Resumo O artigo analisa os efeitos sociais da implementação de dois programas de transferência de renda na América Latina (Oportunidades/México e Bolsa Família/Brasil) a partir de duas dimensões: (i) arranjos de implementação e (ii) interações entre beneficiários e agentes públicos locais. A primeira engloba aspectos associados à dinâmica organizacional, aos processos burocráticos e aos arranjos institucionais vinculados à trajetória da implementação e orientou a análise do Programa Mexicano. A segunda abrange questões relacionadas ao cotidiano dos processos de implementação relacionadas a julgamentos morais e controles sociais em relação aos grupos de beneficiárias, lente analítica utilizada para o Programa Bolsa-Família. Evidencia-se o reforço das assimetrias que contribuem para o aumento das desigualdades em diferentes dimensões: social, simbólica, moral, de classe, gênero e estigmatização. Criados em 2001 e 2003, respectivamente, os dois programas visam quebrar o ciclo intergeracional da pobreza. No México, foram realizadas 47 entrevistas com implementadores em diversos níveis, incluindo o local, nas cidades de San Luís Potosí e Puebla. No Brasil, os dados advieram de 70 entrevistas com famílias beneficiárias e não beneficiárias e com burocratas de nível de rua em uma área de pobreza na região metropolitana do Rio de Janeiro. As análises revelam que o Estado estabelece múltiplos controles sobre a população beneficiária, agravando as desigualdades sociais. Os dados também mostram que as localidades nos dois países são marcadas por um sistema de vigilância das beneficiárias. Ao visibilizar essas práticas e seus efeitos em nível local, o artigo evidencia o papel central que os agentes de rua desempenham na dinâmica de implementação.
{"title":"Os efeitos sociais do processo de implementação das políticas de transferência de renda no México e no Brasil","authors":"Breynner Ricardo de Oliveira, M. Marins","doi":"10.1590/18070337-117455","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/18070337-117455","url":null,"abstract":"Resumo O artigo analisa os efeitos sociais da implementação de dois programas de transferência de renda na América Latina (Oportunidades/México e Bolsa Família/Brasil) a partir de duas dimensões: (i) arranjos de implementação e (ii) interações entre beneficiários e agentes públicos locais. A primeira engloba aspectos associados à dinâmica organizacional, aos processos burocráticos e aos arranjos institucionais vinculados à trajetória da implementação e orientou a análise do Programa Mexicano. A segunda abrange questões relacionadas ao cotidiano dos processos de implementação relacionadas a julgamentos morais e controles sociais em relação aos grupos de beneficiárias, lente analítica utilizada para o Programa Bolsa-Família. Evidencia-se o reforço das assimetrias que contribuem para o aumento das desigualdades em diferentes dimensões: social, simbólica, moral, de classe, gênero e estigmatização. Criados em 2001 e 2003, respectivamente, os dois programas visam quebrar o ciclo intergeracional da pobreza. No México, foram realizadas 47 entrevistas com implementadores em diversos níveis, incluindo o local, nas cidades de San Luís Potosí e Puebla. No Brasil, os dados advieram de 70 entrevistas com famílias beneficiárias e não beneficiárias e com burocratas de nível de rua em uma área de pobreza na região metropolitana do Rio de Janeiro. As análises revelam que o Estado estabelece múltiplos controles sobre a população beneficiária, agravando as desigualdades sociais. Os dados também mostram que as localidades nos dois países são marcadas por um sistema de vigilância das beneficiárias. Ao visibilizar essas práticas e seus efeitos em nível local, o artigo evidencia o papel central que os agentes de rua desempenham na dinâmica de implementação.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67173812","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Abstract For over forty years discussion and debate about the hijab had raged around the Muslim Arab world, and pitted conservatives against reformists within a political context shaped by European colonialism. In 1927 Syrian shaykhs announced that women must cover their faces. Women took to the streets, and a nineteen-year-old Druze woman from the Beirut bourgeoisie took to her desk. Quoting Islamic scriptures and contemporary religious and secular authorities on almost every page, Nazira Zeineddine wrote four hundred pages about the harm to society of covering women’s faces. Within a few months she published Unveiling and Veiling. The book, the first by a woman to detail women’s rights in Islam, was an attack on shaykhs who presumed to order women to cover their faces, and who manipulated interpretations of the Qur’an and hadiths with the sole goal of empowering men. In this essay, I will provide an overview of Nazira’s hermeneutics and my hypotheses for why she and her writings remained virtually unknown until the end of the 20th century.
{"title":"Nazira Zeineddine: the girl and the shaykhs","authors":"M. cooke","doi":"10.1590/18070337-125405","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/18070337-125405","url":null,"abstract":"Abstract For over forty years discussion and debate about the hijab had raged around the Muslim Arab world, and pitted conservatives against reformists within a political context shaped by European colonialism. In 1927 Syrian shaykhs announced that women must cover their faces. Women took to the streets, and a nineteen-year-old Druze woman from the Beirut bourgeoisie took to her desk. Quoting Islamic scriptures and contemporary religious and secular authorities on almost every page, Nazira Zeineddine wrote four hundred pages about the harm to society of covering women’s faces. Within a few months she published Unveiling and Veiling. The book, the first by a woman to detail women’s rights in Islam, was an attack on shaykhs who presumed to order women to cover their faces, and who manipulated interpretations of the Qur’an and hadiths with the sole goal of empowering men. In this essay, I will provide an overview of Nazira’s hermeneutics and my hypotheses for why she and her writings remained virtually unknown until the end of the 20th century.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67173890","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/18070337-125407-en
C. Hamlin, R. Weiss, S. Brito
{"title":"In defense of a polyphonic sociology: Introducing female voices into the sociological canon","authors":"C. Hamlin, R. Weiss, S. Brito","doi":"10.1590/18070337-125407-en","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/18070337-125407-en","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67173934","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo Batuko, gênero músico-coreográfico de Cabo Verde – país localizado na costa ocidental africana, criado pelos africanos negros escravizados, após a independência do país em 1975 – passou por um processo de revalorização e vem sendo visto pelas batukadeiras como possibilidade de se tornar um projeto profissional. Neste artigo, viso reconstruir as múltiplas dinâmicas sociopolíticas do batuko entrecruzadas com dois momentos socio-históricos e políticos da historiografia oficial de Cabo Verde, tendo como material as narrativas e trechos de vivências das batukadeiras do coletivo de São Martinho Grande, resultantes de pesquisa etnográfica realizada em 2008. O primeiro momento se centra no período pós-colonial, após a independência de Cabo Verde em 1975. E, o segundo, no período pós-abertura política com a democratização do sistema político-partidário a partir de 1991 e, com isso, a criação de bases para a revalorização e circulação das artes musicais tidas como tradicionais. Sinalizo que as narrativas das minhas interlocutoras permitem perceber não só o efeito das narrativas hegemônicas de conformação da identidade da nação nas suas vivências do batuko, mas também os efeitos nos modos como se inscrevem como mulheres batukadeiras e almejam o projeto profissional: vir a ser artistas profissionais.
{"title":"Batuko: alma dum povo! Vivências do batuko cabo-verdiano no período pós-independência","authors":"C. Semedo","doi":"10.1590/15174522-120602","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/15174522-120602","url":null,"abstract":"Resumo Batuko, gênero músico-coreográfico de Cabo Verde – país localizado na costa ocidental africana, criado pelos africanos negros escravizados, após a independência do país em 1975 – passou por um processo de revalorização e vem sendo visto pelas batukadeiras como possibilidade de se tornar um projeto profissional. Neste artigo, viso reconstruir as múltiplas dinâmicas sociopolíticas do batuko entrecruzadas com dois momentos socio-históricos e políticos da historiografia oficial de Cabo Verde, tendo como material as narrativas e trechos de vivências das batukadeiras do coletivo de São Martinho Grande, resultantes de pesquisa etnográfica realizada em 2008. O primeiro momento se centra no período pós-colonial, após a independência de Cabo Verde em 1975. E, o segundo, no período pós-abertura política com a democratização do sistema político-partidário a partir de 1991 e, com isso, a criação de bases para a revalorização e circulação das artes musicais tidas como tradicionais. Sinalizo que as narrativas das minhas interlocutoras permitem perceber não só o efeito das narrativas hegemônicas de conformação da identidade da nação nas suas vivências do batuko, mas também os efeitos nos modos como se inscrevem como mulheres batukadeiras e almejam o projeto profissional: vir a ser artistas profissionais.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48982879","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo Nesta resenha, o livro Como o racismo criou o Brasil, de Jessé Souza, que propõe o conceito de racismo multidimensional e defende a centralidade do racismo racial para explicar a formação do Brasil e de seus principais dilemas, é analisado. Para isso, na primeira parte, são expostos os elementos que compõem as três partes do livro. Na segunda, são apresentadas as contribuições para a explicação teórica sobre o racismo, mas também enfatizadas as limitações do livro que, apesar de propor uma interpretação multidimensional, oferece uma leitura unidimensional sobre o racismo e os dilemas brasileiros.
{"title":"O racismo multidimensional de Jessé Souza e a leitura unidimensional do Brasil","authors":"Marcos Abraão Ribeiro","doi":"10.1590/18070337-121968","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/18070337-121968","url":null,"abstract":"Resumo Nesta resenha, o livro Como o racismo criou o Brasil, de Jessé Souza, que propõe o conceito de racismo multidimensional e defende a centralidade do racismo racial para explicar a formação do Brasil e de seus principais dilemas, é analisado. Para isso, na primeira parte, são expostos os elementos que compõem as três partes do livro. Na segunda, são apresentadas as contribuições para a explicação teórica sobre o racismo, mas também enfatizadas as limitações do livro que, apesar de propor uma interpretação multidimensional, oferece uma leitura unidimensional sobre o racismo e os dilemas brasileiros.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67174028","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo Este artigo analisa a superlotação no sistema socioeducativo enquanto um objeto sociológico, com base em discussão sobre legislações e diretrizes, nacionais e interestatais, que tratam sobre a superlotação em centros de internação para adolescentes a quem se atribui a prática de ato infracional. Para tanto, realiza-se uma análise comparada entre dois países com atuações diferenciadas no tratamento da questão, Brasil e França. A partir da descrição do sistema de sanções a adolescentes acusados de atos infracionais nos dois países, propomos um debate que complexifica o próprio conceito de superlotação para, em seguida, apresentar como este é debatido nos contextos brasileiro e francês, evidenciando singularidades e disputas sobre modos de lidar com a superlotação em instituições privativas de liberdade para adolescentes. Tal análise permite definir a superlotação como resultado político da interação entre sistema de justiça, governos e ativistas, o que abre espaço para questionar a privação de liberdade como resposta inevitável e autoevidente para lidar com atos infracionais.
{"title":"Superlotação no sistema socioeducativo: uma análise sociológica sobre normativas e disputas no Brasil e na França","authors":"Juliana Vinuto, Géraldine Bugnon","doi":"10.1590/15174522-118281","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/15174522-118281","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo analisa a superlotação no sistema socioeducativo enquanto um objeto sociológico, com base em discussão sobre legislações e diretrizes, nacionais e interestatais, que tratam sobre a superlotação em centros de internação para adolescentes a quem se atribui a prática de ato infracional. Para tanto, realiza-se uma análise comparada entre dois países com atuações diferenciadas no tratamento da questão, Brasil e França. A partir da descrição do sistema de sanções a adolescentes acusados de atos infracionais nos dois países, propomos um debate que complexifica o próprio conceito de superlotação para, em seguida, apresentar como este é debatido nos contextos brasileiro e francês, evidenciando singularidades e disputas sobre modos de lidar com a superlotação em instituições privativas de liberdade para adolescentes. Tal análise permite definir a superlotação como resultado político da interação entre sistema de justiça, governos e ativistas, o que abre espaço para questionar a privação de liberdade como resposta inevitável e autoevidente para lidar com atos infracionais.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43737200","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumen Las transgresiones a las leyes y códigos penales cometidas por adolescentes en nuestra región son un problema público que merece mayor atención. Constituyen una base documental única para conocer las tendencias, grados y características de los delitos, y los perfiles de las y los transgresores menores de edad. Este trabajo procura construir el complejo perfil del joven infractor a partir de datos de menores de edad procesados por el sistema de justicia de adolescentes en México. Propone que la conducta obedece a una doble interacción entre las tensiones producidas por la limitada estructura de oportunidades que viven los jóvenes así como por una construcción pública y mediática de un perfil de sujetos propensos a cometer delitos, sustentada en la costumbre de estrategias de control policial y judicial, con prácticas que etiquetan e institucionalizan un solo perfil de adolescentes. Revisa críticamente las teorías sociológicas de la desviación y del comportamiento delictivo juvenil. Muestra los límites de esta categoría y propone algunas alternativas.
{"title":"El adolescente procesado en el sistema de justicia de México: ¿delincuente amateur?","authors":"A. Mendoza","doi":"10.1590/15174522-117925","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/15174522-117925","url":null,"abstract":"Resumen Las transgresiones a las leyes y códigos penales cometidas por adolescentes en nuestra región son un problema público que merece mayor atención. Constituyen una base documental única para conocer las tendencias, grados y características de los delitos, y los perfiles de las y los transgresores menores de edad. Este trabajo procura construir el complejo perfil del joven infractor a partir de datos de menores de edad procesados por el sistema de justicia de adolescentes en México. Propone que la conducta obedece a una doble interacción entre las tensiones producidas por la limitada estructura de oportunidades que viven los jóvenes así como por una construcción pública y mediática de un perfil de sujetos propensos a cometer delitos, sustentada en la costumbre de estrategias de control policial y judicial, con prácticas que etiquetan e institucionalizan un solo perfil de adolescentes. Revisa críticamente las teorías sociológicas de la desviación y del comportamiento delictivo juvenil. Muestra los límites de esta categoría y propone algunas alternativas.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44314465","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo Pesquisa teórica que correlaciona, na elaboração intelectual de Marcel Mauss (1872-1950), sua classificação de níveis de integração coletiva, contida na obra inacabada A nação, ao conceito de tríplice obrigação de doações, recebimentos e retribuições de quaisquer bens – especialmente formulado no Ensaio sobre a dádiva (1925) – e à formulação ulterior dos modos de reciprocidade (1931). Tal correlação teórico-metodológica ensejaria tanto sua aplicação específica à tipologia maussiana de sociedades quanto, também, para explicar tendências atuais de reconfiguração coletiva e distintas da integração nacional.
{"title":"A teoria integracionista de Marcel Mauss","authors":"J. A. V. Lopes","doi":"10.1590/15174522-106332","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/15174522-106332","url":null,"abstract":"Resumo Pesquisa teórica que correlaciona, na elaboração intelectual de Marcel Mauss (1872-1950), sua classificação de níveis de integração coletiva, contida na obra inacabada A nação, ao conceito de tríplice obrigação de doações, recebimentos e retribuições de quaisquer bens – especialmente formulado no Ensaio sobre a dádiva (1925) – e à formulação ulterior dos modos de reciprocidade (1931). Tal correlação teórico-metodológica ensejaria tanto sua aplicação específica à tipologia maussiana de sociedades quanto, também, para explicar tendências atuais de reconfiguração coletiva e distintas da integração nacional.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46290939","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo O presente artigo, de cunho teórico, tem como objetivo central apontar as possibilidades de inserção e interpretação da teoria do discurso de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe para os estudos no âmbito da sociologia da ciência. Busca-se, assim, propor a teoria do discurso como ferramenta teórica e epistemológica à compreensão (sociológica) dos fenômenos que constituem o campo científico, salientando sua possível operacionalidade e potencialidade para as pesquisas que tomam a ciência como discurso. Dado seu olhar pós-estruturalista e pós-fundacionalista, a teoria do discurso pode proporcionar novas possibilidades de compreensão das complexas nuances que permeiam a produção de ciência, tanto em nível epistemológico como político-institucional. Em suma, são apresentadas, neste trabalho, as principais categorias de análise da teoria do discurso, como discurso, antagonismo, agonismo, articulação e hegemonia, a fim de demonstrar teoricamente que tal modelo teórico pode ser, de algum modo, incorporado aos estudos sociais da ciência, seja em pesquisas teóricas ou empíricas.
{"title":"A teoria do discurso como base epistemológica de compreensão para a sociologia da ciência: aportes sobre a (des)fundamentação e a desconstrução das verdades absolutas","authors":"Gabriel Bandeira Coelho","doi":"10.1590/15174522-106716","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/15174522-106716","url":null,"abstract":"Resumo O presente artigo, de cunho teórico, tem como objetivo central apontar as possibilidades de inserção e interpretação da teoria do discurso de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe para os estudos no âmbito da sociologia da ciência. Busca-se, assim, propor a teoria do discurso como ferramenta teórica e epistemológica à compreensão (sociológica) dos fenômenos que constituem o campo científico, salientando sua possível operacionalidade e potencialidade para as pesquisas que tomam a ciência como discurso. Dado seu olhar pós-estruturalista e pós-fundacionalista, a teoria do discurso pode proporcionar novas possibilidades de compreensão das complexas nuances que permeiam a produção de ciência, tanto em nível epistemológico como político-institucional. Em suma, são apresentadas, neste trabalho, as principais categorias de análise da teoria do discurso, como discurso, antagonismo, agonismo, articulação e hegemonia, a fim de demonstrar teoricamente que tal modelo teórico pode ser, de algum modo, incorporado aos estudos sociais da ciência, seja em pesquisas teóricas ou empíricas.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42670152","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumen El ascenso del Frente Amplio en el año 2005 a la presidencia del Uruguay generó grandes expectativas en buena parte de la sociedad uruguaya, que auguraba transformaciones sustantivas en el país. La sensibilidad de izquierdas del partido de gobierno anunciaba la incorporación del enfoque de derechos en la legislación nacional, el proceso judicial y las instituciones de ejecución de medidas, además de un amplio proceso de descriminalización y profundización en los problemas sociales y educativos. Al inicio del gobierno se realizaron cambios sustantivos, aunque no sin tensiones y frenos. Luego, paulatinamente se desarrolló una política de endurecimiento coercitivo, penal y policiaco, ante el crecimiento continuo de los principales indicadores de criminalidad (homicidios, rapiñas y hurtos). En este contexto, algunas adolescencias fueron receptoras del “giro punitivo progresista”, a pesar de que la evidencia disponible sostiene que las y los adolescentes están muy distantes de explicar el delito y la criminalidad nacional. Así las cosas, el presente texto se propone problematizar la política criminal progresista para el caso del sistema de responsabilidad penal adolescente durante los gobiernos del Frente Amplio (2005 – 2020) en Uruguay. Se trata de evidenciar las “sensibilidades” que guiaron las políticas públicas criminales del partido de gobierno y plantear una discusión acerca de los dilemas de las izquierdas con respecto a la seguridad pública.
{"title":"La política criminal uruguaya en la era progresista (2005-2020): el caso de la justicia para adolescentes","authors":"Gabriel Tenenbaum Ewig","doi":"10.1590/15174522-117930","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/15174522-117930","url":null,"abstract":"Resumen El ascenso del Frente Amplio en el año 2005 a la presidencia del Uruguay generó grandes expectativas en buena parte de la sociedad uruguaya, que auguraba transformaciones sustantivas en el país. La sensibilidad de izquierdas del partido de gobierno anunciaba la incorporación del enfoque de derechos en la legislación nacional, el proceso judicial y las instituciones de ejecución de medidas, además de un amplio proceso de descriminalización y profundización en los problemas sociales y educativos. Al inicio del gobierno se realizaron cambios sustantivos, aunque no sin tensiones y frenos. Luego, paulatinamente se desarrolló una política de endurecimiento coercitivo, penal y policiaco, ante el crecimiento continuo de los principales indicadores de criminalidad (homicidios, rapiñas y hurtos). En este contexto, algunas adolescencias fueron receptoras del “giro punitivo progresista”, a pesar de que la evidencia disponible sostiene que las y los adolescentes están muy distantes de explicar el delito y la criminalidad nacional. Así las cosas, el presente texto se propone problematizar la política criminal progresista para el caso del sistema de responsabilidad penal adolescente durante los gobiernos del Frente Amplio (2005 – 2020) en Uruguay. Se trata de evidenciar las “sensibilidades” que guiaron las políticas públicas criminales del partido de gobierno y plantear una discusión acerca de los dilemas de las izquierdas con respecto a la seguridad pública.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48576176","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
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