Pub Date : 2023-12-21DOI: 10.24220/2318-0919v20e2023a5762
D. Roldan
Este artigo tem como objetivo revelar a presença do conceito de Unidade de Vizinhança introduzida pela urbanista Carmen Portinho no Departamento de Habitação Popular, órgão público ligado à Prefeitura do Distrito Federal, então no Rio de Janeiro. Os conjuntos habitacionais, como o Pedregulho e Gávea, produzidos por esta instituição, foram considerados pela historiografia como exemplares da habitação moderna no Brasil formalizando a noção de Unidade de Habitação. Neste trabalho, busca-se revelar a presença simultânea da noção de Unidade de Vizinhança através da trajetória profissional da urbanista Carmen Portinho. A partir da revisão bibliográfica e cruzamento com fontes primárias oriundas de pesquisa documental no arquivo pessoal da personagem, cartas e artigos de jornais escritos pela urbanista são analisados e desvelam-se as formas de circulação do conceito de Unidade de Vizinhança assim como sua apropriação e formalização em umasérie de experiências habitacionais evidenciando a dimensão urbana das realizações do Departamento de Habitação Popular dirigido pela urbanista de 1948 a 1960.
{"title":"Unidade de de vizinhança no ideário da urbanista Carmen Portinho","authors":"D. Roldan","doi":"10.24220/2318-0919v20e2023a5762","DOIUrl":"https://doi.org/10.24220/2318-0919v20e2023a5762","url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo revelar a presença do conceito de Unidade de Vizinhança introduzida pela urbanista Carmen Portinho no Departamento de Habitação Popular, órgão público ligado à Prefeitura do Distrito Federal, então no Rio de Janeiro. Os conjuntos habitacionais, como o Pedregulho e Gávea, produzidos por esta instituição, foram considerados pela historiografia como exemplares da habitação moderna no Brasil formalizando a noção de Unidade de Habitação. Neste trabalho, busca-se revelar a presença simultânea da noção de Unidade de Vizinhança através da trajetória profissional da urbanista Carmen Portinho. A partir da revisão bibliográfica e cruzamento com fontes primárias oriundas de pesquisa documental no arquivo pessoal da personagem, cartas e artigos de jornais escritos pela urbanista são analisados e desvelam-se as formas de circulação do conceito de Unidade de Vizinhança assim como sua apropriação e formalização em umasérie de experiências habitacionais evidenciando a dimensão urbana das realizações do Departamento de Habitação Popular dirigido pela urbanista de 1948 a 1960.","PeriodicalId":31269,"journal":{"name":"Oculum Ensaios","volume":"58 3","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138952176","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-21DOI: 10.24220/2318-0919v20e2023a5360
Hugo Stefano Monteiro Dantas, Jessica Larissa Pessoa de Melo, Ana Rita Sá Carneiro
O presente artigo recorre aos campos artísticos da Literatura e do Cinema para tratar de narrativas sobre o renascimento de um jardim ordinário a partir do livro “O Jardim Secreto” de Frances Brunett, 1911, e sua adaptação cinematográfica homônima de 1949. Nesse propósito, toma-se como vertente a filosofia da paisagem e do jardim de Anne Cauquelin apoiada na análise fílmica de Vanoye e Goliot-Lété, a fim de interpretar a natureza – seus elementos físicos e espirituais – em operações retóricas, a partir de licenças poéticas, ou ainda, estratégias gramaticais e visuais, para assumir a ressignificação do jardim ordinário no texto literário e nas imagens do filme.
{"title":"retórica da natureza no jardim ordinário","authors":"Hugo Stefano Monteiro Dantas, Jessica Larissa Pessoa de Melo, Ana Rita Sá Carneiro","doi":"10.24220/2318-0919v20e2023a5360","DOIUrl":"https://doi.org/10.24220/2318-0919v20e2023a5360","url":null,"abstract":"O presente artigo recorre aos campos artísticos da Literatura e do Cinema para tratar de narrativas sobre o renascimento de um jardim ordinário a partir do livro “O Jardim Secreto” de Frances Brunett, 1911, e sua adaptação cinematográfica homônima de 1949. Nesse propósito, toma-se como vertente a filosofia da paisagem e do jardim de Anne Cauquelin apoiada na análise fílmica de Vanoye e Goliot-Lété, a fim de interpretar a natureza – seus elementos físicos e espirituais – em operações retóricas, a partir de licenças poéticas, ou ainda, estratégias gramaticais e visuais, para assumir a ressignificação do jardim ordinário no texto literário e nas imagens do filme.","PeriodicalId":31269,"journal":{"name":"Oculum Ensaios","volume":"52 11","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138950939","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-20DOI: 10.24220/2318-0919v20e2023a5234
Beatriz Alves Goulart Rocha, Claudia dos Reis e Cunha
Compreende-se a importância de se discutir a preservação do patrimônio cultural – mais especificamente urbano – em cidades de pequeno porte e fundação recente, muitas vezes carentes de políticas patrimoniais, como no caso da cidade de Patrocínio Paulista (SP), reconhece-se na articulação entre comunidade e governo, um princípio fundamental para ações mais adequadas ao contexto local. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo a compreensão sobre o que os próprios moradores consideram patrimônio cultural do município, e que seja representante de seu cotidiano e de suas memórias. Sendo assim, a partir de uma das metodologias utilizadas durante uma pesquisa de mestrado, através do desenvolvimento de mapas mentais, buscou-se refletir sobre a narrativa (representada graficamente) da geração que há mais tempo vivencia o local, os idosos. Dessa forma, por meio de uma análise atenta, percebe-se uma leitura muito mais afetiva da cidade, próxima de sua realidade, de suas alterações ao longo do tempo e dos elementos identitários que a compõem, buscando, também, superar a ideia histórico-estilística — baseada nos princípios de excepcionalidade — frequentemente vinculada aos processos de patrimonialização praticados há décadas no país.
{"title":"Território (e memória) através do olhar dos moradores","authors":"Beatriz Alves Goulart Rocha, Claudia dos Reis e Cunha","doi":"10.24220/2318-0919v20e2023a5234","DOIUrl":"https://doi.org/10.24220/2318-0919v20e2023a5234","url":null,"abstract":"Compreende-se a importância de se discutir a preservação do patrimônio cultural – mais especificamente urbano – em cidades de pequeno porte e fundação recente, muitas vezes carentes de políticas patrimoniais, como no caso da cidade de Patrocínio Paulista (SP), reconhece-se na articulação entre comunidade e governo, um princípio fundamental para ações mais adequadas ao contexto local. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo a compreensão sobre o que os próprios moradores consideram patrimônio cultural do município, e que seja representante de seu cotidiano e de suas memórias. Sendo assim, a partir de uma das metodologias utilizadas durante uma pesquisa de mestrado, através do desenvolvimento de mapas mentais, buscou-se refletir sobre a narrativa (representada graficamente) da geração que há mais tempo vivencia o local, os idosos. Dessa forma, por meio de uma análise atenta, percebe-se uma leitura muito mais afetiva da cidade, próxima de sua realidade, de suas alterações ao longo do tempo e dos elementos identitários que a compõem, buscando, também, superar a ideia histórico-estilística — baseada nos princípios de excepcionalidade — frequentemente vinculada aos processos de patrimonialização praticados há décadas no país. ","PeriodicalId":31269,"journal":{"name":"Oculum Ensaios","volume":"2 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138956641","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-20DOI: 10.24220/2318-0919v20e2023a5285
Carolina Mesquita Clasen
O artigo apresenta os resultados de pesquisa com objetivo de revisar os modos e as maneiras das relações da infância com a cidade, abordando a experiência de apropriação dos espaços públicos, por meio de caminhadas com grupos de crianças. Dessa maneira, a reflexão localiza-se à espreita das lógicas de subversão do cotidiano, constituindo mapas através de percursos teóricos e articulações conceituais que contribuem para a abertura de um diálogo entre as crianças e a cidade. Os procedimentos metodológicos de caminhar, mapear e analisar os espaços percorridos foram praticados com dispositivos de apreensão dos trajetos, permitindo a elaboração de uma criançação urbana como mapa resultante da pesquisa. A criançação conjuga uma expressão menor característica da infância com a contemporaneidade, proporcionando a reelaboração dos referenciais de observação do uso do espaço e suas implicações na forma urbana. Com isso, a observação dos lugares da infância nas cidades engendram um plano empírico que percorre a produção do espaço em Henri Lefebvre e a experiência urbana manifesta nos projetos dos playgrounds do arquiteto Aldo van Eyck.
{"title":"Criançar o urbanismo","authors":"Carolina Mesquita Clasen","doi":"10.24220/2318-0919v20e2023a5285","DOIUrl":"https://doi.org/10.24220/2318-0919v20e2023a5285","url":null,"abstract":"O artigo apresenta os resultados de pesquisa com objetivo de revisar os modos e as maneiras das relações da infância com a cidade, abordando a experiência de apropriação dos espaços públicos, por meio de caminhadas com grupos de crianças. Dessa maneira, a reflexão localiza-se à espreita das lógicas de subversão do cotidiano, constituindo mapas através de percursos teóricos e articulações conceituais que contribuem para a abertura de um diálogo entre as crianças e a cidade. Os procedimentos metodológicos de caminhar, mapear e analisar os espaços percorridos foram praticados com dispositivos de apreensão dos trajetos, permitindo a elaboração de uma criançação urbana como mapa resultante da pesquisa. A criançação conjuga uma expressão menor característica da infância com a contemporaneidade, proporcionando a reelaboração dos referenciais de observação do uso do espaço e suas implicações na forma urbana. Com isso, a observação dos lugares da infância nas cidades engendram um plano empírico que percorre a produção do espaço em Henri Lefebvre e a experiência urbana manifesta nos projetos dos playgrounds do arquiteto Aldo van Eyck.","PeriodicalId":31269,"journal":{"name":"Oculum Ensaios","volume":"51 5","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138994471","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-20DOI: 10.24220/2318-0919v20e2023a5432
B. Lermen, Fábio LL Zampieri, Clarice Maraschin
A descentralização de instituições de ensino superior e suas implantações em cidades de pequeno porte tendem a ocasionar impactos de diversas ordens. Campi universitários atuam como polos geradores de tráfego, modificando a dinâmica socioespacial das cidades a partir de tais empreendimentos e, sobretudo, pelas ações comandadas pelo mercado imobiliário. O objetivo deste artigo é analisar as transformações na configuração espacial de cidades de pequeno porte a partir da implantação desses equipamentos de ensino. Questiona-se: quais as possíveis consequências da implantação dos campiuniversitários na evolução da configuração espacial de cidades de pequeno porte? A metodologia adota a modelagem espacial através da teoria da Sintaxe Espacial. A análise sintática constitui um modo de leitura sistemático da estrutura das cidades esuas dinâmicas, permitindo a compreensão das propriedades configuracionais da cidade objeto de estudo e suas alterações ao longo dos anos. O estudo empírico do trabalho é o município de Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul, analisado em quatro períodos de seu crescimento urbano. As medidas sintáticas de Integração Global, Local e Choice são utilizadas como indicadores de acessibilidade e centralidade configuracional. Os resultados evidenciam um impacto de crescimento da malha urbana nas regiões próximas dos campi analisados, com características de descontinuidade e fragmentação.
{"title":"Campi Universitários e repercussões morfológicas em cidades de pequeno porte","authors":"B. Lermen, Fábio LL Zampieri, Clarice Maraschin","doi":"10.24220/2318-0919v20e2023a5432","DOIUrl":"https://doi.org/10.24220/2318-0919v20e2023a5432","url":null,"abstract":"A descentralização de instituições de ensino superior e suas implantações em cidades de pequeno porte tendem a ocasionar impactos de diversas ordens. Campi universitários atuam como polos geradores de tráfego, modificando a dinâmica socioespacial das cidades a partir de tais empreendimentos e, sobretudo, pelas ações comandadas pelo mercado imobiliário. O objetivo deste artigo é analisar as transformações na configuração espacial de cidades de pequeno porte a partir da implantação desses equipamentos de ensino. Questiona-se: quais as possíveis consequências da implantação dos campiuniversitários na evolução da configuração espacial de cidades de pequeno porte? A metodologia adota a modelagem espacial através da teoria da Sintaxe Espacial. A análise sintática constitui um modo de leitura sistemático da estrutura das cidades esuas dinâmicas, permitindo a compreensão das propriedades configuracionais da cidade objeto de estudo e suas alterações ao longo dos anos. O estudo empírico do trabalho é o município de Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul, analisado em quatro períodos de seu crescimento urbano. As medidas sintáticas de Integração Global, Local e Choice são utilizadas como indicadores de acessibilidade e centralidade configuracional. Os resultados evidenciam um impacto de crescimento da malha urbana nas regiões próximas dos campi analisados, com características de descontinuidade e fragmentação.","PeriodicalId":31269,"journal":{"name":"Oculum Ensaios","volume":"29 8","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138955195","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-20DOI: 10.24220/2318-0919v20e2023a5461
Fernando Guillermo Vázquez Ramos
Este artigo discute as ideias de natureza e simplicidade desenvolvidas pelo abade Marc-Antoine Laugier em seu Essai sur l’Architecture, publicado pela primeira vez em 1753. A reflexão parte das premissas do próprio autor e se abre para várias possibilidades interpretativas. Comparam-se suas proposições com as de seus contemporâneos, para apresentar uma visão mais ampla da época. A reflexão como método de conhecimento, que desde Santo Agostinho configura uma forma de organizar ideias e avaliar proposições, foi o método com que Laugier desenvolveu sua pesquisa teórica e é adotada neste artigo também. Com base numa bibliografia especializada, mas sem a pretensão de esgotar o tema, o texto salienta a complexidade e a variedade das fontes que sustentam o pensamento do abade. Finalmente, o artigo tem dois objetivos: apresentar as ideias de Laugier em relação ao campo cognitivo do século XVIII, em especial sobre os temas da natureza e da simplicidade, e, num viés epistemológico, retomar a reflexão como prática crítica, não necessariamente de um ponto de vista disciplinar ou técnico, mas estético, à luz da experiência histórica da Ilustração.
本文讨论了方丈马克-安托万-劳吉尔(Marc-Antoine Laugier)在其于 1753 年首次出版的《建筑随笔》(Essai sur l'Architecture)中提出的自然与简约理念。思考从作者自身的前提出发,并开辟了各种解释的可能性。作者将自己的主张与同时代的人进行了比较,以展现当时更广阔的视野。反思作为一种知识方法,自圣奥古斯丁以来一直是组织思想和评价命题的一种方式,是劳吉尔发展其理论研究的方法,本文也采用了这种方法。文章以专门的参考书目为基础,但并不刻意穷尽这一主题,而是强调了支撑修道院院长思想的来源的复杂性和多样性。最后,这篇文章有两个目的:结合 18 世纪的认知领域,特别是关于自然与简约的主题,介绍劳吉尔的思想;从认识论的角度,结合启蒙运动的历史经验,回到作为批判实践的反思,不一定从学科或技术的角度,而是从美学的角度。
{"title":"Reflexões sobre o Essai de Marc-Antoine Laugier","authors":"Fernando Guillermo Vázquez Ramos","doi":"10.24220/2318-0919v20e2023a5461","DOIUrl":"https://doi.org/10.24220/2318-0919v20e2023a5461","url":null,"abstract":"Este artigo discute as ideias de natureza e simplicidade desenvolvidas pelo abade Marc-Antoine Laugier em seu Essai sur l’Architecture, publicado pela primeira vez em 1753. A reflexão parte das premissas do próprio autor e se abre para várias possibilidades interpretativas. Comparam-se suas proposições com as de seus contemporâneos, para apresentar uma visão mais ampla da época. A reflexão como método de conhecimento, que desde Santo Agostinho configura uma forma de organizar ideias e avaliar proposições, foi o método com que Laugier desenvolveu sua pesquisa teórica e é adotada neste artigo também. Com base numa bibliografia especializada, mas sem a pretensão de esgotar o tema, o texto salienta a complexidade e a variedade das fontes que sustentam o pensamento do abade. Finalmente, o artigo tem dois objetivos: apresentar as ideias de Laugier em relação ao campo cognitivo do século XVIII, em especial sobre os temas da natureza e da simplicidade, e, num viés epistemológico, retomar a reflexão como prática crítica, não necessariamente de um ponto de vista disciplinar ou técnico, mas estético, à luz da experiência histórica da Ilustração.","PeriodicalId":31269,"journal":{"name":"Oculum Ensaios","volume":"44 19","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138955456","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-19DOI: 10.24220/2318-0919v20e2023a5833
Lorena Maia Resende, Vera Regina Tângari, Alex Assunção Lamounier
O presente estudo se originou dos debates promovidos pela disciplina "Arquitetura da Paisagem", da Pós-Graduação em Arquitetura da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro, acerca das formas de apreensão da paisagem, especialmente da paisagem do esquecimento. O objetivo deste artigo é aplicaros critérios de avaliação e análise que identifiquem os tipos morfológicos no recorte do esquecimento, mediados pelas metodologias de Unidade de Paisagem e dos critérios de avaliação morfológica. APaisagem do esquecimento escolhida se localiza nas cidades-gêmeas de Jaguarão e Rio Branco na fronteira Brasil-Uruguai, sendo o rastro do antigo conjunto ferroviário o protagonista na definição das Unidades de Paisagem. A análise das distintas formas de apagamento da antiga linha férrea, que conectavaessas cidades-países desde 1932, denunciam os conflitos de ordem ambiental, social e urbana. A relação da dinâmica ferroviária carrega um imaginário em comum de sons, aromas e visuais que marcam a paisagem e a lembrança de determinado povo, possibilitando ler os rastros como pontos de resistência. A compartimentação da paisagem ao considerar não só os fatores geobiofísicos, mas tambémas dinâmicas regionais de uso e ocupação do solo imbricadas por fatores históricos, sociais, econômicos, culturais, políticos, garantiu o aprofundamentosobre as potencialidades e os conflitos territoriais, como: a fragmentação da paisagem, descontinuidade do desenho urbano, criação de áreas ociosas,o predomínio do abandono e algumas privatizações de uma memória coletiva.
{"title":"Paisagem do esquecimento na fronteira","authors":"Lorena Maia Resende, Vera Regina Tângari, Alex Assunção Lamounier","doi":"10.24220/2318-0919v20e2023a5833","DOIUrl":"https://doi.org/10.24220/2318-0919v20e2023a5833","url":null,"abstract":"O presente estudo se originou dos debates promovidos pela disciplina \"Arquitetura da Paisagem\", da Pós-Graduação em Arquitetura da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro, acerca das formas de apreensão da paisagem, especialmente da paisagem do esquecimento. O objetivo deste artigo é aplicaros critérios de avaliação e análise que identifiquem os tipos morfológicos no recorte do esquecimento, mediados pelas metodologias de Unidade de Paisagem e dos critérios de avaliação morfológica. APaisagem do esquecimento escolhida se localiza nas cidades-gêmeas de Jaguarão e Rio Branco na fronteira Brasil-Uruguai, sendo o rastro do antigo conjunto ferroviário o protagonista na definição das Unidades de Paisagem. A análise das distintas formas de apagamento da antiga linha férrea, que conectavaessas cidades-países desde 1932, denunciam os conflitos de ordem ambiental, social e urbana. A relação da dinâmica ferroviária carrega um imaginário em comum de sons, aromas e visuais que marcam a paisagem e a lembrança de determinado povo, possibilitando ler os rastros como pontos de resistência. A compartimentação da paisagem ao considerar não só os fatores geobiofísicos, mas tambémas dinâmicas regionais de uso e ocupação do solo imbricadas por fatores históricos, sociais, econômicos, culturais, políticos, garantiu o aprofundamentosobre as potencialidades e os conflitos territoriais, como: a fragmentação da paisagem, descontinuidade do desenho urbano, criação de áreas ociosas,o predomínio do abandono e algumas privatizações de uma memória coletiva.","PeriodicalId":31269,"journal":{"name":"Oculum Ensaios","volume":" 46","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138994521","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-19DOI: 10.24220/2318-0919v20e2023a5430
Heitor Vianna Moura
Relevante no debate público nacional desde a sua fundação, o Instituto de Arquitetos do Brasil não limita a sua agenda à institucionalização profissional. Este trabalho se foca em um aspecto pouco explorado nos estudos sobre o tema: a atuação dos departamentos locais do Instituto nas arenas em que as políticas urbanas municipais são discutidas, formuladas e implementadas. Para tanto, investiga-se a relação estabelecida entre o Instituto dos Arquitetos do Brasil – Departamento do Rio de Janeiro e a Prefeitura do Rio de Janeiro sob a gestão Eduardo Paes (2009-2012/2013-2016). Objetiva-se, com isso, compreender como os representantes da entidade atuaram nas disputas em torno de temas que dominaram o debate público da cidade no período, visando a definir e legitimar a prática profissional do grupo e, ao mesmo tempo, a intervir nas propostas elaboradas ou apoiadas pela Prefeitura. A partir desse estudo de caso, pretende-se refletir sobre a atuação desse grupo profissional na disputa pelo monopólio de enunciação dos problemas da cidade, tendo o Estado como instância de legitimação.
{"title":"Instituto dos Arquitetos do Brasil do Rio de Janeiro e as políticas urbanas municipais","authors":"Heitor Vianna Moura","doi":"10.24220/2318-0919v20e2023a5430","DOIUrl":"https://doi.org/10.24220/2318-0919v20e2023a5430","url":null,"abstract":"Relevante no debate público nacional desde a sua fundação, o Instituto de Arquitetos do Brasil não limita a sua agenda à institucionalização profissional. Este trabalho se foca em um aspecto pouco explorado nos estudos sobre o tema: a atuação dos departamentos locais do Instituto nas arenas em que as políticas urbanas municipais são discutidas, formuladas e implementadas. Para tanto, investiga-se a relação estabelecida entre o Instituto dos Arquitetos do Brasil – Departamento do Rio de Janeiro e a Prefeitura do Rio de Janeiro sob a gestão Eduardo Paes (2009-2012/2013-2016). Objetiva-se, com isso, compreender como os representantes da entidade atuaram nas disputas em torno de temas que dominaram o debate público da cidade no período, visando a definir e legitimar a prática profissional do grupo e, ao mesmo tempo, a intervir nas propostas elaboradas ou apoiadas pela Prefeitura. A partir desse estudo de caso, pretende-se refletir sobre a atuação desse grupo profissional na disputa pelo monopólio de enunciação dos problemas da cidade, tendo o Estado como instância de legitimação.","PeriodicalId":31269,"journal":{"name":"Oculum Ensaios","volume":" 12","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138962946","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
As avenidas de fundo de vale são elementos estruturais na metrópole de São Paulo. Este artigo pretende caracterizar seu subproduto, o “canal viário”, identificando suas particularidades morfológicas e programáticas. As análises responsáveis pela caracterização do canal viário foram realizadas ao longo de suas faixas de influência, em três escalas – observador, local e municipal, considerando a morfologia, os modais existentes e a configuração do sistema viário, a densidade demográfica, o uso do solo predominante e a evolução histórica da ocupação urbana. A caracterização espacial, urbana e morfológica dos canais viários resultou na identificação de sua recorrência na estruturação físico-espacial do Município de São Paulo e na identificação de seu potencial de transformação urbano-ambiental para a reconstrução da paisagem paulistana sobre sua matriz hidrográfica original.
{"title":"Canais viários","authors":"Jordana Alca Barbosa Zola, Silvia Lenyra Meirelles Campos Titotto","doi":"10.24220/2318-0919v20e2023a5574","DOIUrl":"https://doi.org/10.24220/2318-0919v20e2023a5574","url":null,"abstract":"As avenidas de fundo de vale são elementos estruturais na metrópole de São Paulo. Este artigo pretende caracterizar seu subproduto, o “canal viário”, identificando suas particularidades morfológicas e programáticas. As análises responsáveis pela caracterização do canal viário foram realizadas ao longo de suas faixas de influência, em três escalas – observador, local e municipal, considerando a morfologia, os modais existentes e a configuração do sistema viário, a densidade demográfica, o uso do solo predominante e a evolução histórica da ocupação urbana. A caracterização espacial, urbana e morfológica dos canais viários resultou na identificação de sua recorrência na estruturação físico-espacial do Município de São Paulo e na identificação de seu potencial de transformação urbano-ambiental para a reconstrução da paisagem paulistana sobre sua matriz hidrográfica original.","PeriodicalId":31269,"journal":{"name":"Oculum Ensaios","volume":" 40","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138963376","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-18DOI: 10.24220/2318-0919v20e2023a5272
K. Meneguetti, F. Oliveira
Desde o século XIX, os projetos das cidades procuram estabelecer espaços livres para o convívio social, em consonância com os modelos de planejamento. Sabe-se que há relação entre os espaços livres e verdes, a conectividade desses e a quantidade e qualidade de espécies que os habitam. As pesquisas se debruçam agora em entender como os espaços edificados podem ser acomodados com menor interferência nos fluxos de fauna e flora. Este artigo de revisão da literatura levanta como a geometria dos sistemas de espaços livres oferece potencialidades ou restrições às funções sociais e ecológicas por meio de casos em que esses modelos foram aplicados. O artigo apresenta inicialmente uma análise conceitual dos modelos de planejamento de cunhas verdes, cinturões verdes e greenways examinando os conceitos fundamentais de infraestrutura verde e destacando as conexões entre as formas espaciais e as funções derivadas dessas formas. Apresenta, então, exemplos desses modelos aplicados a cidades reais, em duas escalas: urbana e regional. Os resultados demonstraram que os três modelos estudados nas cidades são infraestruturas verdes conectadas, mas que se comportam diferentemente principalmente quanto à conexão de áreasflorestadas e à proximidade e distribuição dos espaços verdes pela cidade. A crítica apresentada indica que as formas realmente importam, como potenciais que são, para que demais ações sobre os espaços livres possam garantir suas funções ecológicas ou sociais. Os exemplos podem ajudar nas decisões de planejamento e projeto das cidades e suas expansões, e contribuir na busca por formas espaciais mais responsivas aos desafios crescentes da sustentabilidade.
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