Este artigo tem por objetivo analisar algumas composições de Clepsydra, 1920, de Camilo Pessanha, e estabelecer uma comparação entre sua obra e a escrita chinesa. Portanto, atenta-se para a qualidade visual da poesia de Pessanha e para o modo como leu, traduziu e trouxe aspectos da poesia chinesa para os seus versos. Promove-se, ainda, um diálogo entre o poeta coimbrão e a tradição poética chinesa, recuperando alguns importantes nomes em diversas épocas. Mostra-se, ainda, como Camilo Pessanha foi pioneiro no uso de temas provenientes da poesia oriental em sua escrita, antecipando elementos do imagismo. Desse modo, o artigo revela Pessanha, ao lado de Ezra Pound, como um precursor da incorporação da estética do ideograma na literatura do Ocidente. Ainda, comenta-se sobre a atividade tradutora do poeta, que age pela hospitalidade da língua, conforme Derrida, e de forma vampiresca ao usar a diferença a seu favor e trazê-la como parte da sua prática artística. Por fim, objetiva-se mostrar como a aprendizagem e a tradução de ideogramas alimentaram a poética de Camilo Pessanha e constituem questão central tanto de sua ética quanto de sua estética.
{"title":"Tatuagens complicadas do meu peito: Camilo Pessanha, um artífice do ideograma","authors":"Camila Marchioro","doi":"10.24261/2183-816x1039","DOIUrl":"https://doi.org/10.24261/2183-816x1039","url":null,"abstract":"Este artigo tem por objetivo analisar algumas composições de Clepsydra, 1920, de Camilo Pessanha, e estabelecer uma comparação entre sua obra e a escrita chinesa. Portanto, atenta-se para a qualidade visual da poesia de Pessanha e para o modo como leu, traduziu e trouxe aspectos da poesia chinesa para os seus versos. Promove-se, ainda, um diálogo entre o poeta coimbrão e a tradição poética chinesa, recuperando alguns importantes nomes em diversas épocas. Mostra-se, ainda, como Camilo Pessanha foi pioneiro no uso de temas provenientes da poesia oriental em sua escrita, antecipando elementos do imagismo. Desse modo, o artigo revela Pessanha, ao lado de Ezra Pound, como um precursor da incorporação da estética do ideograma na literatura do Ocidente. Ainda, comenta-se sobre a atividade tradutora do poeta, que age pela hospitalidade da língua, conforme Derrida, e de forma vampiresca ao usar a diferença a seu favor e trazê-la como parte da sua prática artística. Por fim, objetiva-se mostrar como a aprendizagem e a tradução de ideogramas alimentaram a poética de Camilo Pessanha e constituem questão central tanto de sua ética quanto de sua estética.","PeriodicalId":41523,"journal":{"name":"Veredas-Revista da Associacao Internacional de Lusitanistas","volume":"18 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135939271","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O pensamento de Paul Ricoeur, em A memória, a história, o esquecimento, investe na elaboração epistemológica do discurso histórico, por intermédio dos elementos memorialísticos que instrumentalizam a representação narrativa. Na fase nomeada como “documental”, o “espaço habitado”, o “tempo histórico”, o “testemunho”, o “arquivo” e a “prova documental” configuram a “memória arquivada” (Ricoeur, 2007, p. 155). Nessa perspectiva, o objetivo deste estudo é analisar a relação entre os arquivos da memória e os dispositivos que operacionalizam a inscrição do discurso histórico na narrativa, os quais são instrumentos preponderantes para se compreender a hermenêutica dos afetos em Relato de um certo Oriente, primeiro romance do escritor amazonense de ascendência árabe, Milton Hatoum, publicado em 1989. O texto realiza uma incursão mnemônica pelos escombros do passado de uma família de origem libanesa, a qual habita Manaus, nas primeiras décadas do século XX, como sinalizam os marcos temporais indicados pelas vozes narrativas
{"title":"Epistemologia dos afetos a partir dos arquivos histórico-memorialísticos em Relato de um certo Oriente","authors":"Tatiana Prevedello","doi":"10.24261/2183-816x0439","DOIUrl":"https://doi.org/10.24261/2183-816x0439","url":null,"abstract":"O pensamento de Paul Ricoeur, em A memória, a história, o esquecimento, investe na elaboração epistemológica do discurso histórico, por intermédio dos elementos memorialísticos que instrumentalizam a representação narrativa. Na fase nomeada como “documental”, o “espaço habitado”, o “tempo histórico”, o “testemunho”, o “arquivo” e a “prova documental” configuram a “memória arquivada” (Ricoeur, 2007, p. 155). Nessa perspectiva, o objetivo deste estudo é analisar a relação entre os arquivos da memória e os dispositivos que operacionalizam a inscrição do discurso histórico na narrativa, os quais são instrumentos preponderantes para se compreender a hermenêutica dos afetos em Relato de um certo Oriente, primeiro romance do escritor amazonense de ascendência árabe, Milton Hatoum, publicado em 1989. O texto realiza uma incursão mnemônica pelos escombros do passado de uma família de origem libanesa, a qual habita Manaus, nas primeiras décadas do século XX, como sinalizam os marcos temporais indicados pelas vozes narrativas","PeriodicalId":41523,"journal":{"name":"Veredas-Revista da Associacao Internacional de Lusitanistas","volume":"140 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135981773","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Elias J. Torres Feijó, Vera Lúcia Cardoso Medeiros, Frederico Garcia Fernandes
Elias J. Torres Feijó em entrevista a Vera Lúcia Cardoso Medeiros e Frederico Garcia Fernandes
Elias J. Torres feijo采访Vera lucia Cardoso Medeiros和Frederico Garcia Fernandes
{"title":"Uma conversa sobre formas de afetividades","authors":"Elias J. Torres Feijó, Vera Lúcia Cardoso Medeiros, Frederico Garcia Fernandes","doi":"10.24261/2183-816x0139","DOIUrl":"https://doi.org/10.24261/2183-816x0139","url":null,"abstract":"Elias J. Torres Feijó em entrevista a Vera Lúcia Cardoso Medeiros e Frederico Garcia Fernandes","PeriodicalId":41523,"journal":{"name":"Veredas-Revista da Associacao Internacional de Lusitanistas","volume":"365 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135982018","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Considerando a imensa capacidade de criação linguística observada nas obras rosianas e os estudos publicados desde a década de 1950 sobre os aspectos formais do texto, percorri, no presente estudo, alguns neologismos cunhados por Guimarães Rosa (1956) em Grande sertão: veredas à luz do ensaio “Verdade e mentira no sentido extra-moral” (1873), de Nietzsche. Assim, pretendi observar a construção e, sobretudo, a função do universo linguístico erigido no romance. Quero dizer: o que vale a palavra na obra de Guimarães Rosa? Qual é o valor da verdade enquanto conceito? A palavra rosiana confina um valor? E se confina, o que os neologismos pretendem confinar?
{"title":"Guimarães Rosa ou o homem intuitivo nietzschiano","authors":"Laysa Beretta","doi":"10.24261/2183-816x1139","DOIUrl":"https://doi.org/10.24261/2183-816x1139","url":null,"abstract":"Considerando a imensa capacidade de criação linguística observada nas obras rosianas e os estudos publicados desde a década de 1950 sobre os aspectos formais do texto, percorri, no presente estudo, alguns neologismos cunhados por Guimarães Rosa (1956) em Grande sertão: veredas à luz do ensaio “Verdade e mentira no sentido extra-moral” (1873), de Nietzsche. Assim, pretendi observar a construção e, sobretudo, a função do universo linguístico erigido no romance. Quero dizer: o que vale a palavra na obra de Guimarães Rosa? Qual é o valor da verdade enquanto conceito? A palavra rosiana confina um valor? E se confina, o que os neologismos pretendem confinar?","PeriodicalId":41523,"journal":{"name":"Veredas-Revista da Associacao Internacional de Lusitanistas","volume":"68 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135982234","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente trabalho propõe tomar em consideração a componente afetiva na construção identitária individual e coletiva. São formulados os conceitos de identidade afetivizada (a assunção sentimental de elementos identitários: o elemento identitário gera afetividade) e afetividade identitária (o resultado numa identidade a partir dum elemento ou duns elementos mediadores não necessariamente vinculados de modo linear com o objeto da identificação). Aplica-se em concreto à questão ortográfica no caso galego e como essas componentes podem incidir nas elaborações afetivas das pessoas em relação à conceção da língua, à literatura e aos afetos e orientações de leitura; e como essas orientações se relacionam com o próprio conceito de nação e das suas relações externas.
{"title":"A dimensão da afetividade identitária: literatura, língua e normas ortográficas na Galiza. Uma proposta de aproximação","authors":"Elias José Torres Feijó","doi":"10.24261/2183-816x0239","DOIUrl":"https://doi.org/10.24261/2183-816x0239","url":null,"abstract":"O presente trabalho propõe tomar em consideração a componente afetiva na construção identitária individual e coletiva. São formulados os conceitos de identidade afetivizada (a assunção sentimental de elementos identitários: o elemento identitário gera afetividade) e afetividade identitária (o resultado numa identidade a partir dum elemento ou duns elementos mediadores não necessariamente vinculados de modo linear com o objeto da identificação). Aplica-se em concreto à questão ortográfica no caso galego e como essas componentes podem incidir nas elaborações afetivas das pessoas em relação à conceção da língua, à literatura e aos afetos e orientações de leitura; e como essas orientações se relacionam com o próprio conceito de nação e das suas relações externas.","PeriodicalId":41523,"journal":{"name":"Veredas-Revista da Associacao Internacional de Lusitanistas","volume":"15 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135938889","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A literatura não se esgota nos seus aspectos discursivos, o que significa dizer que há algo mais, um afecto, um conjunto de afectos e perceptos que passa por entre as palavras sem, contudo, se diluir nelas. Embora não exista sem a linguagem (quid facti), a literatura produz sensações diferenciais (quid juris) que ultrapassam a lógica discursiva e a veiculação dos enunciados. Para além do imperativo comunicacional, as personagens e as paisagens da literatura podem ser descritas enquanto insistências virtuais, o que, nem por isso, as tornam, no entanto, menos reais. A literatura, ou o fato literário, torna sensível o insensível da linguagem enquanto violência que torna sensória os limites mesmos da nossa sensibilidade. É a partir dessas proposições de Gilles Deleuze que este ensaio se debruça, procurando explicitar o uso de uma constelação de conceitos que insiste na capacidade da literatura de escrever sensações, de inscrever afectos. “Devir”, “Território” e “Ritornelo” são alguns desses conceitos que servem de orientação para a hipótese de uma teoria literária menor que procura cartografar os afectos produzidos pela literatura. Essa teoria literária menor poderia ser denominada, de igual modo, uma estética da literatura.
{"title":"Escrever sensações, inscrever afectos: notas para uma teoria literária menor segundo Gilles Deleuze","authors":"Caio Vinícius Russo Nogueira","doi":"10.24261/2183-816x0539","DOIUrl":"https://doi.org/10.24261/2183-816x0539","url":null,"abstract":"A literatura não se esgota nos seus aspectos discursivos, o que significa dizer que há algo mais, um afecto, um conjunto de afectos e perceptos que passa por entre as palavras sem, contudo, se diluir nelas. Embora não exista sem a linguagem (quid facti), a literatura produz sensações diferenciais (quid juris) que ultrapassam a lógica discursiva e a veiculação dos enunciados. Para além do imperativo comunicacional, as personagens e as paisagens da literatura podem ser descritas enquanto insistências virtuais, o que, nem por isso, as tornam, no entanto, menos reais. A literatura, ou o fato literário, torna sensível o insensível da linguagem enquanto violência que torna sensória os limites mesmos da nossa sensibilidade. É a partir dessas proposições de Gilles Deleuze que este ensaio se debruça, procurando explicitar o uso de uma constelação de conceitos que insiste na capacidade da literatura de escrever sensações, de inscrever afectos. “Devir”, “Território” e “Ritornelo” são alguns desses conceitos que servem de orientação para a hipótese de uma teoria literária menor que procura cartografar os afectos produzidos pela literatura. Essa teoria literária menor poderia ser denominada, de igual modo, uma estética da literatura.","PeriodicalId":41523,"journal":{"name":"Veredas-Revista da Associacao Internacional de Lusitanistas","volume":"6 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135982439","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Ao lançar o olhar sobre o movimento Msaho, que surge em Moçambique no ano de 1952, intenta-se demonstrar como a língua portuguesa, entendida inicialmente como língua do colonizador, abarcou as tensões do período, assumindo-as no campo da literatura. Para além disso, objetiva-se demonstrar como os autores pertencentes a esse movimento literário, como, por exemplo, José Craveirinha, Noémia de Sousa e Virgílio de Lemos, fortaleceram o processo de africanização da língua portuguesa, permitindo que, na construção literária, pudessem ecoar as vozes de diferentes etnias e dos costumes celebrados por elas.
通过对1952年出现在莫桑比克的Msaho运动的观察,我们试图展示葡萄牙语,最初被理解为殖民者的语言,如何拥抱这一时期的紧张局势,并将其置于文学领域。此外,客观的证明作者的文学运动,比如穆Craveirinha Noémia de Sousa africanização过程和维吉尔的读,西方的葡萄牙语,使文学,建筑工人,能动人的声音不同的名族和他们所签署的风俗。
{"title":"Msaho e a proposta de renovação da linguagem literária","authors":"Lílian Paula Serra e Deus","doi":"10.24261/2183-816x0939","DOIUrl":"https://doi.org/10.24261/2183-816x0939","url":null,"abstract":"Ao lançar o olhar sobre o movimento Msaho, que surge em Moçambique no ano de 1952, intenta-se demonstrar como a língua portuguesa, entendida inicialmente como língua do colonizador, abarcou as tensões do período, assumindo-as no campo da literatura. Para além disso, objetiva-se demonstrar como os autores pertencentes a esse movimento literário, como, por exemplo, José Craveirinha, Noémia de Sousa e Virgílio de Lemos, fortaleceram o processo de africanização da língua portuguesa, permitindo que, na construção literária, pudessem ecoar as vozes de diferentes etnias e dos costumes celebrados por elas.","PeriodicalId":41523,"journal":{"name":"Veredas-Revista da Associacao Internacional de Lusitanistas","volume":"15 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135938883","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Vera Lúcia Cardoso Medeiros, Frederico Garcia Fernandes
Apresentação dossiê: A literatura e seus afetos
档案展示:文学及其情感
{"title":"Sobre afetos e afetividades","authors":"Vera Lúcia Cardoso Medeiros, Frederico Garcia Fernandes","doi":"10.24261/2183-816x0039","DOIUrl":"https://doi.org/10.24261/2183-816x0039","url":null,"abstract":"Apresentação dossiê: A literatura e seus afetos","PeriodicalId":41523,"journal":{"name":"Veredas-Revista da Associacao Internacional de Lusitanistas","volume":"86 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135939270","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Luciana Lis de Souza e Santos, Elio Ferreira de Souza
O presente artigo tem por objetivo refletir sobre ancestralidade e como, a partir desta, deriva-se a autoestima quando são criadas imagens positivas acerca da negritude, no romance Maréia, de Miriam Alves, publicado em 2019. Analisa, também, a Autodefinição e a Autoavaliação (Collins, 2019) de Maréia, personagem homônima. Por meio da obra, é possível exaltar nossos ancestrais negros. Para tanto, o estudo está apoiado nas teorias de Collins (2016, 2019), Mongim (2017), Maldonado-Torres (2018), Woodson (2021), Carneiro (2005), Oliveira (2009), Ribeiro (2020), dentre outros. Os estudos tendem ao entendimento de que Maréia está sempre buscando, em seus ancestrais, a força para criar seus caminhos. Portanto, ela subverte a lógica colonial que invisibilizou os saberes provenientes da diáspora negra.
{"title":"Ancestralidade e autoestima em Maréia, de Miriam Alves","authors":"Luciana Lis de Souza e Santos, Elio Ferreira de Souza","doi":"10.24261/2183-816x1439","DOIUrl":"https://doi.org/10.24261/2183-816x1439","url":null,"abstract":"O presente artigo tem por objetivo refletir sobre ancestralidade e como, a partir desta, deriva-se a autoestima quando são criadas imagens positivas acerca da negritude, no romance Maréia, de Miriam Alves, publicado em 2019. Analisa, também, a Autodefinição e a Autoavaliação (Collins, 2019) de Maréia, personagem homônima. Por meio da obra, é possível exaltar nossos ancestrais negros. Para tanto, o estudo está apoiado nas teorias de Collins (2016, 2019), Mongim (2017), Maldonado-Torres (2018), Woodson (2021), Carneiro (2005), Oliveira (2009), Ribeiro (2020), dentre outros. Os estudos tendem ao entendimento de que Maréia está sempre buscando, em seus ancestrais, a força para criar seus caminhos. Portanto, ela subverte a lógica colonial que invisibilizou os saberes provenientes da diáspora negra.","PeriodicalId":41523,"journal":{"name":"Veredas-Revista da Associacao Internacional de Lusitanistas","volume":"86 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135981658","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Tendo como base conceitual o caráter histórico e social do cronotopo bakhtiniano, categoria artístico-literária que confirma a presença de realidade na obra, o presente artigo propõe uma análise materialista e dialética do romance Os ratos (1935), de Dyonélio Machado (1895-1985). O artigo apoia-se, também, na teoria marxista que trata do par dialético alienação e consciência, na busca de se compreender o comportamento do personagem Naziazeno frente às pressões econômicas e sociais do capitalismo, compreendendo que o tempo e o espaço, artisticamente configurados, determinam o seu comportamento, emprestando a ele não apenas as marcas externas de sua época, mas todo um complexo de atitudes que definem as relações sociais a que está subordinado.
{"title":"Cronotopo e realidade objetiva em Os ratos, de Dyonélio Machado","authors":"Luiz Paixão Lima Borges","doi":"10.24261/2183-816x1239","DOIUrl":"https://doi.org/10.24261/2183-816x1239","url":null,"abstract":"Tendo como base conceitual o caráter histórico e social do cronotopo bakhtiniano, categoria artístico-literária que confirma a presença de realidade na obra, o presente artigo propõe uma análise materialista e dialética do romance Os ratos (1935), de Dyonélio Machado (1895-1985). O artigo apoia-se, também, na teoria marxista que trata do par dialético alienação e consciência, na busca de se compreender o comportamento do personagem Naziazeno frente às pressões econômicas e sociais do capitalismo, compreendendo que o tempo e o espaço, artisticamente configurados, determinam o seu comportamento, emprestando a ele não apenas as marcas externas de sua época, mas todo um complexo de atitudes que definem as relações sociais a que está subordinado.","PeriodicalId":41523,"journal":{"name":"Veredas-Revista da Associacao Internacional de Lusitanistas","volume":"69 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135982302","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}