Pub Date : 2019-04-25DOI: 10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P143-163
I. Santos, Régis Henrique dos Reis Silva
Este artigo apresenta e discute as bases teórico-pedagógicas que subsidiam as orientações para a organização do Atendimento Educacional Especializado (AEE) em duas redes públicas municipais de ensino, sendo uma no estado de Goiás e outra no estado do Paraná. Inicialmente, apontamos as implicações das teorias educacionais que orientam a atual política educacional na perspectiva inclusiva. Em seguida, subsidiados pelos pressupostos teórico-filosóficos da Pedagogia Histórico-Crítica e da Psicologia Histórico-Cultural, verificamos que os municípios articulam de forma distinta a implementação do AEE. Fundamentado por um conjunto de bases teóricas que nomeamos de miscelânea pragmática constatamos que o AEE é interpretado como estratégia para compensar deficiências de diferentes ordens, limitando-se a um quadro naturalizante de estruturação do ser humano, ou, de outro modo, busca formas de promover o desenvolvimento humano, sem perder de vista sua especificidade pedagógica, o que denominamos de miscelânea crítica. Assim, embora existam limites nas ações desenvolvidas pelos municípios diante das políticas sociais e econômicas, em âmbito nacional e mundial, a compreensão dos educadores/as acerca da teoria educacional como orientadora da práxis educativa é um elemento fundamental do ato educativo em uma perspectiva crítica e superadora da realidade da educação brasileira nas primeiras décadas do século XXI.
{"title":"Bases teórico-pedagógicas do atendimento educacional especializado em duas redes municipais de ensino no Brasil","authors":"I. Santos, Régis Henrique dos Reis Silva","doi":"10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P143-163","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P143-163","url":null,"abstract":"Este artigo apresenta e discute as bases teórico-pedagógicas que subsidiam as orientações para a organização do Atendimento Educacional Especializado (AEE) em duas redes públicas municipais de ensino, sendo uma no estado de Goiás e outra no estado do Paraná. Inicialmente, apontamos as implicações das teorias educacionais que orientam a atual política educacional na perspectiva inclusiva. Em seguida, subsidiados pelos pressupostos teórico-filosóficos da Pedagogia Histórico-Crítica e da Psicologia Histórico-Cultural, verificamos que os municípios articulam de forma distinta a implementação do AEE. Fundamentado por um conjunto de bases teóricas que nomeamos de miscelânea pragmática constatamos que o AEE é interpretado como estratégia para compensar deficiências de diferentes ordens, limitando-se a um quadro naturalizante de estruturação do ser humano, ou, de outro modo, busca formas de promover o desenvolvimento humano, sem perder de vista sua especificidade pedagógica, o que denominamos de miscelânea crítica. Assim, embora existam limites nas ações desenvolvidas pelos municípios diante das políticas sociais e econômicas, em âmbito nacional e mundial, a compreensão dos educadores/as acerca da teoria educacional como orientadora da práxis educativa é um elemento fundamental do ato educativo em uma perspectiva crítica e superadora da realidade da educação brasileira nas primeiras décadas do século XXI.","PeriodicalId":40855,"journal":{"name":"Comunicacoes","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67008770","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-04-25DOI: 10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P279-295
Karine Regina Facini, Danilo dos Santos Lopes, R. Uvinha
O presente trabalho se insere no eixo temático Lazer, Tecnologias de Informação e Comunicação e se relaciona ao usufruto do turismo em parques urbanos, analisando a comunicação visual no Parque Ibirapuera como um dos elementos essenciais da hospitalidade. O procedimento metodológico adotado foi o qualitativo, combinando observação participante e aplicação de questionário semiestruturado. A observação participante permitiu verificar a carência de sinalização em geral, tanto nos portões que dão acesso ao parque, como no interior do mesmo. A partir da coleta de dados, foi possível compreender que a maior parte dos entrevistados aponta a comunicação visual do mesmo com o conceito regular, ressaltando que a sinalização é insuficiente para direcionar um público em tal parque, em especial nos finais de semana. Sendo assim, conclui-se que a comunicação visual é um elemento importante para a educação no lazer, tornando o ambiente mais hospitaleiro e que, neste sentido, o Parque Ibirapuera não parece ser um ambiente tão acolhedor quanto poderia. Propõem-se, como possíveis soluções: a inserção de sinalização em locais estratégicos do parque, a promoção do aplicativo de celular desenvolvido pelo próprio parque e sua disponibilização em mais dois idiomas (inglês e espanhol), bem como a contratação de guias de turismo e animadores socioculturais para atender e orientar os visitantes.
{"title":"Lazer e educação em parques urbanos: a comunicação visual no Parque Ibirapuera","authors":"Karine Regina Facini, Danilo dos Santos Lopes, R. Uvinha","doi":"10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P279-295","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P279-295","url":null,"abstract":"O presente trabalho se insere no eixo temático Lazer, Tecnologias de Informação e Comunicação e se relaciona ao usufruto do turismo em parques urbanos, analisando a comunicação visual no Parque Ibirapuera como um dos elementos essenciais da hospitalidade. O procedimento metodológico adotado foi o qualitativo, combinando observação participante e aplicação de questionário semiestruturado. A observação participante permitiu verificar a carência de sinalização em geral, tanto nos portões que dão acesso ao parque, como no interior do mesmo. A partir da coleta de dados, foi possível compreender que a maior parte dos entrevistados aponta a comunicação visual do mesmo com o conceito regular, ressaltando que a sinalização é insuficiente para direcionar um público em tal parque, em especial nos finais de semana. Sendo assim, conclui-se que a comunicação visual é um elemento importante para a educação no lazer, tornando o ambiente mais hospitaleiro e que, neste sentido, o Parque Ibirapuera não parece ser um ambiente tão acolhedor quanto poderia. Propõem-se, como possíveis soluções: a inserção de sinalização em locais estratégicos do parque, a promoção do aplicativo de celular desenvolvido pelo próprio parque e sua disponibilização em mais dois idiomas (inglês e espanhol), bem como a contratação de guias de turismo e animadores socioculturais para atender e orientar os visitantes.","PeriodicalId":40855,"journal":{"name":"Comunicacoes","volume":"63 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67009334","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-04-25DOI: 10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P327-347
B. C. Santos, Fábio Tomio Fuzii
A Educação Física escolar do século XXI traz consigo resquícios do que fora no século passado, quando chegou ao Brasil com influências europeias. Mas, visto as drásticas mudanças pelas quais a sociedade brasileira tem passado nas últimas décadas, não só no contexto social, mas também político e econômico, a Educação Física buscou questionar o seu papel enquanto parte dessa sociedade pós-moderna e refletir sobre seu campo científico, buscando subsídios nas Ciências Humanas e se apropriando dos estudos culturais e da própria área da Linguagem. Hoje, mais democrática e contextualizada com a sociedade da qual faz parte, a Educação Física vê-se em um cenário turbulento no que tange à educação escolar. Ao currículo escolar foi atribuída a Base Nacional Comum Curricular, sendo obrigatória para a Educação Básica em nível da nação, causando inúmeras transformações no sistema educacional e sendo seus efeitos fortemente debatidos. O respectivo artigo procura situar a Educação Física dentro do cenário acadêmico-científico, especificamente a discussão sobre o seu objeto de estudo e discutir o impacto da BNCC na área.
{"title":"A Educação Física na área da linguagem: o impacto da BNCC no currículo escolar","authors":"B. C. Santos, Fábio Tomio Fuzii","doi":"10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P327-347","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P327-347","url":null,"abstract":"A Educação Física escolar do século XXI traz consigo resquícios do que fora no século passado, quando chegou ao Brasil com influências europeias. Mas, visto as drásticas mudanças pelas quais a sociedade brasileira tem passado nas últimas décadas, não só no contexto social, mas também político e econômico, a Educação Física buscou questionar o seu papel enquanto parte dessa sociedade pós-moderna e refletir sobre seu campo científico, buscando subsídios nas Ciências Humanas e se apropriando dos estudos culturais e da própria área da Linguagem. Hoje, mais democrática e contextualizada com a sociedade da qual faz parte, a Educação Física vê-se em um cenário turbulento no que tange à educação escolar. Ao currículo escolar foi atribuída a Base Nacional Comum Curricular, sendo obrigatória para a Educação Básica em nível da nação, causando inúmeras transformações no sistema educacional e sendo seus efeitos fortemente debatidos. O respectivo artigo procura situar a Educação Física dentro do cenário acadêmico-científico, especificamente a discussão sobre o seu objeto de estudo e discutir o impacto da BNCC na área.","PeriodicalId":40855,"journal":{"name":"Comunicacoes","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67009434","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-04-25DOI: 10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P197-216
Bruno Pucci, Gloria Bonilha Cavaggioni, L. Campos
Este ensaio se propõe a interpretar o conto “Recado do Morro”, de Guimarães Rosa, em diálogo com as reflexões estético-filosóficas de Theodor Adorno. O que nos dá base para o empreendimento é o fato de os contos de Guimarães Rosa apresentarem uma densidade semântica, possibilitando uma pluralidade de leituras. Nesta perspectiva, destacamos cinco eixos teórico-metodológicos para nos orientar nessa empreitada: a). a tensão entre a mimese e a racionalidade, entre o reino da natureza, da sensibilidade e as dimensões do construtivo e das técnicas; b). a constelação – recurso utilizado por Adorno para caracterizar, com mais proximidade, o objeto de conhecimento -- como procedimento metodológico de Rosa na caracterização de seus personagens centrais; c). A obra de arte como crítica da sociedade de onde ela proveio; d). O Recado do Morro como uma “estória de formação” de seu protagonista. À medida que a estória da canção vai se formando, também o protagonista da estória vai constituindo sua identidade pessoal; e). A obra de arte como irrupção da objetividade na consciência subjetiva de Pedro Orósio
{"title":"O Recado do Morro: a estória da experiência formativa de Pedro Orósio","authors":"Bruno Pucci, Gloria Bonilha Cavaggioni, L. Campos","doi":"10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P197-216","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P197-216","url":null,"abstract":"Este ensaio se propõe a interpretar o conto “Recado do Morro”, de Guimarães Rosa, em diálogo com as reflexões estético-filosóficas de Theodor Adorno. O que nos dá base para o empreendimento é o fato de os contos de Guimarães Rosa apresentarem uma densidade semântica, possibilitando uma pluralidade de leituras. Nesta perspectiva, destacamos cinco eixos teórico-metodológicos para nos orientar nessa empreitada: a). a tensão entre a mimese e a racionalidade, entre o reino da natureza, da sensibilidade e as dimensões do construtivo e das técnicas; b). a constelação – recurso utilizado por Adorno para caracterizar, com mais proximidade, o objeto de conhecimento -- como procedimento metodológico de Rosa na caracterização de seus personagens centrais; c). A obra de arte como crítica da sociedade de onde ela proveio; d). O Recado do Morro como uma “estória de formação” de seu protagonista. À medida que a estória da canção vai se formando, também o protagonista da estória vai constituindo sua identidade pessoal; e). A obra de arte como irrupção da objetividade na consciência subjetiva de Pedro Orósio","PeriodicalId":40855,"journal":{"name":"Comunicacoes","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67009253","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-04-25DOI: 10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P5-26
José Carlos Rothen, Regilson Maciel Borges, Andreliza Cristina de Souza, Joelma dos Santos Bernardes, Pamela Cristina Botiglieri
O artigo resulta de pesquisa que buscou identificar o conceito de qualidade presente nos documentos oficiais e dispositivos legais brasileiros publicados no período de 2003 a 2013. O material foi selecionado no Portal Domínio Público do MEC e no sítio do INEP. No levantamento encontrou-se um total de 27 documentos. Para análise dos usos do conceito de qualidade os documentos foram organizados em cinco categorias temáticas: Qualidade como base para a fundamentação legal; Qualidade tendo como referência a avaliação institucional; Qualidade como relevância social; Quando a qualidade é excelência; Qualidade baseada em índices e indicadores. Concluímos que não existe uma definição única do que seria qualidade, mas sim uma flutuação no uso do termo que varia de uma visão “formativa-educativa” para uma visão “gerencialista”. Ressaltamos que a discussão acerca da qualidade da educação não deve se restringir aos documentos oficiais, aos dispositivos legais e aos pesquisadores, deve-se transpor os limites teóricos e chegar às instituições, ao professorado, aos estudantes e demais agentes envolvidos e comprometidos com a educação superior.
{"title":"Concepções de qualidade nos documentos oficiais sobre a Educação Superior","authors":"José Carlos Rothen, Regilson Maciel Borges, Andreliza Cristina de Souza, Joelma dos Santos Bernardes, Pamela Cristina Botiglieri","doi":"10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P5-26","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P5-26","url":null,"abstract":"O artigo resulta de pesquisa que buscou identificar o conceito de qualidade presente nos documentos oficiais e dispositivos legais brasileiros publicados no período de 2003 a 2013. O material foi selecionado no Portal Domínio Público do MEC e no sítio do INEP. No levantamento encontrou-se um total de 27 documentos. Para análise dos usos do conceito de qualidade os documentos foram organizados em cinco categorias temáticas: Qualidade como base para a fundamentação legal; Qualidade tendo como referência a avaliação institucional; Qualidade como relevância social; Quando a qualidade é excelência; Qualidade baseada em índices e indicadores. Concluímos que não existe uma definição única do que seria qualidade, mas sim uma flutuação no uso do termo que varia de uma visão “formativa-educativa” para uma visão “gerencialista”. Ressaltamos que a discussão acerca da qualidade da educação não deve se restringir aos documentos oficiais, aos dispositivos legais e aos pesquisadores, deve-se transpor os limites teóricos e chegar às instituições, ao professorado, aos estudantes e demais agentes envolvidos e comprometidos com a educação superior.","PeriodicalId":40855,"journal":{"name":"Comunicacoes","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67009456","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-04-25DOI: 10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P217-239
Mírian de Medeiros
Este artigo busca refletir sobre qual o sentido da pobreza, um dos pilares da vida religiosa católica, na Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora (IENS). A reflexão se faz a partir de Enrique Dussel, Paulo Freire e José M. Castillo. Os primeiros monges, por não aceitarem as “facilidades” da ordem social em que viviam, fugiram dela e optaram por viver na pobreza. Para Dussel, a América Latina foi “encoberta” e “inventada” à imagem da Europa, causando a opressão dos povos latinos até os dias de hoje. A alternativa para ele é uma práxis libertadora, apontando o profeta, o pobre de Iahweh, como aquele que luta pela destotalização do Sistema. Dussel vê a História como “lugar teológico”, apresentando Jesus de Nazaré como a irrupção de Deus na história humana, e cuja vida se perfila aos pobres do mundo frente ao Sistema. A proposta freireana é também de práxis. Ela é luta contra a Totalização do Sistema pela educação que leva à conscientização, à reflexão e à crítica da realidade, denunciando opressões e injustiças. O profeta em ambos os autores busca frear as engrenagens que negam a pessoa viver sua condição ontológica. Os primeiros monges fugiram do Sistema. Para Dussel e Freire, precisa algo mais: negar-se a alimentá-lo como forma de oposição radical.
{"title":"A pobreza na Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora à Luz de Enrique Dussel e Paulo Freire","authors":"Mírian de Medeiros","doi":"10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P217-239","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P217-239","url":null,"abstract":"Este artigo busca refletir sobre qual o sentido da pobreza, um dos pilares da vida religiosa católica, na Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora (IENS). A reflexão se faz a partir de Enrique Dussel, Paulo Freire e José M. Castillo. Os primeiros monges, por não aceitarem as “facilidades” da ordem social em que viviam, fugiram dela e optaram por viver na pobreza. Para Dussel, a América Latina foi “encoberta” e “inventada” à imagem da Europa, causando a opressão dos povos latinos até os dias de hoje. A alternativa para ele é uma práxis libertadora, apontando o profeta, o pobre de Iahweh, como aquele que luta pela destotalização do Sistema. Dussel vê a História como “lugar teológico”, apresentando Jesus de Nazaré como a irrupção de Deus na história humana, e cuja vida se perfila aos pobres do mundo frente ao Sistema. A proposta freireana é também de práxis. Ela é luta contra a Totalização do Sistema pela educação que leva à conscientização, à reflexão e à crítica da realidade, denunciando opressões e injustiças. O profeta em ambos os autores busca frear as engrenagens que negam a pessoa viver sua condição ontológica. Os primeiros monges fugiram do Sistema. Para Dussel e Freire, precisa algo mais: negar-se a alimentá-lo como forma de oposição radical. ","PeriodicalId":40855,"journal":{"name":"Comunicacoes","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48640566","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A partir de atividades realizadas utilizando documentários com licenciandos de uma disciplina intitulada Práticas do Ensino de Física, verificamos o potencial destes recursos para o desenvolvimento de práticas em disciplinas científicas do ensino médio. Ao mesmo tempo, verificamos que pesquisas na área de ensino de ciências identificaram que o uso destes recursos em sala de aula, por parte de professores da educação básica, se dá, em grande parte, para motivar, ilustrar e reforçar conteúdos científicos. Neste trabalho, sugerimos outras formas de utilizarmos documentários de divulgação cientifica em sala de aula, tendo como apoio teórico os modelos do déficit, contextual e de participação pública de divulgação da ciência. Selecionamos cinco documentários produzidos pela BBC, PBS e History Chanel e sugerimos atividades e questões endereçadas às disciplinas científicas do ensino médio. Entre elas, destacamos o potencial destes recursos para a discussão de questões envolvendo a natureza da ciência e debates sociocientíficos. Além disso, discutimos a relevância de se trabalhar as representações de ciência contida em recursos audiovisuais, principalmente, numa sociedade como a nossa, onde a principal fonte de informação sobre ciência, ao longo da vida destes jovens, será as diversas manifestações da mídia.
{"title":"O documentário de divulgação científica: tipos e potencialidades de uso no ensino.","authors":"Aldo Aoyagui Gomes Pereira, Silmara Rodrigues Domingues, Aline Rodrigues de Carvalho","doi":"10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P241-267","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P241-267","url":null,"abstract":"A partir de atividades realizadas utilizando documentários com licenciandos de uma disciplina intitulada Práticas do Ensino de Física, verificamos o potencial destes recursos para o desenvolvimento de práticas em disciplinas científicas do ensino médio. Ao mesmo tempo, verificamos que pesquisas na área de ensino de ciências identificaram que o uso destes recursos em sala de aula, por parte de professores da educação básica, se dá, em grande parte, para motivar, ilustrar e reforçar conteúdos científicos. Neste trabalho, sugerimos outras formas de utilizarmos documentários de divulgação cientifica em sala de aula, tendo como apoio teórico os modelos do déficit, contextual e de participação pública de divulgação da ciência. Selecionamos cinco documentários produzidos pela BBC, PBS e History Chanel e sugerimos atividades e questões endereçadas às disciplinas científicas do ensino médio. Entre elas, destacamos o potencial destes recursos para a discussão de questões envolvendo a natureza da ciência e debates sociocientíficos. Além disso, discutimos a relevância de se trabalhar as representações de ciência contida em recursos audiovisuais, principalmente, numa sociedade como a nossa, onde a principal fonte de informação sobre ciência, ao longo da vida destes jovens, será as diversas manifestações da mídia.","PeriodicalId":40855,"journal":{"name":"Comunicacoes","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67009264","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-01-29DOI: 10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V25N3P103-117
Danubia Fernanda Zevoli Peres, Laura Noemi Chaluh
Neste trabalho, apresentamos um recorte de uma pesquisa problematizada pela escrita na escola pública e na academia, desenvolvida por uma professora que promoveu o exercício da escrita em diários pessoais com alunos de 8º ano. As escritas dos autores-alunos e da professora-pesquisadora e as relações instituídas entre eles, levou ao desenvolvimento de uma pesquisa de orientação sócio-histórica, evidenciando o sentido da escrita nesse contexto e o atravessamento da intimidade entre esses sujeitos, enquanto amizade. A pesquisa também potencializou outra forma de interpretação dos dados, pois a professora-pesquisadora, como autora, criou crônicas a partir dos diários pessoais dos alunos, mostrando possibilidades outras de escrita no contexto acadêmico. Enfim, explicitamos que todo o movimento desencadeado na escola traz contribuições para repensar práticas pedagógicas nas aulas de Língua Portuguesa atentas à possibilidade dos professores serem responsáveis pela constituição de sujeitos autores, bem como práticas de escrita acadêmica que evidenciem as marcas de autoria.
{"title":"Diário pessoal na aula de Língua Portuguesa: implicações para pensar a prática pedagógica e a escrita acadêmica","authors":"Danubia Fernanda Zevoli Peres, Laura Noemi Chaluh","doi":"10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V25N3P103-117","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V25N3P103-117","url":null,"abstract":"Neste trabalho, apresentamos um recorte de uma pesquisa problematizada pela escrita na escola pública e na academia, desenvolvida por uma professora que promoveu o exercício da escrita em diários pessoais com alunos de 8º ano. As escritas dos autores-alunos e da professora-pesquisadora e as relações instituídas entre eles, levou ao desenvolvimento de uma pesquisa de orientação sócio-histórica, evidenciando o sentido da escrita nesse contexto e o atravessamento da intimidade entre esses sujeitos, enquanto amizade. A pesquisa também potencializou outra forma de interpretação dos dados, pois a professora-pesquisadora, como autora, criou crônicas a partir dos diários pessoais dos alunos, mostrando possibilidades outras de escrita no contexto acadêmico. Enfim, explicitamos que todo o movimento desencadeado na escola traz contribuições para repensar práticas pedagógicas nas aulas de Língua Portuguesa atentas à possibilidade dos professores serem responsáveis pela constituição de sujeitos autores, bem como práticas de escrita acadêmica que evidenciem as marcas de autoria.","PeriodicalId":40855,"journal":{"name":"Comunicacoes","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-01-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67008255","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-01-29DOI: 10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V25N3P321-324
C. Silva, Agnes Iara Domingos Moraes
Trata-se de resenha do livro intitulado Conhecimento escolar e deficiência intelectual: dados da realidade, de autoria de Anna Augusta Sampaio de Oliveira, publicado em 2018, pela CRV.
这是对安娜·奥古斯塔·桑帕约·德奥利韦拉(Anna Augusta Sampaio de Oliveira) 2018年出版的《学校知识与智力残疾:现实数据》(school knowledship and intellect deficit: data of reality)一书的评论。
{"title":"Conhecimento escolar e deficiência intelectual: dados da realidade","authors":"C. Silva, Agnes Iara Domingos Moraes","doi":"10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V25N3P321-324","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V25N3P321-324","url":null,"abstract":"Trata-se de resenha do livro intitulado Conhecimento escolar e deficiência intelectual: dados da realidade, de autoria de Anna Augusta Sampaio de Oliveira, publicado em 2018, pela CRV.","PeriodicalId":40855,"journal":{"name":"Comunicacoes","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-01-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67009140","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-01-29DOI: 10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V25N3P3-26
L. Minto
O artigo trata da questão da autonomia universitária à luz das políticas para a educação superior no Brasil. Adotam-se como referências as determinações estruturais que interpõem limites para o exercício dessa autonomia, intensificadas com o neoliberalismo. Argumentamos que as atividades-fim das instituições universitárias são determinadas historicamente, no âmbito dos conflitos de interesses que pautam a luta de classes e suas formas de expressão no ensino superior; portanto, o princípio de autonomia não está isolado desse conjunto de determinações. No período contemporâneo, apesar do princípio legal da autonomia ter atingido seu ponto de maior avanço na Constituição Federal de 1988, também houve mudanças estruturais na educação superior, de modo a alterar as possibilidades concretas de vigência da autonomia universitária. Defendemos, por fim, que a autonomia é uma conquista necessária, não restrita ao princípio formal que a rege, ou eventuais regulamentações, mas uma condição para que a universidade pública possa se transformar, formulando novos projetos e formas de inserção social distintas daquelas que possui na sociedade atual.
{"title":"Autonomia universitária: princípio inerente ou conquista necessária?","authors":"L. Minto","doi":"10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V25N3P3-26","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V25N3P3-26","url":null,"abstract":"O artigo trata da questão da autonomia universitária à luz das políticas para a educação superior no Brasil. Adotam-se como referências as determinações estruturais que interpõem limites para o exercício dessa autonomia, intensificadas com o neoliberalismo. Argumentamos que as atividades-fim das instituições universitárias são determinadas historicamente, no âmbito dos conflitos de interesses que pautam a luta de classes e suas formas de expressão no ensino superior; portanto, o princípio de autonomia não está isolado desse conjunto de determinações. No período contemporâneo, apesar do princípio legal da autonomia ter atingido seu ponto de maior avanço na Constituição Federal de 1988, também houve mudanças estruturais na educação superior, de modo a alterar as possibilidades concretas de vigência da autonomia universitária. Defendemos, por fim, que a autonomia é uma conquista necessária, não restrita ao princípio formal que a rege, ou eventuais regulamentações, mas uma condição para que a universidade pública possa se transformar, formulando novos projetos e formas de inserção social distintas daquelas que possui na sociedade atual.","PeriodicalId":40855,"journal":{"name":"Comunicacoes","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-01-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48511847","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}