Pub Date : 2023-04-10DOI: 10.5433/2176-6665.2023v28n1e45198
Luís Ramon Silva Ferreira
O artigo tem por objetivo desenvolver um modelo de estratificação socioeconômico multidimensional, considerando variáveis individuais (ocupação, posição na ocupação, sexo e idade) e domiciliares (acesso ao saneamento básico, à internet e à posse de bens duráveis). O método utilizado foi a Análise de Classe Latente (ACL) e os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2015. Os resultados apontam a existência de cinco Estratos Socioeconômicos, caracterizados pela heterogeneidade entre si. Observou-se também desigualdades e uma forte associação entre as variáveis Estrato Socioeconômico, Classe Ocupacional, Posição na Ocupação e Afluência Domiciliar.
{"title":"Novas Categorias para Estratificação Social no Brasil: Um Modelo a Partir de Variáveis Individuais e Domiciliares de 2015","authors":"Luís Ramon Silva Ferreira","doi":"10.5433/2176-6665.2023v28n1e45198","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n1e45198","url":null,"abstract":"O artigo tem por objetivo desenvolver um modelo de estratificação socioeconômico multidimensional, considerando variáveis individuais (ocupação, posição na ocupação, sexo e idade) e domiciliares (acesso ao saneamento básico, à internet e à posse de bens duráveis). O método utilizado foi a Análise de Classe Latente (ACL) e os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2015. Os resultados apontam a existência de cinco Estratos Socioeconômicos, caracterizados pela heterogeneidade entre si. Observou-se também desigualdades e uma forte associação entre as variáveis Estrato Socioeconômico, Classe Ocupacional, Posição na Ocupação e Afluência Domiciliar.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"173 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129659339","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-10DOI: 10.5433/2176-6665.2023v28n1e47624
Lucas Faial Soneghet, Rachel Aisengart Menezes
O campo de estudos da morte e do morrer é amplo e multidisciplinar. Em se tratando de um fenômeno ubíquo e universal, não é de se espantar a pluralidade das abordagens para o estudo da morte. Desde a década de 1960, os estudos sobre morte e morrer nas Ciências Sociais vêm crescendo e se consolidando em um campo com questões, agendas de pesquisa e temáticas consolidadas. Os rituais em torno da morte, dos cadáveres e do adoecimento, as práticas de cuidado, controle e gestão dos corpos mortos ou dos sujeitos em processo de morrer, as crenças, ideias, representações e valores que informam e dão sentido ao fim da vida, todos esses são objetos dentro do guarda-chuva da literatura presente no dossiê apresentado nesse artigo. Ao longo do texto, oferecemos um panorama das questões da área e pontuamos como estas dialogam com os artigos que integram o dossiê.
{"title":"Apresentação do Dossiê – A Morte e o Processo de Morrer nas Ciências Sociais: Perspectivas Sobre Um Fenômeno Multidimensional","authors":"Lucas Faial Soneghet, Rachel Aisengart Menezes","doi":"10.5433/2176-6665.2023v28n1e47624","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n1e47624","url":null,"abstract":"O campo de estudos da morte e do morrer é amplo e multidisciplinar. Em se tratando de um fenômeno ubíquo e universal, não é de se espantar a pluralidade das abordagens para o estudo da morte. Desde a década de 1960, os estudos sobre morte e morrer nas Ciências Sociais vêm crescendo e se consolidando em um campo com questões, agendas de pesquisa e temáticas consolidadas. Os rituais em torno da morte, dos cadáveres e do adoecimento, as práticas de cuidado, controle e gestão dos corpos mortos ou dos sujeitos em processo de morrer, as crenças, ideias, representações e valores que informam e dão sentido ao fim da vida, todos esses são objetos dentro do guarda-chuva da literatura presente no dossiê apresentado nesse artigo. Ao longo do texto, oferecemos um panorama das questões da área e pontuamos como estas dialogam com os artigos que integram o dossiê.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131098282","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-10DOI: 10.5433/2176-6665.2023v28n1e46970
K. M. G. Vieira, Letícia Peret Antunes Hardt, Samira Kauchakje
Diante do relevante problema urbano de destinação dos mortos em cidades do Brasil, o objetivo do artigo é analisar características socioespaciais dos cemitérios sob gestão municipal em Curitiba, Paraná. Por meio de abordagem metodológica qualiquantitativa, foram avaliadas variáveis sobre o uso desses bens comuns e sua estratificação social, bem como condições da sociedade e do território, sob os focos econômico, populacional, social, histórico e religioso. Pela interpretação de dados oficiais e de indicativos perceptuais oriundos de respostas a questionários aplicados a moradores da capital paranaense e da sua região metropolitana, comparativamente às de residentes de outras localidades brasileiras, conclui-se pela necessidade de adequação de diretrizes públicas para enfrentamento daquela problemática.
{"title":"Análise Socioespacial das Necrópoles Públicas de Curitiba, Paraná: Resultados Empírico-Analíticos em Dados Oficiais e Indicativos Perceptuais.","authors":"K. M. G. Vieira, Letícia Peret Antunes Hardt, Samira Kauchakje","doi":"10.5433/2176-6665.2023v28n1e46970","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n1e46970","url":null,"abstract":"Diante do relevante problema urbano de destinação dos mortos em cidades do Brasil, o objetivo do artigo é analisar características socioespaciais dos cemitérios sob gestão municipal em Curitiba, Paraná. Por meio de abordagem metodológica qualiquantitativa, foram avaliadas variáveis sobre o uso desses bens comuns e sua estratificação social, bem como condições da sociedade e do território, sob os focos econômico, populacional, social, histórico e religioso. Pela interpretação de dados oficiais e de indicativos perceptuais oriundos de respostas a questionários aplicados a moradores da capital paranaense e da sua região metropolitana, comparativamente às de residentes de outras localidades brasileiras, conclui-se pela necessidade de adequação de diretrizes públicas para enfrentamento daquela problemática.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"6 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134294727","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-10DOI: 10.5433/2176-6665.2023v28n1e46951
E. C. Gomes, Julio Bizarria, J. Baptista
Este artigo analisa diferentes práticas de memória entre populações subalternizadas, em sua luta contra a violência e o esquecimento. Para isso, observamos os processos de produção de três homenagens mortuárias, mas também de vandalização e/ou destruição de algumas delas, erigidas por instituições e/ou movimentos sociais. Destacamos a forma como a necropolítica direcionada às populações racializadas e subalternizadas da cidade aparece como elemento central na configuração das formas de lembrança. Dentre as homenagens identificadas na pesquisa, foram escolhidas para a presente reflexão: o conjunto de estátuas em homenagem aos estudantes mortos, no que ficou conhecido como “Massacre de Realengo”; as inscrições realizadas no local onde a vereadora Marielle Franco foi emboscada e assassinada; e o monumento erguido em homenagem aos assassinados na chacina do Jacarezinho. Atentamos, particularmente, às diferenças na forma como a memória é expressa no espaço, a depender do envolvimento e dos objetivos dos agentes memoriais. Argumentamos que, na atualidade, as materialidades são centrais para a compreensão das práticas memoriais em análise, com destaque à agência dos objetos e dos grupos sociais subalternizados. Concluímos que, por sua particular posição sociopolítica, tais grupos sociais e suas práticas de memória oferecem uma oportunidade histórica para a defesa dos direitos humanos e da justiça memorial.
{"title":"Quem Pode Ser Lembrado? Homenagens Mortuárias em Contexto de Políticas de Morte.","authors":"E. C. Gomes, Julio Bizarria, J. Baptista","doi":"10.5433/2176-6665.2023v28n1e46951","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n1e46951","url":null,"abstract":"Este artigo analisa diferentes práticas de memória entre populações subalternizadas, em sua luta contra a violência e o esquecimento. Para isso, observamos os processos de produção de três homenagens mortuárias, mas também de vandalização e/ou destruição de algumas delas, erigidas por instituições e/ou movimentos sociais. Destacamos a forma como a necropolítica direcionada às populações racializadas e subalternizadas da cidade aparece como elemento central na configuração das formas de lembrança. Dentre as homenagens identificadas na pesquisa, foram escolhidas para a presente reflexão: o conjunto de estátuas em homenagem aos estudantes mortos, no que ficou conhecido como “Massacre de Realengo”; as inscrições realizadas no local onde a vereadora Marielle Franco foi emboscada e assassinada; e o monumento erguido em homenagem aos assassinados na chacina do Jacarezinho. Atentamos, particularmente, às diferenças na forma como a memória é expressa no espaço, a depender do envolvimento e dos objetivos dos agentes memoriais. Argumentamos que, na atualidade, as materialidades são centrais para a compreensão das práticas memoriais em análise, com destaque à agência dos objetos e dos grupos sociais subalternizados. Concluímos que, por sua particular posição sociopolítica, tais grupos sociais e suas práticas de memória oferecem uma oportunidade histórica para a defesa dos direitos humanos e da justiça memorial.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"77 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134220112","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-10DOI: 10.5433/2176-6665.2023v28n1e46971
Pedro Corrêa
Este artigo expõe uma reflexãoem torno dos vivos e mortos, enfocando os aspectossensoriais da relação entre ambos. Apesar da morte ser um tema antigo naantropologia, a maioria dos estudos da disciplina centram-se ou nasrepresentações coletivas dopost-mortemou nos rituais fúnebres,deixando emsegundo plano a condição materialdo morto, expressa pela presença de seucadáver.Mais do que mero objeto de reflexão e/ou intervenção, o cadáversensibiliza quem o toca, olhae cheira. Taisrelaçõesnão ocorrem fora do escopo dacultura:atualmente, a morte tornou-se um assunto da medicina, e amanipulaçãodos cadáveres passou a ser executada por indivíduos qualificados.A tanatopraxiaé um dos muitos serviços criados para se lidar com o corpo morto.A fim deaprofundar o entendimento dasrelações entre vivos e mortos, é defendido, aqui,uma antropologia dos sentidos da morte, isto é, uma investigação de como os vivossentem os mortos, tendoa tanatopraxia como um caso prolífero de estudo.
{"title":"Por Uma Antropologia dos Sentidos da Morte: Investigando as Relações Sensíveis Entre Vivos e Mortos na Tanatopraxia.","authors":"Pedro Corrêa","doi":"10.5433/2176-6665.2023v28n1e46971","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n1e46971","url":null,"abstract":"Este artigo expõe uma reflexãoem torno dos vivos e mortos, enfocando os aspectossensoriais da relação entre ambos. Apesar da morte ser um tema antigo naantropologia, a maioria dos estudos da disciplina centram-se ou nasrepresentações coletivas dopost-mortemou nos rituais fúnebres,deixando emsegundo plano a condição materialdo morto, expressa pela presença de seucadáver.Mais do que mero objeto de reflexão e/ou intervenção, o cadáversensibiliza quem o toca, olhae cheira. Taisrelaçõesnão ocorrem fora do escopo dacultura:atualmente, a morte tornou-se um assunto da medicina, e amanipulaçãodos cadáveres passou a ser executada por indivíduos qualificados.A tanatopraxiaé um dos muitos serviços criados para se lidar com o corpo morto.A fim deaprofundar o entendimento dasrelações entre vivos e mortos, é defendido, aqui,uma antropologia dos sentidos da morte, isto é, uma investigação de como os vivossentem os mortos, tendoa tanatopraxia como um caso prolífero de estudo.\u0000 ","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"68 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125033244","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-10DOI: 10.5433/2176-6665.2023v28n1e46852
Marcos Cristiano Zucareli, Andréa Zhouri
O texto reflete sobre as falácias contidas nos argumentos que defendem as PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) e as CGHs (Centrais de Geração Hidrelétrica) como fonte alternativa de energia e parâmetro para o desenvolvimento sustentável. Embora o critério tamanho possa induzir à crença na produção de impactos menores, a realidade empírica demonstra o contrário. A maior parte da energia produzida por essas estruturas é destinada aos consumidores comerciais e industriais. Projetos incidem em geral sobre biomas ameaçados, como a Mata Atlântica, e afetam áreas tradicionalmente ocupadas no sul, centro-oeste e sudeste brasileiro. Ênfase na geração de energia em detrimento da eficácia na gestão e ausência de uma perspectiva centrada na equidade socioambiental são problemas de fundo.
{"title":"“Pequenas Barragens” na Política Energética: Notas Sobre Sustentabilidade e Equidade Socioambiental","authors":"Marcos Cristiano Zucareli, Andréa Zhouri","doi":"10.5433/2176-6665.2023v28n1e46852","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n1e46852","url":null,"abstract":"O texto reflete sobre as falácias contidas nos argumentos que defendem as PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) e as CGHs (Centrais de Geração Hidrelétrica) como fonte alternativa de energia e parâmetro para o desenvolvimento sustentável. Embora o critério tamanho possa induzir à crença na produção de impactos menores, a realidade empírica demonstra o contrário. A maior parte da energia produzida por essas estruturas é destinada aos consumidores comerciais e industriais. Projetos incidem em geral sobre biomas ameaçados, como a Mata Atlântica, e afetam áreas tradicionalmente ocupadas no sul, centro-oeste e sudeste brasileiro. Ênfase na geração de energia em detrimento da eficácia na gestão e ausência de uma perspectiva centrada na equidade socioambiental são problemas de fundo.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"131 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131500172","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-10DOI: 10.5433/2176-6665.2023v28n1e46964
Weverson Bezerra Silva, Mónica Franch
Nesse relato etnográfico serão apresentadas as experiências dos profissionais de saúde do Hospital Napoleão Laureano com a morte e o processo de morrer com os pacientes com câncer. Trata-se de uma etnografia hospitalar, buscando contemplar as diferentes categorias de experiência diante do processo de morte. Foram entrevistados profissionais de diversas categorias da equipe multiprofissional que cuida dos pacientes com câncer, sendo observado questões em comum em seus discursos, quando se direciona às experiências de morte infantil, o medo do primeiro paciente morto e as técnicas com o corpo morto. Diante dos resultados, ficou evidente a necessidade de uma formação profissional voltada para a discussão do tema da morte no período da formação acadêmica, de forma que o processo de morrer seja um assunto discutido não só na dimensão biomédica, mas também sociocultural, reconhecendo o duplo sofrimento do paciente e de sua família quanto o sofrimento do profissional diante da morte.
{"title":"\"Vivenciar o Sentido da Morte é na Prática\": os Profissionais de Saúde e suas Vivências com a Morte em um Hospital do Câncer na Paraíba.","authors":"Weverson Bezerra Silva, Mónica Franch","doi":"10.5433/2176-6665.2023v28n1e46964","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n1e46964","url":null,"abstract":"Nesse relato etnográfico serão apresentadas as experiências dos profissionais de saúde do Hospital Napoleão Laureano com a morte e o processo de morrer com os pacientes com câncer. Trata-se de uma etnografia hospitalar, buscando contemplar as diferentes categorias de experiência diante do processo de morte. Foram entrevistados profissionais de diversas categorias da equipe multiprofissional que cuida dos pacientes com câncer, sendo observado questões em comum em seus discursos, quando se direciona às experiências de morte infantil, o medo do primeiro paciente morto e as técnicas com o corpo morto. Diante dos resultados, ficou evidente a necessidade de uma formação profissional voltada para a discussão do tema da morte no período da formação acadêmica, de forma que o processo de morrer seja um assunto discutido não só na dimensão biomédica, mas também sociocultural, reconhecendo o duplo sofrimento do paciente e de sua família quanto o sofrimento do profissional diante da morte.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"89 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116414741","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-10DOI: 10.5433/2176-6665.2023v28n1e46078
Guilherme Cardoso de Moraes
Se o interesse precípuo da teoria crítica é por uma sociedade mais livre de suas formas de dominação, caberia fazermos a seguinte pergunta: quem são os grupos oprimidos em nosso tempo? Embora não haja resposta uníssona, Fraser e Benhabib vêm acusando a tradição da teoria crítica de preservar uma cegueira em relação ao gênero. Fraser formulou uma concepção de teoria crítica pensada a partir da conciliação entre feminismo e pós-modernismo. Em suma, trata-se de uma teoria política filosoficamente pragmática e normativamente esmorecida. Os esforços teóricos empreendidos por Benhabib vão no sentido de sanar os déficits de gênero da teoria crítica, reafirmando a importância e o lugar a ser assumido pela filosofia política quando se fala da emancipação feminina em uma sociedade democrática. O objetivo deste trabalho é explorar tais diferenças e similitudes teóricas, bem como as suas consequências para uma teoria feminista ou para uma teoria crítica, duas ideias que aparecem fundidas nas obras das autoras.
{"title":"Pragmatismo e Normatividade: (Re)Pensando a Crítica no Debate Entre Fraser e Benhabib","authors":"Guilherme Cardoso de Moraes","doi":"10.5433/2176-6665.2023v28n1e46078","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n1e46078","url":null,"abstract":"Se o interesse precípuo da teoria crítica é por uma sociedade mais livre de suas formas de dominação, caberia fazermos a seguinte pergunta: quem são os grupos oprimidos em nosso tempo? Embora não haja resposta uníssona, Fraser e Benhabib vêm acusando a tradição da teoria crítica de preservar uma cegueira em relação ao gênero. Fraser formulou uma concepção de teoria crítica pensada a partir da conciliação entre feminismo e pós-modernismo. Em suma, trata-se de uma teoria política filosoficamente pragmática e normativamente esmorecida. Os esforços teóricos empreendidos por Benhabib vão no sentido de sanar os déficits de gênero da teoria crítica, reafirmando a importância e o lugar a ser assumido pela filosofia política quando se fala da emancipação feminina em uma sociedade democrática. O objetivo deste trabalho é explorar tais diferenças e similitudes teóricas, bem como as suas consequências para uma teoria feminista ou para uma teoria crítica, duas ideias que aparecem fundidas nas obras das autoras.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"18 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116443733","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-10DOI: 10.5433/2176-6665.2023v28n1e46956
S. Mariano, M. Souza
A morte é, por vezes, produto de um assassinato, a exemplo do feminicídio, uma morte socialmente construída e, muitas vezes, tolerada, ou justificada. No, presente artigo, temos como objetivo articular a sociologia da morte com a sociologia da violência para introduzir gênero e patriarcado como noções relevantes para as reflexões, nas Ciências Sociais, sobre a morte e o processo de morrer, buscando, igualmente, a compreensão estrutural sobre a morte produzida nas relações de poder que levam ao feminicídio, como forma de morte antecipada de mulheres. Como resposta à ordem social e jurídica que invisibiliza ou culpabiliza a vítima, a perspectiva vitimológica apresenta-se como recurso analítico em defesa do direito à justiça, à verdade e à memória. Com base em estudos empíricos sobre casos de feminicídios consumados julgados na Comarca de Londrina nos anos de 2021 e 2022, demonstramos como o poder patriarcal, traduzido na objetificação, coisificação e menosprezo de meninas e mulheres, produz feminicídios no contexto da violência doméstica e familiar e como, na resposta formulada judicialmente, apresentam-se riscos de naturalização, invisibilização e revitimização das mulheres.
{"title":"A Morte Antecipada na Forma de Feminicídio: Pelo Direito à Justiça, à Verdade e à Memória.","authors":"S. Mariano, M. Souza","doi":"10.5433/2176-6665.2023v28n1e46956","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n1e46956","url":null,"abstract":"A morte é, por vezes, produto de um assassinato, a exemplo do feminicídio, uma morte socialmente construída e, muitas vezes, tolerada, ou justificada. No, presente artigo, temos como objetivo articular a sociologia da morte com a sociologia da violência para introduzir gênero e patriarcado como noções relevantes para as reflexões, nas Ciências Sociais, sobre a morte e o processo de morrer, buscando, igualmente, a compreensão estrutural sobre a morte produzida nas relações de poder que levam ao feminicídio, como forma de morte antecipada de mulheres. Como resposta à ordem social e jurídica que invisibiliza ou culpabiliza a vítima, a perspectiva vitimológica apresenta-se como recurso analítico em defesa do direito à justiça, à verdade e à memória. Com base em estudos empíricos sobre casos de feminicídios consumados julgados na Comarca de Londrina nos anos de 2021 e 2022, demonstramos como o poder patriarcal, traduzido na objetificação, coisificação e menosprezo de meninas e mulheres, produz feminicídios no contexto da violência doméstica e familiar e como, na resposta formulada judicialmente, apresentam-se riscos de naturalização, invisibilização e revitimização das mulheres.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"21 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132318129","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-20DOI: 10.5433/2176-6665.2023v28n1e46600
Monica Caicedo Roa, R. Cordeiro
O Brasil é o primeiro país do mundo em casos de transfeminicídios. Entre as pessoas da comunidade LGBTQIA+ o grupo que mais violações de direitos humanos sofre são as mulheres trans (travestis e transexuais). O objetivo deste artigo é analisar dois casos de transfeminicídio que aconteceram em Campinas em 2019. Foram construídas narrativas com base nas informações coletadas mediante autópsias verbais, autópsias clínicas e informações noticiadas na mídia e analisadas mediante o modelo ecológico da violência. Os casos de transfeminicídio aconteceram em mulheres jovens que trabalhavam como atendente de um bar e como profissional do sexo. As experiências e as histórias de vida de uma mulher trans são diferentes das de uma mulher cis e devem ser entendidas e estudadas desde suas particularidades. As mulheres vítimas tinham baixas condições econômicas, foram mortas em contextos sexuais e mediante manifestações de alta violência e ódio sinalizados em seus corpos. Os casos de transfeminicídio desta pesquisa são reflexo da realidade nacional das mulheres trans no país.
{"title":"Transfemicídios na cidade de Campinas, aplicação do modelo ecológico da violência","authors":"Monica Caicedo Roa, R. Cordeiro","doi":"10.5433/2176-6665.2023v28n1e46600","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n1e46600","url":null,"abstract":"O Brasil é o primeiro país do mundo em casos de transfeminicídios. Entre as pessoas da comunidade LGBTQIA+ o grupo que mais violações de direitos humanos sofre são as mulheres trans (travestis e transexuais). O objetivo deste artigo é analisar dois casos de transfeminicídio que aconteceram em Campinas em 2019. Foram construídas narrativas com base nas informações coletadas mediante autópsias verbais, autópsias clínicas e informações noticiadas na mídia e analisadas mediante o modelo ecológico da violência. Os casos de transfeminicídio aconteceram em mulheres jovens que trabalhavam como atendente de um bar e como profissional do sexo. As experiências e as histórias de vida de uma mulher trans são diferentes das de uma mulher cis e devem ser entendidas e estudadas desde suas particularidades. As mulheres vítimas tinham baixas condições econômicas, foram mortas em contextos sexuais e mediante manifestações de alta violência e ódio sinalizados em seus corpos. Os casos de transfeminicídio desta pesquisa são reflexo da realidade nacional das mulheres trans no país.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"13 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-03-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130736601","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}