jornalismo.
{"title":"cultura profissional e a percepção da presencialidade como dimensão de qualidade da produção jornalística","authors":"Edgard Patrício, Ísmia Kariny Correia da Silva Costa","doi":"10.29146/eco-ps.v26i2.12382","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/eco-ps.v26i2.12382","url":null,"abstract":"A pandemia da covid-19 impactou as rotinas de trabalho do jornalismo. Aqui, buscamos compreender como a redução da presencialidade pode afetar a qualidade da informação jornalística. Discutimos sobre a qualidade na produção jornalística (Guerra, 2016; Meijer e Bijleveld, 2016; Fürst, 2020; Santos e Guazina, 2020), estabelecemos um diálogo sobre a dimensão da presencialidade no jornalismo (Medina, 2016; Pantti et al., 2019; Margalit, 2020; Figaro, 2021; Peres, 2021) e realizamos uma pesquisa exploratória seguida de aplicação de um survey com 112 profissionais, docentes e estudantes de jornalismo. Identificamos que a presencialidade atravessa diversos momentos da produção jornalística, e é considerada por 66% dos respondentes como um fator de importância acima da média para a qualidade do jornalismo.","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"63 8","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135431968","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-11-08DOI: 10.29146/eco-ps.v26i2.27874
Gabriel Pedrosa
A partir de uma exortação de Dom Quixote a Sancho para que o escudeiro reinvente de modo mais propício às fantasias da cavalaria andante um relato banal que ele faz, este artigo busca pensar a representação de papéis como possibilidade de invenção, através da análise da atuação do Quixote no teatro do mundo. A inadequação entre os papéis literários que a motivam e o contexto de Dom Quixote, a total impossibilidade de reprodução de um modelo que os textos pregressos pudessem constituir, reforçam o caráter de invenção desta escritura. A tópica do mundo como teatro — sua fixação de valores e papéis sociais, seu desenvolvimento prévio das cenas e condutas decorosas e a vaidade destes papéis quando vistos de fora — é perturbada por esta inadequação e pelo alargamento e cruzamento de fronteiras na atuação quixotesca, que impedem a existência de um fora, levando-nos a repensá-la, com o auxílio das propostas de Artaud, da leitura do carnaval de Bakhtin e do jogo ideal de Deleuze.
{"title":"Faça como se, Sancho","authors":"Gabriel Pedrosa","doi":"10.29146/eco-ps.v26i2.27874","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/eco-ps.v26i2.27874","url":null,"abstract":"A partir de uma exortação de Dom Quixote a Sancho para que o escudeiro reinvente de modo mais propício às fantasias da cavalaria andante um relato banal que ele faz, este artigo busca pensar a representação de papéis como possibilidade de invenção, através da análise da atuação do Quixote no teatro do mundo. A inadequação entre os papéis literários que a motivam e o contexto de Dom Quixote, a total impossibilidade de reprodução de um modelo que os textos pregressos pudessem constituir, reforçam o caráter de invenção desta escritura. A tópica do mundo como teatro — sua fixação de valores e papéis sociais, seu desenvolvimento prévio das cenas e condutas decorosas e a vaidade destes papéis quando vistos de fora — é perturbada por esta inadequação e pelo alargamento e cruzamento de fronteiras na atuação quixotesca, que impedem a existência de um fora, levando-nos a repensá-la, com o auxílio das propostas de Artaud, da leitura do carnaval de Bakhtin e do jogo ideal de Deleuze.","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"63 6","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135431971","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-11-08DOI: 10.29146/eco-ps.v26i2.28174
Lucas Murari, Nicholas Andueza
Apresentação editorial e expediente da Revista Eco-Pós, volume 26, número 02 (2023).
Eco- post杂志的编辑介绍和档案,第26卷,第02期(2023年)。
{"title":"Apresentação editorial e expediente","authors":"Lucas Murari, Nicholas Andueza","doi":"10.29146/eco-ps.v26i2.28174","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/eco-ps.v26i2.28174","url":null,"abstract":"Apresentação editorial e expediente da Revista Eco-Pós, volume 26, número 02 (2023).","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"63 2","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135431977","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-11-08DOI: 10.29146/eco-ps.v26i2.27914
Marcelo Alves, Camilla Tavares
A comunicação eleitoral brasileira passou por transformações em 2018. A autorização do patrocínio indiscriminado de publicações nas mídias sociais e em mecanismos de busca apresenta novidades significativas para as estratégias de propaganda eleitoral on-line no país. A proposta deste artigo é analisar os impactos da autorização do impulsionamento de publicações no Facebook dos candidatos à presidência em 2018, a fim de verificar se e de que forma as equipes de campanha desenvolveram estratégias de segmentação e direcionamento de conteúdo. Os resultados demonstram que determinados estados e recortes etários foram privilegiados e receberam mais investimento em detrimento de outros. Ao fim, debatemos como o impulsionamento de publicações reduz o caráter institucional e público da comunicação eleitoral, na medida em que transfere para empresas tecnológicas privadas e transnacionais as funções de distribuição, regulação e transparência da propaganda eleitoral.
{"title":"Propaganda eleitoral digital no Brasil","authors":"Marcelo Alves, Camilla Tavares","doi":"10.29146/eco-ps.v26i2.27914","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/eco-ps.v26i2.27914","url":null,"abstract":"A comunicação eleitoral brasileira passou por transformações em 2018. A autorização do patrocínio indiscriminado de publicações nas mídias sociais e em mecanismos de busca apresenta novidades significativas para as estratégias de propaganda eleitoral on-line no país. A proposta deste artigo é analisar os impactos da autorização do impulsionamento de publicações no Facebook dos candidatos à presidência em 2018, a fim de verificar se e de que forma as equipes de campanha desenvolveram estratégias de segmentação e direcionamento de conteúdo. Os resultados demonstram que determinados estados e recortes etários foram privilegiados e receberam mais investimento em detrimento de outros. Ao fim, debatemos como o impulsionamento de publicações reduz o caráter institucional e público da comunicação eleitoral, na medida em que transfere para empresas tecnológicas privadas e transnacionais as funções de distribuição, regulação e transparência da propaganda eleitoral.","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"63 10","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135431966","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-11-08DOI: 10.29146/eco-ps.v26i2.28012
Manoel Dourado Bastos, Rafaela Martins de Souza, Willian Casagrande Fusaro
O artigo avalia as articulações entre desinformação e crise da democracia a partir do uso de figuras mitológicas pela Ciência Política clássica, principalmente por Thomas Hobbes (para descrever o contexto inglês de Guerra Civil no século XVII) e Franz Neumann (para avaliar o nazismo no início do século XX), observando o Beemote como expressão da crise imanente do Estado. Com isso, articula-se uma homologia com a comunicação como forma social, a fim de avaliar a desinformação não como uma disfuncionalidade, mas como uma característica inerente ao processo comunicacional. Verifica-se na sequência a atualidade da figura do Beemote para o contexto digital, num processo de confusão entre as funções propaganda e publicidade por meio da interação viabilizada pelas redes sociais. Ilustra-se a perspectiva conceitual com apontamentos sobre as eleições presidenciais brasileiras em 2018.
{"title":"Beemote Digital","authors":"Manoel Dourado Bastos, Rafaela Martins de Souza, Willian Casagrande Fusaro","doi":"10.29146/eco-ps.v26i2.28012","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/eco-ps.v26i2.28012","url":null,"abstract":"O artigo avalia as articulações entre desinformação e crise da democracia a partir do uso de figuras mitológicas pela Ciência Política clássica, principalmente por Thomas Hobbes (para descrever o contexto inglês de Guerra Civil no século XVII) e Franz Neumann (para avaliar o nazismo no início do século XX), observando o Beemote como expressão da crise imanente do Estado. Com isso, articula-se uma homologia com a comunicação como forma social, a fim de avaliar a desinformação não como uma disfuncionalidade, mas como uma característica inerente ao processo comunicacional. Verifica-se na sequência a atualidade da figura do Beemote para o contexto digital, num processo de confusão entre as funções propaganda e publicidade por meio da interação viabilizada pelas redes sociais. Ilustra-se a perspectiva conceitual com apontamentos sobre as eleições presidenciais brasileiras em 2018.","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"63 9","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135431967","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-11-08DOI: 10.29146/eco-ps.v26i2.27953
Elisa Camargo Canjani, Cláudia Lago
Este artigo relata a pesquisa de campo realizada para dissertação de mestrado que olha para a rede comunicativa de uma associação informal de mulheres migrantes, principalmente bolivianas, residentes na Região Metropolitana de São Paulo, inseridas no nicho laboral da costura. A pesquisa fonte ancora-se em um trabalho de campo etnográfico, que busca investigar como tal rede se estrutura, é acionada e em que medida potencializa a capacidade de agência das mulheres, a partir dos estudos das mídias digitais, da migração feminina, dos estudos decoloniais e de gênero. Este artigo em específico recorta e apresenta o trabalho de campo empreendido, que se iniciou pouco antes do início da pandemia e se desenvolveu em pleno ápice desta, e aponta achados relativos à utilização do WhatsApp pelo grupo.
{"title":"Mulheres migrantes e WhatsApp","authors":"Elisa Camargo Canjani, Cláudia Lago","doi":"10.29146/eco-ps.v26i2.27953","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/eco-ps.v26i2.27953","url":null,"abstract":"Este artigo relata a pesquisa de campo realizada para dissertação de mestrado que olha para a rede comunicativa de uma associação informal de mulheres migrantes, principalmente bolivianas, residentes na Região Metropolitana de São Paulo, inseridas no nicho laboral da costura. A pesquisa fonte ancora-se em um trabalho de campo etnográfico, que busca investigar como tal rede se estrutura, é acionada e em que medida potencializa a capacidade de agência das mulheres, a partir dos estudos das mídias digitais, da migração feminina, dos estudos decoloniais e de gênero. Este artigo em específico recorta e apresenta o trabalho de campo empreendido, que se iniciou pouco antes do início da pandemia e se desenvolveu em pleno ápice desta, e aponta achados relativos à utilização do WhatsApp pelo grupo.","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"62 11","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135431982","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-11-08DOI: 10.29146/eco-ps.v26i2.28004
Maria Simone Vione Schwengber, Joice Andressa Fritz Drefs
Este artigo discute a distribuição diferencial e assimétrica de manutenção da vida como condição de precariedade induzida (social e culturalmente), como a de violências contra as mulheres. Elegemos imagens de rostos violentados de mulheres de dois corpus diferentes: o primeiro, usado na problematização do artigo, consiste em imagens de uma campanha internacional produzidas pelo artista Palombo; o segundo foi intencionalmente mapeado a partir do Google, tendo como critério de busca a campanha “Não Se Cale” (2016-2022). Perguntamos, de modo mais pontual: quais linhas de força política estão em jogo na precariedade dos rostos violentados estampados nas campanhas, particularmente na campanha “Não Se Cale”? O movimento de análise permite dizer que as imagens tensionam em expor os rostos vitimados a brutalidade das violências contra as mulheres, na arena pública, revisitando o sofrimento e a dor, como maneiras possíveis de resistir à violência desumanizadora e de traçar suas possibilidades políticas e ética de enfrentamento.
本文讨论了维持生命的差异和不对称分布,作为一种诱导不稳定的状态(社会和文化),如针对妇女的暴力。我们从两个不同的语料库中选择了被侵犯的女性面孔的图像:第一个,用于质疑文章,由艺术家Palombo制作的国际运动的图像组成;第二个是谷歌有意绘制的,搜索标准是“nao Se Cale”(2016-2022)活动。更具体地说,我们问:在竞选活动中,特别是在“不要沉默”竞选活动中,哪些政治力量线处于危险之中?运动分析允许说照片曝光的脸上紧张由残暴的针对妇女的暴力,在公共场合,在痛苦和痛苦,成为抵制暴力的方式去人性化和伦理政治关系的机遇和正常的。
{"title":"A precariedade dos rostos violentados de mulheres","authors":"Maria Simone Vione Schwengber, Joice Andressa Fritz Drefs","doi":"10.29146/eco-ps.v26i2.28004","DOIUrl":"https://doi.org/10.29146/eco-ps.v26i2.28004","url":null,"abstract":"Este artigo discute a distribuição diferencial e assimétrica de manutenção da vida como condição de precariedade induzida (social e culturalmente), como a de violências contra as mulheres. Elegemos imagens de rostos violentados de mulheres de dois corpus diferentes: o primeiro, usado na problematização do artigo, consiste em imagens de uma campanha internacional produzidas pelo artista Palombo; o segundo foi intencionalmente mapeado a partir do Google, tendo como critério de busca a campanha “Não Se Cale” (2016-2022). Perguntamos, de modo mais pontual: quais linhas de força política estão em jogo na precariedade dos rostos violentados estampados nas campanhas, particularmente na campanha “Não Se Cale”? O movimento de análise permite dizer que as imagens tensionam em expor os rostos vitimados a brutalidade das violências contra as mulheres, na arena pública, revisitando o sofrimento e a dor, como maneiras possíveis de resistir à violência desumanizadora e de traçar suas possibilidades políticas e ética de enfrentamento.","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"62 s83","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135431797","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}