Pub Date : 2020-12-01DOI: 10.1590/2238-38752020V1034
Sandra Rúbia da Silva, Alisson Machado
A antropologia, cuja base é o trabalho etnográfico, renova sua tradição a partir dos conhecimentos adquiridos em sua história disciplinar quando confrontados com as observações realizadas a cada vez que novos(as) pesquisadores(as) vão a campo (Peirano, 1994; Cardoso de Oliveira, 2006). Esses saberes atualizam o ethos antropológico e orientam as interpretações não apenas por servir como teoria, mas porque sinalizam, alertam e inspiram reflexões referentes à objetividade relativa que caracteriza a natureza do entendimento antropológico (Geertz, 2013; Velho, 2013). Se, por um lado, o texto representa a materialização e a reinscrição comprometida do(a) pesquisador(a) (Clifford, 1998; Strathern, 2014), por outro, existe um trabalho constitutivo da imaginação antropológica que se produz no espaço entre, entre texto e experiência, que desloca os eixos entre o “estar lá” e o “estar aqui”, resultado desse tipo de empenho interpretativo (Geertz, 2012). Esse entre pode ser vivenciado de diferentes formas, entre elas pelos entrecruzamentos das fronteiras disciplinares. Tendo em vista a articulação desse lugar de interfaces, o objetivo do artigo é, ao examinar dez pesquisas realizadas pelo Grupo de Pesquisa Consumo e Culturas Digitais (UFSM/CNPq),1 discutir como o legado teórico e metodológico de Daniel Miller tem sido incorporado nesse conjunto de reflexões, reconhecendo a potência do método etnográfico para a análise cultural e para a descrição da cultura digital e dos ambientes de interação online.
{"title":"DIÁLOGOS COM DANIEL MILLER NO CAMPO DA COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES A PARTIR DAS PESQUISAS DO GP CONSUMO E CULTURAS DIGITAIS","authors":"Sandra Rúbia da Silva, Alisson Machado","doi":"10.1590/2238-38752020V1034","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2238-38752020V1034","url":null,"abstract":"A antropologia, cuja base é o trabalho etnográfico, renova sua tradição a partir dos conhecimentos adquiridos em sua história disciplinar quando confrontados com as observações realizadas a cada vez que novos(as) pesquisadores(as) vão a campo (Peirano, 1994; Cardoso de Oliveira, 2006). Esses saberes atualizam o ethos antropológico e orientam as interpretações não apenas por servir como teoria, mas porque sinalizam, alertam e inspiram reflexões referentes à objetividade relativa que caracteriza a natureza do entendimento antropológico (Geertz, 2013; Velho, 2013). Se, por um lado, o texto representa a materialização e a reinscrição comprometida do(a) pesquisador(a) (Clifford, 1998; Strathern, 2014), por outro, existe um trabalho constitutivo da imaginação antropológica que se produz no espaço entre, entre texto e experiência, que desloca os eixos entre o “estar lá” e o “estar aqui”, resultado desse tipo de empenho interpretativo (Geertz, 2012). Esse entre pode ser vivenciado de diferentes formas, entre elas pelos entrecruzamentos das fronteiras disciplinares. Tendo em vista a articulação desse lugar de interfaces, o objetivo do artigo é, ao examinar dez pesquisas realizadas pelo Grupo de Pesquisa Consumo e Culturas Digitais (UFSM/CNPq),1 discutir como o legado teórico e metodológico de Daniel Miller tem sido incorporado nesse conjunto de reflexões, reconhecendo a potência do método etnográfico para a análise cultural e para a descrição da cultura digital e dos ambientes de interação online.","PeriodicalId":37552,"journal":{"name":"Sociologia e Antropologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"81878910","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-01DOI: 10.1590/2238-38752020V1033
Carla Barros
Conventional economic thinking in relation to poverty is situated within a wider field of representations that associates “resource scarcity” with “subsistence economies.” In this view, poor and indigenous people live in an eternal “fight for survival” in hostile environments governed by “material shortage.” An automatic association is made in this explanatory model between “basic needs,” “privations,” “scarcity” and “the fight for survival.” If the primordial characteristic of consumption is choice, then the presupposition is that economically less-favoured classes do not practice the act of choosing, being guided instead by a logic of lack and material shortage. Sahlins (1979) developed a powerful critique of utilitarianism, understood as the idea that individuals follow their own best interests through a logic of maximizing means/end relations, and that all human cultures are thus formed through practical activity and utilitarian interest. He rejects the notion that human cultures are formulated through practical activity, calling attention instead to how the cultural order is constituted within the field of meaning. The historical disinterest in the consumption of popular classes in the social sciences is partly due to the prevalence of this logic of “lack” and the “fight for survival,” which in practice removes the structuring symbolic and cultural dimension from the phenomenon. As Barbosa (2004: 62) observes, the study of consumption in Brazil appeared much more within a vision of “losses and absences” than one of “gains and positive changes”.
{"title":"NOT EVEN THE SKY IS THE LIMIT: THE MEANINGS OF CONSUMPTION AND THE DYNAMICS OF SOCIAL MOBILITY ON THE @blogueiradebaixarenda PROFILE ON INSTAGRAM AND YOUTUBE","authors":"Carla Barros","doi":"10.1590/2238-38752020V1033","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2238-38752020V1033","url":null,"abstract":"Conventional economic thinking in relation to poverty is situated within a wider field of representations that associates “resource scarcity” with “subsistence economies.” In this view, poor and indigenous people live in an eternal “fight for survival” in hostile environments governed by “material shortage.” An automatic association is made in this explanatory model between “basic needs,” “privations,” “scarcity” and “the fight for survival.” If the primordial characteristic of consumption is choice, then the presupposition is that economically less-favoured classes do not practice the act of choosing, being guided instead by a logic of lack and material shortage. Sahlins (1979) developed a powerful critique of utilitarianism, understood as the idea that individuals follow their own best interests through a logic of maximizing means/end relations, and that all human cultures are thus formed through practical activity and utilitarian interest. He rejects the notion that human cultures are formulated through practical activity, calling attention instead to how the cultural order is constituted within the field of meaning. The historical disinterest in the consumption of popular classes in the social sciences is partly due to the prevalence of this logic of “lack” and the “fight for survival,” which in practice removes the structuring symbolic and cultural dimension from the phenomenon. As Barbosa (2004: 62) observes, the study of consumption in Brazil appeared much more within a vision of “losses and absences” than one of “gains and positive changes”.","PeriodicalId":37552,"journal":{"name":"Sociologia e Antropologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"91383949","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-01DOI: 10.1590/2238-38752020V10313
J. Spyer
Resumo Antropólogos geralmente trabalham sozinhos durante a maior parte de seus projetos de pesquisa, até a análise estar pronta para publicação ou para ser apresentada em eventos acadêmicos. Os nove pesquisadores do projeto “Por que postamos”, coordenado pelo antropólogo inglês Daniel Miller, colaboraram e cooperaram desde o momento em que o tema do estudo foi definido, e seguiram interagindo de maneira coordenada ao longo do processo. O objetivo deste artigo é descrever como esse experimento metodológico aconteceu e examinar as vantagens e desvantagens das escolhas que guiaram o trabalho conjunto dos nove antropólogos que atuaram na equipe entre 2012 e 2017.
人类学家通常在他们的大多数研究项目中独自工作,直到分析报告准备发表或在学术活动上发表。由英国人类学家丹尼尔·米勒(Daniel Miller)协调的“为什么我们发布”(why we post)项目的9名研究人员从研究主题确定的那一刻起就一直在合作,并在整个过程中以协调的方式进行互动。本文的目的是描述这个方法学实验是如何发生的,并检查在2012年至2017年期间指导该团队的9位人类学家联合工作的选择的优缺点。
{"title":"AS ESCOLHAS METODOLÓGICAS PARA PRODUZIR PESQUISAS COLABORATIVAS E COMPARATIVAS: O CASO DO “POR QUE POSTAMOS”","authors":"J. Spyer","doi":"10.1590/2238-38752020V10313","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2238-38752020V10313","url":null,"abstract":"Resumo Antropólogos geralmente trabalham sozinhos durante a maior parte de seus projetos de pesquisa, até a análise estar pronta para publicação ou para ser apresentada em eventos acadêmicos. Os nove pesquisadores do projeto “Por que postamos”, coordenado pelo antropólogo inglês Daniel Miller, colaboraram e cooperaram desde o momento em que o tema do estudo foi definido, e seguiram interagindo de maneira coordenada ao longo do processo. O objetivo deste artigo é descrever como esse experimento metodológico aconteceu e examinar as vantagens e desvantagens das escolhas que guiaram o trabalho conjunto dos nove antropólogos que atuaram na equipe entre 2012 e 2017.","PeriodicalId":37552,"journal":{"name":"Sociologia e Antropologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"81380418","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-01DOI: 10.1590/2238-38752020V10314
Lívia Barbosa
Resumo O texto tem como primeiro objetivo rever as propostas teóricas desenvolvidas por Daniel Miller acerca do significado da cultura material no contexto das produções acadêmicas das ciências sociais em seu hoje clássico Material culture and mass consumption. Nesse livro Miller não só propõe uma teoria geral do consumo como apresenta uma releitura do processo de objetificação, como desenvolvido por Hegel, e a partir desse oferece nova leitura para as contradições da sociedade contemporânea. Em um segundo momento, as ideias desenvolvidas pelo autor naquela oportunidade são examinadas em seu entrelaçamento com suas produções e pesquisas posteriores simultaneamente a sua influência teórica em alguns dos temas dos estudos de antropologia e consumo no Brasil, sobressaindo-se os realizados sobre consumo entre os segmentos na base da pirâmide social e os de antropologia digital.
{"title":"DANIEL MILLER E OS ESTUDOS DE CONSUMO NO BRASIL","authors":"Lívia Barbosa","doi":"10.1590/2238-38752020V10314","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2238-38752020V10314","url":null,"abstract":"Resumo O texto tem como primeiro objetivo rever as propostas teóricas desenvolvidas por Daniel Miller acerca do significado da cultura material no contexto das produções acadêmicas das ciências sociais em seu hoje clássico Material culture and mass consumption. Nesse livro Miller não só propõe uma teoria geral do consumo como apresenta uma releitura do processo de objetificação, como desenvolvido por Hegel, e a partir desse oferece nova leitura para as contradições da sociedade contemporânea. Em um segundo momento, as ideias desenvolvidas pelo autor naquela oportunidade são examinadas em seu entrelaçamento com suas produções e pesquisas posteriores simultaneamente a sua influência teórica em alguns dos temas dos estudos de antropologia e consumo no Brasil, sobressaindo-se os realizados sobre consumo entre os segmentos na base da pirâmide social e os de antropologia digital.","PeriodicalId":37552,"journal":{"name":"Sociologia e Antropologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"91282767","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-01DOI: 10.1590/2238-38752020V10312
Mylene Mizrahi
Resumo Neste texto discorro sobre a relação entre minha trajetória acadêmica e conceitual e a teoria, obra e trajetória de pesquisa de Daniel Miller. A partir de trabalho de campo junto ao funk carioca, com ênfase em sua dimensão estética e nas materialidades que o compõem, elaboro sobre a noção de “humildade dos objetos” e exploro o rendimento que as coisas “ubíquas” podem oferecer para a pesquisa em ciências sociais. Trago à tona a generosidade analítica e afetiva que marca minha interlocução com Miller e revisito o período correspondente ao doutorado-sanduíche, em Londres sob a supervisão do antropólogo inglês. Retomo, ainda que brevemente, as muitas teorias da materialidade que acionei nesse processo e que sigo explorando em meu percurso intelectual e acadêmico.
{"title":"O QUE A “HUMILDADE DOS OBJETOS” PODE NOS DIZER SOBRE A BELEZA NO RIO DE JANEIRO: NOTAS SOBRE UMA TRAJETÓRIA DE PESQUISA","authors":"Mylene Mizrahi","doi":"10.1590/2238-38752020V10312","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2238-38752020V10312","url":null,"abstract":"Resumo Neste texto discorro sobre a relação entre minha trajetória acadêmica e conceitual e a teoria, obra e trajetória de pesquisa de Daniel Miller. A partir de trabalho de campo junto ao funk carioca, com ênfase em sua dimensão estética e nas materialidades que o compõem, elaboro sobre a noção de “humildade dos objetos” e exploro o rendimento que as coisas “ubíquas” podem oferecer para a pesquisa em ciências sociais. Trago à tona a generosidade analítica e afetiva que marca minha interlocução com Miller e revisito o período correspondente ao doutorado-sanduíche, em Londres sob a supervisão do antropólogo inglês. Retomo, ainda que brevemente, as muitas teorias da materialidade que acionei nesse processo e que sigo explorando em meu percurso intelectual e acadêmico.","PeriodicalId":37552,"journal":{"name":"Sociologia e Antropologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"84799332","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-08-01DOI: 10.1590/2238-38752020v1022
E. Pessanha
Resumo A presente entrevista com o sociólogo paulista Gabriel Cohn, foi realizada em 2019 por André Botelho, Antonio Brasil Jr. e Elina Pessanha, e inclui breves notas biográficas e o registro de sua experiência como estudante e depois professor da Universidade de São Paulo. Provocado pelos entrevistadores, Gabriel fala sobre a importância dos autores clássicos, a influência da teoria social alemã, e os desafios teóricos a enfrentar para produzir uma análise ‘fina’ da sociedade.
本文于2019年由andre Botelho、Antonio Brasil Jr.和Elina Pessanha对sao Paulo的社会学家Gabriel Cohn进行了采访,包括他作为sao Paulo大学学生和教授的简短传记笔记和经历记录。在采访者的鼓励下,加布里埃尔谈到了古典作家的重要性,德国社会理论的影响,以及对社会进行“精细”分析所面临的理论挑战。
{"title":"TEMPO, MOVIMENTO E TEORIA SOCIAL: GABRIEL COHN, UM VOO SOLO A PARTIR DE SÃO PAULO","authors":"E. Pessanha","doi":"10.1590/2238-38752020v1022","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2238-38752020v1022","url":null,"abstract":"Resumo A presente entrevista com o sociólogo paulista Gabriel Cohn, foi realizada em 2019 por André Botelho, Antonio Brasil Jr. e Elina Pessanha, e inclui breves notas biográficas e o registro de sua experiência como estudante e depois professor da Universidade de São Paulo. Provocado pelos entrevistadores, Gabriel fala sobre a importância dos autores clássicos, a influência da teoria social alemã, e os desafios teóricos a enfrentar para produzir uma análise ‘fina’ da sociedade.","PeriodicalId":37552,"journal":{"name":"Sociologia e Antropologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"73817290","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-08-01DOI: 10.1590/2238-38752020v1026
Leonardo Octavio Belinelli de Brito
Resumo O artigo retoma o processo formativo de Gabriel Cohn a partir de seu vínculo com a cadeira de sociologia I da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências da Universidade de São Paulo. Desse prisma, busca compreender a sua produção teórica inicial à luz das preocupações dos sociólogos reunidos no Centro de Sociologia Industrial e do Trabalho. Em especial, examinamos o artigo de Cohn na coletânea Política e revolução social, o seu mestrado e o artigo “Problemas da industrialização no século XX”. Em seu segundo momento, acentuando o processo de autonomização intelectual de Cohn, cuja marca teórica pode ser vista a partir da incorporação das temáticas frankfurtianas em seus trabalhos nos anos 1970 - como em sua livre-docência sobre Max Weber -, o artigo examina as reflexões de Cohn sobre a obra de Florestan Fernandes como um momento privilegiado da autorreflexão sobre a tradição intelectual na qual se formou.
{"title":"GABRIEL COHN E A ESCOLA PAULISTA DE SOCIOLOGIA","authors":"Leonardo Octavio Belinelli de Brito","doi":"10.1590/2238-38752020v1026","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2238-38752020v1026","url":null,"abstract":"Resumo O artigo retoma o processo formativo de Gabriel Cohn a partir de seu vínculo com a cadeira de sociologia I da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências da Universidade de São Paulo. Desse prisma, busca compreender a sua produção teórica inicial à luz das preocupações dos sociólogos reunidos no Centro de Sociologia Industrial e do Trabalho. Em especial, examinamos o artigo de Cohn na coletânea Política e revolução social, o seu mestrado e o artigo “Problemas da industrialização no século XX”. Em seu segundo momento, acentuando o processo de autonomização intelectual de Cohn, cuja marca teórica pode ser vista a partir da incorporação das temáticas frankfurtianas em seus trabalhos nos anos 1970 - como em sua livre-docência sobre Max Weber -, o artigo examina as reflexões de Cohn sobre a obra de Florestan Fernandes como um momento privilegiado da autorreflexão sobre a tradição intelectual na qual se formou.","PeriodicalId":37552,"journal":{"name":"Sociologia e Antropologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"73910541","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-08-01DOI: 10.1590/2238-38752020v1027
Luis Carlos Fridman
Resumo O artigo traça um paralelo entre as concepções de Theodor Adorno e Eric Hobsbawm sobre o jazz e intenta uma crítica dos argumentos envolvidos nas concepções estéticas dos autores sobre o gênero musical. Na obra de Adorno, busca discutir o alcance do conceito de indústria cultural e suas considerações em torno do fetichismo e da regressão da audição, resultando em apreciações que ressaltam o caráter ideológico e os traços conformistas do jazz. O contraponto encontrado nos escritos de Hobsbawm destaca no jazz a ampliação das fronteiras no campo da música popular, imbricada às suas origens populares, e a elevação estética dos ouvintes.
{"title":"THEODOR ADORNO E ERIC HOBSBAWM SOBRE O JAZZ","authors":"Luis Carlos Fridman","doi":"10.1590/2238-38752020v1027","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2238-38752020v1027","url":null,"abstract":"Resumo O artigo traça um paralelo entre as concepções de Theodor Adorno e Eric Hobsbawm sobre o jazz e intenta uma crítica dos argumentos envolvidos nas concepções estéticas dos autores sobre o gênero musical. Na obra de Adorno, busca discutir o alcance do conceito de indústria cultural e suas considerações em torno do fetichismo e da regressão da audição, resultando em apreciações que ressaltam o caráter ideológico e os traços conformistas do jazz. O contraponto encontrado nos escritos de Hobsbawm destaca no jazz a ampliação das fronteiras no campo da música popular, imbricada às suas origens populares, e a elevação estética dos ouvintes.","PeriodicalId":37552,"journal":{"name":"Sociologia e Antropologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"75429830","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-08-01DOI: 10.1590/2238-38752020v10217
Michel Nicolau Netto
{"title":"AS FRONTEIRAS DO UNIVERSO DO LUXO","authors":"Michel Nicolau Netto","doi":"10.1590/2238-38752020v10217","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2238-38752020v10217","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":37552,"journal":{"name":"Sociologia e Antropologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"88466925","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-08-01DOI: 10.1590/2238-38752020v10216
André Botelho
Resumo Busco nesse registro de pesquisa circunscrever de um ponto de vista sociológico o entrelaçamento entre subjetividade individual e cosmopolitismo na cultura brasileira no e a partir do memorialismo de Pedro Nava. Duas experiências de pesquisa o informam. No ponto de partida original, atividades múltiplas em torno de Nava nos últimos dez anos: como pesquisador, professor em sala de aula, orientador de tese e organizador da reedição da sua obra. Na outra extremidade, que, no entanto, não é apenas um ponto de chegada, mas também um novo ponto de partida, essas experiências são em parte reorientadas com vistas ao projeto coletivo “Minas mundo: o cosmopolitismo na cultura brasileira” que estamos iniciando numa grande rede de pesquisa e cooperação interdisciplinar, nacional e internacional.
{"title":"MINAS MUNDO: HERMENÊUTICA DE UMA SUBJETIVIDADE INDIVIDUAL*","authors":"André Botelho","doi":"10.1590/2238-38752020v10216","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2238-38752020v10216","url":null,"abstract":"Resumo Busco nesse registro de pesquisa circunscrever de um ponto de vista sociológico o entrelaçamento entre subjetividade individual e cosmopolitismo na cultura brasileira no e a partir do memorialismo de Pedro Nava. Duas experiências de pesquisa o informam. No ponto de partida original, atividades múltiplas em torno de Nava nos últimos dez anos: como pesquisador, professor em sala de aula, orientador de tese e organizador da reedição da sua obra. Na outra extremidade, que, no entanto, não é apenas um ponto de chegada, mas também um novo ponto de partida, essas experiências são em parte reorientadas com vistas ao projeto coletivo “Minas mundo: o cosmopolitismo na cultura brasileira” que estamos iniciando numa grande rede de pesquisa e cooperação interdisciplinar, nacional e internacional.","PeriodicalId":37552,"journal":{"name":"Sociologia e Antropologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"72804727","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}