F. Távora, Eduardo Andrade Franco Severo, Ivonaldo Reis Santos
Introdução: o tomateiro representa uma das principais hortaliças cultivadas no mundo. Além de sua relevância socioeconômica, seu cultivo é também importante do ponto de vista da segurança alimentar, fornecendo nutrientes essenciais como a vitamina C, pró-vitamina A (i.e., beta-caroteno) e antioxidantes (e.g., licopeno). Dentre as diversas doenças que acometem a cultivo do tomate, a mancha bacteriana do tomateiro (MBT), causada por bactérias do gênero Xanthomonas (com grande destaque para a espécie X. euvesicatoria pv. perforans - Xep), consiste em um fator limitante para a expansão dessa cultura. O método atualmente mais empregado no combate à MBT consiste em aplicações frequentes de agrotóxicos que, além dos inúmeros negativos impactos ao meio ambiente, são componentes significativos do custo de produção. O silenciamento gênico baseado no uso de moléculas de DNA antisenso (ASO) tendo como alvo genes de susceptibilidade (genes-S) no hospedeiro, representa uma estratégia inovadora que tem sido empregada com sucesso no controle e manejo sustentável de fitopatógenos. Objetivo: o presente estudo visou aumentar a resistência do tomate à MBT através da aplicação de oligonucleotídeos de DNA antisenso alvejando um gene de suscetibilidade da planta. Material e métodos: o ASO foi desenhado conforme pipeline publicado em estudo prévio, e seu delivery a folhas intactas de plantas de tomate (cv. Santa Cruz) suscetível à Xep foi realizada por meio de infiltração por pressão. 24 horas após infiltração (hpi), plantas tratadas foram pulverizadas com suspensão bacteriana (isolado de Xep a 5 x 107 UFC/ml). A severidade dos sintomas foi avaliada através da contagem do número de lesões foliares em 7, 10, 15 e 20 dias após inoculação (dpi), utilizando o software Quant®. Resultados: Plantas tratadas com o ASO apresentaram significativa redução dos sintomas da doença (t-test, p-valor ≤ 0,05) em relação aos controles, em todos os tempos amostrais. Conclusões: Nossos resultados contribuem para uma melhor compreensão da interação compatível no patossistema tomate-Xep, e apresenta solução tecnológica com o potencial de reduzir perdas na produtividade da cultura do tomate e mitigar a aplicação de agrotóxicos na lavoura, resultando no fortalecimento da economia e diminuição dos efeitos nocivos ao meio ambiente e à saúde humana.
{"title":"APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA DE SILENCIAMENTO GÊNICO BASEADA EM DNA ANTISENSO VISANDO O AUMENTO DA RESISTÊNCIA EM TOMATEIRO (SOLANUM LYCOPERSICUM L.) À MANCHA BACTERIANA","authors":"F. Távora, Eduardo Andrade Franco Severo, Ivonaldo Reis Santos","doi":"10.51161/rems/2322","DOIUrl":"https://doi.org/10.51161/rems/2322","url":null,"abstract":"Introdução: o tomateiro representa uma das principais hortaliças cultivadas no mundo. Além de sua relevância socioeconômica, seu cultivo é também importante do ponto de vista da segurança alimentar, fornecendo nutrientes essenciais como a vitamina C, pró-vitamina A (i.e., beta-caroteno) e antioxidantes (e.g., licopeno). Dentre as diversas doenças que acometem a cultivo do tomate, a mancha bacteriana do tomateiro (MBT), causada por bactérias do gênero Xanthomonas (com grande destaque para a espécie X. euvesicatoria pv. perforans - Xep), consiste em um fator limitante para a expansão dessa cultura. O método atualmente mais empregado no combate à MBT consiste em aplicações frequentes de agrotóxicos que, além dos inúmeros negativos impactos ao meio ambiente, são componentes significativos do custo de produção. O silenciamento gênico baseado no uso de moléculas de DNA antisenso (ASO) tendo como alvo genes de susceptibilidade (genes-S) no hospedeiro, representa uma estratégia inovadora que tem sido empregada com sucesso no controle e manejo sustentável de fitopatógenos. Objetivo: o presente estudo visou aumentar a resistência do tomate à MBT através da aplicação de oligonucleotídeos de DNA antisenso alvejando um gene de suscetibilidade da planta. Material e métodos: o ASO foi desenhado conforme pipeline publicado em estudo prévio, e seu delivery a folhas intactas de plantas de tomate (cv. Santa Cruz) suscetível à Xep foi realizada por meio de infiltração por pressão. 24 horas após infiltração (hpi), plantas tratadas foram pulverizadas com suspensão bacteriana (isolado de Xep a 5 x 107 UFC/ml). A severidade dos sintomas foi avaliada através da contagem do número de lesões foliares em 7, 10, 15 e 20 dias após inoculação (dpi), utilizando o software Quant®. Resultados: Plantas tratadas com o ASO apresentaram significativa redução dos sintomas da doença (t-test, p-valor ≤ 0,05) em relação aos controles, em todos os tempos amostrais. Conclusões: Nossos resultados contribuem para uma melhor compreensão da interação compatível no patossistema tomate-Xep, e apresenta solução tecnológica com o potencial de reduzir perdas na produtividade da cultura do tomate e mitigar a aplicação de agrotóxicos na lavoura, resultando no fortalecimento da economia e diminuição dos efeitos nocivos ao meio ambiente e à saúde humana.","PeriodicalId":260466,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Biologia Molecular On-line","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"128804761","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Eduarda Ressurreição Portela, Bibiana Toshie Onuki de Mendonça, Péricles Jorge Raposo Guimarães, Rebeca Bomfim de Araújo de Almeida, Manoella Evelyn Santos Lopes
Introdução: O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama. Na maioria dos casos, quando tratados adequadamente e em tempo oportuno, apresentam bom prognóstico. Contudo, nota-se escassez de estudos recentes, na literatura, que mostrem esse panorama no Brasil. Objetivo: Explorar os aspectos sociais, demográficos e epidemiológicos dos óbitos de indivíduos com câncer de mama no território brasileiro em um período de oito anos. Material e Métodos: Estudo observacional, retrospectivo, de cunho quantitativo, com análise do período de janeiro de 2011 a dezembro de 2019 acerca dos dados sociodemográficos e epidemiológicos do Sistema de Informações sobre Mortalidade do SUS e dados populacionais de indivíduos de 0 a 80 anos no Brasil por meio do IBGE. Foi aplicada a estatística descritiva e análise de frequências relativa e absoluta. As variáveis utilizadas foram número de indivíduos no Brasil, óbitos por ocorrência, faixa etária, regiões brasileiras, cor/raça, sexo. Resultados: Com base no IBGE, o Brasil tinha cerca de 190.732.694 pessoas em 2010. Segundo os dados coletados no SIM, no período de 2011 a 2019, 141.098 pessoas faleceram em decorrência de Câncer de Mama, tendo as três maiores regiões: 50,66% Sudeste, 21,43% Nordeste e 17,56% Sul. Constata-se ainda que há prevalência de mortes acima de 50 anos, representando 23,77% (n = 33.540), seguido por 22,07% (n =31.146) de 60 a 69 anos; 16,3% (n = 23.117) de 70 a 79 anos; e 15,9% (n = 22.528) 40 a 49 anos. Percebeu-se também, uma prevalência de óbitos em mulheres, representando 98,8% (n=1.607) dos casos, enquanto indivíduos do sexo masculino, representaram 1,13%(n=139.480) e 0,007% (n=11) sexo ignorado. No que se refere à cor/raça, constatou-se predomínio de casos entre os pacientes declarados brancos 59,17% (n = 83.496), seguido dos declarados pardos 28,79% (n = 40.626), apresentando o menor número de casos entre os indivíduos declarados indígenas 0,09% (n = 127). Conclusão: Portanto, o presente estudo demonstrou que existe um risco relevante de morte entre mulheres brancas, principalmente após os 50 anos, na região sudeste. Dessa forma, é necessário o acompanhamento contínuo do mapeamento de casos, para promoção de saúde e prevenção da doença.
{"title":"MAPEAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA MORTALIDADE POR CÂNCER DE MAMA NO BRASIL","authors":"Eduarda Ressurreição Portela, Bibiana Toshie Onuki de Mendonça, Péricles Jorge Raposo Guimarães, Rebeca Bomfim de Araújo de Almeida, Manoella Evelyn Santos Lopes","doi":"10.51161/rems/2341","DOIUrl":"https://doi.org/10.51161/rems/2341","url":null,"abstract":"Introdução: O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama. Na maioria dos casos, quando tratados adequadamente e em tempo oportuno, apresentam bom prognóstico. Contudo, nota-se escassez de estudos recentes, na literatura, que mostrem esse panorama no Brasil. Objetivo: Explorar os aspectos sociais, demográficos e epidemiológicos dos óbitos de indivíduos com câncer de mama no território brasileiro em um período de oito anos. Material e Métodos: Estudo observacional, retrospectivo, de cunho quantitativo, com análise do período de janeiro de 2011 a dezembro de 2019 acerca dos dados sociodemográficos e epidemiológicos do Sistema de Informações sobre Mortalidade do SUS e dados populacionais de indivíduos de 0 a 80 anos no Brasil por meio do IBGE. Foi aplicada a estatística descritiva e análise de frequências relativa e absoluta. As variáveis utilizadas foram número de indivíduos no Brasil, óbitos por ocorrência, faixa etária, regiões brasileiras, cor/raça, sexo. Resultados: Com base no IBGE, o Brasil tinha cerca de 190.732.694 pessoas em 2010. Segundo os dados coletados no SIM, no período de 2011 a 2019, 141.098 pessoas faleceram em decorrência de Câncer de Mama, tendo as três maiores regiões: 50,66% Sudeste, 21,43% Nordeste e 17,56% Sul. Constata-se ainda que há prevalência de mortes acima de 50 anos, representando 23,77% (n = 33.540), seguido por 22,07% (n =31.146) de 60 a 69 anos; 16,3% (n = 23.117) de 70 a 79 anos; e 15,9% (n = 22.528) 40 a 49 anos. Percebeu-se também, uma prevalência de óbitos em mulheres, representando 98,8% (n=1.607) dos casos, enquanto indivíduos do sexo masculino, representaram 1,13%(n=139.480) e 0,007% (n=11) sexo ignorado. No que se refere à cor/raça, constatou-se predomínio de casos entre os pacientes declarados brancos 59,17% (n = 83.496), seguido dos declarados pardos 28,79% (n = 40.626), apresentando o menor número de casos entre os indivíduos declarados indígenas 0,09% (n = 127). Conclusão: Portanto, o presente estudo demonstrou que existe um risco relevante de morte entre mulheres brancas, principalmente após os 50 anos, na região sudeste. Dessa forma, é necessário o acompanhamento contínuo do mapeamento de casos, para promoção de saúde e prevenção da doença.","PeriodicalId":260466,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Biologia Molecular On-line","volume":"4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126313690","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Péricles Jorge Raposo Guimnarães, Bibiana Toshie Onuki de Mendonça, Eduarda Ressurreição Portela, Rebeca Bomfim de Araújo de Almeida, Manoella Evelyn Santos Lopes
Introdução: Os principais fatores que levam a ansiedade são as citocinas inflamatórias, sendo resultado de mitocôndrias não funcionais, o sistema imunológico e sua desregulação e a alteração das funções cerebrais causadas pelo estresse. Vários fármacos são utilizados para tratar a ansiedade, como, por exemplo, a benzodiazepin e inibidores seletivos de serotonina, sendo eles sintéticos e podendo causar vários efeitos adversos. Objetivo: Explorar os aspectos da biotecnologia dos fármacos na ansiedade e sua evolução no último ano. Material e Métodos: Esse resumo trata-se de uma revisão de literatura, para qual, foi utilizada a base de dados PUBMED e BVS, para produção desse produto educacional. Para isso, foram utilizados os descritores “Biotechnology” and “Anxiety” and “Therapeutics”, combinados com o operador booleano “AND”. Teve por critérios de inclusão os fatores: artigos completos, disponíveis e gratuitos; publicados na língua portuguesa ou inglesa, entre os anos de 2020 a 2021 e pesquisas em seres humanos. Já o critério de exclusão foi a não pertinência ao tema do estudo. Assim, foram identificadas 30 publicações e selecionou-se ao final 6 publicações. Resultados: Em estudos de base fitoquímica, a W.Somnifera possui diversos constituintes químicos que apresentam uma diversidade de atividades farmacológicas, como a neuroproteção. No caso do limoneno é um monoterpeno da família das Rutáceas, e possui diversas propriedades biológicas como antioxidantes, antiinflamatórias, anticâncer, antinociceptivas e gastroprotetoras. Há um interesse na investigação dos principais efeitos farmacológicos do limoneno em doenças crônicas pelo seu efeito mitigante sobre o estresse oxidativo e, também, na inflamação e na morte, regulada, celular por apoptose. Nanoteranósticos e nanoterapêuticos são multifuncionais únicos embutidos que fornecem melhores multiplicidades e diminuem as preocupações de toxicidade no nível da faixa nano. Essas moléculas da nanomedicina podem penetrar a barreira hematocefálica com maior meia vida. Conclusão: Desse modo, uma das principais limitações dos estudos desses tipos de fármaco é o uso de fitoquímicos brutos ou semi-purificados para que seja feito o tratamento de doenças psiquiátricas.
{"title":"BIOTECNOLOGIA NOS FÁRMACOS ALTERNATIVOS PARA ANSIEDADE","authors":"Péricles Jorge Raposo Guimnarães, Bibiana Toshie Onuki de Mendonça, Eduarda Ressurreição Portela, Rebeca Bomfim de Araújo de Almeida, Manoella Evelyn Santos Lopes","doi":"10.51161/rems/2336","DOIUrl":"https://doi.org/10.51161/rems/2336","url":null,"abstract":"Introdução: Os principais fatores que levam a ansiedade são as citocinas inflamatórias, sendo resultado de mitocôndrias não funcionais, o sistema imunológico e sua desregulação e a alteração das funções cerebrais causadas pelo estresse. Vários fármacos são utilizados para tratar a ansiedade, como, por exemplo, a benzodiazepin e inibidores seletivos de serotonina, sendo eles sintéticos e podendo causar vários efeitos adversos. Objetivo: Explorar os aspectos da biotecnologia dos fármacos na ansiedade e sua evolução no último ano. Material e Métodos: Esse resumo trata-se de uma revisão de literatura, para qual, foi utilizada a base de dados PUBMED e BVS, para produção desse produto educacional. Para isso, foram utilizados os descritores “Biotechnology” and “Anxiety” and “Therapeutics”, combinados com o operador booleano “AND”. Teve por critérios de inclusão os fatores: artigos completos, disponíveis e gratuitos; publicados na língua portuguesa ou inglesa, entre os anos de 2020 a 2021 e pesquisas em seres humanos. Já o critério de exclusão foi a não pertinência ao tema do estudo. Assim, foram identificadas 30 publicações e selecionou-se ao final 6 publicações. Resultados: Em estudos de base fitoquímica, a W.Somnifera possui diversos constituintes químicos que apresentam uma diversidade de atividades farmacológicas, como a neuroproteção. No caso do limoneno é um monoterpeno da família das Rutáceas, e possui diversas propriedades biológicas como antioxidantes, antiinflamatórias, anticâncer, antinociceptivas e gastroprotetoras. Há um interesse na investigação dos principais efeitos farmacológicos do limoneno em doenças crônicas pelo seu efeito mitigante sobre o estresse oxidativo e, também, na inflamação e na morte, regulada, celular por apoptose. Nanoteranósticos e nanoterapêuticos são multifuncionais únicos embutidos que fornecem melhores multiplicidades e diminuem as preocupações de toxicidade no nível da faixa nano. Essas moléculas da nanomedicina podem penetrar a barreira hematocefálica com maior meia vida. Conclusão: Desse modo, uma das principais limitações dos estudos desses tipos de fármaco é o uso de fitoquímicos brutos ou semi-purificados para que seja feito o tratamento de doenças psiquiátricas.","PeriodicalId":260466,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Biologia Molecular On-line","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131142017","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Isadora Soares de Lima, T. P. Delforno, Iolanda Cristina Silveira Duarte
Introdução: O alquilbenzeno linear sulfonado é o surfactante aniônico de maior interesse econômico, correspondendo a 84% do mercado no Brasil, e 45% no mundo. Sua rota de biodegradação envolve reações de adição de fumarato, β-oxidação, clivagem do anel aromático e dessulfonação. Tratando-se de um processo complexo, o uso de consórcios microbianos possibilita usufruir de diferentes metabolismos para a degradação do LAS. Contudo, nota-se uma escassez na literatura acerca dos microrganismos que desempenham papel fundamental na degradação do surfactante em reatores biológicos. Portanto, o presente trabalho visa preencher esta lacuna por meio do estudo de sequências de gene 16S rRNA obtidas em amostras utilizadas para testar a degradação de LAS, em biorreatores de diferentes configurações e contendo inóculos de origens distintas, presentes na literatura. Objetivos: Definir o common core microbiano associado à degradação do surfactante aniônico Alquilbenzeno Linear Sulfonado (LAS) em biorreatores, por meio da avaliação da diversidade e riqueza microbiana do Domínio Archaea e Bacteria, e predição do perfil funcional das taxonomias obtidas. Material e métodos: Utilizaram-se 52 amostras de sequências de gene 16S rRNA, obtidas de 12 artigos presentes na literatura, que estudaram a remoção biológica de LAS em águas residuárias reais. Para a análise das sequências, utilizou-se a plataforma QIIME 2 e seus plug-ins, a ferramenta Tax4Fun e software R. Resultados: Os filos mais abundantes encontrados foram Proteobacteria e Bacteroidota, e gêneros Methanosaeta e C39. Dentre os common core, o gênero SJA-28 (filo Bacteroidota) foi o mais presente. A enzima fumarate reductase, relacionada à adição de fumarato, foi pouco abundante entre as amostras. Para a reação de β-oxidação, a enzima 3-oxoacyl-acyl- reductase foi predominante. As enzimas relacionadas ao processo de dessulfonação encontradas na literatura foram registradas no presente trabalho. Nenhuma enzima produzida durante a clivagem do anel aromático foi registrada durante a análise. Conclusão: Não foram encontrados gêneros em comum entre todas as amostras analisadas. O perfil funcional relacionado à reação de β-oxidação foi mais abundante, quando comparada às outras reações. Os resultados alcançados pelo presente estudo aumentam o conhecimento sobre a composição taxonômica e funcional existente e compartilhada entre diferentes ambientes associados à degradação do surfactante LAS.
{"title":"ANÁLISE IN SILICO PARA DEFINIÇÃO DE COMMON CORE MICROBIANO ASSOCIADO À DEGRADAÇÃO DE SURFACTANTE ANIÔNICO ALQUILBENZENO LINEAR SULFONADO (LAS)","authors":"Isadora Soares de Lima, T. P. Delforno, Iolanda Cristina Silveira Duarte","doi":"10.51161/rems/2314","DOIUrl":"https://doi.org/10.51161/rems/2314","url":null,"abstract":"Introdução: O alquilbenzeno linear sulfonado é o surfactante aniônico de maior interesse econômico, correspondendo a 84% do mercado no Brasil, e 45% no mundo. Sua rota de biodegradação envolve reações de adição de fumarato, β-oxidação, clivagem do anel aromático e dessulfonação. Tratando-se de um processo complexo, o uso de consórcios microbianos possibilita usufruir de diferentes metabolismos para a degradação do LAS. Contudo, nota-se uma escassez na literatura acerca dos microrganismos que desempenham papel fundamental na degradação do surfactante em reatores biológicos. Portanto, o presente trabalho visa preencher esta lacuna por meio do estudo de sequências de gene 16S rRNA obtidas em amostras utilizadas para testar a degradação de LAS, em biorreatores de diferentes configurações e contendo inóculos de origens distintas, presentes na literatura. Objetivos: Definir o common core microbiano associado à degradação do surfactante aniônico Alquilbenzeno Linear Sulfonado (LAS) em biorreatores, por meio da avaliação da diversidade e riqueza microbiana do Domínio Archaea e Bacteria, e predição do perfil funcional das taxonomias obtidas. Material e métodos: Utilizaram-se 52 amostras de sequências de gene 16S rRNA, obtidas de 12 artigos presentes na literatura, que estudaram a remoção biológica de LAS em águas residuárias reais. Para a análise das sequências, utilizou-se a plataforma QIIME 2 e seus plug-ins, a ferramenta Tax4Fun e software R. Resultados: Os filos mais abundantes encontrados foram Proteobacteria e Bacteroidota, e gêneros Methanosaeta e C39. Dentre os common core, o gênero SJA-28 (filo Bacteroidota) foi o mais presente. A enzima fumarate reductase, relacionada à adição de fumarato, foi pouco abundante entre as amostras. Para a reação de β-oxidação, a enzima 3-oxoacyl-acyl- reductase foi predominante. As enzimas relacionadas ao processo de dessulfonação encontradas na literatura foram registradas no presente trabalho. Nenhuma enzima produzida durante a clivagem do anel aromático foi registrada durante a análise. Conclusão: Não foram encontrados gêneros em comum entre todas as amostras analisadas. O perfil funcional relacionado à reação de β-oxidação foi mais abundante, quando comparada às outras reações. Os resultados alcançados pelo presente estudo aumentam o conhecimento sobre a composição taxonômica e funcional existente e compartilhada entre diferentes ambientes associados à degradação do surfactante LAS.","PeriodicalId":260466,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Biologia Molecular On-line","volume":"39 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134436842","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Introdução: O transplante de órgãos, um dos maiores avanços da medicina, se tornou popular, sendo mais comum para córneas, envolvendo a substituição, completo (penetrante) ou parcial (lamelar ou profundo) da córnea doente. A esperada eficácia do transplante é quase sempre alcançada, devendo aos cuidados tanto com doador quanto receptor, relevando da rejeição do tecido até os cuidados após intervenção. Objetivo: Compreender a importância da imunologia para os transplantes de tecidos oftalmológicos. Materiais e Métodos: Pesquisa bibliográfica digital, no google academic, combinando os termos transplantes, imunogenética e córnea. Resultados: A rejeição do transplante é processo imunológico de descompensação da córnea transplantada. A principal razão para o bom efeito está no privilégio da córnea, devido ao viés imunológico que ocorre no segmento anterior, abreviado ACAID (Anterior Chamber Associated Immune Deviation), que perde sua eficiência num processo inflamatório, aumentando o número de células de Langerhans e a expressão de antígenos classe I e II do complexo principal de histocompatibilidade, aumentando citocinas pró-inflamatórias oculares, provocando neovascularização da córnea. A perda do privilégio imunológico é acompanhada de rejeição, e seu mecanismo pode ser dividido em três etapas: (a) Rejeição do braço aferente - reconhecer o sistema imunológico de antígenos heterólogos como principal componente da rejeição do braço aferente. As células de Langerhans são um fator chave nesse processo, pois além de estimular os linfócitos B e T, processam e apresentam antígenos ao sistema imunológico; (b) Estágio central da rejeição - reconhecer um antígeno como heterólogo ativa os linfócitos T imaturos para proliferar e realizar a expansão clonal; (c) Braço eferente da rejeição - reação eferente da rejeição do transplante de córnea, mediada por células e nenhum anticorpo envolvido. As principais células que comandam a destruição do enxerto são os linfócitos T CD4+, que recrutam outras células efetoras: macrófagos, leucócitos polimorfonucleares e linfócitos NK (natural killer), que liberam citocinas, como o fator de necrose tumoral, destruindo células do doador. Conclusão: O endotélio com capacidade de replicação limitada é a razão do insucesso do transplante do doador. A compreensão dos aspectos imunológicos da rejeição, as manifestações clínicas e a classificação da rejeição são fundamentais aos oftalmologistas na personalização do tratamento.
{"title":"COMPREENDENDO A IMUNOLOGIA NOS TRANSPLANTES DE TECIDOS OFTALMOLÓGICOS","authors":"A. D. Santos","doi":"10.51161/rems/2333","DOIUrl":"https://doi.org/10.51161/rems/2333","url":null,"abstract":"Introdução: O transplante de órgãos, um dos maiores avanços da medicina, se tornou popular, sendo mais comum para córneas, envolvendo a substituição, completo (penetrante) ou parcial (lamelar ou profundo) da córnea doente. A esperada eficácia do transplante é quase sempre alcançada, devendo aos cuidados tanto com doador quanto receptor, relevando da rejeição do tecido até os cuidados após intervenção. Objetivo: Compreender a importância da imunologia para os transplantes de tecidos oftalmológicos. Materiais e Métodos: Pesquisa bibliográfica digital, no google academic, combinando os termos transplantes, imunogenética e córnea. Resultados: A rejeição do transplante é processo imunológico de descompensação da córnea transplantada. A principal razão para o bom efeito está no privilégio da córnea, devido ao viés imunológico que ocorre no segmento anterior, abreviado ACAID (Anterior Chamber Associated Immune Deviation), que perde sua eficiência num processo inflamatório, aumentando o número de células de Langerhans e a expressão de antígenos classe I e II do complexo principal de histocompatibilidade, aumentando citocinas pró-inflamatórias oculares, provocando neovascularização da córnea. A perda do privilégio imunológico é acompanhada de rejeição, e seu mecanismo pode ser dividido em três etapas: (a) Rejeição do braço aferente - reconhecer o sistema imunológico de antígenos heterólogos como principal componente da rejeição do braço aferente. As células de Langerhans são um fator chave nesse processo, pois além de estimular os linfócitos B e T, processam e apresentam antígenos ao sistema imunológico; (b) Estágio central da rejeição - reconhecer um antígeno como heterólogo ativa os linfócitos T imaturos para proliferar e realizar a expansão clonal; (c) Braço eferente da rejeição - reação eferente da rejeição do transplante de córnea, mediada por células e nenhum anticorpo envolvido. As principais células que comandam a destruição do enxerto são os linfócitos T CD4+, que recrutam outras células efetoras: macrófagos, leucócitos polimorfonucleares e linfócitos NK (natural killer), que liberam citocinas, como o fator de necrose tumoral, destruindo células do doador. Conclusão: O endotélio com capacidade de replicação limitada é a razão do insucesso do transplante do doador. A compreensão dos aspectos imunológicos da rejeição, as manifestações clínicas e a classificação da rejeição são fundamentais aos oftalmologistas na personalização do tratamento.","PeriodicalId":260466,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Biologia Molecular On-line","volume":"7 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115838300","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Lucas Santos Villar, Thaynara Dorigheto Fernandes, Wellington Dorigheto Andrade Vieira, Maria Inês da Cruz Campos
Introdução: O corpo adiposo bucal (CAB) foi descrito pela primeira vez por Heister, em 1732, como uma estrutura glandular, sendo sua natureza gordurosa definida, posteriormente, por Bichat, em 1802. Este tecido possui função mecânica, de proteção e estética, sendo a estrutura responsável pela determinação dos contornos faciais. Contudo, a literatura revela várias aplicações do CAB na reconstrução oral, incluindo o fechamento de defeitos cirúrgicos após a excisão de tumores, cirurgias para remoção de leucoplasias e fibroses submucosas, fechamento de fendas palatinas, cobertura de enxertos ósseos, revestimento da superfície do seio maxilar e reparo celular. Objetivos: Avaliar a morfologia do corpo adiposo bucal. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura através de bases indexadoras Scielo e PubMed, utilizando os descritores “histology” e “buccal fat pad”. A busca foi realizada sem restrição de idioma da fonte das informações até 06 de setembro de 2021. Foram incluídos nesta pesquisa artigos completos e excluídos cartas ao Editor, opiniões individuais e livros. Resultados: Histologicamente, o corpo adiposo bucal consiste em um estroma de tecido conjuntivo contendo uma população celular heterogênea, dentre as quais podem ser destacadas células-tronco adiposas (ASCs). A literatura ainda indica que tais células podem se diferenciar em várias linhagens celulares, incluindo adipócitos, osteoblastos, condrócitos, miócitos, células neuronais, células endoteliais e hepatócitos. Ainda, o tecido adiposo secreta uma variedade de fatores de crescimento angiogênicos e antiapoptóticos. Muitos estudos demonstraram que produtos derivados de secreções de células-tronco mesenquimais (MSCs) possuem efeitos terapêuticos nos principais processos patológicos associados às funções homeostáticas básicas, como diferenciação e proliferação celular, angiogênese e vasculogênese, inflamação e estresse oxidativo.Cabe ainda ressaltar que, devido a essas propriedades, o corpo adiposo bucal está sendo usado em ensaios clínicos de várias patologias, incluindo doenças imunológicas e opção terapêutica no tratamento de pacientes infectados por SARS-COV-2. Conclusão: O corpo adiposo bucal pode ser considerado fonte de uma população celular heterogênea.
{"title":"AVALIAÇÃO DA MORFOLOGIA DO CORPO ADIPOSO BUCAL: ESTUDO DE REVISÃO","authors":"Lucas Santos Villar, Thaynara Dorigheto Fernandes, Wellington Dorigheto Andrade Vieira, Maria Inês da Cruz Campos","doi":"10.51161/rems/2329","DOIUrl":"https://doi.org/10.51161/rems/2329","url":null,"abstract":"Introdução: O corpo adiposo bucal (CAB) foi descrito pela primeira vez por Heister, em 1732, como uma estrutura glandular, sendo sua natureza gordurosa definida, posteriormente, por Bichat, em 1802. Este tecido possui função mecânica, de proteção e estética, sendo a estrutura responsável pela determinação dos contornos faciais. Contudo, a literatura revela várias aplicações do CAB na reconstrução oral, incluindo o fechamento de defeitos cirúrgicos após a excisão de tumores, cirurgias para remoção de leucoplasias e fibroses submucosas, fechamento de fendas palatinas, cobertura de enxertos ósseos, revestimento da superfície do seio maxilar e reparo celular. Objetivos: Avaliar a morfologia do corpo adiposo bucal. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura através de bases indexadoras Scielo e PubMed, utilizando os descritores “histology” e “buccal fat pad”. A busca foi realizada sem restrição de idioma da fonte das informações até 06 de setembro de 2021. Foram incluídos nesta pesquisa artigos completos e excluídos cartas ao Editor, opiniões individuais e livros. Resultados: Histologicamente, o corpo adiposo bucal consiste em um estroma de tecido conjuntivo contendo uma população celular heterogênea, dentre as quais podem ser destacadas células-tronco adiposas (ASCs). A literatura ainda indica que tais células podem se diferenciar em várias linhagens celulares, incluindo adipócitos, osteoblastos, condrócitos, miócitos, células neuronais, células endoteliais e hepatócitos. Ainda, o tecido adiposo secreta uma variedade de fatores de crescimento angiogênicos e antiapoptóticos. Muitos estudos demonstraram que produtos derivados de secreções de células-tronco mesenquimais (MSCs) possuem efeitos terapêuticos nos principais processos patológicos associados às funções homeostáticas básicas, como diferenciação e proliferação celular, angiogênese e vasculogênese, inflamação e estresse oxidativo.Cabe ainda ressaltar que, devido a essas propriedades, o corpo adiposo bucal está sendo usado em ensaios clínicos de várias patologias, incluindo doenças imunológicas e opção terapêutica no tratamento de pacientes infectados por SARS-COV-2. Conclusão: O corpo adiposo bucal pode ser considerado fonte de uma população celular heterogênea.","PeriodicalId":260466,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Biologia Molecular On-line","volume":"1046 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116276626","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Jamile Aislin Silva de Almeida, Carla Yasmym De Carvalho Lima
Introdução: A presença de poliformismos associados ao risco de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) se tornou um despertar de interesse para a genômica nutricional, que tem como foco o estudo da relação gene-nutriente, uma vez que vários nutrientes e compostos bioativos podem ter um papel importante na diminuição de tais doenças nos indivíduos. Objetivo: Analisar a contribuição da nutrigenômica para precaver os casos de DCNT, como obesidade, Diabetes Mellitus II, câncer, doenças inflamatórias intestinais e outras complicações, durante os últimos 3 anos. Material e Métodos: A pesquisa foi realizada a partir de 7 estudos retirados nas bases de dados SciElo, Web of, Science e Scopus. Publicados no período de 2018 e 2020, utilizando as palavras-chaves: “doenças crônicas não transmissíveis”, “nutrição”, “nutrigenômica” e “poliformismo”. Resultados: Estudos demonstraram que existem em nosso genoma diversos tipos de poliformismos, associados a incidência de DCNTs. Dentre eles temos os Poliformismos de Nucleotídeo Único (SNps) nos genes FTO; FADS1, ADRB2, LEPR, IL-6, LPIN1, AdipoR1, PPARγ, ZnT8, TCF7L2, BRCA1, PPM1K, RVD, DIO1-2, GPX-1,3, SEPHS1, SEPSECS e TXNRD2 e FOXO3. Com relação aos alimentos, temos aqueles à base de plantas, especialmente as frutas e hortaliças, que são fontes de uma variedade de compostos bioativos, como terpenóides, polifenóis, compostos de enxofre, alcalóides e poliaminas, em que a ingestão está ligado à proteção contra doenças crônicas. Compostos polifenóis, por exemplo, quando entram na via do fator nuclear κB (NF-κB) exercem a função de transcrição de vários genes, incluindo os que se relacionam com a produção de citocinas pró-inflamatórias, quimiocinas e moléculas essenciais para a resposta inflamatória, que irão exerce importante ação no retardo de DCNTs. Conclusão: Os resultados nutrigenômicos servem como parâmetro para a análise das DCNTs no período de três anos. Mas, é necessário corroborar que elas são resultado de uma rede de fatores, não apenas genéticos e nutricionais, mas também, ambientais, como a prática de atividade física, uso de álcool e tabaco e fatores individuais. Sendo de grande relevância entender melhor a interação gene-nutriente e seu papel para a saúde da população portadora de DCNTs ou em processo de tratamento.
{"title":"NUTRIGENÔMICA E AS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ENTRE OS POLIFORMISMOS E COMPOSTOS BIOATIVOS","authors":"Jamile Aislin Silva de Almeida, Carla Yasmym De Carvalho Lima","doi":"10.51161/rems/2323","DOIUrl":"https://doi.org/10.51161/rems/2323","url":null,"abstract":"Introdução: A presença de poliformismos associados ao risco de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) se tornou um despertar de interesse para a genômica nutricional, que tem como foco o estudo da relação gene-nutriente, uma vez que vários nutrientes e compostos bioativos podem ter um papel importante na diminuição de tais doenças nos indivíduos. Objetivo: Analisar a contribuição da nutrigenômica para precaver os casos de DCNT, como obesidade, Diabetes Mellitus II, câncer, doenças inflamatórias intestinais e outras complicações, durante os últimos 3 anos. Material e Métodos: A pesquisa foi realizada a partir de 7 estudos retirados nas bases de dados SciElo, Web of, Science e Scopus. Publicados no período de 2018 e 2020, utilizando as palavras-chaves: “doenças crônicas não transmissíveis”, “nutrição”, “nutrigenômica” e “poliformismo”. Resultados: Estudos demonstraram que existem em nosso genoma diversos tipos de poliformismos, associados a incidência de DCNTs. Dentre eles temos os Poliformismos de Nucleotídeo Único (SNps) nos genes FTO; FADS1, ADRB2, LEPR, IL-6, LPIN1, AdipoR1, PPARγ, ZnT8, TCF7L2, BRCA1, PPM1K, RVD, DIO1-2, GPX-1,3, SEPHS1, SEPSECS e TXNRD2 e FOXO3. Com relação aos alimentos, temos aqueles à base de plantas, especialmente as frutas e hortaliças, que são fontes de uma variedade de compostos bioativos, como terpenóides, polifenóis, compostos de enxofre, alcalóides e poliaminas, em que a ingestão está ligado à proteção contra doenças crônicas. Compostos polifenóis, por exemplo, quando entram na via do fator nuclear κB (NF-κB) exercem a função de transcrição de vários genes, incluindo os que se relacionam com a produção de citocinas pró-inflamatórias, quimiocinas e moléculas essenciais para a resposta inflamatória, que irão exerce importante ação no retardo de DCNTs. Conclusão: Os resultados nutrigenômicos servem como parâmetro para a análise das DCNTs no período de três anos. Mas, é necessário corroborar que elas são resultado de uma rede de fatores, não apenas genéticos e nutricionais, mas também, ambientais, como a prática de atividade física, uso de álcool e tabaco e fatores individuais. Sendo de grande relevância entender melhor a interação gene-nutriente e seu papel para a saúde da população portadora de DCNTs ou em processo de tratamento.","PeriodicalId":260466,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Biologia Molecular On-line","volume":"7 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116154753","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Maria Paula Santana Lima, Luiz Fernando Moraes Silva
Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é definido como um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social com padrões repetitivos e estereotipados de comportamento, sendo classificado como “espectro” porque concebe diferentes graus de gravidade. Sua etiologia ainda é desconhecida, mas existem indícios que variações genéticas diversas e fatores ambientais podem afetar o desenvolvimento do cérebro nesta condição. Mutações em regiões que regulam a expressão gênica no DNA codificante de proteínas (éxons) aumentam o risco de desenvolver autismo, e, recentemente foi descoberto que mutações em regiões do DNA não-codificante, antes referidas como “DNA lixo" por serem consideradas não funcionais, podem estar relacionadas ao desenvolvimento do transtorno. Objetivo: Analisar a associação entre mutações em regiões não-codificadoras do DNA com o Transtorno do Espectro Autista. Material e métodos: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados do Google Scholar e PubMed. Foram revisados 10 artigos científicos, utilizando os descritores “Autismo” e “DNA não-codificante” escritos em Inglês e português, publicados de 2015 a 2021. Resultados: Cada indivíduo com autismo pode possuir diferentes variações em sua estrutura genômica. Cerca de 98% do genoma consiste em regiões não-codificantes, que incluem íntrons, regiões promotoras, regiões regulatórias, regiões não traduzíveis (UTRs) e outras que ainda precisam ser exploradas, devido sua amplitude. Em um estudo publicado pela revista Science, conduzido por Sebat, no qual o progresso está sendo baseado em estatísticas do sequenciamento do genoma completo realizado em famílias de indivíduos com TEA, os pesquisadores estavam interessados em partes do DNA não-codificante que regulam a expressão gênica. Foram identificados em indivíduos no espectro autista variantes estruturais nessas regiões, onde grandes sequências de DNA estavam invertidas, duplicadas ou deletadas, quando comparadas com a de seus familiares. Esse estudo também sugere que essas mutações genéticas em indivíduos autistas podem ter sido herdadas de seus pais. Conclusão: Variações genéticas funcionais e regulatórias que ocorrem nas extensas regiões de DNA não-codificante de proteínas ainda permanecem mal compreendidas, necessitando de mais pesquisas que busquem compreender melhor as funções desse tipo de DNA, para que seja possível evidenciar se existe essa associação com desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista.
{"title":"ALTERAÇÕES EM REGIÕES NÃO-CODIFICADORAS DO GENOMA NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA","authors":"Maria Paula Santana Lima, Luiz Fernando Moraes Silva","doi":"10.51161/rems/2316","DOIUrl":"https://doi.org/10.51161/rems/2316","url":null,"abstract":"Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é definido como um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social com padrões repetitivos e estereotipados de comportamento, sendo classificado como “espectro” porque concebe diferentes graus de gravidade. Sua etiologia ainda é desconhecida, mas existem indícios que variações genéticas diversas e fatores ambientais podem afetar o desenvolvimento do cérebro nesta condição. Mutações em regiões que regulam a expressão gênica no DNA codificante de proteínas (éxons) aumentam o risco de desenvolver autismo, e, recentemente foi descoberto que mutações em regiões do DNA não-codificante, antes referidas como “DNA lixo\" por serem consideradas não funcionais, podem estar relacionadas ao desenvolvimento do transtorno. Objetivo: Analisar a associação entre mutações em regiões não-codificadoras do DNA com o Transtorno do Espectro Autista. Material e métodos: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados do Google Scholar e PubMed. Foram revisados 10 artigos científicos, utilizando os descritores “Autismo” e “DNA não-codificante” escritos em Inglês e português, publicados de 2015 a 2021. Resultados: Cada indivíduo com autismo pode possuir diferentes variações em sua estrutura genômica. Cerca de 98% do genoma consiste em regiões não-codificantes, que incluem íntrons, regiões promotoras, regiões regulatórias, regiões não traduzíveis (UTRs) e outras que ainda precisam ser exploradas, devido sua amplitude. Em um estudo publicado pela revista Science, conduzido por Sebat, no qual o progresso está sendo baseado em estatísticas do sequenciamento do genoma completo realizado em famílias de indivíduos com TEA, os pesquisadores estavam interessados em partes do DNA não-codificante que regulam a expressão gênica. Foram identificados em indivíduos no espectro autista variantes estruturais nessas regiões, onde grandes sequências de DNA estavam invertidas, duplicadas ou deletadas, quando comparadas com a de seus familiares. Esse estudo também sugere que essas mutações genéticas em indivíduos autistas podem ter sido herdadas de seus pais. Conclusão: Variações genéticas funcionais e regulatórias que ocorrem nas extensas regiões de DNA não-codificante de proteínas ainda permanecem mal compreendidas, necessitando de mais pesquisas que busquem compreender melhor as funções desse tipo de DNA, para que seja possível evidenciar se existe essa associação com desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista.","PeriodicalId":260466,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Biologia Molecular On-line","volume":"5 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124564622","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Marceli Raquel Burin, Vanessa Backes Nascimento Diel
Introdução: O Butia yatay é uma espécie nativa do Rio Grande do Sul, pertencente à família Arecaceae, sua ocorrência é restrita a poucos municípios e por isso encontra-se inserido na lista da flora ameaçada de extinção do Brasil e do Rio Grande do Sul. Neste sentido, conhecer a genética da espécie através de técnicas moleculares e análise da variabilidade genética proporcionam a identificação das populações prioritárias para o desenvolvimento de ações conservacionistas eficazes. Objetivo: Identificar os dados genéticos conhecidos da espécie Butia yatay, assim como a variabilidade da população e sua filogenia. Metodologia: Revisão da literatura na base de dados do Google Acadêmico entre 2017 e 2021, utilizando as palavras-chave “Genética Butia yatay” e “Variabilidade Genética Butia yatay”, assim como buscas no site NCBI com a palavra-chave “Butia yatay”. Resultados: A espécie possui 16 pares de cromossomos homólogos diplóides, sendo que 14 apresentam a forma metacêntrica, 12 submetacêntrica e 6 acrocêntrica, o cariótipo ainda exibe um par de cromossomos satelitados metacêntricos e um par satelitado submetacêntrico. Já do ponto de vista filogenético, o gênero Butia, assim como os outros gêneros pertencentes à tribo Cocoseae são reconhecidos como um grupo monofilético, além disso, o gênero em questão é mencionado como um grupo monofilético irmão do Jubaea e do Syagrus, sendo relatados casos de hibridismo entre eles. No que se refere a variabilidade genética, estudos relatam uma grande diversidade genética dentro das populações remanescentes de B. yatay, no entanto, essa variabilidade entre populações diferentes é baixa. Com relação às sequências nucleotídicas da espécie disponíveis no NCBI, foram encontradas, o fator de transcrição WRKY7 locus ACY24223 124, fator de transcrição WRKY2 locus ACY24151 161 e a sequência de DNA cloroplastidial da proteína Maturase, locus BAD20588 513. Conclusão: É evidente a carência de estudos genéticos para a espécie em questão, visto que há poucos dados moleculares publicados, consequentemente, também há dificuldade para a realização de estudos com marcadores genéticos, a fim de conhecer melhor a filogenia e a variabilidade genética das populações de Butia yatay.
简介:Butia yatay是大南里约热内卢Grande do Sul的本地种,属于槟榔科,其分布仅限于少数城市,因此被列入巴西和大南里约热内卢Grande do Sul的濒危植物名录。从这个意义上说,通过分子技术了解物种的遗传学和遗传变异分析,可以确定优先种群,以便采取有效的保护行动。摘要目的:鉴定Butia yatay种的已知遗传资料、种群变异性及其系统发育。方法:对谷歌学术数据库2017 - 2021年的文献进行综述,使用关键词“遗传学Butia yatay”和“遗传变异Butia yatay”,并在NCBI网站上使用关键词“Butia yatay”进行搜索。结果:该物种有16对二倍体同源染色体,其中稳心型14对,亚稳心型12对,端心型6对,核型1对稳心卫星染色体和1对亚稳心卫星染色体。从系统发育的角度来看,Butia属和Cocoseae部落的其他属被认为是一个单系类群,并且该属被认为是Jubaea和Syagrus的姐妹单系类群,并有杂交的报道。在遗传变异方面,研究表明,雅泰剩余居群内遗传变异较大,但不同居群间遗传变异较低。在NCBI中发现了转录因子WRKY7位点ACY24223 124、转录因子WRKY2位点ACY24151 161和成熟酶蛋白的叶绿体DNA序列BAD20588 513。结论:由于发表的分子数据较少,对该物种的遗传研究明显缺乏,因此,利用遗传标记进行研究以更好地了解Butia yatay群体的系统发育和遗传变异也存在困难。
{"title":"DADOS MOLECULARES CONHECIDOS PARA A ESPÉCIE BUTIA YATAY","authors":"Marceli Raquel Burin, Vanessa Backes Nascimento Diel","doi":"10.51161/rems/2328","DOIUrl":"https://doi.org/10.51161/rems/2328","url":null,"abstract":"Introdução: O Butia yatay é uma espécie nativa do Rio Grande do Sul, pertencente à família Arecaceae, sua ocorrência é restrita a poucos municípios e por isso encontra-se inserido na lista da flora ameaçada de extinção do Brasil e do Rio Grande do Sul. Neste sentido, conhecer a genética da espécie através de técnicas moleculares e análise da variabilidade genética proporcionam a identificação das populações prioritárias para o desenvolvimento de ações conservacionistas eficazes. Objetivo: Identificar os dados genéticos conhecidos da espécie Butia yatay, assim como a variabilidade da população e sua filogenia. Metodologia: Revisão da literatura na base de dados do Google Acadêmico entre 2017 e 2021, utilizando as palavras-chave “Genética Butia yatay” e “Variabilidade Genética Butia yatay”, assim como buscas no site NCBI com a palavra-chave “Butia yatay”. Resultados: A espécie possui 16 pares de cromossomos homólogos diplóides, sendo que 14 apresentam a forma metacêntrica, 12 submetacêntrica e 6 acrocêntrica, o cariótipo ainda exibe um par de cromossomos satelitados metacêntricos e um par satelitado submetacêntrico. Já do ponto de vista filogenético, o gênero Butia, assim como os outros gêneros pertencentes à tribo Cocoseae são reconhecidos como um grupo monofilético, além disso, o gênero em questão é mencionado como um grupo monofilético irmão do Jubaea e do Syagrus, sendo relatados casos de hibridismo entre eles. No que se refere a variabilidade genética, estudos relatam uma grande diversidade genética dentro das populações remanescentes de B. yatay, no entanto, essa variabilidade entre populações diferentes é baixa. Com relação às sequências nucleotídicas da espécie disponíveis no NCBI, foram encontradas, o fator de transcrição WRKY7 locus ACY24223 124, fator de transcrição WRKY2 locus ACY24151 161 e a sequência de DNA cloroplastidial da proteína Maturase, locus BAD20588 513. Conclusão: É evidente a carência de estudos genéticos para a espécie em questão, visto que há poucos dados moleculares publicados, consequentemente, também há dificuldade para a realização de estudos com marcadores genéticos, a fim de conhecer melhor a filogenia e a variabilidade genética das populações de Butia yatay.","PeriodicalId":260466,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Biologia Molecular On-line","volume":"32 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126900047","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Alisson Wilians Teixeira Silva, Sâmera de Souza Breves, F. R. Silva
Introdução: Os microRNAs são uma importante classe de pequenos RNAs endógenos não codantes. Esses pequenos RNAs (~ 22 nucleotídeos) agem como guia para um complexo ribonucleoprotéico clivar ou inibir o RNA mensageiro, atuando, desta forma, no silenciamento gênico pós-transcricional. Objetivo: O presente trabalho visou realizar uma breve revisão acerca da importância dos miRNAs no desenvolvimento vegetal. Material e Métodos: Desta forma, foi realizado um levantamento bibliográfico nas plataformas Google Scholar, Periódico CAPES, PubMed, Scielo e em livros acadêmicos. As palavras-chave utilizadas foram: Plant microRNAs, Plant microRNAs biogenesis, microRNAs in Plant development. De acordo com o levantamento os genes de miRNAs em plantas estão localizados, predominantemente, nas regiões intergênicas e são transcritos em um microRNA primário de fita dupla (pri-miRNA). Resultados: O pri-miRNA é processado por um complexo enzimático contendo diversas enzimas, entre elas a Dicer-Like1 (DCL1), originando um microRNA precursor (pre-miRNA) que também é processado no núcleo pelo complexo DCL1. Nessa etapa, a proteína Hua-Ehancer1 promove a metilação na hidroxila do carbono 2’ no último nucleotídeo, sendo essa modificação uma proteção contra a degradação química do miRNA. Com o auxílio da proteína Hasty (HST) o miRNA é transportado para o citoplasma e incorporado à proteína Argonauta (AGO1) formando o complexo RISC o qual poderá atuar clivando ou inibindo o mRNA, impedindo sua tradução. Com o avanço do sequenciamento de próxima geração (NGS) os estudos de transcriptomas permitiram a elucidação dos mecanismos de ação dos microRNAs, sendo possível a compreensão desde sua biogênese, regulação da abundância e interação com o mRNA. Conclusão: Os microRNAs possuem papel fundamental na embriogênese, organogênese, nas rotas metabólicas dos vegetais; são de extrema importância no controle de estresses bióticos e abióticos e atuam na transição da fase vegetativa para a reprodutiva, no desenvolvimento radicular, foliar, de flores e frutos, entre outros. O entendimento do modo de ação desses pequenos RNAs nos tecidos vegetais é de grande relevância para os programas de melhoramento vegetal que tem como princípio a biotecnologia e a biologia molecular.
{"title":"ATUAÇÃO DOS MICRORNAS NO DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS: UMA REVISÃO","authors":"Alisson Wilians Teixeira Silva, Sâmera de Souza Breves, F. R. Silva","doi":"10.51161/rems/2324","DOIUrl":"https://doi.org/10.51161/rems/2324","url":null,"abstract":"Introdução: Os microRNAs são uma importante classe de pequenos RNAs endógenos não codantes. Esses pequenos RNAs (~ 22 nucleotídeos) agem como guia para um complexo ribonucleoprotéico clivar ou inibir o RNA mensageiro, atuando, desta forma, no silenciamento gênico pós-transcricional. Objetivo: O presente trabalho visou realizar uma breve revisão acerca da importância dos miRNAs no desenvolvimento vegetal. Material e Métodos: Desta forma, foi realizado um levantamento bibliográfico nas plataformas Google Scholar, Periódico CAPES, PubMed, Scielo e em livros acadêmicos. As palavras-chave utilizadas foram: Plant microRNAs, Plant microRNAs biogenesis, microRNAs in Plant development. De acordo com o levantamento os genes de miRNAs em plantas estão localizados, predominantemente, nas regiões intergênicas e são transcritos em um microRNA primário de fita dupla (pri-miRNA). Resultados: O pri-miRNA é processado por um complexo enzimático contendo diversas enzimas, entre elas a Dicer-Like1 (DCL1), originando um microRNA precursor (pre-miRNA) que também é processado no núcleo pelo complexo DCL1. Nessa etapa, a proteína Hua-Ehancer1 promove a metilação na hidroxila do carbono 2’ no último nucleotídeo, sendo essa modificação uma proteção contra a degradação química do miRNA. Com o auxílio da proteína Hasty (HST) o miRNA é transportado para o citoplasma e incorporado à proteína Argonauta (AGO1) formando o complexo RISC o qual poderá atuar clivando ou inibindo o mRNA, impedindo sua tradução. Com o avanço do sequenciamento de próxima geração (NGS) os estudos de transcriptomas permitiram a elucidação dos mecanismos de ação dos microRNAs, sendo possível a compreensão desde sua biogênese, regulação da abundância e interação com o mRNA. Conclusão: Os microRNAs possuem papel fundamental na embriogênese, organogênese, nas rotas metabólicas dos vegetais; são de extrema importância no controle de estresses bióticos e abióticos e atuam na transição da fase vegetativa para a reprodutiva, no desenvolvimento radicular, foliar, de flores e frutos, entre outros. O entendimento do modo de ação desses pequenos RNAs nos tecidos vegetais é de grande relevância para os programas de melhoramento vegetal que tem como princípio a biotecnologia e a biologia molecular.","PeriodicalId":260466,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Biologia Molecular On-line","volume":"337 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122750607","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}