Pub Date : 2023-04-28DOI: 10.32991/2237-2717.2023v13i1.p114-144
Igor de Mattia Buogo, C. Carola
A modernidade ocidental é associada à imposição de novos valores ligados à religião, Estado, indivíduo, e também à imposição de fronteiras entre cultura e natureza. Ao longo do século XVIII e XIX, a hegemonia da sociedade moderna vislumbrou seu ápice. Nesse contexto histórico de transformações culturais, surgiram textos literários do gênero “pós-apocalíptico”, imaginando o fim do mundo não por elementos divinos associados à escatologia religiosa, mas através da ideia de “Natureza” e suas potencialidades destrutivas, como desastres ambientais e epidemias. O presente trabalho aborda algumas visões presentes em tal literatura como fruto de ansiedades para com o futuro e leituras críticas do mundo moderno. Nossa hipótese é de que o “apocalipse secular” literário representa, sobretudo, o fim do moderno, de seus valores e crenças, quando levados à exaustão. Pensamos a literatura pós-apocalíptica na perspectiva da História Ambiental e da Ecocrítica, visando explicitar a percepção crítica da civilização moderna e a projeção de um futuro ambiental do planeta em que a natureza selvagem restaura sua hegemonia, conforme imaginado por escritores de língua inglesa, em obras escritas entre os anos 1800 e 1950.
{"title":"O Fim da Civilização Moderna e o Percurso Formativo da Humanidade no Mundo Pós-Apocalíptico Imaginado pela Literatura Ocidental (1800-1950)","authors":"Igor de Mattia Buogo, C. Carola","doi":"10.32991/2237-2717.2023v13i1.p114-144","DOIUrl":"https://doi.org/10.32991/2237-2717.2023v13i1.p114-144","url":null,"abstract":"A modernidade ocidental é associada à imposição de novos valores ligados à religião, Estado, indivíduo, e também à imposição de fronteiras entre cultura e natureza. Ao longo do século XVIII e XIX, a hegemonia da sociedade moderna vislumbrou seu ápice. Nesse contexto histórico de transformações culturais, surgiram textos literários do gênero “pós-apocalíptico”, imaginando o fim do mundo não por elementos divinos associados à escatologia religiosa, mas através da ideia de “Natureza” e suas potencialidades destrutivas, como desastres ambientais e epidemias. O presente trabalho aborda algumas visões presentes em tal literatura como fruto de ansiedades para com o futuro e leituras críticas do mundo moderno. Nossa hipótese é de que o “apocalipse secular” literário representa, sobretudo, o fim do moderno, de seus valores e crenças, quando levados à exaustão. Pensamos a literatura pós-apocalíptica na perspectiva da História Ambiental e da Ecocrítica, visando explicitar a percepção crítica da civilização moderna e a projeção de um futuro ambiental do planeta em que a natureza selvagem restaura sua hegemonia, conforme imaginado por escritores de língua inglesa, em obras escritas entre os anos 1800 e 1950.","PeriodicalId":36482,"journal":{"name":"Historia Ambiental Latinoamericana y Caribena","volume":"13 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69475386","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-28DOI: 10.32991/2237-2717.2023v13i1.p165-187
Carlos Frederico Branco, M. A. Perondi, João Daniel Dorneles Ramos
Este artigo busca discutir a araucária e a sua floresta, a partir da cosmo-ontologia kaingang. Para tanto, a araucária é tratada como pessoa fág (araucária) e a floresta é compreendida a partir do território nen (floresta). A cosmovisão kaingang é orientada a partir de relações de trocas entre humanos e não humanos, produzindo territórios e corpos multiespécies. Essa simetria kaingang é colocada à prova com o contato com a cosmovisão ocidental/moderna produtora de monoculturas, a partir do século XIX. Contudo, foi justamente a identidade comum entre kaingang e araucária que permitiu que houvesse resistências ao desflorestamento da araucária (de nen e de fág) na Terra Indígena Mangueirinha (TIM), que está localizada no sudoeste paranaense, englobando os municípios de Chopinzinho, Coronel Vivida e Mangueirinha. Assim, as tentativas do estado brasileiro em sequestrar os seus territórios e os corpos das araucárias como mercadoria, em certo sentido, reatualizaram as práticas ancestrais kaingang em diferentes práticas de resistência.
{"title":"Fág e Nen: Araucária e Floresta no Coletivo Kaingang","authors":"Carlos Frederico Branco, M. A. Perondi, João Daniel Dorneles Ramos","doi":"10.32991/2237-2717.2023v13i1.p165-187","DOIUrl":"https://doi.org/10.32991/2237-2717.2023v13i1.p165-187","url":null,"abstract":"Este artigo busca discutir a araucária e a sua floresta, a partir da cosmo-ontologia kaingang. Para tanto, a araucária é tratada como pessoa fág (araucária) e a floresta é compreendida a partir do território nen (floresta). A cosmovisão kaingang é orientada a partir de relações de trocas entre humanos e não humanos, produzindo territórios e corpos multiespécies. Essa simetria kaingang é colocada à prova com o contato com a cosmovisão ocidental/moderna produtora de monoculturas, a partir do século XIX. Contudo, foi justamente a identidade comum entre kaingang e araucária que permitiu que houvesse resistências ao desflorestamento da araucária (de nen e de fág) na Terra Indígena Mangueirinha (TIM), que está localizada no sudoeste paranaense, englobando os municípios de Chopinzinho, Coronel Vivida e Mangueirinha. Assim, as tentativas do estado brasileiro em sequestrar os seus territórios e os corpos das araucárias como mercadoria, em certo sentido, reatualizaram as práticas ancestrais kaingang em diferentes práticas de resistência.","PeriodicalId":36482,"journal":{"name":"Historia Ambiental Latinoamericana y Caribena","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69474926","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-28DOI: 10.32991/2237-2717.2023v13i1.p14-18
Sandro Dutra e Silva, Marina Miraglia
{"title":"Miradas Ecológicas: Cultura y Naturaleza en América Latina","authors":"Sandro Dutra e Silva, Marina Miraglia","doi":"10.32991/2237-2717.2023v13i1.p14-18","DOIUrl":"https://doi.org/10.32991/2237-2717.2023v13i1.p14-18","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":36482,"journal":{"name":"Historia Ambiental Latinoamericana y Caribena","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69475392","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-28DOI: 10.32991/2237-2717.2023v13i1.p75-113
Dalton Melo Macambira, Ely Bergo de Carvalho, Jaíra Maria Alcobaça Gomes
A desertificação é um dos maiores problemas ambientais do mundo na atualidade porque extingue ecossistemas precedentes. Nesse sentido, pretende-se estudar a história da desertificação em Gilbués, Piauí, Brasil, em uma região de transição entre a Caatinga e o Cerrado. O agravamento da degradação ambiental nessa região acentuou-se nos anos de 1940 e 1950, embora existam registros de fragilidades ambientais desde o século XIX. O artigo tem por objetivo compreender a história da desertificação em Gilbués, localizado no sudoeste piauiense, parte da maior área em processo de desertificação do País. Metodologicamente, pensando a partir das interações entre sociedade e natureza ao longo do tempo, mobilizam-se relatos de viagem, observações de campo, dados estatísticos e cartográficos. Identificou-se que o fenômeno é resultado da fragilidade natural, agravado por atividades econômicas.
{"title":"A Fragilidade da Natureza e o Peso da Sociedade: Uma História da Desertificação em Gilbués, Piauí, Brasil","authors":"Dalton Melo Macambira, Ely Bergo de Carvalho, Jaíra Maria Alcobaça Gomes","doi":"10.32991/2237-2717.2023v13i1.p75-113","DOIUrl":"https://doi.org/10.32991/2237-2717.2023v13i1.p75-113","url":null,"abstract":"A desertificação é um dos maiores problemas ambientais do mundo na atualidade porque extingue ecossistemas precedentes. Nesse sentido, pretende-se estudar a história da desertificação em Gilbués, Piauí, Brasil, em uma região de transição entre a Caatinga e o Cerrado. O agravamento da degradação ambiental nessa região acentuou-se nos anos de 1940 e 1950, embora existam registros de fragilidades ambientais desde o século XIX. O artigo tem por objetivo compreender a história da desertificação em Gilbués, localizado no sudoeste piauiense, parte da maior área em processo de desertificação do País. Metodologicamente, pensando a partir das interações entre sociedade e natureza ao longo do tempo, mobilizam-se relatos de viagem, observações de campo, dados estatísticos e cartográficos. Identificou-se que o fenômeno é resultado da fragilidade natural, agravado por atividades econômicas.","PeriodicalId":36482,"journal":{"name":"Historia Ambiental Latinoamericana y Caribena","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49089324","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-28DOI: 10.32991/2237-2717.2023v13i1.p188-212
G. Ferri, E. Nodari
Este artigo discute sob o viés da história ambiental o enoturismo e a realização de vindimas que estão ocorrendo no século XXI no terroir Vinhos de Altitude, localizado na região do Planalto do estado de Santa Catarina, Brasil. Através de revisão da bibliografia tanto teórica quanto empírica, assim como aanálise de fontes sobre o tema – como matérias publicadas na imprensa, fotografias e material de marketing, sobretudo acerca da festa denominada “Vindima de Altitude” –, este trabalho busca ampliar o debate sobre o enoturismo. Entende-se um enoturismo que vai além da idealização e romantização do setor, buscando um diálogo entre pesquisadores de diversas áreas do conhecimento e reflexões críticas no campo das ciências humanas. Argumentamos que a grande oportunidade para a construção de um diferencial para o terroir Vinhos de Altitude passa pela inserção de práticas sustentáveis nos vinhedos e a responsabilidade socioambiental para com os habitantes e o meio ambiente da região.
{"title":"Enoturismo e Vindimas no Terroir Vinhos de Altitude de Santa Catarina – Brasil","authors":"G. Ferri, E. Nodari","doi":"10.32991/2237-2717.2023v13i1.p188-212","DOIUrl":"https://doi.org/10.32991/2237-2717.2023v13i1.p188-212","url":null,"abstract":"Este artigo discute sob o viés da história ambiental o enoturismo e a realização de vindimas que estão ocorrendo no século XXI no terroir Vinhos de Altitude, localizado na região do Planalto do estado de Santa Catarina, Brasil. Através de revisão da bibliografia tanto teórica quanto empírica, assim como aanálise de fontes sobre o tema – como matérias publicadas na imprensa, fotografias e material de marketing, sobretudo acerca da festa denominada “Vindima de Altitude” –, este trabalho busca ampliar o debate sobre o enoturismo. Entende-se um enoturismo que vai além da idealização e romantização do setor, buscando um diálogo entre pesquisadores de diversas áreas do conhecimento e reflexões críticas no campo das ciências humanas. Argumentamos que a grande oportunidade para a construção de um diferencial para o terroir Vinhos de Altitude passa pela inserção de práticas sustentáveis nos vinhedos e a responsabilidade socioambiental para com os habitantes e o meio ambiente da região.","PeriodicalId":36482,"journal":{"name":"Historia Ambiental Latinoamericana y Caribena","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69474932","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-28DOI: 10.32991/2237-2717.2023v13i1.p246-249
J. G. E. Souza
Book Review Ely Bergo de Carvalho, Ensino de História e Educação Ambiental, 1a ed. (Belo Horizonte: Fino Traço, 2021). 185p. ISBN-13 978-65-89011-34-7.
书评Ely Bergo de Carvalho,Ensino de História e Educação Ambiental,第1a版(贝洛奥里藏特:Fino Traço,2021)。185页。ISBN-13 978-65-89011-34-7。
{"title":"Memória, Natureza e o Ensino da Educação Ambiental","authors":"J. G. E. Souza","doi":"10.32991/2237-2717.2023v13i1.p246-249","DOIUrl":"https://doi.org/10.32991/2237-2717.2023v13i1.p246-249","url":null,"abstract":"Book Review\u0000Ely Bergo de Carvalho, Ensino de História e Educação Ambiental, 1a ed. (Belo Horizonte: Fino Traço, 2021). 185p. ISBN-13 978-65-89011-34-7.","PeriodicalId":36482,"journal":{"name":"Historia Ambiental Latinoamericana y Caribena","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69475003","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-28DOI: 10.32991/2237-2717.2023v13i1.p270-344
Sandro Dutra e Silva, Adrián Lerner, J. Pádua
How about One Amazon: A Personal Environmental History. An Interview with Susanna Hecht
《一个亚马逊:个人环境史》怎么样?苏珊娜·赫克特的采访
{"title":"How about One Amazon: A Personal Environmental History. An Interview with Susanna Hecht","authors":"Sandro Dutra e Silva, Adrián Lerner, J. Pádua","doi":"10.32991/2237-2717.2023v13i1.p270-344","DOIUrl":"https://doi.org/10.32991/2237-2717.2023v13i1.p270-344","url":null,"abstract":"How about One Amazon: A Personal Environmental History. An Interview with Susanna Hecht","PeriodicalId":36482,"journal":{"name":"Historia Ambiental Latinoamericana y Caribena","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47844598","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-28DOI: 10.32991/2237-2717.2023v13i1.p213-245
Daniela Margarita Maestre-Másmela, María Cecilia Roa-García
En la Amazonía colombiana, la constitución de Zonas de Reserva Campesina (ZRC) ha sido un proceso históricamente marcado por la estigmatización y la parsimonia del Estado que además de una postura opuesta a la compatibilidad de la presencia humana con la conservación de los Parques Nacionales Naturales (PNN), también ha promovido actividades extractivistas en el territorio. A partir del caso de la ZRC Losada Guayabero, contigua a los Parques Nacionales Naturales (PNN) Tinigua y Cordillera de los Picachos en la cuenca Amazónica, este artículo documenta el proceso histórico a través del cual una comunidad campesina lucha por formalizar la tenencia colectiva de la tierra, al tiempo que transforma sus prácticas y sus discursos para acoplarse a los objetivos de conservación de las áreas protegidas alrededor de dos ejes. Por una parte, la tenencia colectiva de la tierra frente a procesos de despojo; y, por otra, la agencia política frente al extractivismo y el cambio climático, acompañada de sistemas productivos compatibles con la conservación de la biodiversidad local. Estos dos ejes se articulan en una concepción de justicia ambiental campesina que invita a considerar a las ZRC como aliadas de la conservación.
{"title":"Las Zonas de Reserva Campesina (ZRC) Alrededor de Parques Nacionales Naturales (PNN) en Colombia: Entre el conservacionismo y el Extractivismo","authors":"Daniela Margarita Maestre-Másmela, María Cecilia Roa-García","doi":"10.32991/2237-2717.2023v13i1.p213-245","DOIUrl":"https://doi.org/10.32991/2237-2717.2023v13i1.p213-245","url":null,"abstract":"En la Amazonía colombiana, la constitución de Zonas de Reserva Campesina (ZRC) ha sido un proceso históricamente marcado por la estigmatización y la parsimonia del Estado que además de una postura opuesta a la compatibilidad de la presencia humana con la conservación de los Parques Nacionales Naturales (PNN), también ha promovido actividades extractivistas en el territorio. A partir del caso de la ZRC Losada Guayabero, contigua a los Parques Nacionales Naturales (PNN) Tinigua y Cordillera de los Picachos en la cuenca Amazónica, este artículo documenta el proceso histórico a través del cual una comunidad campesina lucha por formalizar la tenencia colectiva de la tierra, al tiempo que transforma sus prácticas y sus discursos para acoplarse a los objetivos de conservación de las áreas protegidas alrededor de dos ejes. Por una parte, la tenencia colectiva de la tierra frente a procesos de despojo; y, por otra, la agencia política frente al extractivismo y el cambio climático, acompañada de sistemas productivos compatibles con la conservación de la biodiversidad local. Estos dos ejes se articulan en una concepción de justicia ambiental campesina que invita a considerar a las ZRC como aliadas de la conservación.","PeriodicalId":36482,"journal":{"name":"Historia Ambiental Latinoamericana y Caribena","volume":"23 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69474940","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-20DOI: 10.32991/2237-2717.2022v12i3.p193-213
Carmen López-Ramírez, Consuelo Cuevas-Cardona
Pachuca es una ciudad minera situada en el estado de Hidalgo, México, que se conformó alrededor de un río que la atraviesa de norte a sur, el río Pachuca o de las Avenidas. En el presente artículo se explica la manera en que fue utilizado para conducir los desechos mineros, lo que llevó a una fuerte contaminación de las aguas y de los suelos. Esto provocó las quejas de los dueños de haciendas y ranchos, la inundación de la ciudad en varias ocasiones y la acumulación de desechos con elementos potencialmente tóxicos en diferentes partes de la ciudad. A pesar de que las compañías mineras aparentemente buscaron soluciones, se negaron a resolver los problemas por completo y tardaron en construir las obras que se les recomendaron. Finalmente, el río, devastado y contaminado, quedó enterrado bajo las obras viales de la ciudad como muestra constante del deterioro que los intereses particulares pueden ocasionar a las mayorías.
{"title":"Los Desechos Mineros y el Río de Pachuca Mining Waste and the Pachuca River","authors":"Carmen López-Ramírez, Consuelo Cuevas-Cardona","doi":"10.32991/2237-2717.2022v12i3.p193-213","DOIUrl":"https://doi.org/10.32991/2237-2717.2022v12i3.p193-213","url":null,"abstract":"Pachuca es una ciudad minera situada en el estado de Hidalgo, México, que se conformó alrededor de un río que la atraviesa de norte a sur, el río Pachuca o de las Avenidas. En el presente artículo se explica la manera en que fue utilizado para conducir los desechos mineros, lo que llevó a una fuerte contaminación de las aguas y de los suelos. Esto provocó las quejas de los dueños de haciendas y ranchos, la inundación de la ciudad en varias ocasiones y la acumulación de desechos con elementos potencialmente tóxicos en diferentes partes de la ciudad. A pesar de que las compañías mineras aparentemente buscaron soluciones, se negaron a resolver los problemas por completo y tardaron en construir las obras que se les recomendaron. Finalmente, el río, devastado y contaminado, quedó enterrado bajo las obras viales de la ciudad como muestra constante del deterioro que los intereses particulares pueden ocasionar a las mayorías.","PeriodicalId":36482,"journal":{"name":"Historia Ambiental Latinoamericana y Caribena","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69475203","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}