Pub Date : 2019-06-28DOI: 10.25247/2447-861X.2019.N246.P83-91
Suely Maria de Paula e Silva Lobo, A. M. Pitta
Os marcos legais, como a Lei 10.216 e portaria 336, do Ministério da Saúde, contribuíram para a garantia de um novo modelo de assistência aos pacientes portadores de transtornos mentais. Leis diferenciadas, para grupos mais vulneráveis, também implementaram novas formas de acesso, dentre elas a Lei 12.764, para os portadores de autismo. Contudo, recentemente, foi promulgada a Lei 13.438, que engessa os mecanismos diagnósticos para esse transtorno. O objetivo desse artigo é discutir os efeitos clínicos da utilização desse critério diagnóstico, focando na construção da subjetividade da criança que passará por esta avaliação
{"title":"O AUTISMO NO CAMINHO DA PATOLOGIZAÇÃO E MEDICALIZAÇÃO: EFEITOS DA LEI 13.438, DE 26 DE ABRIL DE 2017","authors":"Suely Maria de Paula e Silva Lobo, A. M. Pitta","doi":"10.25247/2447-861X.2019.N246.P83-91","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861X.2019.N246.P83-91","url":null,"abstract":"Os marcos legais, como a Lei 10.216 e portaria 336, do Ministério da Saúde, contribuíram para a garantia de um novo modelo de assistência aos pacientes portadores de transtornos mentais. Leis diferenciadas, para grupos mais vulneráveis, também implementaram novas formas de acesso, dentre elas a Lei 12.764, para os portadores de autismo. Contudo, recentemente, foi promulgada a Lei 13.438, que engessa os mecanismos diagnósticos para esse transtorno. O objetivo desse artigo é discutir os efeitos clínicos da utilização desse critério diagnóstico, focando na construção da subjetividade da criança que passará por esta avaliação ","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"22 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-06-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132452643","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-06-28DOI: 10.25247/2447-861X.2019.N246.P169-195
Ana Beatriz Oliveira Reis, Luccas Assis Attilio
Nesse artigo analisamos o impacto da EC 95 sobre a financeirização urbana da economia brasileira. Especial atenção é concedida à tendência de mercantilização das cidades, ao mesmo tempo em que direitos sociais e participação popular na formulação de políticas públicas podem ser reduzidos em decorrência do aprofundamento do neoliberalismo no Brasil. Para essa análise, adotamos a metodologia interdisciplinar recorrendo a estudos de diferentes campos. As técnicas de pesquisa utilizadas são a revisão bibliográfica e a análise quantitativa. Nossas conclusões levam a crer que a histórica desigualdade social e econômica tende a se elevar em um contexto no qual as decisões da sociedade são cada vez mais pautadas pelo valor de troca em detrimento do valor de uso, e quando a riqueza social é apropriada por poucos indivíduos do setor privado. Contradições latentes do capitalismo serão reforçadas com os desdobramentos políticos do país.
{"title":"A FINANCEIRIZAÇÃO DAS CIDADES E A EMENDA CONSTITUCIONAL 95","authors":"Ana Beatriz Oliveira Reis, Luccas Assis Attilio","doi":"10.25247/2447-861X.2019.N246.P169-195","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861X.2019.N246.P169-195","url":null,"abstract":"Nesse artigo analisamos o impacto da EC 95 sobre a financeirização urbana da economia brasileira. Especial atenção é concedida à tendência de mercantilização das cidades, ao mesmo tempo em que direitos sociais e participação popular na formulação de políticas públicas podem ser reduzidos em decorrência do aprofundamento do neoliberalismo no Brasil. Para essa análise, adotamos a metodologia interdisciplinar recorrendo a estudos de diferentes campos. As técnicas de pesquisa utilizadas são a revisão bibliográfica e a análise quantitativa. Nossas conclusões levam a crer que a histórica desigualdade social e econômica tende a se elevar em um contexto no qual as decisões da sociedade são cada vez mais pautadas pelo valor de troca em detrimento do valor de uso, e quando a riqueza social é apropriada por poucos indivíduos do setor privado. Contradições latentes do capitalismo serão reforçadas com os desdobramentos políticos do país.","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"7 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-06-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129031716","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-12-05DOI: 10.25247/2447-861X.2018.N245.P395-428
Daniela Maia Cunha, Elga Lessa de Almeida
O continente africano enfrenta profundas crises econômicas e sociais há décadas. Para alguns, as causas estão na falta de planejamento econômico por parte dos chefes de Estado, na corrupção, nos desastres naturais, em geral, fatores endógenos. Já para outros, as causas remetem a séculos passados, decorrentes dos processos de colonização e exploração da mão de obra negra e matérias-primas. Nas últimas décadas, o processo de globalização e seu viés neoliberal também ocupou papel fundamental neste cenário. O pós-segunda guerra mundial é caracterizado por mudanças profundas na arquitetura internacional, na qual as Organizações Internacionais passam a ocupar um papel de destaque. Dentre as instituições que se voltaram para o continente, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) configurou-se como um espaço de diálogo entre as demandas dos países africanos e os ditames do contexto internacional e suas estratégias de desenvolvimento. Figurando como uma importante fonte de análise, os relatórios produzidos pela FAO, frutos das conferências realizadas a cada dois anos pela organização no continente, revelam como o discurso e a agenda da organização voltada para o continente é influenciada por um contexto político-econômico controlado pelas instituições de Bretton Woods. No presente artigo, apresentaremos a agenda da FAO para o continente africano em articulação com o cenário internacional, buscando evidenciar a adequação dessa agenda aos objetivos fundantes dessa organização.
{"title":"A AGENDA DA FAO NA ÁFRICA: A MELHOR ESTRATÉGIA PARA O DESENVOLVIMENTO?","authors":"Daniela Maia Cunha, Elga Lessa de Almeida","doi":"10.25247/2447-861X.2018.N245.P395-428","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861X.2018.N245.P395-428","url":null,"abstract":"O continente africano enfrenta profundas crises econômicas e sociais há décadas. Para alguns, as causas estão na falta de planejamento econômico por parte dos chefes de Estado, na corrupção, nos desastres naturais, em geral, fatores endógenos. Já para outros, as causas remetem a séculos passados, decorrentes dos processos de colonização e exploração da mão de obra negra e matérias-primas. Nas últimas décadas, o processo de globalização e seu viés neoliberal também ocupou papel fundamental neste cenário. O pós-segunda guerra mundial é caracterizado por mudanças profundas na arquitetura internacional, na qual as Organizações Internacionais passam a ocupar um papel de destaque. Dentre as instituições que se voltaram para o continente, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) configurou-se como um espaço de diálogo entre as demandas dos países africanos e os ditames do contexto internacional e suas estratégias de desenvolvimento. Figurando como uma importante fonte de análise, os relatórios produzidos pela FAO, frutos das conferências realizadas a cada dois anos pela organização no continente, revelam como o discurso e a agenda da organização voltada para o continente é influenciada por um contexto político-econômico controlado pelas instituições de Bretton Woods. No presente artigo, apresentaremos a agenda da FAO para o continente africano em articulação com o cenário internacional, buscando evidenciar a adequação dessa agenda aos objetivos fundantes dessa organização.","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"2014 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"128832393","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-12-05DOI: 10.25247/2447-861x.2018.n245.p381-387
Joaci De S. Cunha, Á. Borges
No momento em que o mundo testemunha, inquieto, a emergência da guerra comercial entre os EUA e China, lance a lance, com a ascensão de lideranças fascistas e de extrema-direita em vários continentes, podendo uma delas chegar ao governo no Brasil, quis o destino que a África nos ocupasse na edição que agora vem à luz.Pensada para refletir prioritariamente sobre “A África, seu processo de desenvolvimento, o avanço do capitalismo nesse continente e aspectos da relação Brasil do com os países africanos”, a edição 245 dos Cadernos do Ceas contou com a coordenação da Profa. Elsa Kraychete, a quem gentilmente agradecemos, na preparação desse Dossiê que apresenta, a partir dos países que foram submetidos à colonização portuguesa, uma perspectiva de unidade continental. Continue lendo na versão em PDF...
{"title":"EDITORIAL ÁFRICA","authors":"Joaci De S. Cunha, Á. Borges","doi":"10.25247/2447-861x.2018.n245.p381-387","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861x.2018.n245.p381-387","url":null,"abstract":"No momento em que o mundo testemunha, inquieto, a emergência da guerra comercial entre os EUA e China, lance a lance, com a ascensão de lideranças fascistas e de extrema-direita em vários continentes, podendo uma delas chegar ao governo no Brasil, quis o destino que a África nos ocupasse na edição que agora vem à luz.Pensada para refletir prioritariamente sobre “A África, seu processo de desenvolvimento, o avanço do capitalismo nesse continente e aspectos da relação Brasil do com os países africanos”, a edição 245 dos Cadernos do Ceas contou com a coordenação da Profa. Elsa Kraychete, a quem gentilmente agradecemos, na preparação desse Dossiê que apresenta, a partir dos países que foram submetidos à colonização portuguesa, uma perspectiva de unidade continental. Continue lendo na versão em PDF...","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"15 1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116848991","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-12-05DOI: 10.25247/2447-861X.2018.N245.P429-463
Fernanda Maria Baraúna de Freitas Aragão, E. S. Kraychete
O Programa de Cooperação Tripartida para o Desenvolvimento Agrícola da Savana Tropical de Moçambique (ProSAVANA) tem sido analisado sob diferentes aspectos. Neste artigo, a proposta é refletir sobre as estratégias de comunicação desenvolvidas pelos coordenadores do programa com o intuito de legitimá-lo. Criado sob a justificativa de promover o desenvolvimento agrícola sustentável para melhorar as condições de vida da população do Corredor de Nacala (norte moçambicano), o ProSAVANA, celebrado entre Japão, Brasil e Moçambique revela, em essência, favorecer a expansão do agronegócio na África. Ao incentivar o aumento da produtividade da produção de alimentos por meio da mecanização e utilização de agrotóxicos, mostra-se fiel ao projeto de desenvolvimento econômico que é próprio do sistema capitalista com suas contradições. Desde 2012, estratégias de comunicação e engajamento têm sido utilizadas para garantir a legitimidade do programa de cooperação. Em contrapartida, por meio de diferentes ações, cuja maior expressão é a campanha “Não ao ProSAVANA”, a articulação formada por camponeses, movimentos sociais, Organizações Não Governamentais (ONGs) e acadêmicos tem oferecido resistência. Entretanto, no percurso de luta para propor alternativas e barrar a concretização do ProSAVANA com benefícios especiais ao agronegócio, os grupos têm enfrentado problemas como a cooptação de lideranças e a falta de transparência.
{"title":"AS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO DOS COORDENADORES DO PROSAVANA PARA A LEGITIMAÇÃO DO PROGRAMA DE COOPERAÇÃO","authors":"Fernanda Maria Baraúna de Freitas Aragão, E. S. Kraychete","doi":"10.25247/2447-861X.2018.N245.P429-463","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861X.2018.N245.P429-463","url":null,"abstract":"O Programa de Cooperação Tripartida para o Desenvolvimento Agrícola da Savana Tropical de Moçambique (ProSAVANA) tem sido analisado sob diferentes aspectos. Neste artigo, a proposta é refletir sobre as estratégias de comunicação desenvolvidas pelos coordenadores do programa com o intuito de legitimá-lo. Criado sob a justificativa de promover o desenvolvimento agrícola sustentável para melhorar as condições de vida da população do Corredor de Nacala (norte moçambicano), o ProSAVANA, celebrado entre Japão, Brasil e Moçambique revela, em essência, favorecer a expansão do agronegócio na África. Ao incentivar o aumento da produtividade da produção de alimentos por meio da mecanização e utilização de agrotóxicos, mostra-se fiel ao projeto de desenvolvimento econômico que é próprio do sistema capitalista com suas contradições. Desde 2012, estratégias de comunicação e engajamento têm sido utilizadas para garantir a legitimidade do programa de cooperação. Em contrapartida, por meio de diferentes ações, cuja maior expressão é a campanha “Não ao ProSAVANA”, a articulação formada por camponeses, movimentos sociais, Organizações Não Governamentais (ONGs) e acadêmicos tem oferecido resistência. Entretanto, no percurso de luta para propor alternativas e barrar a concretização do ProSAVANA com benefícios especiais ao agronegócio, os grupos têm enfrentado problemas como a cooptação de lideranças e a falta de transparência.","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"12 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122786972","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-12-05DOI: 10.25247/2447-861X.2018.n245.p532-567
P. Gomes
Neste artigo procuro discutir criticamente alguns aspetos ligados às independências dos países africanos connquistadas entre os anos 1960 e os anos 1990 e as ideias subjacentes ao projeto histórico da unidade continental, em particular modo dos países de língua oficial portuguesa, submetidos à colonização portuguesa. Faço-o a partir de reflexões teóricas de inteletuais africanos que marcaram as lutas nacionalistas do século XX, como foi o caso de Amílca Cabral. O texto parte da concepção de indepencência e emancipação elaborada por Cabral e procura dialogar com alguns estudiosos da África contemporânea, em particular filósofos, no sentido de compreender o caminho percorrido por africanos na construção e produção de conhecimento sobre o continente e os principais desafios do futuro a partir da visão da “Agenda 2063” e da definição de uma “Agenda Inteletual Africana”, numa perspetiva descolonial. O artigo procura localizar as reflexões na realidade da Guiné-Bissau (pátria de Amílcar Cabral) a partir do debate acadêmico sobre temas de gênero em curso no continente. Por quem e como o conhecimento sobre África é produzido constituem as questões centrais, a partir das quais procuro conduzir as minhas reflexões neste trabalho.
{"title":"“DO PENSAR PARA O MELHOR AGIR”: QUE ÁFRICA OS AFRICANOS QUEREM?","authors":"P. Gomes","doi":"10.25247/2447-861X.2018.n245.p532-567","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861X.2018.n245.p532-567","url":null,"abstract":"Neste artigo procuro discutir criticamente alguns aspetos ligados às independências dos países africanos connquistadas entre os anos 1960 e os anos 1990 e as ideias subjacentes ao projeto histórico da unidade continental, em particular modo dos países de língua oficial portuguesa, submetidos à colonização portuguesa. Faço-o a partir de reflexões teóricas de inteletuais africanos que marcaram as lutas nacionalistas do século XX, como foi o caso de Amílca Cabral. O texto parte da concepção de indepencência e emancipação elaborada por Cabral e procura dialogar com alguns estudiosos da África contemporânea, em particular filósofos, no sentido de compreender o caminho percorrido por africanos na construção e produção de conhecimento sobre o continente e os principais desafios do futuro a partir da visão da “Agenda 2063” e da definição de uma “Agenda Inteletual Africana”, numa perspetiva descolonial. O artigo procura localizar as reflexões na realidade da Guiné-Bissau (pátria de Amílcar Cabral) a partir do debate acadêmico sobre temas de gênero em curso no continente. Por quem e como o conhecimento sobre África é produzido constituem as questões centrais, a partir das quais procuro conduzir as minhas reflexões neste trabalho.","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"55 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122999669","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-12-05DOI: 10.25247/2447-861X.2018.N245.P689-709
A. Menezes, Maria de Fátima Menezes, Nilsa Adelaide Issufo Enoque Pondja Cher
No âmbito da cooperação Sul-Sul enquanto mecanismo de desenvolvimento conjunto entre países emergentes frente a desafios comuns identifica-se o Programa de Apoio à Expansão da Educação Superior a Distância na República de Moçambique. Este Programa faz parte do acordo de cooperação cultural, entre o governo brasileiro e o governo moçambicano, no que tange à cooperação mútua no campo da educação. Neste contexto, salienta-se o objetivo deste trabalho que se constitui na investigação acerca da implantação do curso de administração pública, na modalidade à distância, que foi ofertado em Moçambique. O percurso metodológico envolveu a realização de uma pesquisa bibliográfica, documental, de uma pesquisa de campo e de análises qualitativas e quantitativas, visando ao cruzamento de dados obtidos com os indicadores socioeconômicos, sociocognitivos e tecnológicos. Para atingir o objetivo proposto percorreram-se os seguintes caminhos: em primeiro lugar, buscou-se compreender o que vem a ser a cooperação internacional para o desenvolvimento e interação de conhecimentos; em seguida, introduziu-se a questão da educação a distância numa perspectiva histórica; posteriormente, abordou-se a cooperação Brasil Moçambique através do estudo da implantação do curso de administração pública a distância; por fim, apresentaram-se alguns argumentos a título de conclusão.
{"title":"COOPERAÇÃO BRASIL-MOÇAMBIQUE NA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA: UM ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA","authors":"A. Menezes, Maria de Fátima Menezes, Nilsa Adelaide Issufo Enoque Pondja Cher","doi":"10.25247/2447-861X.2018.N245.P689-709","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861X.2018.N245.P689-709","url":null,"abstract":"No âmbito da cooperação Sul-Sul enquanto mecanismo de desenvolvimento conjunto entre países emergentes frente a desafios comuns identifica-se o Programa de Apoio à Expansão da Educação Superior a Distância na República de Moçambique. Este Programa faz parte do acordo de cooperação cultural, entre o governo brasileiro e o governo moçambicano, no que tange à cooperação mútua no campo da educação. Neste contexto, salienta-se o objetivo deste trabalho que se constitui na investigação acerca da implantação do curso de administração pública, na modalidade à distância, que foi ofertado em Moçambique. O percurso metodológico envolveu a realização de uma pesquisa bibliográfica, documental, de uma pesquisa de campo e de análises qualitativas e quantitativas, visando ao cruzamento de dados obtidos com os indicadores socioeconômicos, sociocognitivos e tecnológicos. Para atingir o objetivo proposto percorreram-se os seguintes caminhos: em primeiro lugar, buscou-se compreender o que vem a ser a cooperação internacional para o desenvolvimento e interação de conhecimentos; em seguida, introduziu-se a questão da educação a distância numa perspectiva histórica; posteriormente, abordou-se a cooperação Brasil Moçambique através do estudo da implantação do curso de administração pública a distância; por fim, apresentaram-se alguns argumentos a título de conclusão. ","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"36 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131629470","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-12-05DOI: 10.25247/2447-861X.2018.N245.P496-531
Bas'Ilele Malomalo, Julie Lourau, O. R. Souza
Este trabalho tem por objetivo, pautando-se nos trabalhos anteriores de seus autores, discutir criticamente a cooperação internacional entre Brasil e África, tendo a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (UNILAB) como objeto de estudo. O período considerado para a análise é de 2003 até 2018. O ano 2003 até 2010 corresponde aos dois mandatos do governo Lula, durante os quais germinou-se o projeto da Unilab mediante a composição de uma comissão de implementação, que elaborou suas Diretrizes, em 2008, e de promulgação da lei da sua fundação. O segundo período é da era Dilma Rousseff entre seu primeiro mandato (2010-2014) e o seu segundo mandato que inicia em 2014 e é interrompido pelo golpe parlamentar em 2016. Busca-se interpretar a história da cooperação entre Brasil e África, partindo das dinâmicas internas da UNILAB na sua relação com as dinâmicas regionais, nacionais e internacionais. Por isso, dá-se o foco nas sucessivas gestões superiores, as reitorias pro tempore que governaram a universidade. O último período que o texto leva em consideração é aquele que coincide com o golpe parlamentar contra a presidenta Dilma Rousseff e a nomeação de um reitor pro tempore oriundo desse processo político conturbador. Foca-se em alguns aspectos considerados essenciais para a construção de uma narrativa emancipatória que leva em conta o pensamento do Sul global, especialmente decolonial africano e afro-diaspórico.
这项工作的目的是,在其作者以前的工作的基础上,批判性地讨论巴西和非洲之间的国际合作,以Universidade da integracao international da Lusofonia Afro-brasileira (UNILAB)为研究对象。分析考虑的时期是从2003年到2018年。2003年至2010年与卢拉政府的两届任期相对应,在此期间,Unilab项目通过一个执行委员会的组成萌发,该委员会在2008年制定了其指导方针,并颁布了其基础法律。第二个时期是迪尔玛·罗塞夫(Dilma Rousseff)的第一个任期(2010-2014年)和她的第二个任期(2014年开始)之间的时期,第二个任期被2016年的议会政变打断。它试图从UNILAB的内部动态及其与区域、国家和国际动态的关系来解释巴西和非洲之间的合作历史。因此,重点放在了连续的高级管理,临时的校长管理大学。本文考虑的最后一段时期与反对总统迪尔玛·罗塞夫(Dilma Rousseff)的议会政变以及在这一动荡的政治进程中任命临时校长的时期相吻合。它着重于一些被认为是构建解放叙事必不可少的方面,考虑到全球南方的思想,特别是非洲非殖民化和非洲侨民。
{"title":"A UNILAB NA PERSPECTIVA DA COOPERAÇÃO SUL-SUL: UMA ANÁLISE CRÍTICA DECOLONIAL AFRICANA","authors":"Bas'Ilele Malomalo, Julie Lourau, O. R. Souza","doi":"10.25247/2447-861X.2018.N245.P496-531","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861X.2018.N245.P496-531","url":null,"abstract":"Este trabalho tem por objetivo, pautando-se nos trabalhos anteriores de seus autores, discutir criticamente a cooperação internacional entre Brasil e África, tendo a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (UNILAB) como objeto de estudo. O período considerado para a análise é de 2003 até 2018. O ano 2003 até 2010 corresponde aos dois mandatos do governo Lula, durante os quais germinou-se o projeto da Unilab mediante a composição de uma comissão de implementação, que elaborou suas Diretrizes, em 2008, e de promulgação da lei da sua fundação. O segundo período é da era Dilma Rousseff entre seu primeiro mandato (2010-2014) e o seu segundo mandato que inicia em 2014 e é interrompido pelo golpe parlamentar em 2016. Busca-se interpretar a história da cooperação entre Brasil e África, partindo das dinâmicas internas da UNILAB na sua relação com as dinâmicas regionais, nacionais e internacionais. Por isso, dá-se o foco nas sucessivas gestões superiores, as reitorias pro tempore que governaram a universidade. O último período que o texto leva em consideração é aquele que coincide com o golpe parlamentar contra a presidenta Dilma Rousseff e a nomeação de um reitor pro tempore oriundo desse processo político conturbador. Foca-se em alguns aspectos considerados essenciais para a construção de uma narrativa emancipatória que leva em conta o pensamento do Sul global, especialmente decolonial africano e afro-diaspórico.","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"428 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115999709","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-12-05DOI: 10.25247/2447-861X.2018.N245.P710-716
E. S. Kraychete
A organização deste Dossiê dos Cadernos é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa Laboratório de Análise Política Mundial - LABMUNDO/UFBa, que, nos estudos africanos, atua em rede com quatro Universidades baianas. Os pesquisadores envolvidos nas investigações dessa linha, ao se debruçarem sobre casos concretos, buscam analisá-los a partir de contextos mais amplos, que têm em consideração: o processo que levou o continente africano a ser disputado pelas antigas e pelas potências emergentes, como espaço para realização de investimentos, transações comerciais e exploração de recursos naturais; a reconfiguração das forças sociais que emergiram das lutas de independência, seja nos rearranjos internos em cada país, seja nos movimentos que buscam inserir a África na atual dinâmica internacional globalizada; e, por fim, o movimento imprimido pela política externa brasileira que, ora busca aproximação com países africanos, ora move-se pelo afastamento, como sinaliza a inflexão proposta pelo atual governo, em contraposição à importância dada nos dois mandatos de Lula da Silva, que intensificou as articulações políticas e econômicas com países do continente africano. O intuito é que cada projeto vá se acercando de problemáticas atuais da África, a partir de perspectivas históricas. Continue lendo no texto completo no formato PDF...
{"title":"COOPERAÇÃO BRASIL-MOÇAMBIQUE: UMA HISTÓRIA DE CINEMA – ENTREVISTA COM CHICO CARNEIRO","authors":"E. S. Kraychete","doi":"10.25247/2447-861X.2018.N245.P710-716","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861X.2018.N245.P710-716","url":null,"abstract":"A organização deste Dossiê dos Cadernos é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa Laboratório de Análise Política Mundial - LABMUNDO/UFBa, que, nos estudos africanos, atua em rede com quatro Universidades baianas. Os pesquisadores envolvidos nas investigações dessa linha, ao se debruçarem sobre casos concretos, buscam analisá-los a partir de contextos mais amplos, que têm em consideração: o processo que levou o continente africano a ser disputado pelas antigas e pelas potências emergentes, como espaço para realização de investimentos, transações comerciais e exploração de recursos naturais; a reconfiguração das forças sociais que emergiram das lutas de independência, seja nos rearranjos internos em cada país, seja nos movimentos que buscam inserir a África na atual dinâmica internacional globalizada; e, por fim, o movimento imprimido pela política externa brasileira que, ora busca aproximação com países africanos, ora move-se pelo afastamento, como sinaliza a inflexão proposta pelo atual governo, em contraposição à importância dada nos dois mandatos de Lula da Silva, que intensificou as articulações políticas e econômicas com países do continente africano. O intuito é que cada projeto vá se acercando de problemáticas atuais da África, a partir de perspectivas históricas. Continue lendo no texto completo no formato PDF...","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116625291","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-12-05DOI: 10.25247/2447-861X.2018.N245.P624-660
Colin Henfrey
Como sua primeira parte, este artigo deriva de matéria antropológica e oral coletada ao longo de 40 anos, principalmente na Chapada Diamantina baiana. Em forma narrativa, continua a história da mesma família extensa envolvida na luta pela terra nos anos setenta e oitenta. Na década seguinte, suas segundas e terceiras gerações contribuíram decisivamente para o sucesso do MST em mobilizar as ocupações e acampamentos, cuja transformação em assentamentos prometeu um futuro mais justo para a região. Porém este futuro ainda está tardando, ao ponto dos assentamentos servirem como ‘exércitos de reserva’ para o agronegócio local. Concluindo, o artigo sugere que a possibilidade deles constituírem uma alternativa sustentável ao domínio do agronegócio dependera de dois processos: um novo padrão descentralizado e democrático, de ‘desenvolvimento feito de baixo’; e um novo projeto político promovendo esse tipo de solução à duradoura questão agrária brasileira e suas consequências sociais mais amplas.
{"title":"A CIDADANIA DE ZÉ FRANCISCO E A HISTÓRIA ‘FEITA DE BAIXO’: OS MOVIMENTOS SOCIAIS DE LUTA PELA TERRA. PARTE 2: A REFORMA AGRÁRIA E O CAMPESINISMO NO FUTURO BRASILEIRO (1989-2013)","authors":"Colin Henfrey","doi":"10.25247/2447-861X.2018.N245.P624-660","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/2447-861X.2018.N245.P624-660","url":null,"abstract":"Como sua primeira parte, este artigo deriva de matéria antropológica e oral coletada ao longo de 40 anos, principalmente na Chapada Diamantina baiana. Em forma narrativa, continua a história da mesma família extensa envolvida na luta pela terra nos anos setenta e oitenta. Na década seguinte, suas segundas e terceiras gerações contribuíram decisivamente para o sucesso do MST em mobilizar as ocupações e acampamentos, cuja transformação em assentamentos prometeu um futuro mais justo para a região. Porém este futuro ainda está tardando, ao ponto dos assentamentos servirem como ‘exércitos de reserva’ para o agronegócio local. Concluindo, o artigo sugere que a possibilidade deles constituírem uma alternativa sustentável ao domínio do agronegócio dependera de dois processos: um novo padrão descentralizado e democrático, de ‘desenvolvimento feito de baixo’; e um novo projeto político promovendo esse tipo de solução à duradoura questão agrária brasileira e suas consequências sociais mais amplas.","PeriodicalId":176936,"journal":{"name":"Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades","volume":"21 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114253278","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}