Tão fecunda quanto paradoxal, a noção de clássico implica uma referência de excelência que só é reconhecida retrospectivamente, uma inserção histórica tanto quanto um valor intemporal, a autoridade de uma tradição bem como a liberdade criadora de uma apropriação actual, o elitismo da recepção aliado à popularidade do acesso. Após uma sinopse etimológica e lexicográfica, este artigo explora a noção de “clássico” na hermenêutica de Paul Ricœur. De facto, é todo o espectro da teoria da interpretação, mas também da tradução e da leitura, que pode ser mobilizado para tratar desta noção, ambivalente na própria utilização que dela faz o autor de Temps et Récit. A hermenêutica começa a ser a “arte de compreender os clássicos” no sentido lato do termo: textos sagrados e profanos na encruzilhada de horizontes geográficos e históricos. Explicação e compreensão, crítica e pertença, afastamento e desdistanciamento, são tantas dicotomias metodológicas através das quais se desenvolve a ideia do carácter plural e activo da recepção dos clássicos. Tanto quanto a sua teoria, é também a prática ricoeuriana que evidencia a sua concepção dos “clássicos”. Paul Ricœur é um leitor-pensador que mediatiza as tensões tanto quanto articula as oposições entre os autores canónicos a partir dos quais elabora o seu próprio pensamento. Estes são alguns dos desafios da impensabilidade e da indispensabilidade dos "clássicos" e da própria noção de "clássico".
所以效率的自相矛盾,经典的概念意味着一个参考的只有一样是公认的历史回顾,插入一个永恒的价值,传统的权力和自由的人,精英主义所有权前台的盟友在这次访问。在词源和词典编纂的概述之后,本文探讨了保罗Ricœur诠释学中的“经典”概念。事实上,解释理论的整个范围,以及翻译和阅读理论,都可以用来处理这个概念,而Temps et recit的作者对这个概念的使用是矛盾的。诠释学开始成为广义上的“理解经典的艺术”:地理和历史视野十字路口的神圣和世俗文本。解释与理解、批判与归属、分离与分离,都是一种方法论上的二分法,通过这种二分法,古典文学接受的多元性和积极性得以发展。除了他的理论,ricoeuran的实践也证明了他的“经典”概念。Paul Ricœur是一位读者-思想家,他调解了紧张局势,同时阐明了权威作者之间的对立,并从中阐述了自己的思想。这些都是“经典”和“经典”概念本身不可想象和不可缺少的挑战。
{"title":"IMPENSABLE, INDISPENSABLE","authors":"Daniel Frey","doi":"10.14195/0872-0851_64_8","DOIUrl":"https://doi.org/10.14195/0872-0851_64_8","url":null,"abstract":"Tão fecunda quanto paradoxal, a noção de clássico implica uma referência de excelência que só é reconhecida retrospectivamente, uma inserção histórica tanto quanto um valor intemporal, a autoridade de uma tradição bem como a liberdade criadora de uma apropriação actual, o elitismo da recepção aliado à popularidade do acesso. Após uma sinopse etimológica e lexicográfica, este artigo explora a noção de “clássico” na hermenêutica de Paul Ricœur. De facto, é todo o espectro da teoria da interpretação, mas também da tradução e da leitura, que pode ser mobilizado para tratar desta noção, ambivalente na própria utilização que dela faz o autor de Temps et Récit. A hermenêutica começa a ser a “arte de compreender os clássicos” no sentido lato do termo: textos sagrados e profanos na encruzilhada de horizontes geográficos e históricos. Explicação e compreensão, crítica e pertença, afastamento e desdistanciamento, são tantas dicotomias metodológicas através das quais se desenvolve a ideia do carácter plural e activo da recepção dos clássicos. Tanto quanto a sua teoria, é também a prática ricoeuriana que evidencia a sua concepção dos “clássicos”. Paul Ricœur é um leitor-pensador que mediatiza as tensões tanto quanto articula as oposições entre os autores canónicos a partir dos quais elabora o seu próprio pensamento. Estes são alguns dos desafios da impensabilidade e da indispensabilidade dos \"clássicos\" e da própria noção de \"clássico\".","PeriodicalId":52758,"journal":{"name":"Revista Filosofica de Coimbra","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134908809","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-26DOI: 10.14195/0872-0851_64_14
João Paulo Costa
{"title":"Luís António Umbelino, Memorabilia. O lado espacial da memória (na esteira de Merleau‑Ponty). (Editus, Bahia, 2019). ISBN: 9788574555447. 238 pp.","authors":"João Paulo Costa","doi":"10.14195/0872-0851_64_14","DOIUrl":"https://doi.org/10.14195/0872-0851_64_14","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":52758,"journal":{"name":"Revista Filosofica de Coimbra","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134909230","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O artigo visa identificar traços da fenomenologia de Max Scheler na obra de Henrique Cláudio de Lima Vaz. Pretende-se aprofundar a compreensão do pensamento deste filósofo brasileiro ainda pouco estudado através da aproximação de outras fontes filosóficas implícitas em sua sua escritura ética. No primeiro passo, trata-se de investigar a influência do personalismo moral de Scheler sobre a questão ética em Lima Vaz. No segundo passo, intenciona-se propugnar o ineditismo da Ética filosófica em relação ao pensamento scheleriano graças ao sistema ético-filosófico do autor que faz com que seu pensamento possa ser situado numa esfera mais elaborada do saber filosófico.
{"title":"Traços da fenomenologia de Max Scheler na obra de Lima Vaz","authors":"André Damasceno Barbosa, Nilo Ribeiro Junior","doi":"10.14195/0872-0851_64_1","DOIUrl":"https://doi.org/10.14195/0872-0851_64_1","url":null,"abstract":"O artigo visa identificar traços da fenomenologia de Max Scheler na obra de Henrique Cláudio de Lima Vaz. Pretende-se aprofundar a compreensão do pensamento deste filósofo brasileiro ainda pouco estudado através da aproximação de outras fontes filosóficas implícitas em sua sua escritura ética. No primeiro passo, trata-se de investigar a influência do personalismo moral de Scheler sobre a questão ética em Lima Vaz. No segundo passo, intenciona-se propugnar o ineditismo da Ética filosófica em relação ao pensamento scheleriano graças ao sistema ético-filosófico do autor que faz com que seu pensamento possa ser situado numa esfera mais elaborada do saber filosófico.","PeriodicalId":52758,"journal":{"name":"Revista Filosofica de Coimbra","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134908804","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-26DOI: 10.14195/0872-0851_64_11
Joseph Edelheit, James Moore
Este artigo assume a forma de um diálogo. Essa escolha pretende ser um prolongamento da forma como Ricœur abordava todos os problemas filosóficos. É na sua obra Le juste que encontramos aquela que é, porventura, a sua definição mais clara de diálogo, a qual designava conversa. Nesse texto, Ricœur sustenta que existem diversas normas que regem a discussão autêntica, e que incluem a necessidade de assegurar a todos a possibilidade de participar na conversa, e de providenciar razões para as teses avançadas. Tais normas requerem que todos têm direito a tomar a palavra mas também assumem a necessidade de ouvir de forma respeitosa. Acima tudo, é preciso que todos “aceitem as consequências de uma decisão”. Ou seja, é preciso chegar a um compromisso. Tal conclusão aplicar-se-á de forma privilegiada ao tópico do trabalho de Ricœur que exploramos neste artigo, a saber, as suas reflexões sobre a tolerância, especialmente as reflexões sobre a intolerância e a erosão da tolerância. O nosso diálogo aborda o contexto histórico do trabalho original, sublinhando diversas referências das Escrituras àquilo que Ricœur descreve como tolerância, e que são essenciais para a sua reflexão sobre a tolerância e a sua erosão.
Palavras-chave: Indignação; indiferença; intolerância; o intolerável; tolerância.
{"title":"An interfaith dialogue ou Paul Ricoeur's challenge of tolerance in our day","authors":"Joseph Edelheit, James Moore","doi":"10.14195/0872-0851_64_11","DOIUrl":"https://doi.org/10.14195/0872-0851_64_11","url":null,"abstract":"Este artigo assume a forma de um diálogo. Essa escolha pretende ser um prolongamento da forma como Ricœur abordava todos os problemas filosóficos. É na sua obra Le juste que encontramos aquela que é, porventura, a sua definição mais clara de diálogo, a qual designava conversa. Nesse texto, Ricœur sustenta que existem diversas normas que regem a discussão autêntica, e que incluem a necessidade de assegurar a todos a possibilidade de participar na conversa, e de providenciar razões para as teses avançadas. Tais normas requerem que todos têm direito a tomar a palavra mas também assumem a necessidade de ouvir de forma respeitosa. Acima tudo, é preciso que todos “aceitem as consequências de uma decisão”. Ou seja, é preciso chegar a um compromisso. Tal conclusão aplicar-se-á de forma privilegiada ao tópico do trabalho de Ricœur que exploramos neste artigo, a saber, as suas reflexões sobre a tolerância, especialmente as reflexões sobre a intolerância e a erosão da tolerância. O nosso diálogo aborda o contexto histórico do trabalho original, sublinhando diversas referências das Escrituras àquilo que Ricœur descreve como tolerância, e que são essenciais para a sua reflexão sobre a tolerância e a sua erosão.
 Palavras-chave: Indignação; indiferença; intolerância; o intolerável; tolerância.","PeriodicalId":52758,"journal":{"name":"Revista Filosofica de Coimbra","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134909140","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-26DOI: 10.14195/0872-0851_64_12
Silvia Pierosara
The aim of this contribution is to critically engage with the ricoeurian reading of the topic of recognition in the Homeric poem Odyssey. The hypothesis presented here is that the ricoeurian reading shows only one side of the coin, since it is almost solely focused on the recognition received by Ulysses when he comes back to Ithaca incognito. Ricoeur stresses the unilaterality of recognition, which is only directed to re‑establish Ulysses’ power as king. Being recognized as the king of Ithaca does not imply, so Ricoeur’s argument goes, to recognize those who are subjected to him, and is a mere way of exhibiting power. But there is another possible reading of the scenes of recognition in the Odyssey, even if Ricoeur does not take them into account. Indeed, another moment of the recognition story can be found in the Isle of the Phaeacians, and it cannot be traced back to the “will to power”, but, rather, to Ulysses’s fragility. When Demodocus, the poet at the court of the king Alcinoos, starts singing the story of the famous hero Ulysses, who is there incognito, Ulysses cannot hold back his tears, and in the end he discloses his own identity. Here, Ulysses does not look for recognition, instead recognition is granted to him in an unexpected way. This act of recognition reveals all the fragility of the hero, who discovers himself in the words of others, and understands that he depends upon them to be, to exist, and, in the end, to come back home. This sort of “recognition by fragility” is possible due to a narrative dimension where Ulysses is hosted, and whose configurative and refigurative power makes the hero able to name his feeling as a feeling of “nostalgia”.
{"title":"Ricoeur between Ithaca and the isle of the Phaecians","authors":"Silvia Pierosara","doi":"10.14195/0872-0851_64_12","DOIUrl":"https://doi.org/10.14195/0872-0851_64_12","url":null,"abstract":"The aim of this contribution is to critically engage with the ricoeurian reading of the topic of recognition in the Homeric poem Odyssey. The hypothesis presented here is that the ricoeurian reading shows only one side of the coin, since it is almost solely focused on the recognition received by Ulysses when he comes back to Ithaca incognito. Ricoeur stresses the unilaterality of recognition, which is only directed to re‑establish Ulysses’ power as king. Being recognized as the king of Ithaca does not imply, so Ricoeur’s argument goes, to recognize those who are subjected to him, and is a mere way of exhibiting power. But there is another possible reading of the scenes of recognition in the Odyssey, even if Ricoeur does not take them into account. Indeed, another moment of the recognition story can be found in the Isle of the Phaeacians, and it cannot be traced back to the “will to power”, but, rather, to Ulysses’s fragility. When Demodocus, the poet at the court of the king Alcinoos, starts singing the story of the famous hero Ulysses, who is there incognito, Ulysses cannot hold back his tears, and in the end he discloses his own identity. Here, Ulysses does not look for recognition, instead recognition is granted to him in an unexpected way. This act of recognition reveals all the fragility of the hero, who discovers himself in the words of others, and understands that he depends upon them to be, to exist, and, in the end, to come back home. This sort of “recognition by fragility” is possible due to a narrative dimension where Ulysses is hosted, and whose configurative and refigurative power makes the hero able to name his feeling as a feeling of “nostalgia”.","PeriodicalId":52758,"journal":{"name":"Revista Filosofica de Coimbra","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134908283","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O artigo propõe apresentar o movimento de desconstrução do humanismo em Derrida em A escritura e a diferença. Parto de um trabalho exegético, na trilha das ocorrências do termo “humanismo” na mencionada obra, com o intuito de determinar seus usos diferentes e em que sentidos a desconstrução derridiana deve ser compreendida já, em seus primeiros escritos, como uma desconstrução do humanismo. Para tal, minha análise se dedicou a três textos centrais no referido livro: Violence et métaphysique, essai sur la pensée d’Emmanuel Lévinas; La parole souflée; La structure, le signe, le jeu dans le discours des Sciences Humaines.
本文拟在德里达的《圣经与差异》中呈现人文主义的解构运动。我从诠释学的工作开始,沿着“人文主义”一词在上述作品中出现的轨迹,以确定它的不同用途,以及德里达的解构必须在何种意义上被理解,在他的早期作品中,作为人文主义的解构。为此,我的分析集中在本书中的三个中心文本上:暴力与形而上学、伊曼纽尔的essai sur la pensee levinas;呼吸的话语;人文学科话语中的结构、符号和游戏。
{"title":"A desconstrução como desconstrução dos humanismos em Derrida","authors":"Martha Luiza Macedo Costa Bernardo","doi":"10.14195/0872-0851_64_5","DOIUrl":"https://doi.org/10.14195/0872-0851_64_5","url":null,"abstract":"O artigo propõe apresentar o movimento de desconstrução do humanismo em Derrida em A escritura e a diferença. Parto de um trabalho exegético, na trilha das ocorrências do termo “humanismo” na mencionada obra, com o intuito de determinar seus usos diferentes e em que sentidos a desconstrução derridiana deve ser compreendida já, em seus primeiros escritos, como uma desconstrução do humanismo. Para tal, minha análise se dedicou a três textos centrais no referido livro: Violence et métaphysique, essai sur la pensée d’Emmanuel Lévinas; La parole souflée; La structure, le signe, le jeu dans le discours des Sciences Humaines.","PeriodicalId":52758,"journal":{"name":"Revista Filosofica de Coimbra","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134909015","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Neste artigo, procura-se enquadrar na perspetiva da retórica e da argumentação a problemática do chamado “negacionismo” da COVID-19, entendendo-se por um tal conceito não tanto ou simplesmente a rejeição da identificação médica dessa doença, mas, fundamentalmente, quer a negação da sua gravidade e a da sua amplitude pandémica como matéria de saúde pública, quer a negação das medidas adotadas para a combater, de maneira geral, pelas autoridades competentes. As posições defendidas sobre o assunto por uma autoridade médica especializada, mas rotulada e estigmatizada como “negacionista” (Fernando Nobre, médico, ex-Professor catedrático convidado da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e doutor honoris causa pela mesma Universidade), servem de caso em estudo.
{"title":"Sobre a retórica do negacionismo da COVID-19","authors":"Carlos Vieira Monteiro, Henrique Jales Ribeiro","doi":"10.14195/0872-0851_64_2","DOIUrl":"https://doi.org/10.14195/0872-0851_64_2","url":null,"abstract":"Neste artigo, procura-se enquadrar na perspetiva da retórica e da argumentação a problemática do chamado “negacionismo” da COVID-19, entendendo-se por um tal conceito não tanto ou simplesmente a rejeição da identificação médica dessa doença, mas, fundamentalmente, quer a negação da sua gravidade e a da sua amplitude pandémica como matéria de saúde pública, quer a negação das medidas adotadas para a combater, de maneira geral, pelas autoridades competentes. As posições defendidas sobre o assunto por uma autoridade médica especializada, mas rotulada e estigmatizada como “negacionista” (Fernando Nobre, médico, ex-Professor catedrático convidado da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e doutor honoris causa pela mesma Universidade), servem de caso em estudo.","PeriodicalId":52758,"journal":{"name":"Revista Filosofica de Coimbra","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136377315","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O estudo faz o ponto relativamente à existência de uma eventual “escola de Coimbra” (séculos XVI-XVIII), de âmbito filosófico, para o que começa por incidir nas produções teóricas – a história – que podem contribuir para o esclarecimento da questão, enumera algumas das linhas dessas produções e da eventual escola – tendências – e enuncia alguns problemas que criam dificuldades à identidade discutida.
{"title":"Uma 'escola filosófica de Coimbra'? História, tendências e problemas","authors":"Mário Santiago de Carvalho","doi":"10.14195/0872-0851_64_4","DOIUrl":"https://doi.org/10.14195/0872-0851_64_4","url":null,"abstract":"O estudo faz o ponto relativamente à existência de uma eventual “escola de Coimbra” (séculos XVI-XVIII), de âmbito filosófico, para o que começa por incidir nas produções teóricas – a história – que podem contribuir para o esclarecimento da questão, enumera algumas das linhas dessas produções e da eventual escola – tendências – e enuncia alguns problemas que criam dificuldades à identidade discutida.","PeriodicalId":52758,"journal":{"name":"Revista Filosofica de Coimbra","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136377337","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}