Pub Date : 2023-02-24DOI: 10.5433/2176-6665.2023v28n1e45947
R. Marino
O ensaio que aqui temos em tela pretende fazer uma análise exploratória de elementos que julgamos decisivos da chamada linhagem do pensamento radical no Brasil. Nesse sentido, nas seções que seguem, procuraremos oferecer um recorte e uma exposição que enfrente algumas críticas feitas à existência do radicalismo de classe média ou à possível limitação desta forma de compreensão de um conjunto específico de ideias e projetos políticos no Brasil. À vista disto, concluímos que o radicalismo de classe média é uma linhagem de pensamento com envergadura nacional e que possui características especificas que lhe dão sustentação.
{"title":"Radicais e Radicalismos: A Linhagem Radical de Classe Média no Pensamento Brasileiro","authors":"R. Marino","doi":"10.5433/2176-6665.2023v28n1e45947","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n1e45947","url":null,"abstract":"O ensaio que aqui temos em tela pretende fazer uma análise exploratória de elementos que julgamos decisivos da chamada linhagem do pensamento radical no Brasil. Nesse sentido, nas seções que seguem, procuraremos oferecer um recorte e uma exposição que enfrente algumas críticas feitas à existência do radicalismo de classe média ou à possível limitação desta forma de compreensão de um conjunto específico de ideias e projetos políticos no Brasil. À vista disto, concluímos que o radicalismo de classe média é uma linhagem de pensamento com envergadura nacional e que possui características especificas que lhe dão sustentação.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"8 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114656063","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-02-15DOI: 10.5433/2176-6665.2023v28n1e46584
Edilson Márcio Almeida da Silva, Emanuele Ketly de Freitas Silva
Crítico da imagem do pesquisador de campo como um ser dotado de extraordinária empatia pelos nativos, Clifford Geertz afirmava que a relação entre o antropólogo e as pessoas que estuda é inevitavelmente assimétrica, uma vez que as duas partes chegam ao encontro com origens, expectativas e propósitos diferentes. Com base neste pressuposto, o artigo discute os mútuos esforços de apropriação utilitária que, eventualmente, etnógrafo e nativo empreendem entre si. Para tanto, retoma reminiscências de uma pesquisa realizada entre católicos carismáticos, apontando como seus representantes buscavam impor sentidos ao trabalho etnográfico e, consequentemente, exercer algum nível de controle sobre os seus resultados. Antes, porém, passa em revista marcos históricos da pesquisa etnográfica e discorre sobre as polêmicas técnicas de pesquisa empregadas pelo antropólogo Marcel Griaule a fim de obter controle absoluto sobre seus informantes durante o processo etnográfico de produção da verdade.
{"title":"O \"Outro\" Reverso: Etnografia, Relações de Poder e Processos de Produção da Verdade","authors":"Edilson Márcio Almeida da Silva, Emanuele Ketly de Freitas Silva","doi":"10.5433/2176-6665.2023v28n1e46584","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n1e46584","url":null,"abstract":"Crítico da imagem do pesquisador de campo como um ser dotado de extraordinária empatia pelos nativos, Clifford Geertz afirmava que a relação entre o antropólogo e as pessoas que estuda é inevitavelmente assimétrica, uma vez que as duas partes chegam ao encontro com origens, expectativas e propósitos diferentes. Com base neste pressuposto, o artigo discute os mútuos esforços de apropriação utilitária que, eventualmente, etnógrafo e nativo empreendem entre si. Para tanto, retoma reminiscências de uma pesquisa realizada entre católicos carismáticos, apontando como seus representantes buscavam impor sentidos ao trabalho etnográfico e, consequentemente, exercer algum nível de controle sobre os seus resultados. Antes, porém, passa em revista marcos históricos da pesquisa etnográfica e discorre sobre as polêmicas técnicas de pesquisa empregadas pelo antropólogo Marcel Griaule a fim de obter controle absoluto sobre seus informantes durante o processo etnográfico de produção da verdade.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"69 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121013338","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-01-22DOI: 10.5433/2176-6665.2023v28n1e46498
Luiz Gomes Duarte Neto
Este artigo tem como objetivo compreender a pesquisa e a promoção da saúde sob a perspectiva marginal do Slam da Quentura. Trata-se de uma escrita narrativa, onde coloco em voga minha trajetória como participante de movimentos sociais e culturais, como o Slam da Quentura, e pesquisador da área da Saúde. Descrevo e analiso as potências de vida alicerçadas num coletivo periférico do interior do Ceará, trazendo reflexões sobre os desafios de realizar pesquisa etnográfica em um curso de pós-graduação em Saúde da Família, que perpetua um olhar sobre saúde ainda bastante enrijecido.
本文旨在从Slam¿s Quentura的边缘视角了解健康研究与促进。这是一种叙事写作,我把我的职业生涯作为社会和文化运动的参与者,如Slam da Quentura,和健康领域的研究者。我描述和分析了生活的力量,建立在ceara内部的一个边缘集体,带来了对在家庭健康研究生课程中进行民族志研究的挑战的反思,这使健康的观点仍然相当僵硬。
{"title":"Assalto à Mão Letrada: Etnografando Saúde, Amor e Revolução por meio do Slam da Quentura","authors":"Luiz Gomes Duarte Neto","doi":"10.5433/2176-6665.2023v28n1e46498","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n1e46498","url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo compreender a pesquisa e a promoção da saúde sob a perspectiva marginal do Slam da Quentura. Trata-se de uma escrita narrativa, onde coloco em voga minha trajetória como participante de movimentos sociais e culturais, como o Slam da Quentura, e pesquisador da área da Saúde. Descrevo e analiso as potências de vida alicerçadas num coletivo periférico do interior do Ceará, trazendo reflexões sobre os desafios de realizar pesquisa etnográfica em um curso de pós-graduação em Saúde da Família, que perpetua um olhar sobre saúde ainda bastante enrijecido.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"19 2 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129924281","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-20DOI: 10.5433/2176-6665.2022v27n3e46283
S. Finamori, Maria Alice Monteiro Batista
Neste artigo, enfocamos os impactos analíticos das formas de se nominar a monoparentalidade feminina em trabalhos que têm aderido à terminologia mãe solo, difundida nas redes sociais desde os anos 2010. A partir de uma revisão da produção bibliográfica, compreendendo o período de 2010 a 2019, argumentamos que a introdução da terminologia nos espaços acadêmicos parte das experiências de mulheres que estão nos lugares de produção do conhecimento, especialmente em graus iniciais de formação, e que deixam de tratar a categoria monoparentalidade exclusivamente como questão relativa ao “outro”, passando a abordá-la por meio da ótica de quem a vivencia. Sugerimos, a partir desta análise, a relevância em se problematizar a relação entre as terminologias acionadas pelas próprias pessoas para descreverem suas experiências parentais, as dimensões político-identitárias das tipologias de parentesco e as categorias analíticas mobilizadas nas pesquisas.
{"title":"Categorias Empíricas e Analíticas: Mães-Solo e Monoparentalidade Feminina","authors":"S. Finamori, Maria Alice Monteiro Batista","doi":"10.5433/2176-6665.2022v27n3e46283","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2022v27n3e46283","url":null,"abstract":"Neste artigo, enfocamos os impactos analíticos das formas de se nominar a monoparentalidade feminina em trabalhos que têm aderido à terminologia mãe solo, difundida nas redes sociais desde os anos 2010. A partir de uma revisão da produção bibliográfica, compreendendo o período de 2010 a 2019, argumentamos que a introdução da terminologia nos espaços acadêmicos parte das experiências de mulheres que estão nos lugares de produção do conhecimento, especialmente em graus iniciais de formação, e que deixam de tratar a categoria monoparentalidade exclusivamente como questão relativa ao “outro”, passando a abordá-la por meio da ótica de quem a vivencia. Sugerimos, a partir desta análise, a relevância em se problematizar a relação entre as terminologias acionadas pelas próprias pessoas para descreverem suas experiências parentais, as dimensões político-identitárias das tipologias de parentesco e as categorias analíticas mobilizadas nas pesquisas.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"34 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130097137","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-20DOI: 10.5433/2176-6665.2022v27n3e46766
K. Narahara, Inara do Nascimento Tavares
Apesar das diversas transformações pelas quais já passou a antropologia, ainda predomina na disciplina a ideia de que o fazer antropológico se dá no encontro com um “Outro”, muitas vezes distante espacialmente e “culturalmente” daquele que produz o texto etnográfico. Desdobra daí que o trabalho do antropólogo é disparado por um deslocamento físico que o leva da sua “casa” para o “campo”. Este modelo tem sofrido uma desestabilização ainda mais profunda com a maior presença, nos últimos anos, de antropólogos negros e indígenas nos cursos de pós-graduação em antropologia do país. No presente texto, apresentamos um panorama dessas questões, e como elas dialogam com a proposta do dossiê e os textos aqui publicados.
{"title":"Apresentação do Dossiê – Quando o “Outro” é o antropólogo: reflexões sobre produções etnográficas contemporâneas","authors":"K. Narahara, Inara do Nascimento Tavares","doi":"10.5433/2176-6665.2022v27n3e46766","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2022v27n3e46766","url":null,"abstract":"Apesar das diversas transformações pelas quais já passou a antropologia, ainda predomina na disciplina a ideia de que o fazer antropológico se dá no encontro com um “Outro”, muitas vezes distante espacialmente e “culturalmente” daquele que produz o texto etnográfico. Desdobra daí que o trabalho do antropólogo é disparado por um deslocamento físico que o leva da sua “casa” para o “campo”. Este modelo tem sofrido uma desestabilização ainda mais profunda com a maior presença, nos últimos anos, de antropólogos negros e indígenas nos cursos de pós-graduação em antropologia do país. No presente texto, apresentamos um panorama dessas questões, e como elas dialogam com a proposta do dossiê e os textos aqui publicados.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"19 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115831149","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-20DOI: 10.5433/2176-6665.2022v27n3e46344
A. Fernandes, Marcos César Cabral da Silva Júnior, P. C. R. Oliveira
O presente artigo trata da influência do Conselho Estadual dos Recursos Hídricos (CONERH) na gestão de recursos hídricos no Rio Grande do Norte (RN). Para compreender esse cenário, mobilizamos o conceito de estrutura de oportunidades políticas, relacionando-o com o Plano Estadual de Recursos Hídricos. Nosso objetivo é, assim, compreender o processo de recolocação da pauta da revisão do Plano na agenda governamental, a partir da participação institucional no CONERH. A metodologia utilizada é qualitativa: foram feitas entrevistas com 3 conselheiros. Além disso, realizamos análise documental em atas entre os anos de 2011 e 2021, visando identificar se houve oportunidades políticas, utilizando a análise de conteúdo enquanto técnica de análise. Ao final, identificamos que não houve uma relação direta entre o atual governo estadual e a atualização do Plano; entretanto, aferimos que, ao contrário da conjuntura federal, a gestão de recursos hídricos encontrou, no RN, com a mudança de governo, um ambiente político-institucional favorável à continuidade do debate em torno do Plano e da política estadual.
{"title":"As Oportunidades Políticas e a Influência do Conselho Estadual de Recursos Hídricos na Gestão do Rio Grande do Norte (2011-2021)","authors":"A. Fernandes, Marcos César Cabral da Silva Júnior, P. C. R. Oliveira","doi":"10.5433/2176-6665.2022v27n3e46344","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2022v27n3e46344","url":null,"abstract":"O presente artigo trata da influência do Conselho Estadual dos Recursos Hídricos (CONERH) na gestão de recursos hídricos no Rio Grande do Norte (RN). Para compreender esse cenário, mobilizamos o conceito de estrutura de oportunidades políticas, relacionando-o com o Plano Estadual de Recursos Hídricos. Nosso objetivo é, assim, compreender o processo de recolocação da pauta da revisão do Plano na agenda governamental, a partir da participação institucional no CONERH. A metodologia utilizada é qualitativa: foram feitas entrevistas com 3 conselheiros. Além disso, realizamos análise documental em atas entre os anos de 2011 e 2021, visando identificar se houve oportunidades políticas, utilizando a análise de conteúdo enquanto técnica de análise. Ao final, identificamos que não houve uma relação direta entre o atual governo estadual e a atualização do Plano; entretanto, aferimos que, ao contrário da conjuntura federal, a gestão de recursos hídricos encontrou, no RN, com a mudança de governo, um ambiente político-institucional favorável à continuidade do debate em torno do Plano e da política estadual.\u0000 ","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"38 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127750176","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-20DOI: 10.5433/2176-6665.2022v27n3e46479
Ana Clara Damásio
O presente artigo parte de pesquisas etnográficas que desenvolvi no mestrado e no doutorado, dentre o que intitulei de “parentes-interlocutoras”. Ao participar do processo de tentativas de publicação em revistas acadêmicas uma questão sempre emergia quando eu recebia os pareceres das minhas peças. Eu era interpelada sobre estar fazendo uma autoetnografia e criticada por não estar dialogando com autoras da área. Mas como eu poderia estar fazendo uma autoetnografia se em nenhum momento eu afirmava que estava em diálogo com o campo? Como eu era inscrita em um território que eu (depois de tanto ler) afirmava não ser meu? Como eu e minha pesquisa, porconseguinte, estávamos sendo inscritas em um campo que não almejávamos? Esse artigo possui a intenção de discutir como a inscrição de determinados corpos em determinados lugares é parte do paternalismo acadêmico para com alguns antropólogos (principalmente negros e indígenas).
{"title":"Isso não é uma autoetnografia!","authors":"Ana Clara Damásio","doi":"10.5433/2176-6665.2022v27n3e46479","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2022v27n3e46479","url":null,"abstract":"O presente artigo parte de pesquisas etnográficas que desenvolvi no mestrado e no doutorado, dentre o que intitulei de “parentes-interlocutoras”. Ao participar do processo de tentativas de publicação em revistas acadêmicas uma questão sempre emergia quando eu recebia os pareceres das minhas peças. Eu era interpelada sobre estar fazendo uma autoetnografia e criticada por não estar dialogando com autoras da área. Mas como eu poderia estar fazendo uma autoetnografia se em nenhum momento eu afirmava que estava em diálogo com o campo? Como eu era inscrita em um território que eu (depois de tanto ler) afirmava não ser meu? Como eu e minha pesquisa, porconseguinte, estávamos sendo inscritas em um campo que não almejávamos? Esse artigo possui a intenção de discutir como a inscrição de determinados corpos em determinados lugares é parte do paternalismo acadêmico para com alguns antropólogos (principalmente negros e indígenas).","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"35 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127528415","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-20DOI: 10.5433/2176-6665.2022v27n3e46458
Albano R. Flores
El texto sostiene que la idea generalizada de que la antropología tiene lugar en el encuentro con la otredad y que la etnografía como texto es su producto nace de la confusión entre antropología y etnografía, así como de la falta de atención a los cuerpos en cada una de ellas. El artículo muestra que al concebir a la antropología como una práctica de “observación corresponsal” (INGOLD, 2017) el problema de la otredad — condición existencial o resultado discursivo — no surge. Si bien podría pensarse que dicha cuestión reaparece en la escritura de la etnografía, recurriendo al propio proceso de investigación de la autora con ladrilleros e ingenieros electrónicos en México, de manera exploratoria se proponen cuatro condiciones en la escritura para que esto no ocurra: 1) visibilizar los cuerpos que escriben la etnografía, 2) reconocer que los cuerpos están involucrados en procesos de materialización similares, 3) reivindicar el cuerpo que lee la etnografía, y 4) avanzar de la etnografía-texto como objeto terminado a la etnografía como escritura para habitar. En última instancia, lo que se cuestiona es la creencia de que el cuerpo y la subjetividad del antropólogo y el etnógrafo están dados.
{"title":"Cuerpos y Otredades en la Antropología como Práctica de Observación Corresponsal y la Etnografía como Escritura para Habitar","authors":"Albano R. Flores","doi":"10.5433/2176-6665.2022v27n3e46458","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2022v27n3e46458","url":null,"abstract":"El texto sostiene que la idea generalizada de que la antropología tiene lugar en el encuentro con la otredad y que la etnografía como texto es su producto nace de la confusión entre antropología y etnografía, así como de la falta de atención a los cuerpos en cada una de ellas. El artículo muestra que al concebir a la antropología como una práctica de “observación corresponsal” (INGOLD, 2017) el problema de la otredad — condición existencial o resultado discursivo — no surge. Si bien podría pensarse que dicha cuestión reaparece en la escritura de la etnografía, recurriendo al propio proceso de investigación de la autora con ladrilleros e ingenieros electrónicos en México, de manera exploratoria se proponen cuatro condiciones en la escritura para que esto no ocurra: 1) visibilizar los cuerpos que escriben la etnografía, 2) reconocer que los cuerpos están involucrados en procesos de materialización similares, 3) reivindicar el cuerpo que lee la etnografía, y 4) avanzar de la etnografía-texto como objeto terminado a la etnografía como escritura para habitar. En última instancia, lo que se cuestiona es la creencia de que el cuerpo y la subjetividad del antropólogo y el etnógrafo están dados.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129334709","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-20DOI: 10.5433/2176-6665.2022v27n3e45599
Luciana Raimundo
O artigo analisa a existência de relações entre empresas financeiras e não financeiras doadoras de aportes financeiros às campanhas presidenciais ocorridas entre 2002 e 2014 e o grau de atuação destas no mercado de títulos públicos brasileiros e na movimentação dos recursos do BNDES em cada mandato presidencial. Articulando a pesquisa primária, realizada a partir de fontes oficiais do governo, e a Análise de Redes Sociais, com as métricas de centralidade degree e betweenness, o artigo apresenta tabelas e sociogramas, permitindo a análise do financiamento privado de campanhas eleitorais como um processo de disputa por hegemonia pela classe dominante. Identifica o Banco Itaú Unibanco como parte da fração de classe representante do grande capital financeiro e como importante agente político e econômico nos pleitos presidenciais e nos governos subsequentes às eleições investigadas.
{"title":"Elite em Disputa: O Financiamento Privado de Campanhas Presidenciais e a Defesa de Interesses Classistas no Brasil entre 2002 e 2014","authors":"Luciana Raimundo","doi":"10.5433/2176-6665.2022v27n3e45599","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2022v27n3e45599","url":null,"abstract":"O artigo analisa a existência de relações entre empresas financeiras e não financeiras doadoras de aportes financeiros às campanhas presidenciais ocorridas entre 2002 e 2014 e o grau de atuação destas no mercado de títulos públicos brasileiros e na movimentação dos recursos do BNDES em cada mandato presidencial. Articulando a pesquisa primária, realizada a partir de fontes oficiais do governo, e a Análise de Redes Sociais, com as métricas de centralidade degree e betweenness, o artigo apresenta tabelas e sociogramas, permitindo a análise do financiamento privado de campanhas eleitorais como um processo de disputa por hegemonia pela classe dominante. Identifica o Banco Itaú Unibanco como parte da fração de classe representante do grande capital financeiro e como importante agente político e econômico nos pleitos presidenciais e nos governos subsequentes às eleições investigadas.\u0000 ","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"101 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124715866","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-20DOI: 10.5433/2176-6665.2022v27n3e46577
B. Cruz
O curso da história da antropologia está permeado de elaborações que conformam um corpo diversificado de reflexões acerca da prática antropológica, servindo como um referencial para os profissionais da área. No entanto, esse referencial tem sido pensado privilegiando a experiência de um perfil restrito de pesquisadores, em grande parte desconsiderando experiências que, de outro modo, seguem percebidas como episódicas, esparsas e individuais. O presente ensaio propõe o exercício de conectar essas experiências para refletir sobre questões ético-metodológicas que se apresentam tanto na pesquisa de campo quanto na experiência da escrita quando consideramos a produção de conhecimento no contexto da vigência das ações afirmativas.
{"title":"Entre tempos: ensaio para uma antropologia depois da encruzilhada","authors":"B. Cruz","doi":"10.5433/2176-6665.2022v27n3e46577","DOIUrl":"https://doi.org/10.5433/2176-6665.2022v27n3e46577","url":null,"abstract":"O curso da história da antropologia está permeado de elaborações que conformam um corpo diversificado de reflexões acerca da prática antropológica, servindo como um referencial para os profissionais da área. No entanto, esse referencial tem sido pensado privilegiando a experiência de um perfil restrito de pesquisadores, em grande parte desconsiderando experiências que, de outro modo, seguem percebidas como episódicas, esparsas e individuais. O presente ensaio propõe o exercício de conectar essas experiências para refletir sobre questões ético-metodológicas que se apresentam tanto na pesquisa de campo quanto na experiência da escrita quando consideramos a produção de conhecimento no contexto da vigência das ações afirmativas.","PeriodicalId":127120,"journal":{"name":"Mediações - Revista de Ciências Sociais","volume":"32 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129765816","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}