RESUMO: Este estudo se baseia em uma releitura da educação sobre drogas a fim de problematizar as limitações a essa abordagem nas estratégias educativas da indústria de bebidas, mais especificamente, a indústria da cerveja. Em um escopo mais amplo, a pesquisa se desenvolveu no Centro de Experiência Cervejeira da Bohemia (CECB) que pertence à Companhia de Bebidas das Américas (Ambev), localizado na cidade de Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro. O objetivo deste artigo foi analisar a cartilha Papo em família: como falar sobre bebidas alcoólicas com menores de 18 anos distribuída aos responsáveis de menores de 18 anos em visita ao tour cervejeiro do CECB. A questão sobre a qual nos debruçamos se refere a compreender os dispositivos que interferem na produção de significados sobre o uso do álcool na cartilha e sua relação com a educação sobre drogas na perspectiva da autonomia, buscando identificar os dispositivos que atuam na limitação dessa abordagem. Como resultado sugerimos a existência de um paradoxo da indústria da cerveja no qual por um lado a Ambev estimula o uso do álcool, e por outro, adota uma abordagem proibicionista, o que se deve a tensionamentos entre interesses mercadológicos e dispositivos médico-legais, retroalimentados pela política de guerra às drogas.
{"title":"A educação sobre drogas e as limitações do paradoxo da indústria da ceveja.","authors":"R. Monteiro","doi":"10.9771/re.v10i2.36275","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/re.v10i2.36275","url":null,"abstract":"RESUMO: Este estudo se baseia em uma releitura da educação sobre drogas a fim de problematizar as limitações a essa abordagem nas estratégias educativas da indústria de bebidas, mais especificamente, a indústria da cerveja. Em um escopo mais amplo, a pesquisa se desenvolveu no Centro de Experiência Cervejeira da Bohemia (CECB) que pertence à Companhia de Bebidas das Américas (Ambev), localizado na cidade de Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro. O objetivo deste artigo foi analisar a cartilha Papo em família: como falar sobre bebidas alcoólicas com menores de 18 anos distribuída aos responsáveis de menores de 18 anos em visita ao tour cervejeiro do CECB. A questão sobre a qual nos debruçamos se refere a compreender os dispositivos que interferem na produção de significados sobre o uso do álcool na cartilha e sua relação com a educação sobre drogas na perspectiva da autonomia, buscando identificar os dispositivos que atuam na limitação dessa abordagem. Como resultado sugerimos a existência de um paradoxo da indústria da cerveja no qual por um lado a Ambev estimula o uso do álcool, e por outro, adota uma abordagem proibicionista, o que se deve a tensionamentos entre interesses mercadológicos e dispositivos médico-legais, retroalimentados pela política de guerra às drogas.","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71248434","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artículo analiza las maneras en que estudiantes de carreras en modalidad online perciben y experimentan los ambientes virtuales que habitan y transitan, como así también sus posibilidades de agencia y de expresión, y las percepciones respecto de las y los demás actores. Primeramente, se presenta una sistematización teórica sobre los ambientes virtuales como espacios sociales y educativos, ya sean aulas virtuales institucionales o plataformas de redes sociales. A continuación, se analizan indicadores basados en datos cuantitativos producidos ad hoc, y finalmente, se presenta una sistematización de líneas derivadas del análisis para la construcción de espacios educativos online inclusivos y democráticos, que intenten no repetir desigualdades históricas y contemplen la diversidad de experiencias y agencias. Metodológicamente, se combinó la producción de datos cuantitativos con análisis cualitativo basado en el método descriptivo y analítico. Los datos fueron producidos en base a una encuesta a ingresantes de carreras universitarias online.
{"title":"Espacios online educativos a partir de la percepción de la propia experiencia de estudiantes universitarias/os","authors":"V. Ficoseco, Melina Gaona","doi":"10.9771/RE.V10I1.37979","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/RE.V10I1.37979","url":null,"abstract":"Este artículo analiza las maneras en que estudiantes de carreras en modalidad online perciben y experimentan los ambientes virtuales que habitan y transitan, como así también sus posibilidades de agencia y de expresión, y las percepciones respecto de las y los demás actores. Primeramente, se presenta una sistematización teórica sobre los ambientes virtuales como espacios sociales y educativos, ya sean aulas virtuales institucionales o plataformas de redes sociales. A continuación, se analizan indicadores basados en datos cuantitativos producidos ad hoc, y finalmente, se presenta una sistematización de líneas derivadas del análisis para la construcción de espacios educativos online inclusivos y democráticos, que intenten no repetir desigualdades históricas y contemplen la diversidad de experiencias y agencias. Metodológicamente, se combinó la producción de datos cuantitativos con análisis cualitativo basado en el método descriptivo y analítico. Los datos fueron producidos en base a una encuesta a ingresantes de carreras universitarias online.","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71248385","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Joelma Gomes de Oliveira Bispo, Flávia de Souza Araújo
A pandemia da Covid-19 tem desafiado os diferentes profissionais da educação. Cenário marcado pela incerteza, em que se faz necessário enfrentar novas dinâmicas de trabalho, utilizar recursos para se comunicar com as famílias e os educandos, ressignificar o fazer pedagógico e compreender o papel da educação frente à nova realidade. O presente texto tem como objetivo refletir sobre os cenários tecidos no campo da educação infantil na pandemia, a partir da colaboração de sete técnicas que atuam em secretarias municipais de educação no Território de Identidade de Irecê (TII). O estudo de natureza qualitativa tem sua ancoragem nos pressupostos da fenomenologia e se pautou na pesquisa do tipo narrativa. Utilizamos como principal meio a gravação das narrativas orais, através de tecnologia de comunicação instantânea. A interpretação das questões que se entrelaçam nas falas das técnicas levam ao entendimento de que os cenários educativos com as crianças de até 5 anos, no TII, conta com o esforço dessas profissionais em coordenar, apoiar e incentivar os professores no processo de aproximação e orientação das famílias, com o intuito de propor situações que ampliem as experiências infantis em suas residências, enfrentando algumas dificuldades em relação ao uso das TIC pelas(os) professoras(es) dos municípios, o alcance das famílias e crianças que não têm acesso à internet e/ou não possuem dispositivos móveis. Esses cenários, portanto, caracterizam-se por incertezas, tentativas de diálogo com as concepções de infância, currículo e criança, explícitas nas bases legais que norteiam a educação infantil, sobretudo, repleta de aprendizagens profissionais. Palavras-chave: Educação infantil. Pandemia COVID-19. Técnicas de educação. Família. Criança.
{"title":"Cenários da educação infantil no Território de Identidade de Irecê na pandemia COVID-19","authors":"Joelma Gomes de Oliveira Bispo, Flávia de Souza Araújo","doi":"10.9771/RE.V10I1.37970","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/RE.V10I1.37970","url":null,"abstract":"A pandemia da Covid-19 tem desafiado os diferentes profissionais da educação. Cenário marcado pela incerteza, em que se faz necessário enfrentar novas dinâmicas de trabalho, utilizar recursos para se comunicar com as famílias e os educandos, ressignificar o fazer pedagógico e compreender o papel da educação frente à nova realidade. O presente texto tem como objetivo refletir sobre os cenários tecidos no campo da educação infantil na pandemia, a partir da colaboração de sete técnicas que atuam em secretarias municipais de educação no Território de Identidade de Irecê (TII). O estudo de natureza qualitativa tem sua ancoragem nos pressupostos da fenomenologia e se pautou na pesquisa do tipo narrativa. Utilizamos como principal meio a gravação das narrativas orais, através de tecnologia de comunicação instantânea. A interpretação das questões que se entrelaçam nas falas das técnicas levam ao entendimento de que os cenários educativos com as crianças de até 5 anos, no TII, conta com o esforço dessas profissionais em coordenar, apoiar e incentivar os professores no processo de aproximação e orientação das famílias, com o intuito de propor situações que ampliem as experiências infantis em suas residências, enfrentando algumas dificuldades em relação ao uso das TIC pelas(os) professoras(es) dos municípios, o alcance das famílias e crianças que não têm acesso à internet e/ou não possuem dispositivos móveis. Esses cenários, portanto, caracterizam-se por incertezas, tentativas de diálogo com as concepções de infância, currículo e criança, explícitas nas bases legais que norteiam a educação infantil, sobretudo, repleta de aprendizagens profissionais. \u0000 \u0000Palavras-chave: Educação infantil. Pandemia COVID-19. Técnicas de educação. Família. Criança.","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71248358","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este texto decorre de estudos motivados pelo cenário político e educacional instalado diante da pandemia da Covid-19 (SARS-CoV-2) no Brasil e no mundo. Com as orientações sanitárias de distanciamento social no início do ano letivo de 2020, deu-se o fechamento dos espaços escolares e a suspensão das atividades presenciais, ocasionando múltiplos questionamentos quanto a alternativas viáveis para a aprendizagem escolar dos estudantes, inquietações quanto à utilização de atividades remotas, ansiedades quanto ao retorno à normalidade e a possibilidade de um “novo normal”. Nesse contexto da pandemia foi produzido este trabalho cujo objetivo primeiro está em problematizar o “normal” e o “novo normal” não como uma sequência temporal, centrada no antes e depois, respectivamente, mas em suas ambiguidades e tensionamentos, para então agenciar enunciados no sentido da emergência de um pós-normal em educação. Trata-se de um estudo predominantemente teórico, acrescido da escuta de estudantes de ensino fundamental em escola pública e privada e de ensino superior sobre seus novos cenários educativos. As narrativas dos estudantes denotou certo entusiasmo em relação à utilização de atividades online, evidenciando o fato de possuírem acesso às tecnologias digitais e condições estruturais do trabalho remoto, o que não representa a realidade objetiva da maioria da população brasileira. As respostas, ainda provisórias às discussões levantadas apontam para a necessidade de repensarmos nossos modos de produzir e habitar em novos territórios em tempos de intermezzo, deixando emergir novas composições curriculares nesse pós-normal em educação, com todas as suas ambiguidades, suas ambivalências, suas tramas.
{"title":"O retorno a um “novo normal”: a emergência de um pós-normal em educação?","authors":"Daniele Farias Freire Raic, M. Gomes Brito de Sá","doi":"10.9771/RE.V10I1.37982","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/RE.V10I1.37982","url":null,"abstract":"Este texto decorre de estudos motivados pelo cenário político e educacional instalado diante da pandemia da Covid-19 (SARS-CoV-2) no Brasil e no mundo. Com as orientações sanitárias de distanciamento social no início do ano letivo de 2020, deu-se o fechamento dos espaços escolares e a suspensão das atividades presenciais, ocasionando múltiplos questionamentos quanto a alternativas viáveis para a aprendizagem escolar dos estudantes, inquietações quanto à utilização de atividades remotas, ansiedades quanto ao retorno à normalidade e a possibilidade de um “novo normal”. Nesse contexto da pandemia foi produzido este trabalho cujo objetivo primeiro está em problematizar o “normal” e o “novo normal” não como uma sequência temporal, centrada no antes e depois, respectivamente, mas em suas ambiguidades e tensionamentos, para então agenciar enunciados no sentido da emergência de um pós-normal em educação. Trata-se de um estudo predominantemente teórico, acrescido da escuta de estudantes de ensino fundamental em escola pública e privada e de ensino superior sobre seus novos cenários educativos. As narrativas dos estudantes denotou certo entusiasmo em relação à utilização de atividades online, evidenciando o fato de possuírem acesso às tecnologias digitais e condições estruturais do trabalho remoto, o que não representa a realidade objetiva da maioria da população brasileira. As respostas, ainda provisórias às discussões levantadas apontam para a necessidade de repensarmos nossos modos de produzir e habitar em novos territórios em tempos de intermezzo, deixando emergir novas composições curriculares nesse pós-normal em educação, com todas as suas ambiguidades, suas ambivalências, suas tramas.","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49036210","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo objetiva desenvolver alguns apontamentos sobre os impactos da pandemia de covid-19 para a educação. Parte da suspensão das características da sociedade do espetáculo em meio às mudanças operadas pela crise sanitária e seus desdobramentos econômicos, sociais, culturais e, sobretudo, nos modos de subjetivação contemporâneos. O novo cenário agudiza as segmentações molares e moleculares da dívida, da securitização e o esvaziamento das instâncias políticas, forçando ainda mais a busca por territórios abertos e a necessidade de outros campos de visualidade. Entendendo a pandemia como um ponto de vista, habitar a interioridade desta perspectiva nos ajuda a compreender não só as sombras da modernidade residual, como os processos de subjetivação que exercitam outras formas de atenção, uma espécie de fúria dos vaga-lumes na célebre imagem proposta por Pasolini. Para além das formas dominantes de educação, é esse quase-mundo de uma educação informe que se abre com o inferno conjuntural do momento. Algumas dessas contra-utopias e seu iluminismo das sombras arrasta nossos olhos para frestas que, se alargadas, desfazem a luz branca das utopias e distopias do poder. Atravessando algumas dessas fogueiras difusas, elencamos algumas reverberações que a pandemia de covid-19 evoca, como linhas abertas ao pensamento violentado por sua perspectiva e passível de formulações vindouras, o que chamamos de efeito “Joker” na sociedade do espetáculo adiado.
{"title":"Sociedade do espetáculo adiado: Apontamentos sobre educação na cidade febril","authors":"Marcio Tascheto","doi":"10.9771/RE.V10I1.37976","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/RE.V10I1.37976","url":null,"abstract":"Este artigo objetiva desenvolver alguns apontamentos sobre os impactos da pandemia de covid-19 para a educação. Parte da suspensão das características da sociedade do espetáculo em meio às mudanças operadas pela crise sanitária e seus desdobramentos econômicos, sociais, culturais e, sobretudo, nos modos de subjetivação contemporâneos. O novo cenário agudiza as segmentações molares e moleculares da dívida, da securitização e o esvaziamento das instâncias políticas, forçando ainda mais a busca por territórios abertos e a necessidade de outros campos de visualidade. Entendendo a pandemia como um ponto de vista, habitar a interioridade desta perspectiva nos ajuda a compreender não só as sombras da modernidade residual, como os processos de subjetivação que exercitam outras formas de atenção, uma espécie de fúria dos vaga-lumes na célebre imagem proposta por Pasolini. Para além das formas dominantes de educação, é esse quase-mundo de uma educação informe que se abre com o inferno conjuntural do momento. Algumas dessas contra-utopias e seu iluminismo das sombras arrasta nossos olhos para frestas que, se alargadas, desfazem a luz branca das utopias e distopias do poder. Atravessando algumas dessas fogueiras difusas, elencamos algumas reverberações que a pandemia de covid-19 evoca, como linhas abertas ao pensamento violentado por sua perspectiva e passível de formulações vindouras, o que chamamos de efeito “Joker” na sociedade do espetáculo adiado.","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71248371","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo apresenta uma pedagogia da imagem formada durante a pandemia da Covid-19. A partir da percepção de que vivemos tempos de Coronavírus, as imagens que materializam nosso tempo foram aqui pensadas. Desde o pensamento cinematográfico deleuziano da imagem-tempo e a possibilidade de traduzir o tempo presente no imaginário do cinema, algumas considerações foram tecidas para elucidar o que define nossa experiência do agora. Assim, é apresentada a coalescência do futurismo gráfico e distópico de uma pandemia com a impressão de déjà-vu, em uma memória do atual. O artigo evoca algumas imagens da contemporaneidade como ruas vazias, uso das máscaras, governantes vulgares e funerais insólitos para testemunhar o imaginário do Coronavírus se fundindo a uma anamnese da ficção. As reflexões passam pela estética da pandemia, do vazio ao caos político: temas clichês em futuros distópicos do cinema, atualizados na realidade do presente. Pensar o tempo Coronavírus é pensar através das novas imagens que nos sitiam e das memórias que ficarão deste tempo.
{"title":"Pedagogia da imagem-Covid-19: o que traduz o tempo presente?","authors":"Ana Carolina Cruz Acom","doi":"10.9771/RE.V10I1.37936","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/RE.V10I1.37936","url":null,"abstract":"Este artigo apresenta uma pedagogia da imagem formada durante a pandemia da Covid-19. A partir da percepção de que vivemos tempos de Coronavírus, as imagens que materializam nosso tempo foram aqui pensadas. Desde o pensamento cinematográfico deleuziano da imagem-tempo e a possibilidade de traduzir o tempo presente no imaginário do cinema, algumas considerações foram tecidas para elucidar o que define nossa experiência do agora. Assim, é apresentada a coalescência do futurismo gráfico e distópico de uma pandemia com a impressão de déjà-vu, em uma memória do atual. O artigo evoca algumas imagens da contemporaneidade como ruas vazias, uso das máscaras, governantes vulgares e funerais insólitos para testemunhar o imaginário do Coronavírus se fundindo a uma anamnese da ficção. As reflexões passam pela estética da pandemia, do vazio ao caos político: temas clichês em futuros distópicos do cinema, atualizados na realidade do presente. Pensar o tempo Coronavírus é pensar através das novas imagens que nos sitiam e das memórias que ficarão deste tempo.","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":"15 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71248303","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A pandemia que vivemos escancarou e, ao mesmo tempo, provocou um agravo nas desigualdades sociais históricas do Brasil. Essa condição é consequência de processos de colonização que são vividos até hoje, pois não conseguimos enfrentar o racismo, a violência de gênero, a exploração do trabalho e outras mazelas sociais. Todas estas questões, em um tempo de profunda fragilidade sanitária, nos mostram que os que mais sofrem continuam sendo os mais pobres. A COVID-19 nos apresenta a face mais violenta desta desigualdade. O campo da Educação também é afetado por este cenário, e neste texto discutimos o caso da educação superior em um uma universidade pública, para problematizar a permanência de processos de exclusão. Com a suspensão das aulas, busca-se compensar o ensino presencial através de propostas de atividades remotas (ERE). A implementação da proposta poderá aprofundar as desigualdades, dadas as condições precárias com que está se dando essa discussão, na qual aparecem invisibilizadas as dificuldades daquele público que tem sido trazido para a universidade nos últimos anos através de políticas afirmativas.
{"title":"O Ensino Superior: as Antígonas de nosso tempo pandêmico e o agravo das desigualdades sociais","authors":"M. Menezes, P. Costa","doi":"10.9771/RE.V10I1.37949","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/RE.V10I1.37949","url":null,"abstract":"A pandemia que vivemos escancarou e, ao mesmo tempo, provocou um agravo nas desigualdades sociais históricas do Brasil. Essa condição é consequência de processos de colonização que são vividos até hoje, pois não conseguimos enfrentar o racismo, a violência de gênero, a exploração do trabalho e outras mazelas sociais. Todas estas questões, em um tempo de profunda fragilidade sanitária, nos mostram que os que mais sofrem continuam sendo os mais pobres. A COVID-19 nos apresenta a face mais violenta desta desigualdade. O campo da Educação também é afetado por este cenário, e neste texto discutimos o caso da educação superior em um uma universidade pública, para problematizar a permanência de processos de exclusão. Com a suspensão das aulas, busca-se compensar o ensino presencial através de propostas de atividades remotas (ERE). A implementação da proposta poderá aprofundar as desigualdades, dadas as condições precárias com que está se dando essa discussão, na qual aparecem invisibilizadas as dificuldades daquele público que tem sido trazido para a universidade nos últimos anos através de políticas afirmativas.","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71248345","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
No texto, analisam-se sentidos sociais atribuídos à escola, seus currículos e conhecimentos, face aos tensionamentos discursivos derivados de correlações de força mobilizados por distintos segmentos sociais, especialmente em razão da proposição de modelos não convencionais de funcionamento para escolas de educação básica e instituições de educação superior nesse tempo de pandemia. São movimentos que, assumindo concepções e interesses visivelmente distintos, tensionam ainda mais o debate sobre sentidos e finalidades sociais da formação escolar. Trata-se de um trabalho de base empírico-teórica, que explora como fontes: documentos oficiais, textos acadêmicos e informações da imprensa disponibilizados em ambientes digitais. Afirma-se que esse jogo de forças coloca em disputa três racionalidades: uma de base neoliberal que concebe a escola como máquina de produção de resultados objetivos, outra ancorada na ideia de escola como espaço socioeducativo, portanto, de redução de desigualdades, e uma terceira que entende a escola como lugar de formação humana e instituição promotora do direito universal à aprendizagem e ao desenvolvimento humano.
{"title":"Escola, currículo e conhecimentos: sentidos tensionados em contextos da pandemia.","authors":"J. Thiesen","doi":"10.9771/RE.V10I1.37948","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/RE.V10I1.37948","url":null,"abstract":"No texto, analisam-se sentidos sociais atribuídos à escola, seus currículos e conhecimentos, face aos tensionamentos discursivos derivados de correlações de força mobilizados por distintos segmentos sociais, especialmente em razão da proposição de modelos não convencionais de funcionamento para escolas de educação básica e instituições de educação superior nesse tempo de pandemia. São movimentos que, assumindo concepções e interesses visivelmente distintos, tensionam ainda mais o debate sobre sentidos e finalidades sociais da formação escolar. Trata-se de um trabalho de base empírico-teórica, que explora como fontes: documentos oficiais, textos acadêmicos e informações da imprensa disponibilizados em ambientes digitais. Afirma-se que esse jogo de forças coloca em disputa três racionalidades: uma de base neoliberal que concebe a escola como máquina de produção de resultados objetivos, outra ancorada na ideia de escola como espaço socioeducativo, portanto, de redução de desigualdades, e uma terceira que entende a escola como lugar de formação humana e instituição promotora do direito universal à aprendizagem e ao desenvolvimento humano.","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":"96 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71248335","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Silvana Maria Bellé Zasso, Paula Pires da Silva, D. S. Borges
Neste texto apresentamos resultados de uma pesquisa realizada no ano de 2018, com professoras alfabetizadoras de um município do interior do Rio Grande do Sul, as quais participaram da formação realizada no âmbito do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa - PNAIC 2017/2018. Problematizamos acerca da prática de planejamento das aulas pautados por referenciais que discutem o trabalho docente pelo viés coletivo e reflexivo na ação alfabetizadora e tratamos das orientações dos Cadernos de Formação do PNAIC 2012 e 2014. Explicamos a abordagem metodológica, mostrando que, por nos situarmos na área das ciências humanas e pesquisarmos fenômenos e fatos que não são possíveis de serem controlados, sustentamos a investigação numa metodologia de pesquisa qualitativa. Os dados nos permitem afirmar que há uma prática de planejamento que ora acontece de forma individual e ora coletiva e que as condições de trabalho destas profissionais nem sempre favorecem os encontros. Percebemos que as áreas de conhecimento mais abordadas por estas alfabetizadoras são a linguagem e matemática por acreditarem que no 3º ano do ciclo da alfabetização o domínio da leitura e escrita e os conceitos matemáticos precisam ser consolidados. Por fim, existe uma tendência forte de práticas de planejamento integrado.
{"title":"Planejamento das aulas no cotidiano da alfabetização: práticas, perspectivas e desafios","authors":"Silvana Maria Bellé Zasso, Paula Pires da Silva, D. S. Borges","doi":"10.9771/RE.V9I3.38184","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/RE.V9I3.38184","url":null,"abstract":"Neste texto apresentamos resultados de uma pesquisa realizada no ano de 2018, com professoras alfabetizadoras de um município do interior do Rio Grande do Sul, as quais participaram da formação realizada no âmbito do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa - PNAIC 2017/2018. Problematizamos acerca da prática de planejamento das aulas pautados por referenciais que discutem o trabalho docente pelo viés coletivo e reflexivo na ação alfabetizadora e tratamos das orientações dos Cadernos de Formação do PNAIC 2012 e 2014. Explicamos a abordagem metodológica, mostrando que, por nos situarmos na área das ciências humanas e pesquisarmos fenômenos e fatos que não são possíveis de serem controlados, sustentamos a investigação numa metodologia de pesquisa qualitativa. Os dados nos permitem afirmar que há uma prática de planejamento que ora acontece de forma individual e ora coletiva e que as condições de trabalho destas profissionais nem sempre favorecem os encontros. Percebemos que as áreas de conhecimento mais abordadas por estas alfabetizadoras são a linguagem e matemática por acreditarem que no 3º ano do ciclo da alfabetização o domínio da leitura e escrita e os conceitos matemáticos precisam ser consolidados. Por fim, existe uma tendência forte de práticas de planejamento integrado.","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71250066","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A realidade da educacao brasileira atualmente demonstra que existe uma variedade de praticas educativas colocadas em acao nas escolas, tais elas que seriam um reflexo das varias teorias ja publicadas e experimentadas ao longo dos estudos pedagogicos. Pierre Bourdieu, em sua teoria, demonstrou que os sistemas de ensino atuariam como mecanismos de reproducao e legitimacao das desigualdades sociais. Paulo Freire, ao construir sua teoria sobre a educacao, constatou que a realidade da sociedade se apresentaria na forma de opressao dos povos, elaborando um metodo de educacao para a libertacao dos oprimidos. Nesse sentido, o objetivo deste ensaio foi compreender a teoria critico-reprodutivista de Pierre Bourdieu e a teoria critica de Paulo Freire, a fim de que se pensasse de que forma o dialogo entre ambas poderia contribuir com as praticas educativas. A metodologia ocorreu por meio da revisao de literatura sobre essas teorias, e da analise das informacoes observadas a partir delas. Trata-se, assim, de um estudo bibliografico de objeto qualitativo. As analises do ensaio observaram que a escola atuaria como um meio de reproducao e legitimacao das desigualdades sociais, e que, ao se impor sobre os estudantes, ela agiria como um mecanismo proprio das sociedades opressoras. Nessa perspectiva, a correlacao entre os fundamentos teoricos dos dois autores revelou que e preciso romper com as praticas educativas tradicionais e nao criticas, as quais reforcam e, desse modo, atuam para a manutencao da sociedade desigual tal qual ela se apresenta.
{"title":"Pierre Bourdieu e Paulo Freire: um diálogo pela Educação","authors":"Jhonathas Armond Assis Ramos","doi":"10.9771/RE.V9I3.31899","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/RE.V9I3.31899","url":null,"abstract":"A realidade da educacao brasileira atualmente demonstra que existe uma variedade de praticas educativas colocadas em acao nas escolas, tais elas que seriam um reflexo das varias teorias ja publicadas e experimentadas ao longo dos estudos pedagogicos. Pierre Bourdieu, em sua teoria, demonstrou que os sistemas de ensino atuariam como mecanismos de reproducao e legitimacao das desigualdades sociais. Paulo Freire, ao construir sua teoria sobre a educacao, constatou que a realidade da sociedade se apresentaria na forma de opressao dos povos, elaborando um metodo de educacao para a libertacao dos oprimidos. Nesse sentido, o objetivo deste ensaio foi compreender a teoria critico-reprodutivista de Pierre Bourdieu e a teoria critica de Paulo Freire, a fim de que se pensasse de que forma o dialogo entre ambas poderia contribuir com as praticas educativas. A metodologia ocorreu por meio da revisao de literatura sobre essas teorias, e da analise das informacoes observadas a partir delas. Trata-se, assim, de um estudo bibliografico de objeto qualitativo. As analises do ensaio observaram que a escola atuaria como um meio de reproducao e legitimacao das desigualdades sociais, e que, ao se impor sobre os estudantes, ela agiria como um mecanismo proprio das sociedades opressoras. Nessa perspectiva, a correlacao entre os fundamentos teoricos dos dois autores revelou que e preciso romper com as praticas educativas tradicionais e nao criticas, as quais reforcam e, desse modo, atuam para a manutencao da sociedade desigual tal qual ela se apresenta.","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49549362","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}