Pub Date : 2022-09-02DOI: 10.31211/rpics.2022.8.2.250
Marcos Roberto Vieira Garcia, Cláudia Renata Dos Santos Barros, Vera Silvia Facciola Paiva, Maria Carla Corrochano, Djalma Barbosa, Nathália De Souza Machado dos Reis, Diego Silva Plácido
Contexto e Objetivo: Estudos recentes mostram um aumento de ideação e comportamentos suicidas entre jovens, havendo fortes associações com ser pobre, ser mulher, ser LGBT (lésbica, gay, bissexual ou transgénero) e sofrer discriminação na escola e/ou na internet. Embora os determinantes sociais da ideação suicida sejam amplamente debatidos em todo o mundo, há uma lacuna sobre esses temas em relação aos jovens brasileiros, o que o presente estudo pretende contribuir para preencher. Métodos: O estudo transversal utilizou uma amostra de conveniência de 475 alunos do ensino médio (16–17 anos) de nove escolas públicas do estado de São Paulo, Brasil. Resultados: Do total de entrevistados, 224 deles relataram ideação suicida ao longo da vida, uma prevalência inesperadamente alta (47,2%). Na análise múltipla com estimativa da razão de prevalência (RP) ajustada, atração por pessoas do mesmo sexo ou bissexual (RP = 1,87; IC95%: 1,5–2,3), estudar em escolas noturnas (RP = 1,36; IC95%: 1,1–1,6) — indicativo de menor condição econômica — e ser discriminado em escola (RP = 1,22; IC95%: 1,0–1,5) e na internet (RP = 1,48; IC95%: 1,2–1,8) foram associados positivamente à ideação suicida ao longo da vida. Raça/etnia e gênero dos alunos não foram associados. Conclusões: Os resultados apontam para a necessidade de consideração dos determinantes sociais da saúde mental no debate público e nos programas de intervenção voltados à juventude no Brasil e em outros lugares. O aprimoramento da promoção da saúde mental, levando-se em conta os determinantes sociopolíticos da saúde, deve ser uma prioridade estratégica e política. É crucial uma perspectiva interseccional abrangente que reflita sobre as várias formas de dominação e como estas se conectam com o sofrimento mental e suas consequências.
{"title":"Prevalência e determinantes sociais da ideação suicida entre estudantes brasileiros em escolas públicas do ensino médio","authors":"Marcos Roberto Vieira Garcia, Cláudia Renata Dos Santos Barros, Vera Silvia Facciola Paiva, Maria Carla Corrochano, Djalma Barbosa, Nathália De Souza Machado dos Reis, Diego Silva Plácido","doi":"10.31211/rpics.2022.8.2.250","DOIUrl":"https://doi.org/10.31211/rpics.2022.8.2.250","url":null,"abstract":"Contexto e Objetivo: Estudos recentes mostram um aumento de ideação e comportamentos suicidas entre jovens, havendo fortes associações com ser pobre, ser mulher, ser LGBT (lésbica, gay, bissexual ou transgénero) e sofrer discriminação na escola e/ou na internet. Embora os determinantes sociais da ideação suicida sejam amplamente debatidos em todo o mundo, há uma lacuna sobre esses temas em relação aos jovens brasileiros, o que o presente estudo pretende contribuir para preencher. Métodos: O estudo transversal utilizou uma amostra de conveniência de 475 alunos do ensino médio (16–17 anos) de nove escolas públicas do estado de São Paulo, Brasil. Resultados: Do total de entrevistados, 224 deles relataram ideação suicida ao longo da vida, uma prevalência inesperadamente alta (47,2%). Na análise múltipla com estimativa da razão de prevalência (RP) ajustada, atração por pessoas do mesmo sexo ou bissexual (RP = 1,87; IC95%: 1,5–2,3), estudar em escolas noturnas (RP = 1,36; IC95%: 1,1–1,6) — indicativo de menor condição econômica — e ser discriminado em escola (RP = 1,22; IC95%: 1,0–1,5) e na internet (RP = 1,48; IC95%: 1,2–1,8) foram associados positivamente à ideação suicida ao longo da vida. Raça/etnia e gênero dos alunos não foram associados. Conclusões: Os resultados apontam para a necessidade de consideração dos determinantes sociais da saúde mental no debate público e nos programas de intervenção voltados à juventude no Brasil e em outros lugares. O aprimoramento da promoção da saúde mental, levando-se em conta os determinantes sociopolíticos da saúde, deve ser uma prioridade estratégica e política. É crucial uma perspectiva interseccional abrangente que reflita sobre as várias formas de dominação e como estas se conectam com o sofrimento mental e suas consequências.","PeriodicalId":52016,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Investigacao Comportamental e Social","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2022-09-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47016452","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-08-03DOI: 10.31211/rpics.2022.8.2.243
Evair Mendes Da Silva Sousa, Mateus Egilson da Silva Alves, L. F. De Araújo, Igor Eduardo de Lima Bezerra, Maria Fernanda Veloso Silva, Gutemberg de Sousa Lima Filho, Jéssica Gomes De Alcântara
Objective: This study aims to understand the social representations of old age LGBT (lesbians, gays, bisexuals, transvestites, and transgenders) among adults living with human immunodeficiency virus (HIV) in Brazil. Method: 111 people from 21 Brazilian states participated in the study, with a mean age of 42 years, most of the men (85%), homosexuals (75%), single (85%), and without religion (34%). For data collection, a sociodemographic questionnaire was used; a structured interview was also used; both instruments were applied online. Results: The classes of representations shared by the investigated group are structured in three main axes: Old age of LGBT people; Old age of people living with HIV; Intersectionality, and commonalities between groups. Conclusions: The representations directed to the specificities of each group were: Older LGBT people, connected to loneliness and discrimination; People living with HIV, related to the continuous use of medication. The common and intersectoral experiences for both groups are those related to the experience of stigma and social exclusion. Thus, based on the representations expressed, one can see the need for an intersectional understanding of the groups being investigated and the importance of countering the negative stereotypes to which these people are subjected.
{"title":"People living with HIV, LGBT people and intersectional experiences: Young adults' conceptions of old age and aging","authors":"Evair Mendes Da Silva Sousa, Mateus Egilson da Silva Alves, L. F. De Araújo, Igor Eduardo de Lima Bezerra, Maria Fernanda Veloso Silva, Gutemberg de Sousa Lima Filho, Jéssica Gomes De Alcântara","doi":"10.31211/rpics.2022.8.2.243","DOIUrl":"https://doi.org/10.31211/rpics.2022.8.2.243","url":null,"abstract":"Objective: This study aims to understand the social representations of old age LGBT (lesbians, gays, bisexuals, transvestites, and transgenders) among adults living with human immunodeficiency virus (HIV) in Brazil. Method: 111 people from 21 Brazilian states participated in the study, with a mean age of 42 years, most of the men (85%), homosexuals (75%), single (85%), and without religion (34%). For data collection, a sociodemographic questionnaire was used; a structured interview was also used; both instruments were applied online. Results: The classes of representations shared by the investigated group are structured in three main axes: Old age of LGBT people; Old age of people living with HIV; Intersectionality, and commonalities between groups. Conclusions: The representations directed to the specificities of each group were: Older LGBT people, connected to loneliness and discrimination; People living with HIV, related to the continuous use of medication. The common and intersectoral experiences for both groups are those related to the experience of stigma and social exclusion. Thus, based on the representations expressed, one can see the need for an intersectional understanding of the groups being investigated and the importance of countering the negative stereotypes to which these people are subjected.","PeriodicalId":52016,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Investigacao Comportamental e Social","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2022-08-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49479964","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-08-03DOI: 10.31211/rpics.2022.8.2.249
Fabiana Santos, Diogo Carreiras, Laura Lemos, M. Cunha
Background: Emotional reactivity is associated with exhibiting intense and prolonged affective responses to several stimuli, which is related to an increased likelihood of experiencing psychopathological symptoms. Objective: To translate and validate the Emotion Reactivity Scale (ERS) to Portuguese by studying its psychometric qualities, confirmatory factor analysis, temporal stability, and convergent and divergent validity. Methods: In this study participated 402 adults from the general population, 275 women and 127 men, with a mean of 40.01 years old (SD = 10.30). The convenience sample was recruited online, and participants completed self-report questionnaires. Results: The original models of the ERS were tested and the unidimensional 7-item version was the one with better statistical fit (RMSEA = 0.08; CFI = 0.97; TLI = 0.95; SRMR = 0.03). The total ERS showed positive correlations with borderline personality traits, depressive, anxiety, and stress symptoms and negative correlations with quality of life, sustaining convergent and divergent validity. Considering internal consistency, the 7-item ERS version presented a Cronbach's alpha of .91. Temporal stability was supported by the strong correlation between the first and second moments of completing the ERS within a 4-week interval. Females presented higher emotional reactivity scores than males, and there was no significant relationship between the ERS and age. Conclusions: The Portuguese version of the ERS seems to be a valid and reliable instrument for evaluating emotional reactivity. This is relevant at a clinical and research level because this instrument allows the early identification of the predisposition to feel emotions more intensely, which is related to an increased likelihood of experiencing psychopathological symptoms. | Contexto: A reatividade emocional está associada à apresentação de respostas afetivas intensas e prolongadas a vários estímulos, o que, por sua vez, está relacionado com mais probabilidade de experienciar sintomas psicopatológicos. Objetivo: Realizar a tradução e validação da Emotion Reativity Scale (Escala de Reatividade Emocional, ERE) para português, através do estudo das suas qualidades psicométricas, análise fatorial confirmatória, estabilidade temporal, validade convergente e divergente. Métodos: Participaram 402 adultos da população geral, 275 mulheres e 127 homens, com uma idade média de 40,01 anos (DP = 10,30). A amostra de conveniência foi recolhida online e os participantes preencheram questionários de autorresposta. Resultados: Os modelos do autor original da ERE foram testados e a versão com melhor ajustamento estatístico foi a unidimensional com sete itens (RMSEA = 0,08; CFI = 0,97; TLI = 0,95; SRMR = 0,03). O total da ERE apresentou correlações positivas com traços de personalidade borderline, sintomas depressivos, de ansiedade e de stress e correlações negativas com a qualidade de vida, o que sustentou a validade convergente e divergente da medi
背景:情绪反应性与对多种刺激表现出强烈和持久的情感反应有关,这与经历精神病理症状的可能性增加有关。目的:通过研究情绪反应量表(ERS)的心理测量特征、验证性因子分析、时间稳定性、收敛效度和发散效度,对其进行葡萄牙语翻译和验证。方法:研究对象为402名成人,其中女性275名,男性127名,平均年龄40.01岁(SD = 10.30)。方便样本是在线招募的,参与者完成自我报告问卷。结果:经检验,单维7项版本为统计拟合较好的版本(RMSEA = 0.08;Cfi = 0.97;Tli = 0.95;SRMR = 0.03)。总体ERS与边缘性人格特质、抑郁、焦虑和压力症状呈正相关,与生活质量、维持收敛效度和发散效度呈负相关。考虑到内部一致性,7项ERS版本的Cronbach's alpha为。91。在4周的时间间隔内完成ERS的第一次和第二次时刻之间的强相关性支持了时间稳定性。女性的情绪反应得分高于男性,ERS与年龄无显著关系。结论:葡萄牙语版的ERS似乎是评估情绪反应的有效和可靠的工具。这在临床和研究层面是相关的,因为这个仪器允许早期识别更强烈的情感倾向,这与经历精神病理症状的可能性增加有关。b|研究背景:一种相对性情感感知关联的研究方法,主要表现为:反应性情感感知关联的研究:反应性情感感知的研究:反应性情感感知的研究:反应性情感感知的研究:反应性情感感知的研究:反应性情感感知的研究:反应性情感感知的研究:反应性情感感知的研究;目的:实现一种tradup - 情绪创造量表(Escala de Reatividade emoemoical, ERE) para português,建立一种时间尺度,验证一种收敛性和发散性。调查对象:普通成人402例,成人275例,成人127例,成年成人40,01例(DP = 10,30)。在网上建立了一个研讨会(conveniência),参加者可以在网上参加研讨会(questionários de autorresponsta)。结果:0个模型对原始数据的预测能力较强,1个模型的预测能力较强,1个模型的预测能力较强(RMSEA = 0,08;Cfi = 0,97;Tli = 0,95;SRMR = 0,03)。总体数据显示:correlações阳性数据、个性数据、边缘性数据、抑郁数据、焦虑数据、压力数据、correlações阴性数据、质量数据、有效数据、收敛数据和发散数据。Relativamente consistência interna,一个ERE de seet项目演示的alfa de Cronbach, 1991。estabilidade时间哒medida信息自由comprovada佩拉correlacao福特之间不到e o segundo preenchimento da之前四弦吉他数depois。研究结果表明,女性患者的相对情绪水平与男性患者的相对情绪水平、男性患者的相对情绪水平、男性患者的相对情绪水平、男性患者的相对情绪水平、男性患者的相对情绪水平、男性患者的相对情绪水平、男性患者的相对情绪水平均有显著差异。Conclusões: A verser o portuesa da ERE parece ser uma medida válida e fidedigna para A avaliaparr o da relativevidade emotional。1 . 相关tantera nível clínico como para a investigatora o, uma vez que esta mediada permit identiar de forma predise a predise o do indivíduos para sentiterm as emoções forma mais intensa, or que estassociado a major probability de experiar sintomas psicopatológicos。
{"title":"As emoções à flor da pele: estudo de validação da escala de reatividade emocional para a população portuguesa","authors":"Fabiana Santos, Diogo Carreiras, Laura Lemos, M. Cunha","doi":"10.31211/rpics.2022.8.2.249","DOIUrl":"https://doi.org/10.31211/rpics.2022.8.2.249","url":null,"abstract":"Background: Emotional reactivity is associated with exhibiting intense and prolonged affective responses to several stimuli, which is related to an increased likelihood of experiencing psychopathological symptoms. Objective: To translate and validate the Emotion Reactivity Scale (ERS) to Portuguese by studying its psychometric qualities, confirmatory factor analysis, temporal stability, and convergent and divergent validity. Methods: In this study participated 402 adults from the general population, 275 women and 127 men, with a mean of 40.01 years old (SD = 10.30). The convenience sample was recruited online, and participants completed self-report questionnaires. Results: The original models of the ERS were tested and the unidimensional 7-item version was the one with better statistical fit (RMSEA = 0.08; CFI = 0.97; TLI = 0.95; SRMR = 0.03). The total ERS showed positive correlations with borderline personality traits, depressive, anxiety, and stress symptoms and negative correlations with quality of life, sustaining convergent and divergent validity. Considering internal consistency, the 7-item ERS version presented a Cronbach's alpha of .91. Temporal stability was supported by the strong correlation between the first and second moments of completing the ERS within a 4-week interval. Females presented higher emotional reactivity scores than males, and there was no significant relationship between the ERS and age. Conclusions: The Portuguese version of the ERS seems to be a valid and reliable instrument for evaluating emotional reactivity. This is relevant at a clinical and research level because this instrument allows the early identification of the predisposition to feel emotions more intensely, which is related to an increased likelihood of experiencing psychopathological symptoms. |\u0000\u0000Contexto: A reatividade emocional está associada à apresentação de respostas afetivas intensas e prolongadas a vários estímulos, o que, por sua vez, está relacionado com mais probabilidade de experienciar sintomas psicopatológicos. Objetivo: Realizar a tradução e validação da Emotion Reativity Scale (Escala de Reatividade Emocional, ERE) para português, através do estudo das suas qualidades psicométricas, análise fatorial confirmatória, estabilidade temporal, validade convergente e divergente. Métodos: Participaram 402 adultos da população geral, 275 mulheres e 127 homens, com uma idade média de 40,01 anos (DP = 10,30). A amostra de conveniência foi recolhida online e os participantes preencheram questionários de autorresposta. Resultados: Os modelos do autor original da ERE foram testados e a versão com melhor ajustamento estatístico foi a unidimensional com sete itens (RMSEA = 0,08; CFI = 0,97; TLI = 0,95; SRMR = 0,03). O total da ERE apresentou correlações positivas com traços de personalidade borderline, sintomas depressivos, de ansiedade e de stress e correlações negativas com a qualidade de vida, o que sustentou a validade convergente e divergente da medi","PeriodicalId":52016,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Investigacao Comportamental e Social","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2022-08-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69634594","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-31DOI: 10.31211/rpics.2022.8.1.245
Ana Beatriz Neto Dos Santos, M. Cunha, M. Novo, I. Massano-Cardoso, A. Galhardo
Objetivo: Para fazer face à necessidade de novos instrumentos de avaliação de competências socioemocionais validados para a população portuguesa, o presente estudo teve como objetivo traduzir e validar a escala Social-Emotional Expertise (SEE). Foram analisadas a estrutura fatorial da SEE, fidedignidade, estabilidade temporal e a associação com outras variáveis teoricamente relevantes. Métodos: Duas amostras independentes de participantes (N = 466), entre os 18 e os 64 anos (27,33 ± 11,52) foram utilizadas para validar a SEE. Na Amostra 1 (n = 258) foi analisada a estrutura fatorial da SEE, as propriedades psicométricas e a sua associação com outros construtos. Na Amostra 2 (n = 208) foi testada a plausibilidade do modelo hierárquico da escala representado por uma pontuação global com dois fatores. Os participantes preencheram um protocolo de questionários de autorresposta que avaliaram as competências socioemocionais, a inteligência emocional, a felicidade subjetiva e a ansiedade de interação social. Resultados: A SEE apresentou uma estrutura bifatorial composta pelos fatores Adaptabilidade e Expressividade. A análise fatorial confirmatória do modelo hierárquico de segunda ordem indicou um ajustamento sofrível. A SEE revelou uma boa consistência interna para o total e respetivos fatores e uma adequada fidedignidade teste-reteste. As competências socioemocionais (SEE) revelaram correlações positivas com a inteligência emocional e com a felicidade subjetiva, e associações negativas com a ansiedade de interação social. Não foram encontradas diferenças significativas entre os sexos, e a idade e escolaridade não se mostraram associadas às competências socioemocionais avaliadas pela SEE. Conclusões: A escala Social-Emotional Expertise mostrou ser um instrumento válido e fidedigno para avaliar as competências socioemocionais em adultos na população Portuguesa, sendo de utilidade para a investigação e práticas de intervenção no contexto educativo e clínico.
{"title":"Validação da versão portuguesa da Social-Emotional Expertise Scale","authors":"Ana Beatriz Neto Dos Santos, M. Cunha, M. Novo, I. Massano-Cardoso, A. Galhardo","doi":"10.31211/rpics.2022.8.1.245","DOIUrl":"https://doi.org/10.31211/rpics.2022.8.1.245","url":null,"abstract":"Objetivo: Para fazer face à necessidade de novos instrumentos de avaliação de competências socioemocionais validados para a população portuguesa, o presente estudo teve como objetivo traduzir e validar a escala Social-Emotional Expertise (SEE). Foram analisadas a estrutura fatorial da SEE, fidedignidade, estabilidade temporal e a associação com outras variáveis teoricamente relevantes. Métodos: Duas amostras independentes de participantes (N = 466), entre os 18 e os 64 anos (27,33 ± 11,52) foram utilizadas para validar a SEE. Na Amostra 1 (n = 258) foi analisada a estrutura fatorial da SEE, as propriedades psicométricas e a sua associação com outros construtos. Na Amostra 2 (n = 208) foi testada a plausibilidade do modelo hierárquico da escala representado por uma pontuação global com dois fatores. Os participantes preencheram um protocolo de questionários de autorresposta que avaliaram as competências socioemocionais, a inteligência emocional, a felicidade subjetiva e a ansiedade de interação social. Resultados: A SEE apresentou uma estrutura bifatorial composta pelos fatores Adaptabilidade e Expressividade. A análise fatorial confirmatória do modelo hierárquico de segunda ordem indicou um ajustamento sofrível. A SEE revelou uma boa consistência interna para o total e respetivos fatores e uma adequada fidedignidade teste-reteste. As competências socioemocionais (SEE) revelaram correlações positivas com a inteligência emocional e com a felicidade subjetiva, e associações negativas com a ansiedade de interação social. Não foram encontradas diferenças significativas entre os sexos, e a idade e escolaridade não se mostraram associadas às competências socioemocionais avaliadas pela SEE. Conclusões: A escala Social-Emotional Expertise mostrou ser um instrumento válido e fidedigno para avaliar as competências socioemocionais em adultos na população Portuguesa, sendo de utilidade para a investigação e práticas de intervenção no contexto educativo e clínico.","PeriodicalId":52016,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Investigacao Comportamental e Social","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2022-05-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69634543","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-27DOI: 10.31211/rpics.2022.8.1.228
R. Pereira, S. Martins, Lisa Gomes, João Cainé, A. P. Macedo
Contexto e Objetivo: A complexidade associada aos cuidados de saúde exige que os profissionais mobilizem diferentes tipos de competências. Dentro destas, a competência emocional assume-se como um fator de proteção em situações de elevado stress laboral. Adicionalmente, este tipo de competência encontra-se positivamente associada a outras como a empatia, a resiliência, o suporte social, a satisfação laboral e o cuidar, que constituem elementos essenciais no desempenho profissional dos profissionais de saúde. Assim, este estudo procurou compreender a competência emocional e o seu papel na gestão de situações complexas, na adaptação ao contexto de trabalho e no cuidado à pessoa com doença coronária. Método: O estudo seguiu uma abordagem qualitativa, tendo como referencial teórico-metodológico o estudo de caso explicativo. Participaram cinco profissionais de saúde (4 enfermeiros e um médico) de uma unidade de cuidados coronários de um hospital da região norte de Portugal. Para a recolha de dados optou-se pela realização de um focus group, em fevereiro de 2021. Os resultados foram analisados tendo em consideração os pressupostos de análise de dados qualitativos propostos por Bardin. Resultados: As narrativas destes profissionais deixaram transparecer a complexidade da tarefa laboral, as emoções com que preenchem a jornada de trabalho e o seu papel em momentos cruciais de tomada de decisão. Todos os participantes referiram a necessidade de se desenvolverem iniciativas que promovam o desenvolvimento de diferentes tipos de competências. Conclusão: Este estudo possibilitou aceder a vivências dos profissionais de saúde numa época de grandes desafios devido à pandemia. As narrativas partilhadas possibilitaram a identificação de áreas de maior vulnerabilidade e fragilidade que caracterizam o contexto profissional onde estes participantes atuam.
{"title":"Competência emocional dos profissionais de saúde num contexto de uma unidade de cuidados coronários: estudo de abordagem qualitativa com recurso a tecnologias online","authors":"R. Pereira, S. Martins, Lisa Gomes, João Cainé, A. P. Macedo","doi":"10.31211/rpics.2022.8.1.228","DOIUrl":"https://doi.org/10.31211/rpics.2022.8.1.228","url":null,"abstract":"Contexto e Objetivo: A complexidade associada aos cuidados de saúde exige que os profissionais mobilizem diferentes tipos de competências. Dentro destas, a competência emocional assume-se como um fator de proteção em situações de elevado stress laboral. Adicionalmente, este tipo de competência encontra-se positivamente associada a outras como a empatia, a resiliência, o suporte social, a satisfação laboral e o cuidar, que constituem elementos essenciais no desempenho profissional dos profissionais de saúde. Assim, este estudo procurou compreender a competência emocional e o seu papel na gestão de situações complexas, na adaptação ao contexto de trabalho e no cuidado à pessoa com doença coronária. Método: O estudo seguiu uma abordagem qualitativa, tendo como referencial teórico-metodológico o estudo de caso explicativo. Participaram cinco profissionais de saúde (4 enfermeiros e um médico) de uma unidade de cuidados coronários de um hospital da região norte de Portugal. Para a recolha de dados optou-se pela realização de um focus group, em fevereiro de 2021. Os resultados foram analisados tendo em consideração os pressupostos de análise de dados qualitativos propostos por Bardin. Resultados: As narrativas destes profissionais deixaram transparecer a complexidade da tarefa laboral, as emoções com que preenchem a jornada de trabalho e o seu papel em momentos cruciais de tomada de decisão. Todos os participantes referiram a necessidade de se desenvolverem iniciativas que promovam o desenvolvimento de diferentes tipos de competências. Conclusão: Este estudo possibilitou aceder a vivências dos profissionais de saúde numa época de grandes desafios devido à pandemia. As narrativas partilhadas possibilitaram a identificação de áreas de maior vulnerabilidade e fragilidade que caracterizam o contexto profissional onde estes participantes atuam.","PeriodicalId":52016,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Investigacao Comportamental e Social","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2022-05-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48326225","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-17DOI: 10.31211/rpics.2022.8.1.246
Paulo Gregório Nascimento da Silva, Ramnsés Silva e Araújo, Gleyde Raiane De Araújo, Mateus Egilson da Silva Alves, Paloma Cavalcante Bezerra De Medeiros, Patrícia Nunes da Fonseca, Emerson Diógenes de Medeiros
Objetivo: A presente pesquisa objetivou verificar o poder preditivo dos traços de personalidade, controlando o efeito das variáveis sociodemográficas (gênero e período que está cursando), na explicação da ansiedade cognitiva em avaliações. Métodos: Duzentos estudantes universitários de instituições públicas da cidade de Parnaíba, Piauí, (Midade = 23,97), em maioria mulheres (75%) e cursando Psicologia (52,5%) foram avaliados através da Escala de Ansiedade Cognitiva em provas, o Inventário dos Cinco Grandes Fatores da Personalidade e questões sociodemográficas. Resultados: As análises de correlação de Pearson e de regressão linear múltipla hierárquica mostraram que os traços de personalidade conscienciosidade (β = -0,15; p < 0,01), neuroticismo (β = 0,35; p < 0,01) e o gênero do participante (β = -0,19; p < 0,05) contribuem de maneira significativa para a explicação da ansiedade cognitiva de provas acadêmicas, com o modelo explicando cerca de 20% da sua variância. Os resultados sugeriram ainda que a conscienciosidade pode funcionar como um fator de proteção e o neuroticismo um agente de vulnerabilidade de sintomas ansiosos em contextos avaliativos, principalmente em mulheres, não havendo diferença quanto ao período cursado. Conclusões: Os achados enfatizam a importância de serem realizadas propostas psicoeducativas interventivas, particularmente em mulheres com acentuado nível de neuroticismo.
{"title":"Ansiedade cognitiva de provas em universitários do Brasil: O papel das variáveis sociodemográficas e traços de personalidade","authors":"Paulo Gregório Nascimento da Silva, Ramnsés Silva e Araújo, Gleyde Raiane De Araújo, Mateus Egilson da Silva Alves, Paloma Cavalcante Bezerra De Medeiros, Patrícia Nunes da Fonseca, Emerson Diógenes de Medeiros","doi":"10.31211/rpics.2022.8.1.246","DOIUrl":"https://doi.org/10.31211/rpics.2022.8.1.246","url":null,"abstract":"Objetivo: A presente pesquisa objetivou verificar o poder preditivo dos traços de personalidade, controlando o efeito das variáveis sociodemográficas (gênero e período que está cursando), na explicação da ansiedade cognitiva em avaliações. Métodos: Duzentos estudantes universitários de instituições públicas da cidade de Parnaíba, Piauí, (Midade = 23,97), em maioria mulheres (75%) e cursando Psicologia (52,5%) foram avaliados através da Escala de Ansiedade Cognitiva em provas, o Inventário dos Cinco Grandes Fatores da Personalidade e questões sociodemográficas. Resultados: As análises de correlação de Pearson e de regressão linear múltipla hierárquica mostraram que os traços de personalidade conscienciosidade (β = -0,15; p < 0,01), neuroticismo (β = 0,35; p < 0,01) e o gênero do participante (β = -0,19; p < 0,05) contribuem de maneira significativa para a explicação da ansiedade cognitiva de provas acadêmicas, com o modelo explicando cerca de 20% da sua variância. Os resultados sugeriram ainda que a conscienciosidade pode funcionar como um fator de proteção e o neuroticismo um agente de vulnerabilidade de sintomas ansiosos em contextos avaliativos, principalmente em mulheres, não havendo diferença quanto ao período cursado. Conclusões: Os achados enfatizam a importância de serem realizadas propostas psicoeducativas interventivas, particularmente em mulheres com acentuado nível de neuroticismo. ","PeriodicalId":52016,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Investigacao Comportamental e Social","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2022-05-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48355699","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-05DOI: 10.31211//rpics.2022.8.1.226
Hermenegildo Osvaldo Chitumba, Victor Nhime Nungulo, Cezaltina Nanduva Kahuli
Aim: The research aimed to describe the profile of pregnant adolescents assisted at the Mineira Maternal and Child Health Center (Huambo, Angola). Method: This was a descriptive study, where the data was submitted to a univariate analysis. A total of 170 pregnant adolescents between 14 and 19 years old were randomly surveyed in one of the largest maternal and child care centres in Huambo in Angola from July to December 2019. Results: The average age of the adolescents was 17.53 years old (SD = 1.28); most were single (85%), had completed the first cycle of primary education (59.0%), did not work (92.4%), lived (50.6%) and grew up (56.5%) with their parents, with the majority having the Catholicism as their religious confession (47.1%). The obstetric data reported that most of the adolescents were nulliparous (84.1%), had had no complications from childbirth (84.7%), and had no previous abortion (91.2%). The majority of the adolescents had their first sexual intercourse between 16–19 years (68.2%) with their boyfriend (77.1%), and it was consensual (91.2%). The majority of the partners were aged between 20–22 years, were working (57.0%) and had assumed paternity (89.0%). Conclusion: The results indicated the presence of multiple factors that may influence adolescent pregnancy and showed a need for a profound rethinking of public health policies regarding adolescence.
{"title":"Perfil das adolescentes grávidas atendidas no Centro de Saúde Materno-Infantil da Mineira (Huambo, Angola)","authors":"Hermenegildo Osvaldo Chitumba, Victor Nhime Nungulo, Cezaltina Nanduva Kahuli","doi":"10.31211//rpics.2022.8.1.226","DOIUrl":"https://doi.org/10.31211//rpics.2022.8.1.226","url":null,"abstract":"Aim: The research aimed to describe the profile of pregnant adolescents assisted at the Mineira Maternal and Child Health Center (Huambo, Angola). Method: This was a descriptive study, where the data was submitted to a univariate analysis. A total of 170 pregnant adolescents between 14 and 19 years old were randomly surveyed in one of the largest maternal and child care centres in Huambo in Angola from July to December 2019. Results: The average age of the adolescents was 17.53 years old (SD = 1.28); most were single (85%), had completed the first cycle of primary education (59.0%), did not work (92.4%), lived (50.6%) and grew up (56.5%) with their parents, with the majority having the Catholicism as their religious confession (47.1%). The obstetric data reported that most of the adolescents were nulliparous (84.1%), had had no complications from childbirth (84.7%), and had no previous abortion (91.2%). The majority of the adolescents had their first sexual intercourse between 16–19 years (68.2%) with their boyfriend (77.1%), and it was consensual (91.2%). The majority of the partners were aged between 20–22 years, were working (57.0%) and had assumed paternity (89.0%). Conclusion: The results indicated the presence of multiple factors that may influence adolescent pregnancy and showed a need for a profound rethinking of public health policies regarding adolescence.","PeriodicalId":52016,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Investigacao Comportamental e Social","volume":"34 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2022-05-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69632736","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-05DOI: 10.31211/rpics.2022.8.1.226
Hermenegildo Osvaldo Chitumba, Victor Nhime Nungulo, Cezaltina Nanduva Kahuli
Objetivo: A pesquisa objetivou descrever o perfil das adolescentes grávidas atendidas no Centro de Saúde Materno-Infantil da Mineira (Huambo, Angola). Métodos: Tratou-se de um estudo do tipo descritivo, tendo os dados sido submetidos a uma análise univariada. Foram inquiridas, de forma aleatória, 170 adolescentes grávidas, entre os 14 e 19 anos, em um dos maiores centros de atendimento materno-infantil da cidade do Huambo em Angola, durante o período de julho a dezembro de 2019. Resultados: A idade média das adolescentes foi de 17,53 (DP = 1,28) anos de idade, a maioria era solteira (85,0%), havia concluído o primeiro ciclo do ensino primário (59,0%), não trabalhava (92,4%), vivia (50,6%) e cresceu (56,5%) com os pais, tendo o catolicismo como confissão religiosa (47,1%). Os dados obstétricos deram conta de que a maioria das adolescentes era nulípara (84,1%), não tinha tido complicações decorrentes do parto (84,7%), nem aborto anterior (91,2%). A maioria das adolescentes teve a primeira relação sexual entre os 16–19 anos de idade (68,2%), com o namorado (77,1%) e consentida (91,2%). A maior parte dos parceiros tinha entre 20 a 22 anos de idade (47,0%), trabalhava (57,0%) e assumiu a paternidade (89,0%). Conclusão: Os resultados indiciaram a presença de múltiplos fatores que poderão influir na gravidez na adolescência e mostram haver a necessidade de repensar de forma profunda as políticas públicas de saúde sobre a adolescência.
{"title":"Perfil das adolescentes grávidas atendidas no Centro de Saúde Materno-Infantil da Mineira (Huambo, Angola)","authors":"Hermenegildo Osvaldo Chitumba, Victor Nhime Nungulo, Cezaltina Nanduva Kahuli","doi":"10.31211/rpics.2022.8.1.226","DOIUrl":"https://doi.org/10.31211/rpics.2022.8.1.226","url":null,"abstract":"Objetivo: A pesquisa objetivou descrever o perfil das adolescentes grávidas atendidas no Centro de Saúde Materno-Infantil da Mineira (Huambo, Angola). Métodos: Tratou-se de um estudo do tipo descritivo, tendo os dados sido submetidos a uma análise univariada. Foram inquiridas, de forma aleatória, 170 adolescentes grávidas, entre os 14 e 19 anos, em um dos maiores centros de atendimento materno-infantil da cidade do Huambo em Angola, durante o período de julho a dezembro de 2019. Resultados: A idade média das adolescentes foi de 17,53 (DP = 1,28) anos de idade, a maioria era solteira (85,0%), havia concluído o primeiro ciclo do ensino primário (59,0%), não trabalhava (92,4%), vivia (50,6%) e cresceu (56,5%) com os pais, tendo o catolicismo como confissão religiosa (47,1%). Os dados obstétricos deram conta de que a maioria das adolescentes era nulípara (84,1%), não tinha tido complicações decorrentes do parto (84,7%), nem aborto anterior (91,2%). A maioria das adolescentes teve a primeira relação sexual entre os 16–19 anos de idade (68,2%), com o namorado (77,1%) e consentida (91,2%). A maior parte dos parceiros tinha entre 20 a 22 anos de idade (47,0%), trabalhava (57,0%) e assumiu a paternidade (89,0%). Conclusão: Os resultados indiciaram a presença de múltiplos fatores que poderão influir na gravidez na adolescência e mostram haver a necessidade de repensar de forma profunda as políticas públicas de saúde sobre a adolescência.","PeriodicalId":52016,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Investigacao Comportamental e Social","volume":"44 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2022-05-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69634366","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-05DOI: 10.31211/rpics.2022.8.1.232
Joana Gomes de Almeida, Paulo Peixoto, Cristina Maria Pinto Albuquerque
Contexto e Objetivo: De que modo o software se pode constituir como instrumento da facilitação metodológica perante restrições à pesquisa de campo durante uma pandemia? Porque é importante buscar consensos em momentos de exacerbação e de radicalização de opiniões e de comportamentos? Estas duas questões foram o ponto de partida para argumentarmos que o software potencia e acelera a investigação em contextos de confinamento e que ajuda a formar consensos em momentos de rutura, permitindo identificar desafios e propor soluções para problemas fraturantes. Para tal, utiliza-se o exemplo de um estudo que está em curso na Universidade de Coimbra (UC) que visa produzir recomendações que a UC poderá adotar para estruturar modelos educativos que respondam aos desafios de uma sociedade pós-COVID. Método: O estudo adotou o princípio da auscultação de “testemunhos privilegiados”, selecionando como objeto empírico estudantes, diretores (ou subdiretores) das Unidades Orgânicas, e docentes de todas as áreas científicas da UC. O estudo apostou numa metodologia intensiva, que conseguisse recolher informação qualitativa detalhada que potenciasse não apenas o debate, mas também a modelação de propostas e soluções inovadoras — o método Delphi. Resultados: O método Delphi apresentou-se como um método vantajoso face ao cenário atual de provável intermitência pandémica. A grande vantagem da utilização do método Delphi (usando o software Welphi) foi permitir colocar agentes geograficamente dispersos em diálogo, reforçando os mecanismos de governança democrática na futura conceção de recomendações que afetam toda a comunidade académica. Conclusão: O software facilita bastante a análise, especialmente a nível quantitativo. No entanto, quando se está perante um grupo heterogéneo, é necessário assegurar que as áreas minoritárias não são desvalorizadas. Para tal, é importante assegurar que o primeiro questionário seja de resposta livre e que os comentários sejam cuidadosamente analisados.
{"title":"Potencialidades do software na procura de consensos no ensino superior em contexto pandémico: o método Delphi","authors":"Joana Gomes de Almeida, Paulo Peixoto, Cristina Maria Pinto Albuquerque","doi":"10.31211/rpics.2022.8.1.232","DOIUrl":"https://doi.org/10.31211/rpics.2022.8.1.232","url":null,"abstract":"Contexto e Objetivo: De que modo o software se pode constituir como instrumento da facilitação metodológica perante restrições à pesquisa de campo durante uma pandemia? Porque é importante buscar consensos em momentos de exacerbação e de radicalização de opiniões e de comportamentos? Estas duas questões foram o ponto de partida para argumentarmos que o software potencia e acelera a investigação em contextos de confinamento e que ajuda a formar consensos em momentos de rutura, permitindo identificar desafios e propor soluções para problemas fraturantes. Para tal, utiliza-se o exemplo de um estudo que está em curso na Universidade de Coimbra (UC) que visa produzir recomendações que a UC poderá adotar para estruturar modelos educativos que respondam aos desafios de uma sociedade pós-COVID. Método: O estudo adotou o princípio da auscultação de “testemunhos privilegiados”, selecionando como objeto empírico estudantes, diretores (ou subdiretores) das Unidades Orgânicas, e docentes de todas as áreas científicas da UC. O estudo apostou numa metodologia intensiva, que conseguisse recolher informação qualitativa detalhada que potenciasse não apenas o debate, mas também a modelação de propostas e soluções inovadoras — o método Delphi. Resultados: O método Delphi apresentou-se como um método vantajoso face ao cenário atual de provável intermitência pandémica. A grande vantagem da utilização do método Delphi (usando o software Welphi) foi permitir colocar agentes geograficamente dispersos em diálogo, reforçando os mecanismos de governança democrática na futura conceção de recomendações que afetam toda a comunidade académica. Conclusão: O software facilita bastante a análise, especialmente a nível quantitativo. No entanto, quando se está perante um grupo heterogéneo, é necessário assegurar que as áreas minoritárias não são desvalorizadas. Para tal, é importante assegurar que o primeiro questionário seja de resposta livre e que os comentários sejam cuidadosamente analisados.","PeriodicalId":52016,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Investigacao Comportamental e Social","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2022-05-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48630391","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-08DOI: 10.31211/rpics.2022.8.1.229
Carla Albino, João Carlos De Almeida Vidal, Susana Soares Pinheiro Vieira Pescada
Contexto e Objetivo: A relevância de uma investigação empírica no setor da saúde e em meio hospitalar surge do facto de estes serem contextos emergentes e complexos, onde a problemática do comportamento organizacional e, em particular da satisfação profissional, tem sido alvo de atenção por parte dos gestores. Torna-se assim premente a pluralidade de saberes e cooperação multidisciplinar de áreas científicas para uma melhor compreensão da importância da gestão da satisfação nas organizações de saúde. Apesar dos inúmeros fatores considerados críticos para o sucesso da gestão da satisfação, cingiu-se o estudo à cultura organizacional, procurando-se analisar o perfil e a sua relação com a gestão da satisfação dos trabalhadores de três serviços que integram um departamento de um hospital público de saúde. Método: O estudo, de natureza quantitativa e de corte transversal, assentou num fenómeno singular de características únicas — o Departamento de Ginecologia/Obstetrícia e Reprodução Humana de uma Unidade Hospitalar —, recorrendo ao Organizational Culture Assessment Instrument (OCAI), traduzido e adaptado para a língua portuguesa. O OCAI foi aplicado a 136 trabalhadores com cargos e funções profissionais distintas dos três serviços do departamento. O instrumento utilizado foi validado, apresentando boas qualidades psicométricas. Resultados: A perceção dos trabalhadores sobre os diferentes serviços do departamento evidenciou congruências em relação à cultura organizacional, reconhecendo que nos serviços predominam características das culturas Clã e Hierárquica. No entanto, as discrepâncias entre a cultura atual (vigente) e a cultura futura preferida (ideal) indicaram que os trabalhadores, apesar de desejarem manter essas culturas em determinadas dimensões, idealizaram trabalhar num ambiente organizacional com características das quatro tipologias culturais. Conclusão: Determinadas características da cultura organizacional devem ser reajustadas, pois podem influenciar na gestão da satisfação dos trabalhadores constituindo um fator crítico de sucesso dos três serviços de saúde públicos.
{"title":"A importância da cultura organizacional na gestão da satisfação dos trabalhadores de três serviços de saúde públicos","authors":"Carla Albino, João Carlos De Almeida Vidal, Susana Soares Pinheiro Vieira Pescada","doi":"10.31211/rpics.2022.8.1.229","DOIUrl":"https://doi.org/10.31211/rpics.2022.8.1.229","url":null,"abstract":"Contexto e Objetivo: A relevância de uma investigação empírica no setor da saúde e em meio hospitalar surge do facto de estes serem contextos emergentes e complexos, onde a problemática do comportamento organizacional e, em particular da satisfação profissional, tem sido alvo de atenção por parte dos gestores. Torna-se assim premente a pluralidade de saberes e cooperação multidisciplinar de áreas científicas para uma melhor compreensão da importância da gestão da satisfação nas organizações de saúde. Apesar dos inúmeros fatores considerados críticos para o sucesso da gestão da satisfação, cingiu-se o estudo à cultura organizacional, procurando-se analisar o perfil e a sua relação com a gestão da satisfação dos trabalhadores de três serviços que integram um departamento de um hospital público de saúde. Método: O estudo, de natureza quantitativa e de corte transversal, assentou num fenómeno singular de características únicas — o Departamento de Ginecologia/Obstetrícia e Reprodução Humana de uma Unidade Hospitalar —, recorrendo ao Organizational Culture Assessment Instrument (OCAI), traduzido e adaptado para a língua portuguesa. O OCAI foi aplicado a 136 trabalhadores com cargos e funções profissionais distintas dos três serviços do departamento. O instrumento utilizado foi validado, apresentando boas qualidades psicométricas. Resultados: A perceção dos trabalhadores sobre os diferentes serviços do departamento evidenciou congruências em relação à cultura organizacional, reconhecendo que nos serviços predominam características das culturas Clã e Hierárquica. No entanto, as discrepâncias entre a cultura atual (vigente) e a cultura futura preferida (ideal) indicaram que os trabalhadores, apesar de desejarem manter essas culturas em determinadas dimensões, idealizaram trabalhar num ambiente organizacional com características das quatro tipologias culturais. Conclusão: Determinadas características da cultura organizacional devem ser reajustadas, pois podem influenciar na gestão da satisfação dos trabalhadores constituindo um fator crítico de sucesso dos três serviços de saúde públicos.","PeriodicalId":52016,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Investigacao Comportamental e Social","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2022-04-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48466989","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}