Pub Date : 2021-05-01DOI: 10.34024/limiar.2020.v7.12081
Alexandre Ferreira
No presente artigo discuto o esquecimento do ser no Heidegger tardio e sua relação com as noções de acontecimento-apropriativo (Ereignis) e serenidade (Gelassenheit). Para tanto, compararei alguns escritos tardios de Heidegger, sobretudo as preleções “Tempo e Ser” e “Serenidade”, com o curso sobre “Fenomenologia da vida religiosa”, este último ministrado em 1920. Parece-me que no curso de juventude há uma estrutura de pensamento que se repete no Heidegger tardio – sobretudo no que concerne ao conceito de indicação formal e à compreensão da parousia em Paulo – e que pode lançar uma luz sobre a relação entre esquecimento, acontecimento-apropriativo e serenidade. Terminarei o artigo sugerindo a possibilidade de pensar uma ética da serenidade em Heidegger.
{"title":"Esquecimento e Serenidade em Heidegger","authors":"Alexandre Ferreira","doi":"10.34024/limiar.2020.v7.12081","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/limiar.2020.v7.12081","url":null,"abstract":"No presente artigo discuto o esquecimento do ser no Heidegger tardio e sua relação com as noções de acontecimento-apropriativo (Ereignis) e serenidade (Gelassenheit). Para tanto, compararei alguns escritos tardios de Heidegger, sobretudo as preleções “Tempo e Ser” e “Serenidade”, com o curso sobre “Fenomenologia da vida religiosa”, este último ministrado em 1920. Parece-me que no curso de juventude há uma estrutura de pensamento que se repete no Heidegger tardio – sobretudo no que concerne ao conceito de indicação formal e à compreensão da parousia em Paulo – e que pode lançar uma luz sobre a relação entre esquecimento, acontecimento-apropriativo e serenidade. Terminarei o artigo sugerindo a possibilidade de pensar uma ética da serenidade em Heidegger.","PeriodicalId":136173,"journal":{"name":"Revista Limiar","volume":"91 4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-05-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131220274","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-05-01DOI: 10.34024/limiar.2020.v7.12085
Maria Beatriz Pinheiro Machado
Este ensaio aponta reflexões acerca da arte como lugar sensível da memória e de rememoração pela experiência estética. Na exposição artística e seu contexto sociopolítico, aspectos da história individual ou coletiva podem se mostrar vivos no presente. Os fatos podem ser rememorados nas mais diversas funções que este ato tem de condução da ação no presente, incluindo, a condução da presença cênica que a obra exige. Estas reflexões serão analisadas a partir dos contextos de criação e apresentação do teatro performativo “Não posso esqu cer”, de Valéria Braga e Maria Ângela De Ambrosis, trazendo possíveis ligações entre a obra e os acontecimentos de seu período de realização, de 2016 a 2020. Este ensaio apresenta também os exercícios reflexivos sobre o eixo teórico do conceito de imagem dialética de Walter Benjamim e as reflexões de Peter Pál Pelbart acerca do corpo na contemporaneidade que subsidiaram os processos criativos desta performance.
这篇文章指出了对艺术作为记忆和审美体验的敏感场所的反思。在艺术展览及其社会政治背景下,个人或集体历史的各个方面都可以活在当下。这些事实可以在这一行为在当下驱动行为的各种功能中被记住,包括作品所要求的风景存在的驱动。这些反思将从valeria Braga和Maria angela de Ambrosis的表演戏剧“nao posso esqu cer”的创作和呈现背景中进行分析,带来作品与2016年至2020年期间发生的事件之间可能的联系。本文还提出了对沃尔特·本杰明的辩证意象概念的理论轴和彼得·帕尔·佩尔巴特对当代身体的反思的反思练习,这些反思支持了这一表演的创作过程。
{"title":"Não posso esqu cer","authors":"Maria Beatriz Pinheiro Machado","doi":"10.34024/limiar.2020.v7.12085","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/limiar.2020.v7.12085","url":null,"abstract":"Este ensaio aponta reflexões acerca da arte como lugar sensível da memória e de rememoração pela experiência estética. Na exposição artística e seu contexto sociopolítico, aspectos da história individual ou coletiva podem se mostrar vivos no presente. Os fatos podem ser rememorados nas mais diversas funções que este ato tem de condução da ação no presente, incluindo, a condução da presença cênica que a obra exige. Estas reflexões serão analisadas a partir dos contextos de criação e apresentação do teatro performativo “Não posso esqu cer”, de Valéria Braga e Maria Ângela De Ambrosis, trazendo possíveis ligações entre a obra e os acontecimentos de seu período de realização, de 2016 a 2020. Este ensaio apresenta também os exercícios reflexivos sobre o eixo teórico do conceito de imagem dialética de Walter Benjamim e as reflexões de Peter Pál Pelbart acerca do corpo na contemporaneidade que subsidiaram os processos criativos desta performance.","PeriodicalId":136173,"journal":{"name":"Revista Limiar","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-05-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129163049","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-05-01DOI: 10.34024/limiar.2020.v7.12087
Eduardo Oyakawa
Dostoiévski deve ser chamado escritor pessimista quanto à possibilidade de o ser humano encontrar sentido em sua peregrinação existencial. Este artigo se propõe a investigar a visão de mundo que dá origem a essa negatividade antropológica. O autor russo faz da liberdade o tema central para a elucidação da “presença do mal” no mundo, que ao mesmo tempo impede o homem de alcançar escolhas morais adequadas ao seu equilíbrio psicológico como também impossibilita a construção de sociedades liberais e democráticas. Nossa reflexão busca desvelar, ainda, as vicissitudes do existir necessárias à descoberta do amor sobrenaturalizado, os olhos renovados do anjo da morte.
{"title":"Dostoiévski e o anjo da morte","authors":"Eduardo Oyakawa","doi":"10.34024/limiar.2020.v7.12087","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/limiar.2020.v7.12087","url":null,"abstract":"Dostoiévski deve ser chamado escritor pessimista quanto à possibilidade de o ser humano encontrar sentido em sua peregrinação existencial. Este artigo se propõe a investigar a visão de mundo que dá origem a essa negatividade antropológica. O autor russo faz da liberdade o tema central para a elucidação da “presença do mal” no mundo, que ao mesmo tempo impede o homem de alcançar escolhas morais adequadas ao seu equilíbrio psicológico como também impossibilita a construção de sociedades liberais e democráticas. Nossa reflexão busca desvelar, ainda, as vicissitudes do existir necessárias à descoberta do amor sobrenaturalizado, os olhos renovados do anjo da morte.","PeriodicalId":136173,"journal":{"name":"Revista Limiar","volume":"28 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-05-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122353091","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-05-01DOI: 10.34024/limiar.2020.v7.12084
C. Sarti, Jens Baumgarten, M. Rovai
A proposta deste texto é discutir os entrelaçamentos entre memória e esquecimento, dando ênfase às experiências associadas à produção do esquecimento e à evocação das lembranças. A estratégia foi tomar três manifestações distintas: a memória da ditadura militar no Brasil; a análise de um filme sobre os movimentos de junho de 2013; a apropriação arquitetônica de uma cidade filipina devastada durante a Segunda Grande Guerra Mundial. Do ponto de vista metodológico, o foco foi explorar os espaços que paulatinamente se perfazem entre o que a memória não traz à luz e o esquecimento não apaga, o que implicou não trabalhar um único acontecimento, autor ou quadro nocional específico.
{"title":"Fios sem Ariadne","authors":"C. Sarti, Jens Baumgarten, M. Rovai","doi":"10.34024/limiar.2020.v7.12084","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/limiar.2020.v7.12084","url":null,"abstract":"A proposta deste texto é discutir os entrelaçamentos entre memória e esquecimento, dando ênfase às experiências associadas à produção do esquecimento e à evocação das lembranças. A estratégia foi tomar três manifestações distintas: a memória da ditadura militar no Brasil; a análise de um filme sobre os movimentos de junho de 2013; a apropriação arquitetônica de uma cidade filipina devastada durante a Segunda Grande Guerra Mundial. Do ponto de vista metodológico, o foco foi explorar os espaços que paulatinamente se perfazem entre o que a memória não traz à luz e o esquecimento não apaga, o que implicou não trabalhar um único acontecimento, autor ou quadro nocional específico.","PeriodicalId":136173,"journal":{"name":"Revista Limiar","volume":"3 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-05-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"128359673","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-28DOI: 10.34024/limiar.2020.v7.12060
Rita Paiva, Francisco de Ambrosis Pinheiro Machado
{"title":"Memória e Esquecimento","authors":"Rita Paiva, Francisco de Ambrosis Pinheiro Machado","doi":"10.34024/limiar.2020.v7.12060","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/limiar.2020.v7.12060","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":136173,"journal":{"name":"Revista Limiar","volume":"25 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127381125","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-28DOI: 10.34024/limiar.2020.v7.11476
Luís Inácio Oliveira Costa
O presente artigo se propõe a fazer uma leitura da obra Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust, em especial da primeira parte de No caminho de Swann, a partir de temas e questões que preocuparam o pensador e crítico Walter Benjamin, ele próprio leitor de tradutor de Proust. Essa nossa leitura se detém, assim, no tema proustiano (e benjaminiano) do limiar, tal como ele aparece na abertura de No caminho de Swann em relação ao limiar entre o sono e a vigília e, mais adiante, no famoso episódio da madeleine, relacionado à experiência da memória involuntária, enfatizando-se aí a importante relação, tanto do ponto de vista de Proust quando do de Benjamin, entre despertar e rememorar. Trata-se, portanto, de uma leitura da Recherche que se desdobra na leitura de uma questão benjaminiana fundamental, a das relações entre linguagem, imagem, memória e história.
摘要本文旨在阅读马塞尔·普鲁斯特的《Em busca do tempo perdido》,特别是《No caminho de Swann》的第一部分,从思想家和评论家沃尔特·本雅明所关注的主题和问题出发,本雅明本人就是普鲁斯特的读者和翻译家。我们看结局,所以proustiano(主题和benjaminiano)的阈值,就像他在开放的路上望在睡眠和觉醒和阈值关系,在眼前,在著名的玛德琳的经验记忆的实验方法,强调了在重要的关系的角度,普鲁斯特的便雅悯人,在觉醒,回忆的时候。因此,这是对研究的解读,揭示了本雅明的一个基本问题,即语言、形象、记忆和历史之间的关系。
{"title":"Imagens do despertar, imagens do rememorar","authors":"Luís Inácio Oliveira Costa","doi":"10.34024/limiar.2020.v7.11476","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/limiar.2020.v7.11476","url":null,"abstract":"O presente artigo se propõe a fazer uma leitura da obra Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust, em especial da primeira parte de No caminho de Swann, a partir de temas e questões que preocuparam o pensador e crítico Walter Benjamin, ele próprio leitor de tradutor de Proust. Essa nossa leitura se detém, assim, no tema proustiano (e benjaminiano) do limiar, tal como ele aparece na abertura de No caminho de Swann em relação ao limiar entre o sono e a vigília e, mais adiante, no famoso episódio da madeleine, relacionado à experiência da memória involuntária, enfatizando-se aí a importante relação, tanto do ponto de vista de Proust quando do de Benjamin, entre despertar e rememorar. Trata-se, portanto, de uma leitura da Recherche que se desdobra na leitura de uma questão benjaminiana fundamental, a das relações entre linguagem, imagem, memória e história.","PeriodicalId":136173,"journal":{"name":"Revista Limiar","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130761389","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-28DOI: 10.34024/limiar.2020.v7.10721
Jeison Andrés Suárez-Astaiza
Não é o tempo uma potência que arrasta tudo presente para as profundidades da consciência? Uma força que ao mesmo tempo que reúne o curso das vivências separa o ‘eu’ de suas experiências submergindo-as na in-distinção para, finalmente, sepultá-las nessa ‘obscuridade’ da consciência que é o esquecimento? Como é possível, então, a lembrança e a memória? A seguir, abordaremos a questão da possibilidade da lembrança [Erinnerung] e da memória desde a concepção husserliana do tempo como consciência da sucessão, retomando alguns pontos dos argumentos que expõe Ricoeur em A memória, a história e o esquecimento. Finalizaremos mostrando que as análises de Husserl sobre o tempo e a consciência da sucessão, além de insuficientes, derivam no que denominamos como a ‘aporia do presente estratificado’.
{"title":"Tempo, consciência e sucessão","authors":"Jeison Andrés Suárez-Astaiza","doi":"10.34024/limiar.2020.v7.10721","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/limiar.2020.v7.10721","url":null,"abstract":"Não é o tempo uma potência que arrasta tudo presente para as profundidades da consciência? Uma força que ao mesmo tempo que reúne o curso das vivências separa o ‘eu’ de suas experiências submergindo-as na in-distinção para, finalmente, sepultá-las nessa ‘obscuridade’ da consciência que é o esquecimento? Como é possível, então, a lembrança e a memória? A seguir, abordaremos a questão da possibilidade da lembrança [Erinnerung] e da memória desde a concepção husserliana do tempo como consciência da sucessão, retomando alguns pontos dos argumentos que expõe Ricoeur em A memória, a história e o esquecimento. Finalizaremos mostrando que as análises de Husserl sobre o tempo e a consciência da sucessão, além de insuficientes, derivam no que denominamos como a ‘aporia do presente estratificado’. ","PeriodicalId":136173,"journal":{"name":"Revista Limiar","volume":"12 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126359650","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-28DOI: 10.34024/limiar.2020.v7.12063
D. M. Pinto, A. P. Jesus
Este artigo tem por objetivo mostrar como a narrativa de si coloca problemas para a compreensão de si, dada a insuficiência da linguagem para expressar a vida singular como duração. Analisamos nesse âmbito a ligação entre análise psicológica e ontologia na filosofia de Bergson, para sublinhar a potência da memória tal como a intuição da duração a sugere. Defendemos também que a literatura como expressão da interpenetração entre exterioridade e interioridade pode superar parte das dificuldades da linguagem na metafísica. A ligação profícua entre literatura e subjetividade constitui um caso privilegiado de imersão em si e compreensão do mundo por meio da profundidade da experiência consciente. A aproximação entre a ontologia bergsoniana e a literatura de Graciliano Ramos, em especial a obra Infância, é o fio condutor para alcançar tais objetivos.
{"title":"O filósofo e o escritor em busca da compreensão de si","authors":"D. M. Pinto, A. P. Jesus","doi":"10.34024/limiar.2020.v7.12063","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/limiar.2020.v7.12063","url":null,"abstract":"Este artigo tem por objetivo mostrar como a narrativa de si coloca problemas para a compreensão de si, dada a insuficiência da linguagem para expressar a vida singular como duração. Analisamos nesse âmbito a ligação entre análise psicológica e ontologia na filosofia de Bergson, para sublinhar a potência da memória tal como a intuição da duração a sugere. Defendemos também que a literatura como expressão da interpenetração entre exterioridade e interioridade pode superar parte das dificuldades da linguagem na metafísica. A ligação profícua entre literatura e subjetividade constitui um caso privilegiado de imersão em si e compreensão do mundo por meio da profundidade da experiência consciente. A aproximação entre a ontologia bergsoniana e a literatura de Graciliano Ramos, em especial a obra Infância, é o fio condutor para alcançar tais objetivos.","PeriodicalId":136173,"journal":{"name":"Revista Limiar","volume":"63 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123842913","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-28DOI: 10.34024/limiar.2020.v7.11471
Edson Teles
O artigo tem como objetivo problematizar a conceituação dos processos de subjetivação por meio da análise das políticas públicas de memória. Argumentar-se-á que tais políticas, como têm sido praticadas nas democracias contemporâneas herdeiras de regimes autoritários, a saber, por meio de uma lógica de cálculos e estratégias utilizadas para conduzir a ação dos indivíduos, configuram regimes de congelamento do agir. Utilizar-se-á como objeto central do caso da Vala Clandestina de Perus. A proposição central é a de que, ao mesmo passo em que trazem alguma diminuição para o sofrimento dos atingidos, essas políticas produzem um regime de rarefação da criação de novos processos de subjetivação.
{"title":"Memória, ditadura e desaparecimento","authors":"Edson Teles","doi":"10.34024/limiar.2020.v7.11471","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/limiar.2020.v7.11471","url":null,"abstract":"O artigo tem como objetivo problematizar a conceituação dos processos de subjetivação por meio da análise das políticas públicas de memória. Argumentar-se-á que tais políticas, como têm sido praticadas nas democracias contemporâneas herdeiras de regimes autoritários, a saber, por meio de uma lógica de cálculos e estratégias utilizadas para conduzir a ação dos indivíduos, configuram regimes de congelamento do agir. Utilizar-se-á como objeto central do caso da Vala Clandestina de Perus. A proposição central é a de que, ao mesmo passo em que trazem alguma diminuição para o sofrimento dos atingidos, essas políticas produzem um regime de rarefação da criação de novos processos de subjetivação.","PeriodicalId":136173,"journal":{"name":"Revista Limiar","volume":"23 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114237312","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}