Pub Date : 2019-06-24DOI: 10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159306
Georgina Faneco Maniakas
O objetivo deste artigo é fazer uma breve exposição sobre a trajetória da psicanálise nos primeiros anos da Rússia soviética. Entre as práticas que tornaram a psicanálise acessível à classe trabalhadora, concentraremos nossa apresentação na experiência pioneira da “Casa das Crianças” (Detski Dom) de Moscou, primeira escola de educação infantil embasada em princípios psicanalíticos. Documentada por sua fundadora, Vera Schmidt, a escola funcionou entre 1921 e 1925, abrigando 30 crianças com idade entre 1 e 5 anos. Assim como a escola, nos anos que se seguiram à morte de Lênin e ao exílio de Trotsky as demais instituições psicanalíticas sucumbiram à censura ideológica. Em 1936, a repressão stalinista baniu oficialmente a psicanálise da União Soviética, interrompendo um processo que modificou a prática da psicanálise e ampliou o alcance cultural e social das ideias de Freud. Entretanto, o interesse pelo inconsciente se manteve, e no final dos anos 80 a psicanálise foi retomada na Rússia.
{"title":"A psicanálise nos primeiros tempos da Rússia Soviética","authors":"Georgina Faneco Maniakas","doi":"10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159306","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159306","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é fazer uma breve exposição sobre a trajetória da psicanálise nos primeiros anos da Rússia soviética. Entre as práticas que tornaram a psicanálise acessível à classe trabalhadora, concentraremos nossa apresentação na experiência pioneira da “Casa das Crianças” (Detski Dom) de Moscou, primeira escola de educação infantil embasada em princípios psicanalíticos. Documentada por sua fundadora, Vera Schmidt, a escola funcionou entre 1921 e 1925, abrigando 30 crianças com idade entre 1 e 5 anos. Assim como a escola, nos anos que se seguiram à morte de Lênin e ao exílio de Trotsky as demais instituições psicanalíticas sucumbiram à censura ideológica. Em 1936, a repressão stalinista baniu oficialmente a psicanálise da União Soviética, interrompendo um processo que modificou a prática da psicanálise e ampliou o alcance cultural e social das ideias de Freud. Entretanto, o interesse pelo inconsciente se manteve, e no final dos anos 80 a psicanálise foi retomada na Rússia.","PeriodicalId":37350,"journal":{"name":"Discurso y Sociedad","volume":"57 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-06-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"74634120","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-06-24DOI: 10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159272
M. Novaes
O artigo é a primeira parte de um trabalho que propõe ler as Confissões como um diálogo, no conteúdo e na forma. Um diálogo pretendido (e falhado) com Deus, e também um diálogo segundo sua forma de composição. O prólogo geral da obra será apresentado como lugar de formulação de impasses teóricos, que darão unidade à investigação desenvolvida no conjunto dos treze livros. A elaboração dos impasses, já no prólogo, dependerá do uso e da crítica de modelos consagrados. Ao manejar e se distanciar de modelos retóricos e religiosos, o Autor transforma sua prece inaugural, aparentemente tradicional, em exórdio a um diálogo ainda não constituído. Ali ele disporá uma alternativa, com diretrizes cuja realização dependerá das seções autobiográfica e exegética da obra.
{"title":"As Confissões como elogio do diálogo","authors":"M. Novaes","doi":"10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159272","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159272","url":null,"abstract":"\u0000 \u0000 \u0000O artigo é a primeira parte de um trabalho que propõe ler as Confissões como um diálogo, no conteúdo e na forma. Um diálogo pretendido (e falhado) com Deus, e também um diálogo segundo sua forma de composição. O prólogo geral da obra será apresentado como lugar de formulação de impasses teóricos, que darão unidade à investigação desenvolvida no conjunto dos treze livros. A elaboração dos impasses, já no prólogo, dependerá do uso e da crítica de modelos consagrados. Ao manejar e se distanciar de modelos retóricos e religiosos, o Autor transforma sua prece inaugural, aparentemente tradicional, em exórdio a um diálogo ainda não constituído. Ali ele disporá uma alternativa, com diretrizes cuja realização dependerá das seções autobiográfica e exegética da obra. \u0000 \u0000 \u0000","PeriodicalId":37350,"journal":{"name":"Discurso y Sociedad","volume":"15 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-06-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"88251948","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-06-24DOI: 10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.149979
María Beatriz Camargo Cappello
O objetivo do artigo é examinar as noções de espontaneidade, criação e auto-engendramento na obra de Bergson, com ênfase na maneira como elas se articulam em Os dados imediatos da consciência e A evolução criadora, destacando as articulações e diferenças entre as duas obras a esse respeito.
{"title":"Liberdade em Bergson: espontaneidade, criação e auto-engendramento","authors":"María Beatriz Camargo Cappello","doi":"10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.149979","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.149979","url":null,"abstract":"\u0000 \u0000 \u0000O objetivo do artigo é examinar as noções de espontaneidade, criação e auto-engendramento na obra de Bergson, com ênfase na maneira como elas se articulam em Os dados imediatos da consciência e A evolução criadora, destacando as articulações e diferenças entre as duas obras a esse respeito. \u0000 \u0000 \u0000","PeriodicalId":37350,"journal":{"name":"Discurso y Sociedad","volume":"37 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-06-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"75485944","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-06-24DOI: 10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159285
Janaina Namba
O texto propõe que as relações entre psicanálise e filosofia estão postas a partir do momento em que nova ciência concebida por Freud teve de tomar distância em relação aos saberes médicos nos quais, no entanto, ela se origina. Cabe dizer que, pela natureza mesma do objeto que ela delineia em seu horizonte de conhecimento, a psicanálise não apenas recorre, desde o seu ensejo, à filosofia, mas ganha necessariamente uma dimensão filosófica.
{"title":"Dualidades freudianas nas origens da Psicanálise","authors":"Janaina Namba","doi":"10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159285","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159285","url":null,"abstract":"O texto propõe que as relações entre psicanálise e filosofia estão postas a partir do momento em que nova ciência concebida por Freud teve de tomar distância em relação aos saberes médicos nos quais, no entanto, ela se origina. Cabe dizer que, pela natureza mesma do objeto que ela delineia em seu horizonte de conhecimento, a psicanálise não apenas recorre, desde o seu ensejo, à filosofia, mas ganha necessariamente uma dimensão filosófica.","PeriodicalId":37350,"journal":{"name":"Discurso y Sociedad","volume":"2013 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-06-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"73873426","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-06-24DOI: 10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159310
Nara M. Figueiredo
The paper argues that the common notion that there is a gap between a physical scope, namely, brain processes, and something immaterial such as private experiences is an illusion provoked by the conceptual conflicts of our understanding. In order to overcome this illusion, it is necessary to clarify the foundations and implications of the uses of key concepts in the cognitive field.
{"title":"The Problem of the Unbridgeable Ontological Gap Between the Brain and Our Private Experiences in Wittgensteinian Terms","authors":"Nara M. Figueiredo","doi":"10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159310","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159310","url":null,"abstract":"The paper argues that the common notion that there is a gap between a physical scope, namely, brain processes, and something immaterial such as private experiences is an illusion provoked by the conceptual conflicts of our understanding. In order to overcome this illusion, it is necessary to clarify the foundations and implications of the uses of key concepts in the cognitive field.","PeriodicalId":37350,"journal":{"name":"Discurso y Sociedad","volume":"24 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-06-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"78065656","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-06-24DOI: 10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159312
F. M. Cornford, Pedro Paulo Pimenta
Tradução em português de: CORNFORD, Francis M. (1950). “The Unconscious Element in Literature and Philosophy (1921)”, In: The Unwritten Philosophy and Other Essays, edited by W. K. C. Guthrie, Cambridge: Cambridge University Press, pp. 1-13.
葡萄牙人de: CORNFORD, Francis M.(1950)。《文学与哲学中的无意识元素》（1921），《未著述哲学及其他散文集》，剑桥：剑桥大学出版社，第1-13页。
{"title":"O elemento inconsciente na literatura e na filosofia (1921)","authors":"F. M. Cornford, Pedro Paulo Pimenta","doi":"10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159312","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159312","url":null,"abstract":"Tradução em português de: \u0000CORNFORD, Francis M. (1950). “The Unconscious Element in Literature and Philosophy (1921)”, In: The Unwritten Philosophy and Other Essays, edited by W. K. C. Guthrie, Cambridge: Cambridge University Press, pp. 1-13.","PeriodicalId":37350,"journal":{"name":"Discurso y Sociedad","volume":"20 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-06-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"78758499","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-06-24DOI: 10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159281
Cíntia Vieira da Silva
O texto aproxima certas concepções de Deleuze e Guatarri relativas ao que poderíamos aqui chamar provisoriamente de uma “teoria do desejo”, tal como esboçada no Anti-Édipo, da teoria dos afetos formulada na Ética de Espinosa, mostrando assim mais uma etapa da crítica da tradição psicanalítica na obra conjunta dos filósofos franceses.
{"title":"Um só ou dois desejos?","authors":"Cíntia Vieira da Silva","doi":"10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159281","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159281","url":null,"abstract":"\u0000 \u0000 \u0000O texto aproxima certas concepções de Deleuze e Guatarri relativas ao que poderíamos aqui chamar provisoriamente de uma “teoria do desejo”, tal como esboçada no Anti-Édipo, da teoria dos afetos formulada na Ética de Espinosa, mostrando assim mais uma etapa da crítica da tradição psicanalítica na obra conjunta dos filósofos franceses. \u0000 \u0000 \u0000","PeriodicalId":37350,"journal":{"name":"Discurso y Sociedad","volume":"9 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-06-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83428881","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-06-24DOI: 10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159288
C. Moura
Considerando-se que a oposição entre Eu-não Eu, Sujeito-Objeto, Prazer-Desprazer são os pares de opostos (tensão) que lançam o indivíduo nos mais significativos vínculos para a estruturação de sua vida anímica, deseja-se aqui pensar em uma “organização psicofisiológica” que vai desde (sob o pano de fundo da experiência do desamparo) os estímulos pulsionais aos destinos das pulsões (de modo que a constituição do mundo real não se torne uma mera abstração). É nesse “circuito de investimentos” que a natureza biológica desse pulsional transbordará — eis o que se procurará defender — para um universo simbólico instanciado pela presença de outros seres humanos. Por fim, defender-se-á que é no cerne da dinâmica das moções pulsionais que o individual encontrar-se-á vinculado (fatalmente) aos enigmas das “psiques de massa”: trata-se da relação entre necessidade e satisfação (indivíduo biológico) e as exigências da comunidade (cultura, tempo socializado).
{"title":"Desamparo e Eros na concepção do “homem civilizado” em Freud","authors":"C. Moura","doi":"10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159288","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159288","url":null,"abstract":"Considerando-se que a oposição entre Eu-não Eu, Sujeito-Objeto, Prazer-Desprazer são os pares de opostos (tensão) que lançam o indivíduo nos mais significativos vínculos para a estruturação de sua vida anímica, deseja-se aqui pensar em uma “organização psicofisiológica” que vai desde (sob o pano de fundo da experiência do desamparo) os estímulos pulsionais aos destinos das pulsões (de modo que a constituição do mundo real não se torne uma mera abstração). É nesse “circuito de investimentos” que a natureza biológica desse pulsional transbordará — eis o que se procurará defender — para um universo simbólico instanciado pela presença de outros seres humanos. Por fim, defender-se-á que é no cerne da dinâmica das moções pulsionais que o individual encontrar-se-á vinculado (fatalmente) aos enigmas das “psiques de massa”: trata-se da relação entre necessidade e satisfação (indivíduo biológico) e as exigências da comunidade (cultura, tempo socializado).","PeriodicalId":37350,"journal":{"name":"Discurso y Sociedad","volume":"83 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-06-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"81593060","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-06-24DOI: 10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.137800
Eduardo Socha
Pretende-se expor os elementos principais da teoria dos tipos, que encontramos nos Beethoven-Fragmente, de Theodor W. Adorno. Por meio desse modelo de pensamento, Adorno esclarece os critérios orientadores de seu conceito de tempo musical, que se particulariza criticamente nos escritos musicais posteriores, como as monografias sobre Wagner, Mahler e Berg, os ensaios sobre Stravinsky e as conferências sobre o serialismo pós-Webern. A teoria dos tipos envolveria as diferentes modalidades de “relação da música com o tempo em geral”. Além da exposição teórica, articulada à interpretação do tempo em Hegel, propõe-se a análise técnica de peças de Beethoven, sobretudo do 1º movimento da 3a Sinfonia, obra que fundamentaria in musicis o conceito adorniano de tempo musical.
{"title":"Para um conceito materialista de tempo musical. A teoria dos tipos nos fragmentos de Adorno sobre Beethoven","authors":"Eduardo Socha","doi":"10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.137800","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.137800","url":null,"abstract":"Pretende-se expor os elementos principais da teoria dos tipos, que encontramos nos Beethoven-Fragmente, de Theodor W. Adorno. Por meio desse modelo de pensamento, Adorno esclarece os critérios orientadores de seu conceito de tempo musical, que se particulariza criticamente nos escritos musicais posteriores, como as monografias sobre Wagner, Mahler e Berg, os ensaios sobre Stravinsky e as conferências sobre o serialismo pós-Webern. A teoria dos tipos envolveria as diferentes modalidades de “relação da música com o tempo em geral”. Além da exposição teórica, articulada à interpretação do tempo em Hegel, propõe-se a análise técnica de peças de Beethoven, sobretudo do 1º movimento da 3a Sinfonia, obra que fundamentaria in musicis o conceito adorniano de tempo musical.","PeriodicalId":37350,"journal":{"name":"Discurso y Sociedad","volume":"35 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-06-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"89326428","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-06-24DOI: 10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159273
D. M. Pinto
Esse artigo defende que as ressonâncias da filosofia de Bergson no século xx francês ultrapassam a divisão estabelecida por Foucault entre as filosofias do cogito e as filosofias de sistema (ou do conceito). O impacto de sua obra tem como razão principal a capacidade de articular o retorno à experiência (em sentido ampliado) e a incorporação do trabalho de sistematização de dados realizado pelas ciências do século XIX. Tal articulação delimita o teor empirista da filosofia de Bergson, que pode ser analisado em comparação com os empiristas do XVIII. Examinamos nesse contexto como o trabalho crítico dirigido às ideias abstratas que conduzem a filosofia a perder de vista o concreto é o fator de convergência entre Bergson e Merleau-Ponty. Por outro lado, mostramos que a análise filosófica sobre a biologia evolutiva relaciona o bergsonismo ao projeto epistemológico de Canguilhem.
{"title":"Bergson, empirismo e espírito de sistema: entre subjetividade e ciência","authors":"D. M. Pinto","doi":"10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159273","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/ISSN.2318-8863.DISCURSO.2019.159273","url":null,"abstract":"Esse artigo defende que as ressonâncias da filosofia de Bergson no século xx francês ultrapassam a divisão estabelecida por Foucault entre as filosofias do cogito e as filosofias de sistema (ou do conceito). O impacto de sua obra tem como razão principal a capacidade de articular o retorno à experiência (em sentido ampliado) e a incorporação do trabalho de sistematização de dados realizado pelas ciências do século XIX. Tal articulação delimita o teor empirista da filosofia de Bergson, que pode ser analisado em comparação com os empiristas do XVIII. Examinamos nesse contexto como o trabalho crítico dirigido às ideias abstratas que conduzem a filosofia a perder de vista o concreto é o fator de convergência entre Bergson e Merleau-Ponty. Por outro lado, mostramos que a análise filosófica sobre a biologia evolutiva relaciona o bergsonismo ao projeto epistemológico de Canguilhem.","PeriodicalId":37350,"journal":{"name":"Discurso y Sociedad","volume":"60 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-06-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"87259199","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
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