Este artigo tem como objetivo discutir os cotidianos infantis compartilhados com os adultos, diante da perspectiva da cultura digital e das práticas hackers desenvolvidas a partir da proposta de interação com participantes do projeto Crianças Hackers e em seus cotidianos familiares. A palavra hacker é tomada em seu sentido originário referindo-se a pessoas com forte interesse em tecnologias cuja curiosidade impulsiona suas atitudes de forma lúdica. Os objetivos específicos estão em descrever e analisar as práticas de aprendizagem compartilhada entre crianças e pessoas adultas, diante de conteúdos relacionados a tecnologias em sentido amplo, e na construção e reflexão sobre essas vivências a partir de seus cotidianos na interação com a cultura digital. Como construtos da pesquisa participante, tomada como um momento dinâmico dentro das ações realizadas, apresentamos relatos de atividades e vivências nos quais as crianças protagonizam a reinvenção não apenas dos espaços físicos que passam por reestruturações, mas também dos modos de ser e fazer dos adultos que precisam refletir e reconstruir suas práticas na relação com os pequenos. Como resultados podemos mencionar a necessidade urgente de repensar os espaços educativos formais, para que valorizem as experiências cotidianas das crianças e estejam mais atentos às dinâmicas contemporâneas, que envolvem além da inserção de tecnologias digitais, as maneiras outras de pensar, fazer, relacionar, ser, construir e compartilhar conhecimentos.
{"title":"Crianças, adultos e hackers: cotidianos e tecnologias","authors":"K. Menezes, S. Cordeiro","doi":"10.9771/re.v8i2.27625","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/re.v8i2.27625","url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo discutir os cotidianos infantis compartilhados com os adultos, diante da perspectiva da cultura digital e das práticas hackers desenvolvidas a partir da proposta de interação com participantes do projeto Crianças Hackers e em seus cotidianos familiares. A palavra hacker é tomada em seu sentido originário referindo-se a pessoas com forte interesse em tecnologias cuja curiosidade impulsiona suas atitudes de forma lúdica. Os objetivos específicos estão em descrever e analisar as práticas de aprendizagem compartilhada entre crianças e pessoas adultas, diante de conteúdos relacionados a tecnologias em sentido amplo, e na construção e reflexão sobre essas vivências a partir de seus cotidianos na interação com a cultura digital. Como construtos da pesquisa participante, tomada como um momento dinâmico dentro das ações realizadas, apresentamos relatos de atividades e vivências nos quais as crianças protagonizam a reinvenção não apenas dos espaços físicos que passam por reestruturações, mas também dos modos de ser e fazer dos adultos que precisam refletir e reconstruir suas práticas na relação com os pequenos. Como resultados podemos mencionar a necessidade urgente de repensar os espaços educativos formais, para que valorizem as experiências cotidianas das crianças e estejam mais atentos às dinâmicas contemporâneas, que envolvem além da inserção de tecnologias digitais, as maneiras outras de pensar, fazer, relacionar, ser, construir e compartilhar conhecimentos.","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-09-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47032695","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Leila da Franca Soares, C. Canda, Urânia Auxiliadora Santos Maia de Oliveira
RESUMO Este texto reflete sobre experiências artísticas vivenciadas na infância, tendo como princípio basilar a compreensão da criança como ser capaz de fruir, criar e produzir culturas. Para dar conta dessa discussão foi realizada uma pesquisa bibliográfica contemplando autores significativos, como Corsaro(2002), Formosinho(2013), Macedo(2015), Maffesoli(2008), Caldas(2007). Além disso, foi desenvolvida uma pesquisa de campo tomando como base o III Sarau Infantil Toda Criança é um Poema, ação integrante do Projeto de Extensão Balaio de Sensibilidades, vinculado à Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia. Nesta edição, participaram crianças de 4 a 8 anos e foi possível observar quatro tipos de espaços (Visualidades, Musicalidades, Brincadeiras e Interações e Poemas e Histórias), organizados sob a referência de linguagens diversificadas, porém de forma interdisciplinar. O estudo revelou que o campo das culturas infantis abrange áreas distintas do conhecimento artístico e formas próprias e variadas de interações e de produção de saberes e experiências. Além disso, foi possível concluir como princípios basilares da experiência estética do Sarau Infantil: a) diversidade de vivências e de linguagens artísticas; b) espaço-tempo organizado e caracterizado por possibilidades de desordenamento, flexibilidade e reversibilidade; c) liberdade de ação da criança em escolher as formas de interação com as artes; d) relação dialógica entre adultos e crianças e entre as crianças entre si. Por fim, o Sarau Infantil pode ser considerado uma experiência estética, artística, brincante, plural, livre e com diferentes possibilidades de interações entre crianças, artistas, escolas, acadêmicos e brincantes. Palavras-chave: Infância, Estética, Arte, Cultura infantil, Brincar.
摘要本文以儿童如何享受、创造和生产文化为基本原则,反思童年时期的艺术体验。为了解释这一讨论,我们对重要作者进行了文献研究,如Corsaro(2002), Formosinho(2013), Macedo(2015), Maffesoli(2008), Caldas(2007)。此外,在巴伊亚联邦大学教育学院的Balaio de sensisensies扩展项目的一部分行动中,还开展了一项实地研究,以“每一个孩子都是一首诗”为基础。在这个版本中,4到8岁的孩子参与了,可以观察到四种类型的空间(视觉、音乐性、游戏和互动、诗歌和故事),在不同的语言参考下组织,但以跨学科的方式。研究表明,儿童文化领域包括不同领域的艺术知识,以及他们自己和不同形式的互动和知识和经验的生产。此外,我们还可以得出以下结论:儿童Sarau审美体验的基本原则:a)体验和艺术语言的多样性;b)有组织的时空,具有无序、灵活性和可逆性的可能性;c)儿童选择与艺术互动形式的行动自由;d)成人与儿童以及儿童之间的对话关系。最后,儿童晚会可以被认为是一种审美、艺术、游戏、多元、自由的体验,儿童、艺术家、学校、学者和游戏参与者之间有不同的互动可能性。关键词:童年、美学、艺术、儿童文化、游戏。
{"title":"Arte, interdisciplinaridade e infância: experiências estéticas, artísticas e brincantes no Sarau Toda criança é um poema","authors":"Leila da Franca Soares, C. Canda, Urânia Auxiliadora Santos Maia de Oliveira","doi":"10.9771/RE.V8I2.27628","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/RE.V8I2.27628","url":null,"abstract":"RESUMO \u0000Este texto reflete sobre experiências artísticas vivenciadas na infância, tendo como princípio basilar a compreensão da criança como ser capaz de fruir, criar e produzir culturas. Para dar conta dessa discussão foi realizada uma pesquisa bibliográfica contemplando autores significativos, como Corsaro(2002), Formosinho(2013), Macedo(2015), Maffesoli(2008), Caldas(2007). Além disso, foi desenvolvida uma pesquisa de campo tomando como base o III Sarau Infantil Toda Criança é um Poema, ação integrante do Projeto de Extensão Balaio de Sensibilidades, vinculado à Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia. Nesta edição, participaram crianças de 4 a 8 anos e foi possível observar quatro tipos de espaços (Visualidades, Musicalidades, Brincadeiras e Interações e Poemas e Histórias), organizados sob a referência de linguagens diversificadas, porém de forma interdisciplinar. O estudo revelou que o campo das culturas infantis abrange áreas distintas do conhecimento artístico e formas próprias e variadas de interações e de produção de saberes e experiências. Além disso, foi possível concluir como princípios basilares da experiência estética do Sarau Infantil: a) diversidade de vivências e de linguagens artísticas; b) espaço-tempo organizado e caracterizado por possibilidades de desordenamento, flexibilidade e reversibilidade; c) liberdade de ação da criança em escolher as formas de interação com as artes; d) relação dialógica entre adultos e crianças e entre as crianças entre si. Por fim, o Sarau Infantil pode ser considerado uma experiência estética, artística, brincante, plural, livre e com diferentes possibilidades de interações entre crianças, artistas, escolas, acadêmicos e brincantes. \u0000 \u0000Palavras-chave: Infância, Estética, Arte, Cultura infantil, Brincar.","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-09-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71249539","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Neste artigo, busca-se analisar a formação das professoras da educação infantil, utilizando-se estatísticas sobre escolaridade dessas profissionais, dados sobre características dos cursos que as formam e resultados de estudos recentes sobre o lugar da educação infantil nas matrizes curriculares de cursos de Pedagogia, nos quais devem ser formadas essas profissionais, em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia (BRASIL, 2006). São também apontados aspectos que, na visão das autoras, são essenciais na formação de professoras, para contribuir com a qualidade da educação infantil ofertada no País. Considerando os problemas identificados por vário(a)s autore(a)s sobre a dispersão do objeto do curso de Pedagogia, definido na resolução de 2006 (BRASIL, 2006), que faz com que a formação oferecida seja fragmentada e superficial, apresenta-se uma proposta de matriz curricular para licenciatura em educação infantil, como provocação ao debate. A matriz foi construída tendo como pretensão a formação de professoras, capacitadas para cuidar e educar crianças em creches e pré-escolas, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2009).
{"title":"Reflexões sobre a formação de docentes da e para a Educação Infantil","authors":"Mônica Correia Baptista, Ângela Barreto","doi":"10.9771/RE.V8I2.28682","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/RE.V8I2.28682","url":null,"abstract":"Neste artigo, busca-se analisar a formação das professoras da educação infantil, utilizando-se estatísticas sobre escolaridade dessas profissionais, dados sobre características dos cursos que as formam e resultados de estudos recentes sobre o lugar da educação infantil nas matrizes curriculares de cursos de Pedagogia, nos quais devem ser formadas essas profissionais, em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia (BRASIL, 2006). São também apontados aspectos que, na visão das autoras, são essenciais na formação de professoras, para contribuir com a qualidade da educação infantil ofertada no País. Considerando os problemas identificados por vário(a)s autore(a)s sobre a dispersão do objeto do curso de Pedagogia, definido na resolução de 2006 (BRASIL, 2006), que faz com que a formação oferecida seja fragmentada e superficial, apresenta-se uma proposta de matriz curricular para licenciatura em educação infantil, como provocação ao debate. A matriz foi construída tendo como pretensão a formação de professoras, capacitadas para cuidar e educar crianças em creches e pré-escolas, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2009).","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-09-06","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49376489","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Analice Alves Marinho Santos, Adriana Franco de Queiroz
O presente artigo objetiva apresentar reflexões e análises compartilhadas por pesquisadoras e profissionais com história de atuação no campo da primeira infância e na formação de professores. O mesmo dá destaque para a concepção de criança como sujeito de direitos e o paradigma da proteção integral que lhe dá sustentação, mas conhecido como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e os seu complemento, voltado para crianças pequenas, a saber o Marco Legal da Primeira Infância. Destaca também a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no que tange a Educação Infantil. Apesar de leis e declarações de significado, no entanto, o artigo sistematizou resultado que chama atenção para a violação dos direitos da criança, dando especial atenção à uma dessas violações tão presente no cotidiano brasileiro: o trabalho infantil. O texto finaliza com debate sobre o papel das instituições infantis (escola) no diagnóstico, prevenção e denúncia de abusos que levam a violação dos direitos infantis. A metodologia se baseou em pesquisa de natureza qualitativa, desenvolvidas pelas autoras em seus estudos acadêmicos, bem como na prática profissional no campo da Educação desde a Primeira infância e formação de professores. A fundamentação teórica se sustentou em ARIÈS(1981), FONSECA(1993), FUGYMOTO(2016), PEEN(2002), QUEIROZ(2002), SANTOS(2017;2006), ROMANOWSKY(2015) e documentos oficiais atuais (ECA, BNCC, Marco Legal da Primeira Infância).
{"title":"Infância e o paradigma da proteção integral: reflexões sobre direitos e situação de trabalho","authors":"Analice Alves Marinho Santos, Adriana Franco de Queiroz","doi":"10.9771/RE.V8I2.27605","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/RE.V8I2.27605","url":null,"abstract":"O presente artigo objetiva apresentar reflexões e análises compartilhadas por pesquisadoras e profissionais com história de atuação no campo da primeira infância e na formação de professores. O mesmo dá destaque para a concepção de criança como sujeito de direitos e o paradigma da proteção integral que lhe dá sustentação, mas conhecido como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e os seu complemento, voltado para crianças pequenas, a saber o Marco Legal da Primeira Infância. Destaca também a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no que tange a Educação Infantil. Apesar de leis e declarações de significado, no entanto, o artigo sistematizou resultado que chama atenção para a violação dos direitos da criança, dando especial atenção à uma dessas violações tão presente no cotidiano brasileiro: o trabalho infantil. O texto finaliza com debate sobre o papel das instituições infantis (escola) no diagnóstico, prevenção e denúncia de abusos que levam a violação dos direitos infantis. A metodologia se baseou em pesquisa de natureza qualitativa, desenvolvidas pelas autoras em seus estudos acadêmicos, bem como na prática profissional no campo da Educação desde a Primeira infância e formação de professores. A fundamentação teórica se sustentou em ARIÈS(1981), FONSECA(1993), FUGYMOTO(2016), PEEN(2002), QUEIROZ(2002), SANTOS(2017;2006), ROMANOWSKY(2015) e documentos oficiais atuais (ECA, BNCC, Marco Legal da Primeira Infância).","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-09-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71249490","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A constituição de um Grupo de Estudos voltado à Infância pressupõe na abertura de possibilidades para a realização de estudos e pesquisas que abarquem as vidas das crianças em diversos contextos sociais, históricos e culturais, e, na medida em que conhecimentos produzidos sobre a infância propagam-se, novos desafios surgem, favorecendo a criação de circunstâncias investigativas que provoquem estudos e reflexões importantes à consolidação das bases teóricas que trazem mudanças na qualidade de vida das crianças, sustentam práticas docentes e de formação de professores e propicie a criação de novos olhares investigativos sobre os contextos educativos da infância. Tem sido objeto de estudo e investigação do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação da Infância – GREEI/MS os fundamentos teórico-práticos, que carregam em si concepções de infância, e subsidiam o desenvolvimento de práticas educativas junto às crianças de 0 até 6 anos, especialmente, aqueles que se voltam à compreensão dos processos de constituição dessas práticas. Em nossos estudos e pesquisas vimos que historicamente, ao logo dos últimos 5 séculos, vários pensadores foram responsáveis pelo delineamento de teorias que expressaram concepções de infância, ao mesmo tempo em que contribuíram para a construção de propostas educativas para as crianças. Dentre esses pensadores, destacamos Comenios (1592-1670), Rousseau (1712-1770), Pestalozzi (1746-1827), Froebel (1782-1852), Decroly (1871 – 1932), Dewey (1859-1952), Montessori (1870-1952), Wallon (1879-1962), Freinet (1896 – 1966), Vygotsky (1986-1934) e Piaget (1896 – 1980). Suas teorias têm contribuído significativamente para se pensar em uma pedagogia da Infância que vá ao encontro dos interesses e necessidades das crianças. Mais recentemente, temos realizado estudos sobre a sociologia da infância, e certificamo-nos de que os novos estudos sociais da infância vêm contribuindo para que sejam delineadas novas concepções de infância/infâncias (CORSARO, 2003), que rompam com uma concepção durkheimiana. Conforme Sirota (2001, p.11) “Trata-se de romper a cegueira das ciências sociais para acabar com o paradoxo da ausência das crianças na análise científica da dinâmica social com relação a seu ressurgimento nas práticas e no imaginário social”, e para que possamos criar novas circunstâncias de vida para as crianças nos diversos espaços sociais. Especialmente, temos nos preocupado, com os espaços das instituições de Educação Infantil e dos primeiros anos do Ensino Fundamental, por compreendermos que a infância perdura do nascimento até por volta dos 12 anos de idade, ou ainda que as crianças são atores sociais capazes, elas criam e modificam as culturas, embora estejam inseridas na cultura adulta, nesse sentido, “necessitamos pensar em metodologias que realmente tenham como foco suas vozes, olhares, experiências e pontos de vista (DELGADO; MÜLLER, 2005). No decorrer de nossos estudos e pesquisas, nos certificamos do reconhecimento das crianças como
{"title":"A abordagem de Emmi Pikler: olhares sobre contextos educativos para bebês e crianças pequenas","authors":"O. Almeida, A. P. Melim","doi":"10.9771/RE.V8I2.29002","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/RE.V8I2.29002","url":null,"abstract":"A constituição de um Grupo de Estudos voltado à Infância pressupõe na abertura de possibilidades para a realização de estudos e pesquisas que abarquem as vidas das crianças em diversos contextos sociais, históricos e culturais, e, na medida em que conhecimentos produzidos sobre a infância propagam-se, novos desafios surgem, favorecendo a criação de circunstâncias investigativas que provoquem estudos e reflexões importantes à consolidação das bases teóricas que trazem mudanças na qualidade de vida das crianças, sustentam práticas docentes e de formação de professores e propicie a criação de novos olhares investigativos sobre os contextos educativos da infância. Tem sido objeto de estudo e investigação do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação da Infância – GREEI/MS os fundamentos teórico-práticos, que carregam em si concepções de infância, e subsidiam o desenvolvimento de práticas educativas junto às crianças de 0 até 6 anos, especialmente, aqueles que se voltam à compreensão dos processos de constituição dessas práticas. Em nossos estudos e pesquisas vimos que historicamente, ao logo dos últimos 5 séculos, vários pensadores foram responsáveis pelo delineamento de teorias que expressaram concepções de infância, ao mesmo tempo em que contribuíram para a construção de propostas educativas para as crianças. Dentre esses pensadores, destacamos Comenios (1592-1670), Rousseau (1712-1770), Pestalozzi (1746-1827), Froebel (1782-1852), Decroly (1871 – 1932), Dewey (1859-1952), Montessori (1870-1952), Wallon (1879-1962), Freinet (1896 – 1966), Vygotsky (1986-1934) e Piaget (1896 – 1980). Suas teorias têm contribuído significativamente para se pensar em uma pedagogia da Infância que vá ao encontro dos interesses e necessidades das crianças. Mais recentemente, temos realizado estudos sobre a sociologia da infância, e certificamo-nos de que os novos estudos sociais da infância vêm contribuindo para que sejam delineadas novas concepções de infância/infâncias (CORSARO, 2003), que rompam com uma concepção durkheimiana. Conforme Sirota (2001, p.11) “Trata-se de romper a cegueira das ciências sociais para acabar com o paradoxo da ausência das crianças na análise científica da dinâmica social com relação a seu ressurgimento nas práticas e no imaginário social”, e para que possamos criar novas circunstâncias de vida para as crianças nos diversos espaços sociais. Especialmente, temos nos preocupado, com os espaços das instituições de Educação Infantil e dos primeiros anos do Ensino Fundamental, por compreendermos que a infância perdura do nascimento até por volta dos 12 anos de idade, ou ainda que as crianças são atores sociais capazes, elas criam e modificam as culturas, embora estejam inseridas na cultura adulta, nesse sentido, “necessitamos pensar em metodologias que realmente tenham como foco suas vozes, olhares, experiências e pontos de vista (DELGADO; MÜLLER, 2005). No decorrer de nossos estudos e pesquisas, nos certificamos do reconhecimento das crianças como ","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-09-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71249613","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Editorial do Número Temático Infâncias, Educação Infantil e formação de professores, organizado pelo NEPESSI, Núcleo Integrado de Estudos e Pesquisas sobre Infâncias e Educação Infantil.
儿童、儿童教育和教师培训专题问题的编辑,由儿童和儿童教育综合研究中心NEPESSI组织。
{"title":"Infâncias, Educação Infantil e formação de professores","authors":"L. Araujo, Leila da Franca Soares","doi":"10.9771/RE.V8I2.33334","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/RE.V8I2.33334","url":null,"abstract":"Editorial do Número Temático Infâncias, Educação Infantil e formação de professores, organizado pelo NEPESSI, Núcleo Integrado de Estudos e Pesquisas sobre Infâncias e Educação Infantil.","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71249624","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Marlene Oliveira dos Santos, Nanci Helena Reboucas Franco, Daniela Nascimento Varandas
O presente artigo discute a docência na Educação Infantil (EI) e busca evidenciar, numa perspectiva crítica, as interfaces e os dilemas entre a formação inicial e a prática pedagógica com crianças de 0 a 5 anos e 11 meses de idade no cotidiano de escolas de Educação Infantil. Tomou-se os estudos de Rosemberg (1999), Rocha (1999), Kishimoto (1999; 2002), Kramer (2002; 2005), Gatti (2010; 2011), Santos (2017), Tardif (2002; 2005), Tardos e Szanto-Feder (2011), Rinaldi (2016), Martins Filho e Delgado (2016) e as narrativas de cinco professoras da rede pública e privada de Salvador que exercem a docência na EI para analisar entrelaçamentos entre a formação e a prática pedagógica. Do ponto de vista teórico-metodológico, parte-se de uma abordagem qualitativa de cunho exploratório, com a utilização de pesquisa bibliográfica e entrevista. Entre os achados da pesquisa destacam-se a formação como uma das estratégias para a consolidação da qualidade da Educação Infantil, a compreensão da criança como aquela que nutre os sentidos do ser professor e a demanda de uma didática da Educação Infantil que coloque a criança no centro do planejamento curricular e a considere como um sujeito de direitos, competente, rico de iniciativas e de curiosidades. Conclui-se que a docência na Educação Infantil ainda é experienciada pelos professores e pelas crianças em contextos desafiantes, tanto do ponto de vista da intencionalidade e do alcance das políticas públicas de formação de professores como das complexidades da prática pedagógica.
{"title":"Docência na Educação Infantil: entrelaçamentos entre a formação inicial e a prática pedagógica","authors":"Marlene Oliveira dos Santos, Nanci Helena Reboucas Franco, Daniela Nascimento Varandas","doi":"10.9771/RE.V8I2.27620","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/RE.V8I2.27620","url":null,"abstract":"O presente artigo discute a docência na Educação Infantil (EI) e busca evidenciar, numa perspectiva crítica, as interfaces e os dilemas entre a formação inicial e a prática pedagógica com crianças de 0 a 5 anos e 11 meses de idade no cotidiano de escolas de Educação Infantil. Tomou-se os estudos de Rosemberg (1999), Rocha (1999), Kishimoto (1999; 2002), Kramer (2002; 2005), Gatti (2010; 2011), Santos (2017), Tardif (2002; 2005), Tardos e Szanto-Feder (2011), Rinaldi (2016), Martins Filho e Delgado (2016) e as narrativas de cinco professoras da rede pública e privada de Salvador que exercem a docência na EI para analisar entrelaçamentos entre a formação e a prática pedagógica. Do ponto de vista teórico-metodológico, parte-se de uma abordagem qualitativa de cunho exploratório, com a utilização de pesquisa bibliográfica e entrevista. Entre os achados da pesquisa destacam-se a formação como uma das estratégias para a consolidação da qualidade da Educação Infantil, a compreensão da criança como aquela que nutre os sentidos do ser professor e a demanda de uma didática da Educação Infantil que coloque a criança no centro do planejamento curricular e a considere como um sujeito de direitos, competente, rico de iniciativas e de curiosidades. Conclui-se que a docência na Educação Infantil ainda é experienciada pelos professores e pelas crianças em contextos desafiantes, tanto do ponto de vista da intencionalidade e do alcance das políticas públicas de formação de professores como das complexidades da prática pedagógica.","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71249503","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este texto tem como objetivo discutir o direito à educação das crianças pequenas a partir de um enfoque de direitos. O modo como nos contextos de educação de infância se têm vindo a apropriar conceitos de direitos e de cidadania, para descrever e sustentar práticas pedagógicas, que se anunciam através destes conceitos, ficam, no entanto, muitas vezes, despidos de um significado concreto e de um impacto esperado na vida das crianças, o que implica uma reflexão crítica. Nesse sentido propomo-nos neste texto, a partir da sociologia da infância, refletir acerca dos significados atribuídos à educação de infância sustentada a partir de um enfoque de direitos, problematizando o conceito de direitos humanos da criança e os princípios que lhe estão subjacentes. Propomos, também, refletir acerca do papel que os adultos devem assumir e, muitas vezes, resignificar, nos processos e nas relações pedagógicas que estabelecem com as crianças, de modo a assegurar que os mesmos respeitam as mesmas enquanto sujeitos ativos de direitos, enquanto cidadãos.
{"title":"Infância e o Direito à Educação: dos ditos aos interditos","authors":"Natália Fernandes","doi":"10.9771/RE.V8I2.28749","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/RE.V8I2.28749","url":null,"abstract":"Este texto tem como objetivo discutir o direito à educação das crianças pequenas a partir de um enfoque de direitos. \u0000O modo como nos contextos de educação de infância se têm vindo a apropriar conceitos de direitos e de cidadania, para descrever e sustentar práticas pedagógicas, que se anunciam através destes conceitos, ficam, no entanto, muitas vezes, despidos de um significado concreto e de um impacto esperado na vida das crianças, o que implica uma reflexão crítica. Nesse sentido propomo-nos neste texto, a partir da sociologia da infância, refletir acerca dos significados atribuídos à educação de infância sustentada a partir de um enfoque de direitos, problematizando o conceito de direitos humanos da criança e os princípios que lhe estão subjacentes. Propomos, também, refletir acerca do papel que os adultos devem assumir e, muitas vezes, resignificar, nos processos e nas relações pedagógicas que estabelecem com as crianças, de modo a assegurar que os mesmos respeitam as mesmas enquanto sujeitos ativos de direitos, enquanto cidadãos.","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71249600","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Relato de pesquisa (auto) biográfica com professores que brincam, enfocando suas histórias formativas em relação ao brincar, com ênfase no papel da leitura na sua formação lúdica docente. Baseado na ludobiografia como método de coleta de dados e na Hermenêutica Filosófica como modo de análise e interpretação desses dados, o estudo conclui que tais professores extraem da experiência da leitura uma parte fundamental de seus conhecimentos sobre a vida, o que se reflete em seu trabalho como professores, e, particularmente, em sua atuação lúdica. Sem individualizá-los ou descrevê-los detalhadamente, o texto descreve a experiência de leitura dos professores investigados, na qual a literatura revelou-se, simultaneamente, fonte de saber e de fruição, demonstrando ter grande importância no vir a ser professor que brinca. A leitura e a reflexão a partir dela parece ser, para esses professores, um instrumento fundamental para o desenvolvimento continuado de sua formação, incidindo diretamente em sua prática pedagógica centrada na brincadeira.
{"title":"O papel da leitura na formação lúdica docente: o que leem os professores que brincam?","authors":"T. Fortuna","doi":"10.9771/RE.V8I2.27836","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/RE.V8I2.27836","url":null,"abstract":"Relato de pesquisa (auto) biográfica com professores que brincam, enfocando suas histórias formativas em relação ao brincar, com ênfase no papel da leitura na sua formação lúdica docente. Baseado na ludobiografia como método de coleta de dados e na Hermenêutica Filosófica como modo de análise e interpretação desses dados, o estudo conclui que tais professores extraem da experiência da leitura uma parte fundamental de seus conhecimentos sobre a vida, o que se reflete em seu trabalho como professores, e, particularmente, em sua atuação lúdica. Sem individualizá-los ou descrevê-los detalhadamente, o texto descreve a experiência de leitura dos professores investigados, na qual a literatura revelou-se, simultaneamente, fonte de saber e de fruição, demonstrando ter grande importância no vir a ser professor que brinca. A leitura e a reflexão a partir dela parece ser, para esses professores, um instrumento fundamental para o desenvolvimento continuado de sua formação, incidindo diretamente em sua prática pedagógica centrada na brincadeira.","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71249701","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A definição de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em 2017, no que se refere à Educação Infantil envolveu uma série de desafios para garantir a especificidade desta etapa educacional na organização de situações educativas. Inspirada nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, a BNCC-EI apoia-se em concepções como direito de aprender, criança ativa, currículo, experiências, campos de experiências e apresenta, para cada campo de experiências, objetivos de aprendizagem apresentados por faixas etárias. Sua implementação requer políticas de formação docente inicial e continuada, boas condições de infraestrutura e para o trabalho docente e boas práticas de gestão pedagógica, para aprimorar o trabalho pedagógico nesta importante etapa da Educação Básica.
{"title":"A construção da primeira base nacional comum curricular para a educação infantil","authors":"Zilma de Moraes Ramos de Oliveira","doi":"10.9771/RE.V8I2.28263","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/RE.V8I2.28263","url":null,"abstract":"A definição de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em 2017, no que se refere à Educação Infantil envolveu uma série de desafios para garantir a especificidade desta etapa educacional na organização de situações educativas. Inspirada nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, a BNCC-EI apoia-se em concepções como direito de aprender, criança ativa, currículo, experiências, campos de experiências e apresenta, para cada campo de experiências, objetivos de aprendizagem apresentados por faixas etárias. Sua implementação requer políticas de formação docente inicial e continuada, boas condições de infraestrutura e para o trabalho docente e boas práticas de gestão pedagógica, para aprimorar o trabalho pedagógico nesta importante etapa da Educação Básica.","PeriodicalId":30568,"journal":{"name":"Revista Entreideias Educacao Cultura e Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71249714","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}