Pub Date : 2022-06-30DOI: 10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.194585
Jonathan Alvarenga
No presente artigo discutimos a inserção, a natureza e a problemática da rejeição à loucura enquanto argumento na primeira das Meditações de Descartes. Para isso, nos direcionaremos à análise do local, textualmente dito, em que tal rejeição está posta. Em um segundo momento, passaremos a dialogar com outros autores que já realizaram interpretações a respeito da loucura em Descartes. Com isso, poderemos ter um rico panorama de teses já formuladas sobre o tema aqui em questão, além de entender sob qual ótica os intérpretes analisaram este elemento no texto de Descartes. Por fim, apresentaremos nossa interpretação, na qual defenderemos a origem fisiológica da loucura, que, além de ser o motivo pelo qual o filósofo francês a rejeita enquanto argumento em seu texto, é o principal motivo pelo qual nenhum indivíduo dito como louco poderia rejeitar a verdade do Cogito e de toda a cadeia de razões que se segue.
{"title":"Descartes e a rejeição da loucura enquanto argumento na primeira Meditação","authors":"Jonathan Alvarenga","doi":"10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.194585","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.194585","url":null,"abstract":"No presente artigo discutimos a inserção, a natureza e a problemática da rejeição à loucura enquanto argumento na primeira das Meditações de Descartes. Para isso, nos direcionaremos à análise do local, textualmente dito, em que tal rejeição está posta. Em um segundo momento, passaremos a dialogar com outros autores que já realizaram interpretações a respeito da loucura em Descartes. Com isso, poderemos ter um rico panorama de teses já formuladas sobre o tema aqui em questão, além de entender sob qual ótica os intérpretes analisaram este elemento no texto de Descartes. Por fim, apresentaremos nossa interpretação, na qual defenderemos a origem fisiológica da loucura, que, além de ser o motivo pelo qual o filósofo francês a rejeita enquanto argumento em seu texto, é o principal motivo pelo qual nenhum indivíduo dito como louco poderia rejeitar a verdade do Cogito e de toda a cadeia de razões que se segue.","PeriodicalId":33924,"journal":{"name":"Cadernos Espinosanos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45945449","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-30DOI: 10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.192843
Beatriz Laporta, Érico Andrade
Tomando a obra Regras para a Direção do Espírito de Descartes, buscamos entender no presente artigo como a noção de disciplinaridade, desenvolvida a partir da questão de orientação do espírito na busca de conhecimentos certos, pode ser interpretada como fundante do projeto de modernidade calcado na autonomia do sujeito de disciplinar o próprio corpo. Assim, desenvolvemos a possível interpretação de sujeição política através da reflexão sobre a sujeição de todas as faculdades do espírito ao entendimento a partir do disciplinamento que ele próprio impõe à relação que aquelas faculdades guardam com o corpo. E estabelecemos que as Regras não inauguram apenas uma reforma do entendimento como agenda de pesquisa para a modernidade, mas portam diretrizes para o aprimoramento do uso das faculdades de modo geral, apresentando como ação humana exitosa o comércio entre as faculdades humanas coordenado pelo entendimento.
{"title":"O sujeito disciplinar: uma análise das Regras para a Direção do Espírito","authors":"Beatriz Laporta, Érico Andrade","doi":"10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.192843","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.192843","url":null,"abstract":"Tomando a obra Regras para a Direção do Espírito de Descartes, buscamos entender no presente artigo como a noção de disciplinaridade, desenvolvida a partir da questão de orientação do espírito na busca de conhecimentos certos, pode ser interpretada como fundante do projeto de modernidade calcado na autonomia do sujeito de disciplinar o próprio corpo. Assim, desenvolvemos a possível interpretação de sujeição política através da reflexão sobre a sujeição de todas as faculdades do espírito ao entendimento a partir do disciplinamento que ele próprio impõe à relação que aquelas faculdades guardam com o corpo. E estabelecemos que as Regras não inauguram apenas uma reforma do entendimento como agenda de pesquisa para a modernidade, mas portam diretrizes para o aprimoramento do uso das faculdades de modo geral, apresentando como ação humana exitosa o comércio entre as faculdades humanas coordenado pelo entendimento.","PeriodicalId":33924,"journal":{"name":"Cadernos Espinosanos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45629167","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-30DOI: 10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.190932
Newton de Andrade Branda Junior
O presente ensaio apresenta como ponto de partida o conto "Cadeira", do escritor português José Saramago, para ilustrar a contínua atualidade do estudo "Amizade, recusa do servir" da professora e filósofa Marilena Chaui, publicado em 1982 pela editora Brasiliense como posfácio da obra "Discurso da servidão voluntária", de Étienne de La Boétie. Nossa intenção é partir da alegoria saramaguiana da queda da ditadura salazarista em Portugal para mostrar como o pensamento de La Boétie, especialmente quando analisado por Chaui, trespassa incólume séculos inteiros chegando até a contemporaneidade europeia e brasileira e que possíveis caminhos alternativos a este sistema podem se apresentar.
{"title":"A queda: um ensaio sobre o Discurso da Servidão Voluntária a partir de M. Chaui e J. Saramago","authors":"Newton de Andrade Branda Junior","doi":"10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.190932","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.190932","url":null,"abstract":"O presente ensaio apresenta como ponto de partida o conto \"Cadeira\", do escritor português José Saramago, para ilustrar a contínua atualidade do estudo \"Amizade, recusa do servir\" da professora e filósofa Marilena Chaui, publicado em 1982 pela editora Brasiliense como posfácio da obra \"Discurso da servidão voluntária\", de Étienne de La Boétie. Nossa intenção é partir da alegoria saramaguiana da queda da ditadura salazarista em Portugal para mostrar como o pensamento de La Boétie, especialmente quando analisado por Chaui, trespassa incólume séculos inteiros chegando até a contemporaneidade europeia e brasileira e que possíveis caminhos alternativos a este sistema podem se apresentar.","PeriodicalId":33924,"journal":{"name":"Cadernos Espinosanos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42765396","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-30DOI: 10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.188543
Arion Keller
Este estudo tem como principal objetivo uma análise do conceito de determinação em Espinosa. Historicamente, o pensamento de Espinosa foi assimilado a uma filosofia acosmista, isto é, uma filosofia que nega a realidade das coisas finitas em um mundo onde apenas Deus ou a substância seria real. Tal interpretação se consolida a partir das considerações hegelianas em suas Lições sobre a História da Filosofia e na Ciência da Lógica, em que Hegel lê todo o sistema de Espinosa a partir do princípio "omnis determinatio est negatio". Nosso estudo se desenvolve então, primeiramente, apresentando as consequências contemporâneas desta leitura hegeliana; em seguida analisamos a interpretação hegeliana e algumas contribuições de Deleuze a respeito do conceito de determinação em Espinosa; e, por fim, analisamos no texto espinosano a função que o conceito de determinação desempenha e como ela se distancia do consagrado marco de leitura hegeliano de que “omnis determinatio est negatio”.
{"title":"Os sentidos da ''determinação'' em Espinosa: afirmação, negação e constituição do finito","authors":"Arion Keller","doi":"10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.188543","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.188543","url":null,"abstract":"Este estudo tem como principal objetivo uma análise do conceito de determinação em Espinosa. Historicamente, o pensamento de Espinosa foi assimilado a uma filosofia acosmista, isto é, uma filosofia que nega a realidade das coisas finitas em um mundo onde apenas Deus ou a substância seria real. Tal interpretação se consolida a partir das considerações hegelianas em suas Lições sobre a História da Filosofia e na Ciência da Lógica, em que Hegel lê todo o sistema de Espinosa a partir do princípio \"omnis determinatio est negatio\". Nosso estudo se desenvolve então, primeiramente, apresentando as consequências contemporâneas desta leitura hegeliana; em seguida analisamos a interpretação hegeliana e algumas contribuições de Deleuze a respeito do conceito de determinação em Espinosa; e, por fim, analisamos no texto espinosano a função que o conceito de determinação desempenha e como ela se distancia do consagrado marco de leitura hegeliano de que “omnis determinatio est negatio”.","PeriodicalId":33924,"journal":{"name":"Cadernos Espinosanos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42904881","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-30DOI: 10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.199610
Cristiano Novaes de Rezende
Seguindo de perto a caracterização que Robert Blanché faz da lógica dos modernos em seu livro História da Lógica de Aristóteles a Bertrand Russell, pretendo mostrar como as Regulae de Descartes instanciam paradigmaticamente algumas das principais características das lógicas reformadas, típicas desse momento histórico. O próprio Blanché oferece vários exemplos do pertencimento de Descartes a esse contexto. De minha parte, pretendo contribuir com a discussão realizando um exame mais detalhado da parte final da Regra X, na qual desponta, já nesta que é uma das primeiras obras de Descartes, certa noção de atividade mental, que está em relação tanto com as críticas cartesianas às matemáticas, no Discurso do Método, quanto com o argumento do cogito, nas Meditações.
{"title":"As Regulae de Descartes e o reformismo lógico seiscentista","authors":"Cristiano Novaes de Rezende","doi":"10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.199610","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.199610","url":null,"abstract":"Seguindo de perto a caracterização que Robert Blanché faz da lógica dos modernos em seu livro História da Lógica de Aristóteles a Bertrand Russell, pretendo mostrar como as Regulae de Descartes instanciam paradigmaticamente algumas das principais características das lógicas reformadas, típicas desse momento histórico. O próprio Blanché oferece vários exemplos do pertencimento de Descartes a esse contexto. De minha parte, pretendo contribuir com a discussão realizando um exame mais detalhado da parte final da Regra X, na qual desponta, já nesta que é uma das primeiras obras de Descartes, certa noção de atividade mental, que está em relação tanto com as críticas cartesianas às matemáticas, no Discurso do Método, quanto com o argumento do cogito, nas Meditações.","PeriodicalId":33924,"journal":{"name":"Cadernos Espinosanos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47826999","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Descartes, Elisabeth e a melancolia: (tradução de cartas escolhidas)","authors":"Rafael Teruel Coelho","doi":"10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.191231","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.191231","url":null,"abstract":"Trata-se de uma coletânea de cartas em que Descartes e Elisabeth discutem as implicações da doença da princesa.","PeriodicalId":33924,"journal":{"name":"Cadernos Espinosanos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49030544","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-30DOI: 10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.199609
Alfredo Gatto
O artigo tem como objetivo investigar as razões que levaram Descartes a não concluir as Regras para a direção do Espírito, estabelecendo uma relação entre a interrupção da obra e a teoria de 1630 sobre a natureza criada das verdades eternas. Com a doutrina da livre criação das verdades, Descartes apresenta uma proposta metafísica que exigia uma revisitação dos pressupostos da sua própria epistemologia. Se nas Regras a matemática e a geometria eram consideradas isentas de toda incerteza, com a entrada em cena da teoria de 1630 essas disciplinas encontram-se submetidas à causalidade arbitrária da onipotência divina. Essa consideração metafísica requer uma reflexão ulterior para avaliar as suas consequências. O projeto das Regras – interrompido, mas não abandonado – será assim reformulado à luz da novidade metafísica de 1630. As Meditações se encarregarão dessa tarefa, demonstrando de que modo a natureza criada das verdades eternas não implica colocar em questão o conhecimento humano.
{"title":"As regras de Descartes: uma epistemologia interrompida","authors":"Alfredo Gatto","doi":"10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.199609","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.199609","url":null,"abstract":"O artigo tem como objetivo investigar as razões que levaram Descartes a não concluir as Regras para a direção do Espírito, estabelecendo uma relação entre a interrupção da obra e a teoria de 1630 sobre a natureza criada das verdades eternas. Com a doutrina da livre criação das verdades, Descartes apresenta uma proposta metafísica que exigia uma revisitação dos pressupostos da sua própria epistemologia. Se nas Regras a matemática e a geometria eram consideradas isentas de toda incerteza, com a entrada em cena da teoria de 1630 essas disciplinas encontram-se submetidas à causalidade arbitrária da onipotência divina. Essa consideração metafísica requer uma reflexão ulterior para avaliar as suas consequências. O projeto das Regras – interrompido, mas não abandonado – será assim reformulado à luz da novidade metafísica de 1630. As Meditações se encarregarão dessa tarefa, demonstrando de que modo a natureza criada das verdades eternas não implica colocar em questão o conhecimento humano. ","PeriodicalId":33924,"journal":{"name":"Cadernos Espinosanos","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"64440985","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-30DOI: 10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.195148
Luís César Guimarães Oliva
O artigo explora as noções de mal e privação em Espinosa, sobretudo com base na sua correspondência com Blyenbergh. Pretendo mostrar que Espinosa radicaliza a solução de Agostinho e Descartes para o mesmo problema, recusando-se a dar qualquer tipo de consistência ontológica para a privação. Tanto quanto a noção de mal, a própria privação só pode ser pensada como o resultado de uma comparação meramente imaginativa, sem nenhuma incidência na realidade.
{"title":"Mal e privação em Espinosa","authors":"Luís César Guimarães Oliva","doi":"10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.195148","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2022.195148","url":null,"abstract":"O artigo explora as noções de mal e privação em Espinosa, sobretudo com base na sua correspondência com Blyenbergh. Pretendo mostrar que Espinosa radicaliza a solução de Agostinho e Descartes para o mesmo problema, recusando-se a dar qualquer tipo de consistência ontológica para a privação. Tanto quanto a noção de mal, a própria privação só pode ser pensada como o resultado de uma comparação meramente imaginativa, sem nenhuma incidência na realidade.","PeriodicalId":33924,"journal":{"name":"Cadernos Espinosanos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42031728","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-30DOI: 10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2021.186585
Antônio David
Foco de intensa discussão entre os comentadores de Espinosa, o inacabado capítulo XI do Tratado Político apresenta o que parecem ser as razões da exclusão das mulheres na democracia. Contrapondo-nos a essa leitura, procuramos mostrar a presença do contradiscurso na passagem em questão. Ao cabo, mostramos que o problema em questão permite vislumbrar de que maneira articulam-se as noções de mito e história em Espinosa.
{"title":"Mito e história: o quebra-cabeça em torno das mulheres e da democracia no Tratado Político de Espinosa","authors":"Antônio David","doi":"10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2021.186585","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2021.186585","url":null,"abstract":"Foco de intensa discussão entre os comentadores de Espinosa, o inacabado capítulo XI do Tratado Político apresenta o que parecem ser as razões da exclusão das mulheres na democracia. Contrapondo-nos a essa leitura, procuramos mostrar a presença do contradiscurso na passagem em questão. Ao cabo, mostramos que o problema em questão permite vislumbrar de que maneira articulam-se as noções de mito e história em Espinosa.","PeriodicalId":33924,"journal":{"name":"Cadernos Espinosanos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48609977","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-30DOI: 10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2021.182918
A. Beserra
O presente artigo procura desvelar como Pascal e a abordagem psicanalítica, em sua vertente freudiana e lacaniana, pensaram a experiência de um ser humano finito diante de uma situação paradoxal. Com efeito, as propostas da psicanálise e de Pascal, embora separadas por mais ou menos dois séculos, apresentam pontos comuns que talvez ajudem a elucidar suas próprias posições. Nesse cenário, a hipótese que discutimos a seguir é a de que tanto Pascal quanto a psicanálise tecem suas categorias a partir de uma observação atenta do comportamento do homem que procura compreender o porquê de uma constante sensação de vazio marcar a experiência humana. Assim, nossa investigação será realizada por meio, de um lado, do cotejo dos conceitos pascalianos de divertissement e de graça com, de outro lado, as ideias metapsicológicas de das Ding, de representação, de pulsão e de fantasia da psicanálise.
{"title":"Um vazio paradoxal? Entre pascal e a psicanálise","authors":"A. Beserra","doi":"10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2021.182918","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2021.182918","url":null,"abstract":"O presente artigo procura desvelar como Pascal e a abordagem psicanalítica, em sua vertente freudiana e lacaniana, pensaram a experiência de um ser humano finito diante de uma situação paradoxal. Com efeito, as propostas da psicanálise e de Pascal, embora separadas por mais ou menos dois séculos, apresentam pontos comuns que talvez ajudem a elucidar suas próprias posições. Nesse cenário, a hipótese que discutimos a seguir é a de que tanto Pascal quanto a psicanálise tecem suas categorias a partir de uma observação atenta do comportamento do homem que procura compreender o porquê de uma constante sensação de vazio marcar a experiência humana. Assim, nossa investigação será realizada por meio, de um lado, do cotejo dos conceitos pascalianos de divertissement e de graça com, de outro lado, as ideias metapsicológicas de das Ding, de representação, de pulsão e de fantasia da psicanálise.","PeriodicalId":33924,"journal":{"name":"Cadernos Espinosanos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44402526","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}