Pub Date : 2018-12-20DOI: 10.26512/RBLA.V10I2.20979
Lediane Fani Felzke
A Terra Indígena Igarapé Lourdes, habitada pelos grupos étnicos Arara e Gavião, está situada no estado de Rondônia, na divisa com o Mato Grosso. A ideia, neste artigo, é compreender as nuances do processo demarcatório nos anos 1970 e trazer alguns dados sobre a invasão e a expulsão de colonos sulistas nos anos 1980, por meio dos registros documentais arquivados na FUNAI/DF e no Museu do Índio/RJ. Quanto à demarcação, a maior parte da terra tradicional dos Ikólóéhj Gavião ficou fora dos limites. Os documentos dão conta que a decisão sobre a área a ser identificada e demarcada foi determinada em Brasília, antes mesmo que a equipe do Grupo de Trabalho chegasse ao então Território de Rondônia. A identificação foi realizada “pelo alto”, na medida em que a equipe não conversou com os indígenas Arara e Gavião. A demarcação física teve início no ano de 1976 e foi concluída em 1977. Pouco depois, a terra começou a ser invadida por colonos oriundos do sul e sudeste e mesmo depois da homologação da TI pelo decreto nº. 88.609 de 09/08/1983, os invasores continuaram no local. Apenas entre 1984 e 1985 foram retirados por iniciativa dos indígenas que então contaram com o apoio da FUNAI e da Polícia Federal. Este processo resultou no deslocamento das aldeias, do interior para o sul da TI a fim de proteger os limites e desestimular novas invasões.
土著土地igarape Lourdes,居住着Arara和gaviao民族,位于rondonia州,与马托格罗索州接壤。本文的目的是了解20世纪70年代划分过程的细微差别,并通过在FUNAI/DF和Museu do indio /RJ存档的文献记录,带来一些关于20世纪80年代南方定居者入侵和驱逐的数据。至于分界,伊科莱赫鹰的大部分传统土地都在边界之外。文件显示,关于确定和划界区域的决定是在巴西利亚作出的,甚至在工作组到达rondonia领土之前。身份鉴定是“从上面”进行的,因为团队没有与土著Arara和gaviao交谈。物理上的划分始于1976年,并于1977年完成。不久之后,这片土地开始被来自南部和东南部的定居者入侵,甚至在第nº法令批准it之后。1983年9月8日第88609号,入侵者继续在现场。直到1984年至1985年,在土著人民的倡议下,他们才得到FUNAI和联邦警察的支持。这一过程导致村庄从内陆迁移到南部,以保护边界和阻止进一步的入侵。
{"title":"A trama dos documentos em torno da demarcação da Terra Indígena Igarapé Lourdes","authors":"Lediane Fani Felzke","doi":"10.26512/RBLA.V10I2.20979","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/RBLA.V10I2.20979","url":null,"abstract":"A Terra Indígena Igarapé Lourdes, habitada pelos grupos étnicos Arara e Gavião, está situada no estado de Rondônia, na divisa com o Mato Grosso. A ideia, neste artigo, é compreender as nuances do processo demarcatório nos anos 1970 e trazer alguns dados sobre a invasão e a expulsão de colonos sulistas nos anos 1980, por meio dos registros documentais arquivados na FUNAI/DF e no Museu do Índio/RJ. Quanto à demarcação, a maior parte da terra tradicional dos Ikólóéhj Gavião ficou fora dos limites. Os documentos dão conta que a decisão sobre a área a ser identificada e demarcada foi determinada em Brasília, antes mesmo que a equipe do Grupo de Trabalho chegasse ao então Território de Rondônia. A identificação foi realizada “pelo alto”, na medida em que a equipe não conversou com os indígenas Arara e Gavião. A demarcação física teve início no ano de 1976 e foi concluída em 1977. Pouco depois, a terra começou a ser invadida por colonos oriundos do sul e sudeste e mesmo depois da homologação da TI pelo decreto nº. 88.609 de 09/08/1983, os invasores continuaram no local. Apenas entre 1984 e 1985 foram retirados por iniciativa dos indígenas que então contaram com o apoio da FUNAI e da Polícia Federal. Este processo resultou no deslocamento das aldeias, do interior para o sul da TI a fim de proteger os limites e desestimular novas invasões.","PeriodicalId":117934,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Linguística Antropológica","volume":"41 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133350249","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-12-20DOI: 10.26512/RBLA.V10I2.20980
Andérbio Márcio Silva Martins, Gabriel Barros Viana de Oliveira
Objetivamos neste estudo apresentar o estado da arte da língua Kinikinau, uma língua Aruák (cf. Aikhenvald 1999: 67) localizada atualmente no pantanal sul-matogrossense e que se encontra em estágio moribundo (menos de 7 falantes), conforme Oliveira (2017). Chamamos a atenção para a quantidade de trabalhos descritivos existentes e apresentamos alguns questionamentos acerca dos estudos comparativos, na tentativa de que sejam vistos como formas provisórias de se compreender a língua e as mudanças pelas quais passou ao longo do tempo. O artigo está dividido da seguinte maneira: na seção 1, fazemos uma pequena apresentação sobre o povo Kinikinau, sobre a situação sociolinguística crítica em que a língua se encontra e sobre a literatura linguística da língua Kinikinau; na seção 2, tratamos do que se pensava ser o único estudo dessa língua no século XIX; na seção 3, tratamos dos estudos realizados no século XX; e na seção 4, apresentamos os estudos desenvolvidos no século XXI. Por fim, na seção 5, tecemos algumas considerações finais sobre o assunto.
{"title":"Estado da arte da língua Kinikinau: estudos descritivos, sociolinguísticos e comparativos","authors":"Andérbio Márcio Silva Martins, Gabriel Barros Viana de Oliveira","doi":"10.26512/RBLA.V10I2.20980","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/RBLA.V10I2.20980","url":null,"abstract":"Objetivamos neste estudo apresentar o estado da arte da língua Kinikinau, uma língua Aruák (cf. Aikhenvald 1999: 67) localizada atualmente no pantanal sul-matogrossense e que se encontra em estágio moribundo (menos de 7 falantes), conforme Oliveira (2017). Chamamos a atenção para a quantidade de trabalhos descritivos existentes e apresentamos alguns questionamentos acerca dos estudos comparativos, na tentativa de que sejam vistos como formas provisórias de se compreender a língua e as mudanças pelas quais passou ao longo do tempo. O artigo está dividido da seguinte maneira: na seção 1, fazemos uma pequena apresentação sobre o povo Kinikinau, sobre a situação sociolinguística crítica em que a língua se encontra e sobre a literatura linguística da língua Kinikinau; na seção 2, tratamos do que se pensava ser o único estudo dessa língua no século XIX; na seção 3, tratamos dos estudos realizados no século XX; e na seção 4, apresentamos os estudos desenvolvidos no século XXI. Por fim, na seção 5, tecemos algumas considerações finais sobre o assunto.","PeriodicalId":117934,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Linguística Antropológica","volume":"46 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126126727","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-12-20DOI: 10.26512/RBLA.V10I2.20982
Rosileide Barbosa de Carvalho, Marina Cintia da Silva Guajajára
Focaliza-se a expressão da voz causativa-comitativa em Kaiowá e em Guajajára, uma das cinco expressões de voz típicas da família Tupí-Guaraní. A análise da voz causativa-comitativa nessas duas línguas foi inspirada em Rodrigues (1953), o linguista que descreveu pela primeira vez e apropriadamente a função do morfema cognato em uma língua Tupí-Guaraní, o Tupinambá. No presente estudo, mostramos que o morfema causativo-comitativo em Kaiowá e em Guajajára possui mais alomorfes do que o reportado até o presente nos estudos sobre essas duas línguas. Como descrito em Barbosa (2017), o morfema causativo-comitativo em Kaiowá possui 11 alomorfes: ero-, ro-, no-, era-, ra-, er-, r-, gwer-, gwero-, gwera-, gweno-; já o causativo-comitativo em Guajajára possui 9 alomorfes: eru-, ru-, enu-, era-, ra-, er-, r-, wera-, weru-. A alomorfia do morfema causativo Kaiowá e do Guajajára deve ser considerada na documentação e descrição linguística que se quer voltada para o fortalecimento do uso dessas línguas.
{"title":"Notas sobre a voz causativa-comitativa em Kaiowá e Guajajára","authors":"Rosileide Barbosa de Carvalho, Marina Cintia da Silva Guajajára","doi":"10.26512/RBLA.V10I2.20982","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/RBLA.V10I2.20982","url":null,"abstract":"Focaliza-se a expressão da voz causativa-comitativa em Kaiowá e em Guajajára, uma das cinco expressões de voz típicas da família Tupí-Guaraní. A análise da voz causativa-comitativa nessas duas línguas foi inspirada em Rodrigues (1953), o linguista que descreveu pela primeira vez e apropriadamente a função do morfema cognato em uma língua Tupí-Guaraní, o Tupinambá. No presente estudo, mostramos que o morfema causativo-comitativo em Kaiowá e em Guajajára possui mais alomorfes do que o reportado até o presente nos estudos sobre essas duas línguas. Como descrito em Barbosa (2017), o morfema causativo-comitativo em Kaiowá possui 11 alomorfes: ero-, ro-, no-, era-, ra-, er-, r-, gwer-, gwero-, gwera-, gweno-; já o causativo-comitativo em Guajajára possui 9 alomorfes: eru-, ru-, enu-, era-, ra-, er-, r-, wera-, weru-. A alomorfia do morfema causativo Kaiowá e do Guajajára deve ser considerada na documentação e descrição linguística que se quer voltada para o fortalecimento do uso dessas línguas.","PeriodicalId":117934,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Linguística Antropológica","volume":"10 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132806554","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-12-20DOI: 10.26512/RBLA.V10I2.20981
Fábio Pereira Couto, Ivonete Sabanês
O presente trabalho reúne resultados de uma pesquisa de abordagem sociolinguística que demostra a atual situação do uso e do ensino da língua Sabanê, na aldeia Sowaintê. Os dados para pesquisa foram registrados em várias viagens a campo realizadas nos anos de 2016 e 2017 e revelam que a língua Sabanê se encontra em sério risco de extinção, contando com poucos falantes nativos, sendo que na comunidade foco de nossa investigação, só há dois falantes. Além disso, a língua praticamente não é ensinada na escola, mesmo com o esforço de alguns professores Sabanê em promover o ensino de sua língua nativa. O estudo foi desenvolvido à luz de Dorian (1989) “Investigating obsolescence: studies in language contraction and death”, e em Thomason (2015) “Endangered languages. An introduction.” Consideramos, também, os estudos de Braga e Telles (2014) e de Telles (2002) sobre as línguas da família Nambikwára. Os resultados do estudo mostram o estado avançado de redução de falantes do Sabanê e a urgência da implementação de uma política linguística que possa dar suporte linguístico e pedagógico à revitalização dessa língua.
{"title":"Aspectos sociolinguísticos do ensino e do uso da língua Sabanê na aldeia Sowaintê, da Terra Indígena Parque do Aripuanã - RO. Relatório de pesquisa","authors":"Fábio Pereira Couto, Ivonete Sabanês","doi":"10.26512/RBLA.V10I2.20981","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/RBLA.V10I2.20981","url":null,"abstract":"O presente trabalho reúne resultados de uma pesquisa de abordagem sociolinguística que demostra a atual situação do uso e do ensino da língua Sabanê, na aldeia Sowaintê. Os dados para pesquisa foram registrados em várias viagens a campo realizadas nos anos de 2016 e 2017 e revelam que a língua Sabanê se encontra em sério risco de extinção, contando com poucos falantes nativos, sendo que na comunidade foco de nossa investigação, só há dois falantes. Além disso, a língua praticamente não é ensinada na escola, mesmo com o esforço de alguns professores Sabanê em promover o ensino de sua língua nativa. O estudo foi desenvolvido à luz de Dorian (1989) “Investigating obsolescence: studies in language contraction and death”, e em Thomason (2015) “Endangered languages. An introduction.” Consideramos, também, os estudos de Braga e Telles (2014) e de Telles (2002) sobre as línguas da família Nambikwára. Os resultados do estudo mostram o estado avançado de redução de falantes do Sabanê e a urgência da implementação de uma política linguística que possa dar suporte linguístico e pedagógico à revitalização dessa língua.","PeriodicalId":117934,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Linguística Antropológica","volume":"46 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116303152","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-12-19DOI: 10.26512/RBLA.V10I2.20935
F. Noelli, J. P. Brochado, Â. Corrêa
Este artigo apresenta a linguagem da cerâmica registrada nos dicionários Tesoro e Vocabulario de la lengua Guaraní, publicados respectivamente em 1639 e 1640 pelo missionário jesuíta Antonio Ruiz de Montoya. Selecionamos 445 palavras e frases para compor cenários etnográficos. Nosso objetivo é compreender a cadeia operatória de produção das vasilhas cerâmicas Guaraní e alguns dos contextos de seus usos domésticos. O léxico apresenta grande potencial para estudos de linguística histórica comparada com outras línguas do tronco Tupí e de tecnologia cerâmica arqueológica.
本文介绍了耶稣会传教士安东尼奥·鲁伊斯·德·蒙托亚分别于1639年和1640年出版的《Tesoro》和《Vocabulario de la lengua guarani》中记录的陶瓷语言。我们选择了445个单词和短语来构成人种学场景。我们的目标是了解guarani陶瓷罐生产的操作链及其家庭使用的一些背景。与图皮语系的其他语言和考古陶瓷技术相比,该词典在历史语言学研究方面具有巨大的潜力。
{"title":"A linguagem da cerâmica Guaraní: sobre a persistência das práticas e materialidade (parte 1)","authors":"F. Noelli, J. P. Brochado, Â. Corrêa","doi":"10.26512/RBLA.V10I2.20935","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/RBLA.V10I2.20935","url":null,"abstract":"Este artigo apresenta a linguagem da cerâmica registrada nos dicionários Tesoro e Vocabulario de la lengua Guaraní, publicados respectivamente em 1639 e 1640 pelo missionário jesuíta Antonio Ruiz de Montoya. Selecionamos 445 palavras e frases para compor cenários etnográficos. Nosso objetivo é compreender a cadeia operatória de produção das vasilhas cerâmicas Guaraní e alguns dos contextos de seus usos domésticos. O léxico apresenta grande potencial para estudos de linguística histórica comparada com outras línguas do tronco Tupí e de tecnologia cerâmica arqueológica.","PeriodicalId":117934,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Linguística Antropológica","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129974286","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Descrevem-se os tipos de predicados não-verbais identificados até o presente na língua Tuparí, pertencente à família Tuparí do tronco Tupí (Rodrigues 1964, 1984-85, 1986). A análise tomou por base dados do Tuparí contidos em Rodrigues e Caspar (1957), em Alves (2004), e novos dados coletados em 2011 e 2016 em Brasília, em 2013 em Ji-Paraná, e em 2017 e 2018 na Terra Indígena Rio Branco. A análise referencia-se nas tipologias de predicados propostas por Payne (1997) e por Dryer (2007). O artigo contribui com os estudos linguísticos sobre a língua Tuparí, abordando um tema ainda muito pouco estudado no âmbito dessa língua.
{"title":"Predicados não-verbais em Tuparí","authors":"Edineia Aparecida Isidoro, Raul Pat’Awre Tuparí, Isaías Tuparí","doi":"10.26512/RBLA.V10I2.20941","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/RBLA.V10I2.20941","url":null,"abstract":"Descrevem-se os tipos de predicados não-verbais identificados até o presente na língua Tuparí, pertencente à família Tuparí do tronco Tupí (Rodrigues 1964, 1984-85, 1986). A análise tomou por base dados do Tuparí contidos em Rodrigues e Caspar (1957), em Alves (2004), e novos dados coletados em 2011 e 2016 em Brasília, em 2013 em Ji-Paraná, e em 2017 e 2018 na Terra Indígena Rio Branco. A análise referencia-se nas tipologias de predicados propostas por Payne (1997) e por Dryer (2007). O artigo contribui com os estudos linguísticos sobre a língua Tuparí, abordando um tema ainda muito pouco estudado no âmbito dessa língua.","PeriodicalId":117934,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Linguística Antropológica","volume":"12 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133455875","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-12-19DOI: 10.26512/RBLA.V10I2.20936
Marcelina Oro Waram Xiyein, Selmo Azevedo Apontes, Q. Camargos
Este trabalho tem por objetivo oferecer uma breve descrição e análise de operações de mudança de valência verbal verificadas na língua Oro Wari’ (Pacaa Nova, família Txapakura). Vamos mostrar dois processos que aumentam a valência verbal: a causativização e a aplicativização. Em termos descritivos, a partícula {araɁ} introduz o significado de causação e adiciona um novo argumento agente (o causador) à estrutura argumental. Essa língua possui ainda as seguintes partículas aplicativas: {win}, {miʔ}, {het}, {ka} e {pe}, as quais introduzem um argumento na estrutura verbal com as funções semânticas de comitativo, beneficiário, fonte, alvo e locativo. Investigaremos ainda três categorias de diminuição de valência: o reflexivo {ʃiye-}, o recíproco {kaɾakan} e o intransitivizador {maw}. Nas construções reflexivas e recíprocas, uma estrutura sintática é usada para indicar que alguém ou alguma coisa está realizando uma ação sobre ou para si. Contudo, como os argumentos de sujeito e objeto são referencialmente idênticos, apenas um participante é expresso. Finalmente, a partícula {maw}, a qual gera estruturas estativas resultativas, é a categoria de mudança de valência que remove o argumento agente da posição de sujeito, e o argumento paciente deve ocupar a posição de sujeito.
{"title":"Processos de aumento e de diminuição de valência verbal em Oro Wari’ (Wari/Pacaa Nova, Txapakura)","authors":"Marcelina Oro Waram Xiyein, Selmo Azevedo Apontes, Q. Camargos","doi":"10.26512/RBLA.V10I2.20936","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/RBLA.V10I2.20936","url":null,"abstract":"Este trabalho tem por objetivo oferecer uma breve descrição e análise de operações de mudança de valência verbal verificadas na língua Oro Wari’ (Pacaa Nova, família Txapakura). Vamos mostrar dois processos que aumentam a valência verbal: a causativização e a aplicativização. Em termos descritivos, a partícula {araɁ} introduz o significado de causação e adiciona um novo argumento agente (o causador) à estrutura argumental. Essa língua possui ainda as seguintes partículas aplicativas: {win}, {miʔ}, {het}, {ka} e {pe}, as quais introduzem um argumento na estrutura verbal com as funções semânticas de comitativo, beneficiário, fonte, alvo e locativo. Investigaremos ainda três categorias de diminuição de valência: o reflexivo {ʃiye-}, o recíproco {kaɾakan} e o intransitivizador {maw}. Nas construções reflexivas e recíprocas, uma estrutura sintática é usada para indicar que alguém ou alguma coisa está realizando uma ação sobre ou para si. Contudo, como os argumentos de sujeito e objeto são referencialmente idênticos, apenas um participante é expresso. Finalmente, a partícula {maw}, a qual gera estruturas estativas resultativas, é a categoria de mudança de valência que remove o argumento agente da posição de sujeito, e o argumento paciente deve ocupar a posição de sujeito.","PeriodicalId":117934,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Linguística Antropológica","volume":"21 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121224030","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-12-19DOI: 10.26512/RBLA.V10I2.20942
José Campione-Piccardo
En el presente artículo se sugiere una hipótesis alternativa respecto de la interpretación que se les ha dado a las últimas palabras del médico indígena charrúa Senaqué desde su fallecimiento en Paris el 26 de julio de 1833. La versión que iniciara el interno Camus, y que se ha mantenido hasta el presente, es entendible desde un punto de vista parisino y francés, pero no parece condecir con los orígenes de Senaqué, su carácter, su habla, su trayectoria y sus creencias, y es posible que se trate de una honesta pero errónea interpretación basada en la transcripción fonética al francés (mediante cambio de código lingüístico entre lo enunciado por quien habla y el decodificado por parte de quien le oye) por las personas de habla francesa que estaban presentes al momento de su muerte, y que fueran las únicas que le oyeron pronunciarlas.
{"title":"Últimas palabras del médico charrúa Senaqué: novel hipótesis respecto a su interpretación","authors":"José Campione-Piccardo","doi":"10.26512/RBLA.V10I2.20942","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/RBLA.V10I2.20942","url":null,"abstract":"En el presente artículo se sugiere una hipótesis alternativa respecto de la interpretación que se les ha dado a las últimas palabras del médico indígena charrúa Senaqué desde su fallecimiento en Paris el 26 de julio de 1833. La versión que iniciara el interno Camus, y que se ha mantenido hasta el presente, es entendible desde un punto de vista parisino y francés, pero no parece condecir con los orígenes de Senaqué, su carácter, su habla, su trayectoria y sus creencias, y es posible que se trate de una honesta pero errónea interpretación basada en la transcripción fonética al francés (mediante cambio de código lingüístico entre lo enunciado por quien habla y el decodificado por parte de quien le oye) por las personas de habla francesa que estaban presentes al momento de su muerte, y que fueran las únicas que le oyeron pronunciarlas.","PeriodicalId":117934,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Linguística Antropológica","volume":"88 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124819110","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-12-19DOI: 10.26512/RBLA.V10I2.20939
A. Arellano
El presente trabajo tiene como finalidad considerar que a pesar de la irrupción Española, el proceso de desarrollo histórico cultural tuvo continuídad en las sociedades amazónicas de las regiones interfluviales del Norte del Ecuador. Para inferir este proceso se analizan documentos y mapas producidos durante los primeros siglos de la colonia, y nuevas evidencias arqueológicas asociadas con fechas radiocarbónicas cercanas a la presencia hispana. A partir de este análisis se confirma que dos importantes grupos étnicos ocuparon entre 1400 y 1600 d. C. el Norte amazónico. Los Omagua-Yete a lo largo del curso del río Coca y los Encabellados divididos en dos subgrupos entre el Napo y Putumayo. Así mismo se infiere que los Omagua no fueron portadores de la tradición de cerámica polícroma (Fase Napo), si no más bien estuvieron asociados a la tradición de cerámica corrugada con el nuevo estilo decorativo de falsocorrugado. Por otra parte, la distribución geográfica de las evidencias arqueológicas sugiere que los Encabellados conformaron varias tribus, las que posteriormente fueron denominados con nombres específicos.
{"title":"Documentos, mapas y arqueología: decifrando dos grupos étnicos entre 1400 y 1600 en la Amazónia norte de Equador, algunas inferencias","authors":"A. Arellano","doi":"10.26512/RBLA.V10I2.20939","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/RBLA.V10I2.20939","url":null,"abstract":"El presente trabajo tiene como finalidad considerar que a pesar de la irrupción Española, el proceso de desarrollo histórico cultural tuvo continuídad en las sociedades amazónicas de las regiones interfluviales del Norte del Ecuador. Para inferir este proceso se analizan documentos y mapas producidos durante los primeros siglos de la colonia, y nuevas evidencias arqueológicas asociadas con fechas radiocarbónicas cercanas a la presencia hispana. A partir de este análisis se confirma que dos importantes grupos étnicos ocuparon entre 1400 y 1600 d. C. el Norte amazónico. Los Omagua-Yete a lo largo del curso del río Coca y los Encabellados divididos en dos subgrupos entre el Napo y Putumayo. Así mismo se infiere que los Omagua no fueron portadores de la tradición de cerámica polícroma (Fase Napo), si no más bien estuvieron asociados a la tradición de cerámica corrugada con el nuevo estilo decorativo de falsocorrugado. Por otra parte, la distribución geográfica de las evidencias arqueológicas sugiere que los Encabellados conformaron varias tribus, las que posteriormente fueron denominados con nombres específicos.","PeriodicalId":117934,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Linguística Antropológica","volume":"14 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126445970","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-12-17DOI: 10.26512/RBLA.V4I1.20676
A. Cabral, Joaton Suruí, M. L. Carvalho, Uraan Anderson Suruí
Este artigo trata de simbolismo sonoro em três línguas Tupí: Suruí Paitér, Nhandéwa Txiripá e Mbyá Tambeopé. Um dos focos principais é o processo de ablaut envolvido na expressão de atenuação física e psicológica da semântica das palavras em Suruí Paitér. É argumentado que atenuação nessas línguas é controlada pela vontade do falante e pragmaticamente motivada. Os dados que fundamentam o estudo corroboram a visão de que vogais altas e palatalização são expressões comuns de simbolismo associados a diminutivos e atenuativos através das línguas (Sapir 1911, 1929; Ultan 1978).
{"title":"Explorando manifestações de simbolismo sonoro em três línguas Tupí: Suruí Paitér, Mbyá Tambeopé e Nhandeva Txiripá","authors":"A. Cabral, Joaton Suruí, M. L. Carvalho, Uraan Anderson Suruí","doi":"10.26512/RBLA.V4I1.20676","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/RBLA.V4I1.20676","url":null,"abstract":"Este artigo trata de simbolismo sonoro em três línguas Tupí: Suruí Paitér, Nhandéwa Txiripá e Mbyá Tambeopé. Um dos focos principais é o processo de ablaut envolvido na expressão de atenuação física e psicológica da semântica das palavras em Suruí Paitér. É argumentado que atenuação nessas línguas é controlada pela vontade do falante e pragmaticamente motivada. Os dados que fundamentam o estudo corroboram a visão de que vogais altas e palatalização são expressões comuns de simbolismo associados a diminutivos e atenuativos através das línguas (Sapir 1911, 1929; Ultan 1978).","PeriodicalId":117934,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Linguística Antropológica","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"128457578","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}