Pub Date : 2024-06-10DOI: 10.5433/2176-6665.2024v29n2e49146
Jéser Abílio de Souza, Ana Gabriela Pombo Celles Cordeiro, Raquel Conceição Santos
Quem pode falar pelo Estado? Apesar de o substantivo diplomata ser comum a dois gêneros, não se atribui à diplomacia características consideradas “femininas”, tampouco a própria figura de uma mulher. O presente artigo tem como objetivo contribuir com a discussão no campo da participação das mulheres no funcionalismo público, no âmbito da burocracia de alto escalão, mais especificamente a carreira diplomática. A principal questão diz respeito ao que está por trás das desigualdades estruturais e estruturantes no Ministério das Relações Exteriores(MRE) e no Instituto Rio Branco (Itamaraty), partindo do gênero como lente observamos (i) o histórico do ingresso de mulheres na carreira desde o Brasil republicano; (ii) as práticas que constituem o habitus e o ethos diplomático desde a formação no Itamaraty até a chegada ao MRE; e (iii) o contrato racial‐sexual que circunscreve as práticas de dominação na instituição.
{"title":"Habitus e Contrato: por trás da Desigualdade de Gênero no Ministério das Relações Exteriores","authors":"Jéser Abílio de Souza, Ana Gabriela Pombo Celles Cordeiro, Raquel Conceição Santos","doi":"10.5433/2176-6665.2024v29n2e49146","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2024v29n2e49146","url":null,"abstract":"Quem pode falar pelo Estado? Apesar de o substantivo diplomata ser comum a dois gêneros, não se atribui à diplomacia características consideradas “femininas”, tampouco a própria figura de uma mulher. O presente artigo tem como objetivo contribuir com a discussão no campo da participação das mulheres no funcionalismo público, no âmbito da burocracia de alto escalão, mais especificamente a carreira diplomática. A principal questão diz respeito ao que está por trás das desigualdades estruturais e estruturantes no Ministério das Relações Exteriores(MRE) e no Instituto Rio Branco (Itamaraty), partindo do gênero como lente observamos (i) o histórico do ingresso de mulheres na carreira desde o Brasil republicano; (ii) as práticas que constituem o habitus e o ethos diplomático desde a formação no Itamaraty até a chegada ao MRE; e (iii) o contrato racial‐sexual que circunscreve as práticas de dominação na instituição.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":" 7","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-06-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"141363187","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-12DOI: 10.5433/2176-6665.2024v29n1e49471
G. Santos, Agnaldo de Sousa Barbosa
O presente artigo visou analisar a Ação Civil Pública (ACP) promovida pela Defensoria Pública paulista para garantir às pessoas privadas de liberdade no Estado de São Paulo acesso a telefones públicos e visitas virtuais durante a pandemia da COVID-19. A análise não se restringiu a considerações sobre as estratégias jurídicas, mas buscou compreender como o direito foi usado e mobilizado para a construção de políticas públicas para as pessoas presas. Foi feita uma análise documental de caráter qualitativo do pedido inicial. Verificou-se que o principal mecanismo de prevenção à circulação do coronavírus nas prisões paulistas foi o aprofundamento do isolamento dos encarcerados. A proteção, no entanto, significava a restrição de mais direitos das pessoas presas e o aprofundamento de seu sofrimento, restringindo acesso à assistência material e meios de prevenir tortura. Na Ação Civil Pública, percebeu-se que a Defensoria buscou se apresentar como instituição promotora de direitos humanos e, para convencer o Judiciário da justeza de seus pedidos, demonstrou que outros países e estados da Federação já haviam regulado contatos virtuais entre presos e familiares. Ademais, a ação foi útil para denunciar a falta de políticas efetivas de prevenção à COVID. Por fim, concluiu-se que o pedido, muito embora rejeitado judicialmente, foi importante para provocar o governo estadual a enfrentar o problema.
{"title":"Hiperisolamento, Solidão e Coronavírus: A Defensoria Pública de São Paulo e o Direito das Pessoas Presas ao Convívio Familiar","authors":"G. Santos, Agnaldo de Sousa Barbosa","doi":"10.5433/2176-6665.2024v29n1e49471","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2024v29n1e49471","url":null,"abstract":"O presente artigo visou analisar a Ação Civil Pública (ACP) promovida pela Defensoria Pública paulista para garantir às pessoas privadas de liberdade no Estado de São Paulo acesso a telefones públicos e visitas virtuais durante a pandemia da COVID-19. A análise não se restringiu a considerações sobre as estratégias jurídicas, mas buscou compreender como o direito foi usado e mobilizado para a construção de políticas públicas para as pessoas presas. Foi feita uma análise documental de caráter qualitativo do pedido inicial. Verificou-se que o principal mecanismo de prevenção à circulação do coronavírus nas prisões paulistas foi o aprofundamento do isolamento dos encarcerados. A proteção, no entanto, significava a restrição de mais direitos das pessoas presas e o aprofundamento de seu sofrimento, restringindo acesso à assistência material e meios de prevenir tortura. Na Ação Civil Pública, percebeu-se que a Defensoria buscou se apresentar como instituição promotora de direitos humanos e, para convencer o Judiciário da justeza de seus pedidos, demonstrou que outros países e estados da Federação já haviam regulado contatos virtuais entre presos e familiares. Ademais, a ação foi útil para denunciar a falta de políticas efetivas de prevenção à COVID. Por fim, concluiu-se que o pedido, muito embora rejeitado judicialmente, foi importante para provocar o governo estadual a enfrentar o problema.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"12 19","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140710392","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-05DOI: 10.5433/2176-6665.2024v29n1e47681
A. Funes
Este artículo interroga los cambios en las escenificaciones del liderazgo de Perón en la Argentina entre 1962 y 1966. Mediante artículos, declaraciones y ensayos en publicaciones político-partidarias, y diarios y revistas comerciales argentinas, examina las representaciones de su jefatura elaboradas por actores individuales y organizativos peronistas. Fueron años álgidos para el peronismo y particularmente para Perón. Su lugar de líder comenzó a ser disputado por los llamados “neoperonistas” y por Augusto Vandor, importante sindicalista del periodo. Complejizando la identificación del liderazgo de Perón con uno meramente carismático, el artículo apela a la dimensión de la promesa y a la lealtad para auscultar la relación carismática en el peronismo en esta porción de los años sesenta argentinos.
{"title":"Promesas y Lealtades Diferidas. Juan Domingo Perón, Su Liderazgo y los Peronistas en la Argentina de la Proscripción, 1962-1966","authors":"A. Funes","doi":"10.5433/2176-6665.2024v29n1e47681","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2024v29n1e47681","url":null,"abstract":"Este artículo interroga los cambios en las escenificaciones del liderazgo de Perón en la Argentina entre 1962 y 1966. Mediante artículos, declaraciones y ensayos en publicaciones político-partidarias, y diarios y revistas comerciales argentinas, examina las representaciones de su jefatura elaboradas por actores individuales y organizativos peronistas. Fueron años álgidos para el peronismo y particularmente para Perón. Su lugar de líder comenzó a ser disputado por los llamados “neoperonistas” y por Augusto Vandor, importante sindicalista del periodo. Complejizando la identificación del liderazgo de Perón con uno meramente carismático, el artículo apela a la dimensión de la promesa y a la lealtad para auscultar la relación carismática en el peronismo en esta porción de los años sesenta argentinos.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"89 11","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140736071","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-05DOI: 10.5433/2176-6665.2024v29n1e49160
R. M. Albuquerque
O artigo apresenta uma discussão sobre a Lei do Feminicídio (13.104/15) no Brasil, a propósito dos oito de sua criação, a partir de uma análise que considera a) a relevância da inserção deste instrumento jurídico no Código Penal brasileiro; b) o contexto de retrocessos políticos e sociais vivenciados no Brasil brasileiro e suas implicações para o enfrentamento da violência de gênero; c) os enquadramentos e limitações configurados atualmente na legislação do feminicídio. A partir de uma discussão teórico-bibliográfica e da análise empírica de situações de violências de gênero vivenciadas por mulheres brasileiras (de ameaça a feminicídio), o texto reflete sobre os desafios existentes para que a lei cumpra seu propósito, especialmente em casos situados para além da violência letal ocorrida em contexto doméstico e familiar e, sobretudo, para que os mecanismos de proteção das vidas das mulheres possam potencializar a redução da letalidade feminicida no país.
在《杀戮女性法》（13.104/15）颁布八周年之际，本文对该法在巴西的实施情况进行了讨论，并在此基础上分析了 a) 将该法律文书纳入《巴西刑法典》的相关性；b) 巴西所经历的政治和社会挫折及其对解决性别暴力问题的影响；c) 目前杀戮女性立法的框架和局限性。在对巴西妇女遭受的基于性别的暴力（从威胁到杀害妇女）情况进行理论文献讨论和实证分析的基础上，该文反思了法律要实现其目的所面临的挑战，特别是在家庭和家庭背景下的致命暴力以外的情况下，尤其是保护妇女生命的机制要促进降低该国杀害妇女的致死率所面临的挑战。
{"title":"Oito Anos da Lei do Feminicídio (13.104/15) e Muitos Desafios","authors":"R. M. Albuquerque","doi":"10.5433/2176-6665.2024v29n1e49160","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2024v29n1e49160","url":null,"abstract":"O artigo apresenta uma discussão sobre a Lei do Feminicídio (13.104/15) no Brasil, a propósito dos oito de sua criação, a partir de uma análise que considera a) a relevância da inserção deste instrumento jurídico no Código Penal brasileiro; b) o contexto de retrocessos políticos e sociais vivenciados no Brasil brasileiro e suas implicações para o enfrentamento da violência de gênero; c) os enquadramentos e limitações configurados atualmente na legislação do feminicídio. A partir de uma discussão teórico-bibliográfica e da análise empírica de situações de violências de gênero vivenciadas por mulheres brasileiras (de ameaça a feminicídio), o texto reflete sobre os desafios existentes para que a lei cumpra seu propósito, especialmente em casos situados para além da violência letal ocorrida em contexto doméstico e familiar e, sobretudo, para que os mecanismos de proteção das vidas das mulheres possam potencializar a redução da letalidade feminicida no país.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"34 7","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140739733","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-02-22DOI: 10.5433/2176-6665.2024v29n1e48656
Hellen Caetano
Neste artigo, analisamos como plataformas digitais têm contribuído para o compartilhamento de experiências de adoecimentos, usos de substâncias e terapias alternativas, além de informações científicas a partir do desenvolvimento de uma expertise leiga. Para isso, foram considerados conteúdos de comunicação científica produzidos por associações de pacientes em torno do uso terapêutico de Cannabis. As associações têm compartilhado o que vem sendo produzido em diferentes áreas de conhecimento com essas substâncias, sobretudo biomédica. Ao focar nas conexões entre os diferentes atores, examinamos o conteúdo produzido por três associações entre 2020 e 2021 disponibilizado na plataforma Instagram. A partir da codagem de dados, a análise evidenciou que o trabalho das associações tem colaborado para o acesso a informações que contribuem para a garantia do acesso à saúde.
{"title":"Compartilhar e Informar: Comunicação Científica sobre o Uso Terapêutico de Cannabis em Plataformas Digitais","authors":"Hellen Caetano","doi":"10.5433/2176-6665.2024v29n1e48656","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2024v29n1e48656","url":null,"abstract":"Neste artigo, analisamos como plataformas digitais têm contribuído para o compartilhamento de experiências de adoecimentos, usos de substâncias e terapias alternativas, além de informações científicas a partir do desenvolvimento de uma expertise leiga. Para isso, foram considerados conteúdos de comunicação científica produzidos por associações de pacientes em torno do uso terapêutico de Cannabis. As associações têm compartilhado o que vem sendo produzido em diferentes áreas de conhecimento com essas substâncias, sobretudo biomédica. Ao focar nas conexões entre os diferentes atores, examinamos o conteúdo produzido por três associações entre 2020 e 2021 disponibilizado na plataforma Instagram. A partir da codagem de dados, a análise evidenciou que o trabalho das associações tem colaborado para o acesso a informações que contribuem para a garantia do acesso à saúde.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"12 11","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140441552","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-01-31DOI: 10.5433/2176-6665.2024v29n1e49132
Thiago Perez Bernardes de Moraes
Biopolitics after Truth: Knowledge, Power and Democratic Life, de Sergei Prozorov
真理之后的生物政治学：知识、权力与民主生活》，de Sergei Prozorov
{"title":"Biopolitics after Truth: Knowledge, Power and Democratic Life, de Sergei Prozorov","authors":"Thiago Perez Bernardes de Moraes","doi":"10.5433/2176-6665.2024v29n1e49132","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2024v29n1e49132","url":null,"abstract":"Biopolitics after Truth: Knowledge, Power and Democratic Life, de Sergei Prozorov","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"39 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-01-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140479190","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-21DOI: 10.5433/2176-6665.2024v29n1e48898
Francisco Willams Ribeiro Lopes
Este artigo apresenta os sentidos da escolarização para jovens cearenses matriculados em uma escola de tempo integral no primeiro ano de implementação da Reforma do Ensino Médio. Trata-se de pesquisa realizada no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Ensino Médio (PIBIC/EM), do tipo estudo de caso, com abordagem qualitativa e utilização das técnicas do grupo focal e survey. Os resultados mostram que o sentido da escolarização está relacionado à expectativa do que a conclusão do ensino médio pode proporcionar, seja um emprego futuro ou o ingresso na universidade; a sociabilidade com outros jovens é um forte fator para garantir a permanência dos estudantes na escola; e a vivência nas instituições educacionais de ensino integral não está isenta de contrariedades, mesmo entre aqueles estudantes que se consideram adaptados à nova jornada escolar.
{"title":"Os Sentidos da Escolarização para Estudantes do Ensino Médio em Tempo Integral no Ceará: Experiência de Pesquisa do Programa PIBIC/EM","authors":"Francisco Willams Ribeiro Lopes","doi":"10.5433/2176-6665.2024v29n1e48898","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2024v29n1e48898","url":null,"abstract":"Este artigo apresenta os sentidos da escolarização para jovens cearenses matriculados em uma escola de tempo integral no primeiro ano de implementação da Reforma do Ensino Médio. Trata-se de pesquisa realizada no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Ensino Médio (PIBIC/EM), do tipo estudo de caso, com abordagem qualitativa e utilização das técnicas do grupo focal e survey. Os resultados mostram que o sentido da escolarização está relacionado à expectativa do que a conclusão do ensino médio pode proporcionar, seja um emprego futuro ou o ingresso na universidade; a sociabilidade com outros jovens é um forte fator para garantir a permanência dos estudantes na escola; e a vivência nas instituições educacionais de ensino integral não está isenta de contrariedades, mesmo entre aqueles estudantes que se consideram adaptados à nova jornada escolar.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"23 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138952325","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-04DOI: 10.5433/2176-6665.2023v28n3e48577
A. S. Rodrigues
A adoção de uma política internacional de drogas de cunho proibicionista, que classificou a cannabis como uma droga ilícita, resultou no hiato científico que perdurou entre o início do século XX e os anos 1960, quando Raphael Mechoulam instituiu novos marcos para a ciência canábica (descoberta do THC, do CBD e descrição do Sistema Endocanabinoide). Hoje, observa-se o crescente interesse pela planta e seus atributos medicinais e mercadológicos. Assim, esta pesquisa objetiva mapear as redes de pesquisadores com/sobre a cannabis no Brasil a partir de currículos Lattes. Foram analisados currículos de 59 autores de artigos sobre o tema. As relações de coautoria apontam distintas formações de redes de pesquisa que englobam desde parcerias orientador-orientados até colaboradores em uma mesma instituição ou instituições diversas. Os resultados permitem identificar, mapear e popularizar algumas dessas redes de pesquisa com e sobre a cannabis no Brasil, em Saúde, Ciências Humanas e Agrárias.
{"title":"Cannabis e Ciência: Identificação de Redes de Pesquisa com/sobre a Cannabis a Partir da Plataforma de Currículos Lattes","authors":"A. S. Rodrigues","doi":"10.5433/2176-6665.2023v28n3e48577","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n3e48577","url":null,"abstract":"A adoção de uma política internacional de drogas de cunho proibicionista, que classificou a cannabis como uma droga ilícita, resultou no hiato científico que perdurou entre o início do século XX e os anos 1960, quando Raphael Mechoulam instituiu novos marcos para a ciência canábica (descoberta do THC, do CBD e descrição do Sistema Endocanabinoide). Hoje, observa-se o crescente interesse pela planta e seus atributos medicinais e mercadológicos. Assim, esta pesquisa objetiva mapear as redes de pesquisadores com/sobre a cannabis no Brasil a partir de currículos Lattes. Foram analisados currículos de 59 autores de artigos sobre o tema. As relações de coautoria apontam distintas formações de redes de pesquisa que englobam desde parcerias orientador-orientados até colaboradores em uma mesma instituição ou instituições diversas. Os resultados permitem identificar, mapear e popularizar algumas dessas redes de pesquisa com e sobre a cannabis no Brasil, em Saúde, Ciências Humanas e Agrárias.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"27 8","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139012573","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-03DOI: 10.5433/2176-6665.2023v28n3e48668
Guilherme Borges, Xabier Arana Berastegui, F. Cardoso
Em virtude das recentes transições globais na gestão da maconha e reconhecendo a premente necessidade de inserir no debate brasileiro reflexões acerca dos variados modelos e estratégias jurídico-políticas postas à prova, objetivando apresentar alternativas à proibição e seus preocupantes impactos, o presente artigo almeja discorrer, respaldado por fontes bibliográficas e documentais, acerca dos seguintes pontos: o conjunto de premissas sociais e o contexto que propiciaram a instauração dos Clubes Sociais de Cannabis (CSCs) na Comunidade Autônoma do País Basco (CAPB); o florescimento da cultura canábica, o associativismo dos consumidores de maconha na mencionada região e os enfrentamentos jurídico-políticos com os quais estas instituições têm se confrontado nos últimos tempos; para concluir, focamos em particularidades atinentes às dinâmicas organizacionais e operacionais destes clubes. Destacamos as políticas de Redução de Danos (RD) e os esforços contínuos dos integrantes destas coletividades na promoção de uma abordagem responsável e consciente no tocante ao consumo de maconha entre a população basca.
{"title":"Os Clubes Sociais de Cannabis (CSCs) na Comunidade Autônoma do País Basco (CAPB), Espanha: Trajetória e Obstáculos na Busca pela Normalização Canábica.","authors":"Guilherme Borges, Xabier Arana Berastegui, F. Cardoso","doi":"10.5433/2176-6665.2023v28n3e48668","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n3e48668","url":null,"abstract":"Em virtude das recentes transições globais na gestão da maconha e reconhecendo a premente necessidade de inserir no debate brasileiro reflexões acerca dos variados modelos e estratégias jurídico-políticas postas à prova, objetivando apresentar alternativas à proibição e seus preocupantes impactos, o presente artigo almeja discorrer, respaldado por fontes bibliográficas e documentais, acerca dos seguintes pontos: o conjunto de premissas sociais e o contexto que propiciaram a instauração dos Clubes Sociais de Cannabis (CSCs) na Comunidade Autônoma do País Basco (CAPB); o florescimento da cultura canábica, o associativismo dos consumidores de maconha na mencionada região e os enfrentamentos jurídico-políticos com os quais estas instituições têm se confrontado nos últimos tempos; para concluir, focamos em particularidades atinentes às dinâmicas organizacionais e operacionais destes clubes. Destacamos as políticas de Redução de Danos (RD) e os esforços contínuos dos integrantes destas coletividades na promoção de uma abordagem responsável e consciente no tocante ao consumo de maconha entre a população basca.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"64 ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139012585","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-03DOI: 10.5433/2176-6665.2023v28n3e48591
Mariana Palumbo
Mamá Cultiva Argentina es una organización de la sociedad civil cuyo objetivo es conseguir un marco legal para el cultivo de cannabis, desde una perspectiva de género y diversidad. Desde una retórica feminista pone a los afectos como un motor de cambio hacia lo establecido por el sistema médico hegemónico en torno a qué cura, quiénes cuidan y cuáles son los modos plausibles de hacerlo. Este artículo, desde una metodología cualitativa, describe y analiza las vinculaciones afectivas y los erotismos que se generan entre estas mujeres cultivadoras y la planta de cannabis, el papel de la planta en sus vidas, cuáles son los modos de cuidarla, de vincularse con ella, de qué modo sobrevuela la dimensión del placer y qué efectos genera en la vida de estas mujeres cultivadoras. Para tal fin, tengo en cuenta las pendulaciones que aparecen entre la adoración a la planta por sus propiedades y su humanización/antropomorfización.
Mamá Cultiva Argentina 是一个民间社会组织，其目标是从性别和多样性角度出发，为大麻种植制定法律框架。该组织从女性主义的角度出发，将感情作为变革的动力，以改变霸权医疗体系在治疗方法、护理对象和合理方式等方面的既定观念。本文采用定性方法，描述并分析了这些女种植者与大麻植物之间产生的情感联系和情色关系、大麻植物在她们生活中的作用、她们照料大麻植物的方式、她们与大麻植物的关系、快感维度如何重叠以及大麻植物在这些女种植者生活中产生的影响。为此，我考虑到了对大麻植物特性的崇拜与大麻植物的人性化/拟人化之间的矛盾。
{"title":"Mamá Cultiva Argentina. La Interfaz Afectiva entre Cultivadoras y Plantas de Cannabis","authors":"Mariana Palumbo","doi":"10.5433/2176-6665.2023v28n3e48591","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n3e48591","url":null,"abstract":"Mamá Cultiva Argentina es una organización de la sociedad civil cuyo objetivo es conseguir un marco legal para el cultivo de cannabis, desde una perspectiva de género y diversidad. Desde una retórica feminista pone a los afectos como un motor de cambio hacia lo establecido por el sistema médico hegemónico en torno a qué cura, quiénes cuidan y cuáles son los modos plausibles de hacerlo. Este artículo, desde una metodología cualitativa, describe y analiza las vinculaciones afectivas y los erotismos que se generan entre estas mujeres cultivadoras y la planta de cannabis, el papel de la planta en sus vidas, cuáles son los modos de cuidarla, de vincularse con ella, de qué modo sobrevuela la dimensión del placer y qué efectos genera en la vida de estas mujeres cultivadoras. Para tal fin, tengo en cuenta las pendulaciones que aparecen entre la adoración a la planta por sus propiedades y su humanización/antropomorfización.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"23 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139012640","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
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