Pub Date : 2022-06-19DOI: 10.31977/grirfi.v22i2.2816
Marco Gobatto
O presente artigo aborda a crítica de Maurice Mandelbaum ao antiessencialismo na arte de orientação wittgensteiniana. Mandelbaum tece críticas posição comum de Paul Ziff, Morris Weitz e Willian Kennick segundo a qual a definição do conceito de arte não poder ser estabelecida em termos essencialistas. De acordo com Mandelbaum, a tese antiessencialista falha porque se pauta em propriedades observáveis para alegar que não há propriedade necessária e suficiente que percorre o conjunto de todas as obras de arte. Nesse sentido, a definição do conceito de arte poderia ser estabelecida mediante propriedades relacionais. O ataque de Mandelbaum se concentra na noção de semelhança de família desenvolvida por Ludwig Wittgenstein nas Investigações Filosóficas. Em sua interpretação da referida noção, Mandelbaum pressupõe que Wittgenstein estaria se referindo a propriedades diretamente exibidas. Todavia, o artigo defende que a crítica de Mandelbaum não se justifica pois ignora a distinção entre ver e ver como que o próprio Wittgenstein realiza na passagem XI de sua mencionada obra.
{"title":"Mandelbaum: crítica ao antiessencialismo na arte e sua interpretação problemática da noção wittgensteiniana de semelhança de família","authors":"Marco Gobatto","doi":"10.31977/grirfi.v22i2.2816","DOIUrl":"https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i2.2816","url":null,"abstract":"O presente artigo aborda a crítica de Maurice Mandelbaum ao antiessencialismo na arte de orientação wittgensteiniana. Mandelbaum tece críticas posição comum de Paul Ziff, Morris Weitz e Willian Kennick segundo a qual a definição do conceito de arte não poder ser estabelecida em termos essencialistas. De acordo com Mandelbaum, a tese antiessencialista falha porque se pauta em propriedades observáveis para alegar que não há propriedade necessária e suficiente que percorre o conjunto de todas as obras de arte. Nesse sentido, a definição do conceito de arte poderia ser estabelecida mediante propriedades relacionais. O ataque de Mandelbaum se concentra na noção de semelhança de família desenvolvida por Ludwig Wittgenstein nas Investigações Filosóficas. Em sua interpretação da referida noção, Mandelbaum pressupõe que Wittgenstein estaria se referindo a propriedades diretamente exibidas. Todavia, o artigo defende que a crítica de Mandelbaum não se justifica pois ignora a distinção entre ver e ver como que o próprio Wittgenstein realiza na passagem XI de sua mencionada obra.","PeriodicalId":55907,"journal":{"name":"Griot-Revista de Filosofia","volume":"97 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"80531218","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-19DOI: 10.31977/grirfi.v22i2.2826
Vigevando Araújo de Sousa, Wilker de Carvalho Marques
Richard Rorty (1931-2007) destacou-se como relevante pensador da vida política contemporânea, além de construir um arcabouço de ideias acerca da linguagem, da cultura, da liberdade e da solidariedade. Uma de suas bandeiras mais recorrentes foi a primazia da literatura em relação à filosofia e da liberdade em relação à verdade. Para os fins do presente artigo, partimos de trechos da entrevista de Rorty por Helmut Mayer e Wolfgang Ulrich, compilada no texto É bom persuadir, em Cuida da liberdade que a verdade cuidará de si mesma. Além desse texto, lançamos mão também de Filosofia e esperança social (de 1999), e, em especial, Educação como socialização e individualização (de 1989), texto em que o autor, afastando-se do entusiasmo pela filosofia tradicional e defendendo a adoção de uma filosofia edificante, defende a primazia da liberdade sobre a verdade assumindo, por conseguinte, uma postura marcantemente antidogmática, antiessencialista e antifundacionista.
{"title":"Rorty: uma utopia de primazia da literatura e da liberdade","authors":"Vigevando Araújo de Sousa, Wilker de Carvalho Marques","doi":"10.31977/grirfi.v22i2.2826","DOIUrl":"https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i2.2826","url":null,"abstract":"Richard Rorty (1931-2007) destacou-se como relevante pensador da vida política contemporânea, além de construir um arcabouço de ideias acerca da linguagem, da cultura, da liberdade e da solidariedade. Uma de suas bandeiras mais recorrentes foi a primazia da literatura em relação à filosofia e da liberdade em relação à verdade. Para os fins do presente artigo, partimos de trechos da entrevista de Rorty por Helmut Mayer e Wolfgang Ulrich, compilada no texto É bom persuadir, em Cuida da liberdade que a verdade cuidará de si mesma. Além desse texto, lançamos mão também de Filosofia e esperança social (de 1999), e, em especial, Educação como socialização e individualização (de 1989), texto em que o autor, afastando-se do entusiasmo pela filosofia tradicional e defendendo a adoção de uma filosofia edificante, defende a primazia da liberdade sobre a verdade assumindo, por conseguinte, uma postura marcantemente antidogmática, antiessencialista e antifundacionista.","PeriodicalId":55907,"journal":{"name":"Griot-Revista de Filosofia","volume":"5 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"88759918","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-19DOI: 10.31977/grirfi.v22i2.2872
Luiz Carlos Mariano da Rosa
Baseado no filme “Sociedade dos Poetas Mortos” (1989), o artigo assinala o caos instaurado no âmbito da escola tradicional norte-americana Welton através do trabalho do professor John Keating na instauração de novos métodos de ensino e aprendizagem para a literatura, na medida em que tende a fomentar o questionamento acerca do sentido e do valor da vida e o cultivo de si como possibilidade de produção de um conteúdo novo e extemporâneo e o conhecimento enquanto afirmação das forças da vida. Dessa forma, fundado na crítica de Friedrich Nietzsche (1844-1900) em relação à “cultura histórica” enquanto produto da contradição envolvendo vida e cultura, o artigo sublinha que o saber que guarda raízes na “cultura histórica” se caracteriza como um capital improdutivo, assinalando a inexistência de direitos da Filosofia entre a cultura histórica e o processo formativo-educacional e a necessidade da correlação envolvendo arte e filosofia diante da ciência e da verdade. Assim, contrapondo-se à transformação da filosofia em erudição em nome da “cultura histórica” e aos “filósofos” que se colocam a seu serviço, Nietzsche denuncia a redução do ser, da vida e da visão ao arcabouço de conceitos, opiniões, passados, livros em uma análise crítica que se detém na questão envolvendo os professores de filosofia entre a vida e a ciência do vir-a-ser universal: filósofos ou servidores da “história”?
{"title":"Da educação enquanto afirmação da vida entre a arte e a filosofia segundo Nietzsche no filme “Sociedade dos poetas mortos”","authors":"Luiz Carlos Mariano da Rosa","doi":"10.31977/grirfi.v22i2.2872","DOIUrl":"https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i2.2872","url":null,"abstract":"Baseado no filme “Sociedade dos Poetas Mortos” (1989), o artigo assinala o caos instaurado no âmbito da escola tradicional norte-americana Welton através do trabalho do professor John Keating na instauração de novos métodos de ensino e aprendizagem para a literatura, na medida em que tende a fomentar o questionamento acerca do sentido e do valor da vida e o cultivo de si como possibilidade de produção de um conteúdo novo e extemporâneo e o conhecimento enquanto afirmação das forças da vida. Dessa forma, fundado na crítica de Friedrich Nietzsche (1844-1900) em relação à “cultura histórica” enquanto produto da contradição envolvendo vida e cultura, o artigo sublinha que o saber que guarda raízes na “cultura histórica” se caracteriza como um capital improdutivo, assinalando a inexistência de direitos da Filosofia entre a cultura histórica e o processo formativo-educacional e a necessidade da correlação envolvendo arte e filosofia diante da ciência e da verdade. Assim, contrapondo-se à transformação da filosofia em erudição em nome da “cultura histórica” e aos “filósofos” que se colocam a seu serviço, Nietzsche denuncia a redução do ser, da vida e da visão ao arcabouço de conceitos, opiniões, passados, livros em uma análise crítica que se detém na questão envolvendo os professores de filosofia entre a vida e a ciência do vir-a-ser universal: filósofos ou servidores da “história”?","PeriodicalId":55907,"journal":{"name":"Griot-Revista de Filosofia","volume":"20 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"81895820","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-19DOI: 10.31977/grirfi.v22i2.2913
S. L. Bazzanella, Sandra Bazzanella
O presente artigo visa oferecer apontamentos em relação à questão da insegurança e do medo na vida urbana. Condição constitutiva de muitas, se não todas, as sociedades contemporâneas, o medo e a insegurança no espaço urbano, ou ainda, no espaço público, são aqui analisados a partir de dois pensadores. O sociólogo Zygmunt Bauman está presente na medida em que considera o medo aspecto constituinte em duas dimensões da vida: na fragilidade e contingência humanas perante à natureza e na própria sociedade constituída por normas e regras. Já o filósofo Giorgio Agamben é aqui enfatizado em duas oportunidades. A primeira, ao apresentar a impossibilidade de experiências feitas pelos humanos no contexto das sociedades atuais. A segunda ao apontar as sociedades contemporâneas como seguindo o paradigma do campo de concentração. A partir destes dois autores, se constata a necessidade do resgate da experiência pública, da ressignificação da economia e da revaloração da economia-política.
{"title":"Insegurança e medo na vida urbana","authors":"S. L. Bazzanella, Sandra Bazzanella","doi":"10.31977/grirfi.v22i2.2913","DOIUrl":"https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i2.2913","url":null,"abstract":"O presente artigo visa oferecer apontamentos em relação à questão da insegurança e do medo na vida urbana. Condição constitutiva de muitas, se não todas, as sociedades contemporâneas, o medo e a insegurança no espaço urbano, ou ainda, no espaço público, são aqui analisados a partir de dois pensadores. O sociólogo Zygmunt Bauman está presente na medida em que considera o medo aspecto constituinte em duas dimensões da vida: na fragilidade e contingência humanas perante à natureza e na própria sociedade constituída por normas e regras. Já o filósofo Giorgio Agamben é aqui enfatizado em duas oportunidades. A primeira, ao apresentar a impossibilidade de experiências feitas pelos humanos no contexto das sociedades atuais. A segunda ao apontar as sociedades contemporâneas como seguindo o paradigma do campo de concentração. A partir destes dois autores, se constata a necessidade do resgate da experiência pública, da ressignificação da economia e da revaloração da economia-política.","PeriodicalId":55907,"journal":{"name":"Griot-Revista de Filosofia","volume":"23 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"85957141","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-19DOI: 10.31977/grirfi.v22i2.2836
F. Pinheiro
Teorizar sobre “o que é x?” é a tarefa primária de qualquer estudo que se pretenda uma “filosofia sobre x”. No caso da filosofia das medições, o problema é multifacetado, envolvendo noções cujas restrições são formuladas em vista de pressupostos metafísicos e consequências epistêmicas. Envolto à busca pelo entendimento sobre o que é medir estão problemas derivados da sua relação com o conhecimento, sobretudo científico. Essa relação posiciona questionamentos epistemológicos, mais amplos, que podem ser destrinchados em problemas epistêmicos mais específicos. Haveria, então, uma maneira de compreender e caracterizar as medições que possibilitasse identificar e esclarecer uma coleção desses problemas? Este artigo propõe um esquema frutífero nesse sentido, posicionando um ponto de partida útil frente ao campo.
{"title":"Um ponto de partida sobre as medições: um entendimento esquemático e epistemologicamente útil","authors":"F. Pinheiro","doi":"10.31977/grirfi.v22i2.2836","DOIUrl":"https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i2.2836","url":null,"abstract":"Teorizar sobre “o que é x?” é a tarefa primária de qualquer estudo que se pretenda uma “filosofia sobre x”. No caso da filosofia das medições, o problema é multifacetado, envolvendo noções cujas restrições são formuladas em vista de pressupostos metafísicos e consequências epistêmicas. Envolto à busca pelo entendimento sobre o que é medir estão problemas derivados da sua relação com o conhecimento, sobretudo científico. Essa relação posiciona questionamentos epistemológicos, mais amplos, que podem ser destrinchados em problemas epistêmicos mais específicos. Haveria, então, uma maneira de compreender e caracterizar as medições que possibilitasse identificar e esclarecer uma coleção desses problemas? Este artigo propõe um esquema frutífero nesse sentido, posicionando um ponto de partida útil frente ao campo.","PeriodicalId":55907,"journal":{"name":"Griot-Revista de Filosofia","volume":"26 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"72788382","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-19DOI: 10.31977/grirfi.v22i2.2796
R. Manzi
Este artigo busca apresentar e refletir sobre algumas contribuições que o filósofo Maurice Merleau-Ponty traz à pedagogia durante seus cursos sobre a psicologia infantil e a pedagogia realizados em Sorbonne entre os anos 1949 e 1952. Irá ser destacado como o filósofo insiste que é no entrecruzamento de saberes que somos forçados a pensar de outra forma. Assim, estudos sobre a psicanálise, a antropologia, o culturalismo, por exemplo, são, a seu ver, fundamentais para as reflexões pedagógicas. Essa forma de pensar renova nossa concepção sobre o mundo infantil, tal como a criança se relaciona com o mundo, com os outros e consigo. Para mostrarmos isso, iremos primeiramente apresentar algumas reflexões sobre a infância que influenciaram a própria experiência de pensamento do filósofo. Por fim, apresentaremos um dos cursos de Merleau-Ponty, “A criança vista pelo adulto”, em que se revela a originalidade do filósofo em trazer à tona saberes aparentemente distantes da reflexão pedagógica, mas que nos força a pensar.
{"title":"Algumas contribuições de Merleau-Ponty à pedagogia","authors":"R. Manzi","doi":"10.31977/grirfi.v22i2.2796","DOIUrl":"https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i2.2796","url":null,"abstract":"Este artigo busca apresentar e refletir sobre algumas contribuições que o filósofo Maurice Merleau-Ponty traz à pedagogia durante seus cursos sobre a psicologia infantil e a pedagogia realizados em Sorbonne entre os anos 1949 e 1952. Irá ser destacado como o filósofo insiste que é no entrecruzamento de saberes que somos forçados a pensar de outra forma. Assim, estudos sobre a psicanálise, a antropologia, o culturalismo, por exemplo, são, a seu ver, fundamentais para as reflexões pedagógicas. Essa forma de pensar renova nossa concepção sobre o mundo infantil, tal como a criança se relaciona com o mundo, com os outros e consigo. Para mostrarmos isso, iremos primeiramente apresentar algumas reflexões sobre a infância que influenciaram a própria experiência de pensamento do filósofo. Por fim, apresentaremos um dos cursos de Merleau-Ponty, “A criança vista pelo adulto”, em que se revela a originalidade do filósofo em trazer à tona saberes aparentemente distantes da reflexão pedagógica, mas que nos força a pensar.","PeriodicalId":55907,"journal":{"name":"Griot-Revista de Filosofia","volume":"74 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"89456099","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-19DOI: 10.31977/grirfi.v22i2.2801
Natanailtom De Santana Morador
Desde Platão, a morte tem sido um tema recorrente na história da filosofia e as escolas helenísticas (sobretudo o epicurismo e o estoicismo) fizeram dela uma reflexão diária, de onde advém não só o termo meditatio mortis, mas toda uma literatura, inclusive durante o medievo, que tem como centralidade o momento final da vida. Assim, no século XVI, período no qual se encontra o nosso autor, Michel de Montaigne, a meditação sobre a morte era um topos retórico, mas os Ensaios abordam o tema da morte não somente do ponto de vista literário, mas como uma meditação diária, como um exercício espiritual. Deste modo, o nosso artigo pretende sugerir que Montaigne, muito além de uma abordagem retórica, tenta recuperar o sentido mais originário que as escolas helenísticas davam à meditatio mortis, tomando-a como uma preparação para a própria vida, como uma atenção constante ao presente, diante de um cenário eminente de mortes, com as epidemias de peste negra e guerra civil.
{"title":"A meditatio mortis montaigniana: de como filosofar é aprender a viver","authors":"Natanailtom De Santana Morador","doi":"10.31977/grirfi.v22i2.2801","DOIUrl":"https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i2.2801","url":null,"abstract":"Desde Platão, a morte tem sido um tema recorrente na história da filosofia e as escolas helenísticas (sobretudo o epicurismo e o estoicismo) fizeram dela uma reflexão diária, de onde advém não só o termo meditatio mortis, mas toda uma literatura, inclusive durante o medievo, que tem como centralidade o momento final da vida. Assim, no século XVI, período no qual se encontra o nosso autor, Michel de Montaigne, a meditação sobre a morte era um topos retórico, mas os Ensaios abordam o tema da morte não somente do ponto de vista literário, mas como uma meditação diária, como um exercício espiritual. Deste modo, o nosso artigo pretende sugerir que Montaigne, muito além de uma abordagem retórica, tenta recuperar o sentido mais originário que as escolas helenísticas davam à meditatio mortis, tomando-a como uma preparação para a própria vida, como uma atenção constante ao presente, diante de um cenário eminente de mortes, com as epidemias de peste negra e guerra civil.","PeriodicalId":55907,"journal":{"name":"Griot-Revista de Filosofia","volume":"13 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"88946429","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-19DOI: 10.31977/grirfi.v22i2.2811
Joaquín Fortanet Fernández
El análisis de la confesión en la obra de Foucault a partir de la comparación entre Los anormales, Obrar mal, decir verdad y Las confesiones de la carne muestra uno de los desplazamientos más relevantes en la obra de Foucault que constituye buena parte de la esencia de lo que se ha llamado el último Foucault: la relación del sujeto y la verdad. Se intentará dar cuenta de ese giro, analizando la mirada al cristianismo primitivo del último Foucault y la relación de tal reflexión en el análisis de la hermenéutica de sí. Las últimas reflexiones sobre la confesión en Las confesiones de la carne permitirán mostrar el sentido de la indagación ética del último Foucault que reproduce el doble carácter crítico y ontológico de la anarqueología.
{"title":"El papel de la confesión en el último Foucault","authors":"Joaquín Fortanet Fernández","doi":"10.31977/grirfi.v22i2.2811","DOIUrl":"https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i2.2811","url":null,"abstract":"El análisis de la confesión en la obra de Foucault a partir de la comparación entre Los anormales, Obrar mal, decir verdad y Las confesiones de la carne muestra uno de los desplazamientos más relevantes en la obra de Foucault que constituye buena parte de la esencia de lo que se ha llamado el último Foucault: la relación del sujeto y la verdad. Se intentará dar cuenta de ese giro, analizando la mirada al cristianismo primitivo del último Foucault y la relación de tal reflexión en el análisis de la hermenéutica de sí. Las últimas reflexiones sobre la confesión en Las confesiones de la carne permitirán mostrar el sentido de la indagación ética del último Foucault que reproduce el doble carácter crítico y ontológico de la anarqueología.","PeriodicalId":55907,"journal":{"name":"Griot-Revista de Filosofia","volume":"19 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"82588851","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-19DOI: 10.31977/grirfi.v22i2.2919
M. S. Lima
O presente artigo busca analisar como o fenômeno da dança se apresenta na filosofia, sobretudo, a partir das reflexões do filósofo alemão F. Nietzsche. Para realçarmos nossas hipóteses recorreremos à obra literária O Lobo da Estepe do escritor alemão Hermann Hesse. Sabemos que a dança enquanto metáfora do pensamento é apresentada tanto ao longo da obra nietzschiana quanto no supracitado livro de Hermann Hesse. Assim sendo, nossa análise busca demonstrar como a dança envolve uma situação de entrega e aceitação da vida. Trata-se da dança como um pensamento de superação de si mesmo. Tal superação se dá no instante. O instante em que compreendemos a vida como um movimento em direção às suas infinitas possibilidades. Levando como base a investigação filosófica, nesse trabalho, iniciaremos apresentando o conceito de dança na filosofia de Nietzsche, em seguida exemplificaremos este conceito na obra de Hesse e, por fim, demonstraremos a relação entre dança, pensamento e afirmação da vida.
{"title":"A dança na filosofia: uma análise a partir do pensamento de Nietzsche e da obra O lobo da estepe de Hermann Hesse","authors":"M. S. Lima","doi":"10.31977/grirfi.v22i2.2919","DOIUrl":"https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i2.2919","url":null,"abstract":"O presente artigo busca analisar como o fenômeno da dança se apresenta na filosofia, sobretudo, a partir das reflexões do filósofo alemão F. Nietzsche. Para realçarmos nossas hipóteses recorreremos à obra literária O Lobo da Estepe do escritor alemão Hermann Hesse. Sabemos que a dança enquanto metáfora do pensamento é apresentada tanto ao longo da obra nietzschiana quanto no supracitado livro de Hermann Hesse. Assim sendo, nossa análise busca demonstrar como a dança envolve uma situação de entrega e aceitação da vida. Trata-se da dança como um pensamento de superação de si mesmo. Tal superação se dá no instante. O instante em que compreendemos a vida como um movimento em direção às suas infinitas possibilidades. Levando como base a investigação filosófica, nesse trabalho, iniciaremos apresentando o conceito de dança na filosofia de Nietzsche, em seguida exemplificaremos este conceito na obra de Hesse e, por fim, demonstraremos a relação entre dança, pensamento e afirmação da vida.","PeriodicalId":55907,"journal":{"name":"Griot-Revista de Filosofia","volume":"103 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"90397497","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-19DOI: 10.31977/grirfi.v22i2.2804
Fabiano Leite França
Em virtude da naturalização do protagonismo da concepção de experiência na interpretação da dialética de Theodor Adorno, esse artigo pretende elucidar algumas linhas de deslocamento da categoria de experiência para a categoria de mediação, a partir da apropriação crítica desta categoria do pensamento de Hegel por Adorno; pois, uma vez que toda experiência é mediada, a mediação apresenta-se como condição para a efetivação da experiência e, por esta razão, a mediação se estabelece enquanto instância privilegiada no processo do conhecimento no âmbito da relação sujeito e objeto, haja vista que se define enquanto causa e condição para a organização da experiência. Fundamentalmente, a proposta é demonstrar que tanto a dialética hegeliana quanto a adorniana - não obstante suas idiossincrasias - têm na mediação seu aspecto motívico de determinação do subjetivo e do objetivo. Portanto, o conceito de mediação será apresentado como um componente transversal e de determinidade recíproca que, ao mesmo tempo que aproxima, distingue os aspectos relacionados, fazendo da dialética um procedimento, no âmbito do qual a mediação vem a ser condição e fundamento para o desenvolvimento e a determinação dos conceitos circunscritos em um dado contexto ou situação. Nesse sentido, a mediação despontará como o agente estruturador da experiência, fator que justificará sua prioridade em relação à experiência.
{"title":"Da experiência à mediação: uma transição mínima em Theodor Adorno","authors":"Fabiano Leite França","doi":"10.31977/grirfi.v22i2.2804","DOIUrl":"https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i2.2804","url":null,"abstract":"Em virtude da naturalização do protagonismo da concepção de experiência na interpretação da dialética de Theodor Adorno, esse artigo pretende elucidar algumas linhas de deslocamento da categoria de experiência para a categoria de mediação, a partir da apropriação crítica desta categoria do pensamento de Hegel por Adorno; pois, uma vez que toda experiência é mediada, a mediação apresenta-se como condição para a efetivação da experiência e, por esta razão, a mediação se estabelece enquanto instância privilegiada no processo do conhecimento no âmbito da relação sujeito e objeto, haja vista que se define enquanto causa e condição para a organização da experiência. Fundamentalmente, a proposta é demonstrar que tanto a dialética hegeliana quanto a adorniana - não obstante suas idiossincrasias - têm na mediação seu aspecto motívico de determinação do subjetivo e do objetivo. Portanto, o conceito de mediação será apresentado como um componente transversal e de determinidade recíproca que, ao mesmo tempo que aproxima, distingue os aspectos relacionados, fazendo da dialética um procedimento, no âmbito do qual a mediação vem a ser condição e fundamento para o desenvolvimento e a determinação dos conceitos circunscritos em um dado contexto ou situação. Nesse sentido, a mediação despontará como o agente estruturador da experiência, fator que justificará sua prioridade em relação à experiência.","PeriodicalId":55907,"journal":{"name":"Griot-Revista de Filosofia","volume":"107 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"84139776","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}