O fenômeno bullying é uma subespécie de violência entre pares, complexo e multidimensional. Dentre os tipos específicos de violência, destaca-se neste estudo a violência praticada contra a pessoa deficiente, em contexto escolar, como uma das possibilidades a dificuldade da sociedade lidar com os diferentes. Assim como outros estudantes, os surdos são sujeitos passíveis de sofrerem bullying. Dessa forma, a presente pesquisa tem como objetivo geral verificar se o fenômeno bullying fez ou faz parte do cotidiano escolar de adolescentes surdos oralizados e usuários de aparelho auditivo de amplificação sonora individual, pacientes de um Serviço de Saúde Auditiva do Espírito Santo- ES. A amostra era composta de adolescentes com idades entre 12 e 18 anos. Estes responderam um formulário desenvolvido no Google Forms, composto por 40 questões, 1 aberta e 39 fechadas, organizadas em 3 sessões. Após a coleta, no que se refere aos aspectos quantitativos, os dados foram analisados por meio do software Statistical Package for Social Science (SPSS) versão 25 para Windows. A análise qualitativa foi encaminhada a partir dos três temas apresentados no formulário de coleta de dados. Estudos sobre a incidência de bullying indicam uma alta prevalência desse fenômeno em contexto escolar, porém, essa tendência não foi verificada no presente trabalho cuja amostra contemplou estudantes surdos. Acredita-se que a baixa incidência de bullying junto a amostra investigada pode ser devido ao número relativamente baixo de participantes surdos que aceitaram participar da pesquisa. Quando a prática de bullying foi mencionada, as formas de agressão mais frequentes foram a verbal, seguida da física e material, psicológica e o cyberbullying.
{"title":"reflexão sobre práticas violentas no processo de escolarização de surdos oralizados usuários de aparelho auditivo de amplificação sonora","authors":"Débora Brizon Braga, S. C. Pylro","doi":"10.5902/1984686x66812","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1984686x66812","url":null,"abstract":"O fenômeno bullying é uma subespécie de violência entre pares, complexo e multidimensional. Dentre os tipos específicos de violência, destaca-se neste estudo a violência praticada contra a pessoa deficiente, em contexto escolar, como uma das possibilidades a dificuldade da sociedade lidar com os diferentes. Assim como outros estudantes, os surdos são sujeitos passíveis de sofrerem bullying. Dessa forma, a presente pesquisa tem como objetivo geral verificar se o fenômeno bullying fez ou faz parte do cotidiano escolar de adolescentes surdos oralizados e usuários de aparelho auditivo de amplificação sonora individual, pacientes de um Serviço de Saúde Auditiva do Espírito Santo- ES. A amostra era composta de adolescentes com idades entre 12 e 18 anos. Estes responderam um formulário desenvolvido no Google Forms, composto por 40 questões, 1 aberta e 39 fechadas, organizadas em 3 sessões. Após a coleta, no que se refere aos aspectos quantitativos, os dados foram analisados por meio do software Statistical Package for Social Science (SPSS) versão 25 para Windows. A análise qualitativa foi encaminhada a partir dos três temas apresentados no formulário de coleta de dados. Estudos sobre a incidência de bullying indicam uma alta prevalência desse fenômeno em contexto escolar, porém, essa tendência não foi verificada no presente trabalho cuja amostra contemplou estudantes surdos. Acredita-se que a baixa incidência de bullying junto a amostra investigada pode ser devido ao número relativamente baixo de participantes surdos que aceitaram participar da pesquisa. Quando a prática de bullying foi mencionada, as formas de agressão mais frequentes foram a verbal, seguida da física e material, psicológica e o cyberbullying.","PeriodicalId":30343,"journal":{"name":"Revista Educacao Especial","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47338581","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Franciéle Carneiro Garcês da Silva, Daniela Medeiros, Maria Simone Vione Schwengber
Esse artigo problematiza a educação de surdos e a aquisição da linguagem como um processo de constituição de sujeitos da vida relacional e como indutora das condições de: aprendizagens, desenvolvimento cognitivo e das interações. Como corpus de análise escolhemos um vídeo bilíngue sobre a surdez e a Libras, publicado em 2020, no Youtube e no Instagram para destacar os enfrentamentos de uma criança surda no processo de escolarização e o pedido de comunicação digna. Diante disso, por meio da análise discursiva, o objetivo deste artigo é elucidar quais são os discursos desse vídeo sobre a surdez. Que discursos dele emergem? Destacamos, a partir do movimento de análise: quem é o sujeito do discurso e as posições que este ocupa; o apelo que a menina refere sobre as crianças surdas nas escolas comuns junto as ouvintes, indicando o desejo pela prática de inclusão escolar de um modo distinto daquele que vem sendo vivenciado por ela no momento atual; as discussões sobre o problema central, o (não) acesso à comunicação, já que são necessárias intervenções diversas (comunicação com os pares, com os professores, tradução simultânea, apoio de intérprete, entre outros), que nem sempre tornam acessíveis os conteúdos escolares; e, a reivindicação de uma cultura de comunicação entre surdos e ouvintes em uma tentativa de modificar suas experiências escolares.
{"title":"Subjetivações surdas: Discursos sobre a (in)existência da Libras no espaço escolar","authors":"Franciéle Carneiro Garcês da Silva, Daniela Medeiros, Maria Simone Vione Schwengber","doi":"10.5902/1984686x65929","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1984686x65929","url":null,"abstract":"Esse artigo problematiza a educação de surdos e a aquisição da linguagem como um processo de constituição de sujeitos da vida relacional e como indutora das condições de: aprendizagens, desenvolvimento cognitivo e das interações. Como corpus de análise escolhemos um vídeo bilíngue sobre a surdez e a Libras, publicado em 2020, no Youtube e no Instagram para destacar os enfrentamentos de uma criança surda no processo de escolarização e o pedido de comunicação digna. Diante disso, por meio da análise discursiva, o objetivo deste artigo é elucidar quais são os discursos desse vídeo sobre a surdez. Que discursos dele emergem? Destacamos, a partir do movimento de análise: quem é o sujeito do discurso e as posições que este ocupa; o apelo que a menina refere sobre as crianças surdas nas escolas comuns junto as ouvintes, indicando o desejo pela prática de inclusão escolar de um modo distinto daquele que vem sendo vivenciado por ela no momento atual; as discussões sobre o problema central, o (não) acesso à comunicação, já que são necessárias intervenções diversas (comunicação com os pares, com os professores, tradução simultânea, apoio de intérprete, entre outros), que nem sempre tornam acessíveis os conteúdos escolares; e, a reivindicação de uma cultura de comunicação entre surdos e ouvintes em uma tentativa de modificar suas experiências escolares.","PeriodicalId":30343,"journal":{"name":"Revista Educacao Especial","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47201247","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A tecnologia assistiva (TA) tem se mostrado uma importante ferramenta nos processos de ensino e aprendizagem em sujeitos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Uma vez introduzidas no contexto da educação especial, essas ferramentas podem subsidiar uma autonomia e melhor assimilação dos conteúdos abordados nos diversos contextos de ensino. Assim, o presente artigo aborda um relato de caso, no qual um sujeito em idade pré-escolar diagnosticado com TEA fez utilização do aplicativo SpeeCH como TA no auxílio do desenvolvimento da sua fala e posterior comunicação oral. Para isso, a criança foi apresentada a pranchas de imagens (animais e alfabeto) que o aplicativo possui, por duas semanas. Enquanto a criança fazia utilização do aplicativo, foram feitas observações e anotações das interações que a criança tinha com a TA. Os resultados demonstraram que, à medida que a criança era apresentada ao aplicativo, sua autonomia quanto à usabilidade do mesmo aumentava. Diante do exposto, o presente trabalho concluiu que o aplicativo SpeeCH possui potencial para ser utilizado como TA no auxílio do desenvolvimento da fala e oralidade em sujeitos diagnosticados com TEA.
{"title":"Uso do aplicativo SpeeCH como tecnologia assistiva para uma criança com transtorno do espectro autista (TEA): um estudo de caso","authors":"Matheus Santos Costa, Vasti Ferreira Gonçalves Costa, Niltom Vieira Júnior","doi":"10.5902/1984686x70474","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1984686x70474","url":null,"abstract":"A tecnologia assistiva (TA) tem se mostrado uma importante ferramenta nos processos de ensino e aprendizagem em sujeitos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Uma vez introduzidas no contexto da educação especial, essas ferramentas podem subsidiar uma autonomia e melhor assimilação dos conteúdos abordados nos diversos contextos de ensino. Assim, o presente artigo aborda um relato de caso, no qual um sujeito em idade pré-escolar diagnosticado com TEA fez utilização do aplicativo SpeeCH como TA no auxílio do desenvolvimento da sua fala e posterior comunicação oral. Para isso, a criança foi apresentada a pranchas de imagens (animais e alfabeto) que o aplicativo possui, por duas semanas. Enquanto a criança fazia utilização do aplicativo, foram feitas observações e anotações das interações que a criança tinha com a TA. Os resultados demonstraram que, à medida que a criança era apresentada ao aplicativo, sua autonomia quanto à usabilidade do mesmo aumentava. Diante do exposto, o presente trabalho concluiu que o aplicativo SpeeCH possui potencial para ser utilizado como TA no auxílio do desenvolvimento da fala e oralidade em sujeitos diagnosticados com TEA.","PeriodicalId":30343,"journal":{"name":"Revista Educacao Especial","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49593953","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O objetivo deste artigo é analisar as estratégias da Política Nacional de Educação Especial: equitativa, inclusiva e com aprendizado ao longo da vida (PNEE), que foi instituída pelo polêmico Decreto nº 10.502/2020. O método crítico-dialético do materialismo histórico-dialético (MARX, 1985) e as categorias de análise Estado e contradição auxiliaram no desvelamento da essência do objeto alvo de investigação, inserido no contexto dos antagonismos de classe que refletem as contradições do Estado. Na tônica desse debate, ao analisar os documentos consultados, verificou-se que as estratégias da PNEE e do decreto que a instituiu são excludentes e ilegais, posto que não coadunam com os normativos sistematizados legalmente em prol da inclusão do público-alvo da educação especial. Constatou-se ainda, que a proposta da política de criar escolas e classes especializadas e a aprovação do ‘Decreto da Exclusão’ sem a participação social das pessoas com deficiência, contrariam o pacto firmado na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e no seu Protocolo Facultativo (2007), e a luta de mais de 30 anos de representantes do poder público e da sociedade civil pela garantia do direito à educação a esse público-alvo.
{"title":"Nova Política Nacional de Educação Especial: nos ditames da inclusão ou nos estigmas da exclusão?","authors":"Lorrana Oliveira Nunes, A. C. D. S. Rodrigues","doi":"10.5902/1984686x70955","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1984686x70955","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é analisar as estratégias da Política Nacional de Educação Especial: equitativa, inclusiva e com aprendizado ao longo da vida (PNEE), que foi instituída pelo polêmico Decreto nº 10.502/2020. O método crítico-dialético do materialismo histórico-dialético (MARX, 1985) e as categorias de análise Estado e contradição auxiliaram no desvelamento da essência do objeto alvo de investigação, inserido no contexto dos antagonismos de classe que refletem as contradições do Estado. Na tônica desse debate, ao analisar os documentos consultados, verificou-se que as estratégias da PNEE e do decreto que a instituiu são excludentes e ilegais, posto que não coadunam com os normativos sistematizados legalmente em prol da inclusão do público-alvo da educação especial. Constatou-se ainda, que a proposta da política de criar escolas e classes especializadas e a aprovação do ‘Decreto da Exclusão’ sem a participação social das pessoas com deficiência, contrariam o pacto firmado na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e no seu Protocolo Facultativo (2007), e a luta de mais de 30 anos de representantes do poder público e da sociedade civil pela garantia do direito à educação a esse público-alvo.","PeriodicalId":30343,"journal":{"name":"Revista Educacao Especial","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47860314","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Ana Rebeca Medeiros Nunes de Oliveira, Terezinha Teixeira Joca, Marilene Calderaro Munguba, L. Bloc
A sigla Coda foi criada para nomear os filhos ouvintes de pais surdos, uma abreviação para o termo em inglês “child of deaf adults”. São pessoas que transitam entre "dois mundos", vivendo suas experiências no mundo surdo, ao relacionar-se com a cultura e comunidade surda e comunicar-se com línguas de sinais, ao mesmo tempo que convive com costumes, povos e línguas do mundo ouvinte, e que exercem uma possível mediação cultural diante dessas comunidades. Este artigo tem como objetivo compreender o mundo vivido (Lebenswel) do sujeito Coda, que vive com características distintas, imerso no mundo ouvinte, e o mundo surdo. Este estudo é de cunho qualitativo, relevando aspectos voltados à realidade do sujeito e suas relações sociais, abordando questões culturais e identitárias. A partir do método fenomenológico, inspirado em Merleau-Ponty, no período de fevereiro a junho de 2019, foram realizadas a coleta de informações e sua análise a partir de entrevistas semiestruturadas com quatro participantes Codas. A análise dos dados seguiu os seguintes passos: divisão do texto nativo; análise descritiva e “sair dos parênteses”. Foram estabelecidas como categorias para análise: a responsabilidade de ser Coda e a experiência entre os dois mundos. Entende-se que a experiência diante do mundo vivido do Coda é atravessada tanto por um lugar comum de ser Coda, quanto por uma experiência singular. Conclui-se que não há como separar a experiência do vivido do sujeito Coda em mundo ouvinte e mundo surdo, pois ele se constitui entre esses dois mundos.
{"title":"Entre “Dois Mundos”: A Experiência Vivida do Sujeito CODA","authors":"Ana Rebeca Medeiros Nunes de Oliveira, Terezinha Teixeira Joca, Marilene Calderaro Munguba, L. Bloc","doi":"10.5902/1984686x64875","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1984686x64875","url":null,"abstract":"A sigla Coda foi criada para nomear os filhos ouvintes de pais surdos, uma abreviação para o termo em inglês “child of deaf adults”. São pessoas que transitam entre \"dois mundos\", vivendo suas experiências no mundo surdo, ao relacionar-se com a cultura e comunidade surda e comunicar-se com línguas de sinais, ao mesmo tempo que convive com costumes, povos e línguas do mundo ouvinte, e que exercem uma possível mediação cultural diante dessas comunidades. Este artigo tem como objetivo compreender o mundo vivido (Lebenswel) do sujeito Coda, que vive com características distintas, imerso no mundo ouvinte, e o mundo surdo. Este estudo é de cunho qualitativo, relevando aspectos voltados à realidade do sujeito e suas relações sociais, abordando questões culturais e identitárias. A partir do método fenomenológico, inspirado em Merleau-Ponty, no período de fevereiro a junho de 2019, foram realizadas a coleta de informações e sua análise a partir de entrevistas semiestruturadas com quatro participantes Codas. A análise dos dados seguiu os seguintes passos: divisão do texto nativo; análise descritiva e “sair dos parênteses”. Foram estabelecidas como categorias para análise: a responsabilidade de ser Coda e a experiência entre os dois mundos. Entende-se que a experiência diante do mundo vivido do Coda é atravessada tanto por um lugar comum de ser Coda, quanto por uma experiência singular. Conclui-se que não há como separar a experiência do vivido do sujeito Coda em mundo ouvinte e mundo surdo, pois ele se constitui entre esses dois mundos.","PeriodicalId":30343,"journal":{"name":"Revista Educacao Especial","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49142724","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo é um recorte de uma dissertação que teve como objetivo compreender os significados de surdez construídos por professoras da cidade de Venturosa, visibilizando, desta forma, o Agreste pernambucano. Teoricamente, partimos do conceito de “significado”, entendido como construção socialmente compartilhado e constitutivo de modelos indutivos que possibilitam professores a lidar com o imprevisível em sala de aula. Consideram-se o campo em disputas das práticas pedagógicas com a população surda. Do ponto de vista metodológico, 49 professoras responderam a um questionário contendo dez questões abertas e uma escala Likert com 20 itens. Os dados ilustraram uma distância entre o conceito de surdez e a prática profissional de professoras que não convivem com pessoas surdas e/ou com pouca aproximação com a Libras. Estes resultados evidenciaram as posturas que fazem diferenciar a surdez e a deficiência auditiva: presença da fala oral, momento de aparecimento da surdez e nível/grau da audição. Notou-se também uma sensibilidade das participantes ao modelo inclusivo, apesar de uma dificuldade de implementação na educação regular e uma resistência à educação bilíngue (Português-Libras). A invisibilidade científica de regiões como o Agreste Pernambucano justifica estudos que denunciem a defasagem de formação, tanto inicial quanto continuada, longe das metrópoles. Nesse campo de disputas, as professoras lidam com suas defasagens, seus pertencimentos e uma prática que não consegue ser prescrita por completo, já que as “receitas” não funcionam.
{"title":"Significados de surdez segundo professoras de Venturosa no Agreste pernambucano","authors":"Phagner Ramos Tavares, Elaine Magalhães Costa-Fernandez","doi":"10.5902/1984686x64157","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1984686x64157","url":null,"abstract":"Este artigo é um recorte de uma dissertação que teve como objetivo compreender os significados de surdez construídos por professoras da cidade de Venturosa, visibilizando, desta forma, o Agreste pernambucano. Teoricamente, partimos do conceito de “significado”, entendido como construção socialmente compartilhado e constitutivo de modelos indutivos que possibilitam professores a lidar com o imprevisível em sala de aula. Consideram-se o campo em disputas das práticas pedagógicas com a população surda. Do ponto de vista metodológico, 49 professoras responderam a um questionário contendo dez questões abertas e uma escala Likert com 20 itens. Os dados ilustraram uma distância entre o conceito de surdez e a prática profissional de professoras que não convivem com pessoas surdas e/ou com pouca aproximação com a Libras. Estes resultados evidenciaram as posturas que fazem diferenciar a surdez e a deficiência auditiva: presença da fala oral, momento de aparecimento da surdez e nível/grau da audição. Notou-se também uma sensibilidade das participantes ao modelo inclusivo, apesar de uma dificuldade de implementação na educação regular e uma resistência à educação bilíngue (Português-Libras). A invisibilidade científica de regiões como o Agreste Pernambucano justifica estudos que denunciem a defasagem de formação, tanto inicial quanto continuada, longe das metrópoles. Nesse campo de disputas, as professoras lidam com suas defasagens, seus pertencimentos e uma prática que não consegue ser prescrita por completo, já que as “receitas” não funcionam.","PeriodicalId":30343,"journal":{"name":"Revista Educacao Especial","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49009422","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo analisa o currículo do Programa Imersão Docente – Educação Especial, projeto de formação docente inicial desenvolvido em um Colégio de Aplicação, que proporciona o contato de graduandos/as com turmas que têm estudantes público-alvo da Educação Especial (PAEE) incluídos. Esses/as graduandos/as realizam atividades que se aproximam das desenvolvidas por aqueles/as que a legislação nomeia como Profissionais de Apoio à Inclusão. Com base em uma perspectiva pós-crítica, o objetivo deste estudo foi compreender as práticas demandadas aos/às graduandos/as quando assumiam essa posição de sujeito, partindo de seus relatos e percepções sobre o Programa. Utilizando entrevistas narrativas como metodologia, o argumento desenvolvido é o de que essa posição de sujeito tem como marcas as práticas de cuidado com o outro e a construção de estratégias de mediação entre o conhecimento escolar e os/as educandos PAEE. O processo de produção dessa posição de sujeito não se dá, todavia, sem conflitos que se manifestam pelo cansaço e pela responsabilização que muitos/as graduandos/as sentem.
{"title":"Profissionais de apoio à inclusão e currículo de formação de professores/as","authors":"Maria Carolina da Silva Caldeira, M. Paraíso","doi":"10.5902/1984686x71379","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1984686x71379","url":null,"abstract":"Este artigo analisa o currículo do Programa Imersão Docente – Educação Especial, projeto de formação docente inicial desenvolvido em um Colégio de Aplicação, que proporciona o contato de graduandos/as com turmas que têm estudantes público-alvo da Educação Especial (PAEE) incluídos. Esses/as graduandos/as realizam atividades que se aproximam das desenvolvidas por aqueles/as que a legislação nomeia como Profissionais de Apoio à Inclusão. Com base em uma perspectiva pós-crítica, o objetivo deste estudo foi compreender as práticas demandadas aos/às graduandos/as quando assumiam essa posição de sujeito, partindo de seus relatos e percepções sobre o Programa. Utilizando entrevistas narrativas como metodologia, o argumento desenvolvido é o de que essa posição de sujeito tem como marcas as práticas de cuidado com o outro e a construção de estratégias de mediação entre o conhecimento escolar e os/as educandos PAEE. O processo de produção dessa posição de sujeito não se dá, todavia, sem conflitos que se manifestam pelo cansaço e pela responsabilização que muitos/as graduandos/as sentem.","PeriodicalId":30343,"journal":{"name":"Revista Educacao Especial","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48861297","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A igualdade é um ideal perseguido pela Modernidade; porém quanto mais a defendemos, parece que mais nos afastamos dela. Aqui, assume-se o pressuposto de que tal afastamento conecta-se com uma crescente adesão a variados “tipos” de fundamentalismos. Para compreender as conexões entre o ideal da igualdade e os fundamentalismos contemporâneos, aborda-se a relação entre os discursos pela igualdade e a deficiência, com foco nos mecanismos de positivação das desigualdades, circulando nas escolas de educação básica. Entende-se por positivação das desigualdades as práticas que marcam a presença da pessoa com deficiência e somam (de)méritos àqueles que com ela convive. As estatísticas das matrículas — da inclusão de pessoas com deficiência nas escolas de Educação Básica — e as narrativas docentes sobre práticas pedagógicas permitem concluir que discursos fundamentalistas sustentam a positivação das desigualdades e estigmatizam as pessoas com deficiência.
{"title":"Fundamentalismo e deficiência: a obstinação moderna pela igualdade","authors":"Maura Corcini Lopes, A. Veiga-Neto","doi":"10.5902/1984686x71470","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1984686x71470","url":null,"abstract":"A igualdade é um ideal perseguido pela Modernidade; porém quanto mais a defendemos, parece que mais nos afastamos dela. Aqui, assume-se o pressuposto de que tal afastamento conecta-se com uma crescente adesão a variados “tipos” de fundamentalismos. Para compreender as conexões entre o ideal da igualdade e os fundamentalismos contemporâneos, aborda-se a relação entre os discursos pela igualdade e a deficiência, com foco nos mecanismos de positivação das desigualdades, circulando nas escolas de educação básica. Entende-se por positivação das desigualdades as práticas que marcam a presença da pessoa com deficiência e somam (de)méritos àqueles que com ela convive. As estatísticas das matrículas — da inclusão de pessoas com deficiência nas escolas de Educação Básica — e as narrativas docentes sobre práticas pedagógicas permitem concluir que discursos fundamentalistas sustentam a positivação das desigualdades e estigmatizam as pessoas com deficiência.","PeriodicalId":30343,"journal":{"name":"Revista Educacao Especial","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49241828","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo tem como objetivo apresentar uma análise dos Grupos de Pesquisa relacionados à Educação Especial (EE) cadastrados no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil (DGPB), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Argumenta-se, a partir das concepções de Pierre Bourdieu, que os Grupos de Pesquisa em Educação Especial são espaços que permitem o desenvolvimento do habitus científico. No total, foram catalogados 265 Grupos de Pesquisa, dos quais 203 (76,6%) são relacionados à Educação Especial e 63 (23,3%) são específicos do campo da Educação Especial. Os Grupos relacionados à Educação Especial estão infiltrados, organizados e distribuídos no âmbito de Grupos de Pesquisa mais amplos, com sua participação assegurada por meio de Linhas de Pesquisa específicas que se desdobram em temáticas diversas. Os grupos específicos apresentam a Educação Especial como objeto de pesquisa prioritário, apresentando temáticas diversas e especificando suas produções, compondo importante elemento do campo acadêmico da Educação. Os dados agrupados indicam que, de modo geral, o campo da Educação Especial é abrangente e diversificado e vem crescendo de forma significativa, embora ainda insuficiente para a dimensão do país e suas demandas.
{"title":"Educação Especial: análise do perfil de grupos de pesquisa cadastrados no CNPq","authors":"J. Mainardes, R. C. Casagrande","doi":"10.5902/1984686x70831","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1984686x70831","url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo apresentar uma análise dos Grupos de Pesquisa relacionados à Educação Especial (EE) cadastrados no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil (DGPB), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Argumenta-se, a partir das concepções de Pierre Bourdieu, que os Grupos de Pesquisa em Educação Especial são espaços que permitem o desenvolvimento do habitus científico. No total, foram catalogados 265 Grupos de Pesquisa, dos quais 203 (76,6%) são relacionados à Educação Especial e 63 (23,3%) são específicos do campo da Educação Especial. Os Grupos relacionados à Educação Especial estão infiltrados, organizados e distribuídos no âmbito de Grupos de Pesquisa mais amplos, com sua participação assegurada por meio de Linhas de Pesquisa específicas que se desdobram em temáticas diversas. Os grupos específicos apresentam a Educação Especial como objeto de pesquisa prioritário, apresentando temáticas diversas e especificando suas produções, compondo importante elemento do campo acadêmico da Educação. Os dados agrupados indicam que, de modo geral, o campo da Educação Especial é abrangente e diversificado e vem crescendo de forma significativa, embora ainda insuficiente para a dimensão do país e suas demandas.","PeriodicalId":30343,"journal":{"name":"Revista Educacao Especial","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47143072","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este estudo realiza um levantamento sobre pesquisas que abordam jogos voltados para o ensino de línguas de sinais ou de línguas orais escritas para surdos com objetivo de mapear e caracterizar os jogos que têm sido utilizados em contextos educacionais. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura nas bases Education Resources Information Center (ERIC), Web of Science e Scopus, utilizando como termos de busca as palavras: game, deaf e sign language. Na primeira busca, foram encontrados um total de 530 artigos. A seleção com base nos critérios de inclusão e exclusão resultou na análise de 31 trabalhos. A maioria dos jogos utilizados nos trabalhos são digitais, e um terço deles faz uso de algum dispositivo eletrônico para reconhecimento de gestos ou sensores. Os jogos para ensino de língua de sinais ou bilíngues representam a maioria dos estudos selecionados, porém observamos que boa parte ensina apenas o alfabeto manual ou sinais isolados das línguas de sinais. Poucos jogos fizeram o uso das línguas de sinais em situações que simulem um contexto real de comunicação.
{"title":"Jogos para o ensino de línguas de sinais/línguas orais escritas para surdos: uma revisão sistemática da literatura","authors":"Daieli Althaus, D. Ramos","doi":"10.5902/1984686x65227","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1984686x65227","url":null,"abstract":"Este estudo realiza um levantamento sobre pesquisas que abordam jogos voltados para o ensino de línguas de sinais ou de línguas orais escritas para surdos com objetivo de mapear e caracterizar os jogos que têm sido utilizados em contextos educacionais. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura nas bases Education Resources Information Center (ERIC), Web of Science e Scopus, utilizando como termos de busca as palavras: game, deaf e sign language. Na primeira busca, foram encontrados um total de 530 artigos. A seleção com base nos critérios de inclusão e exclusão resultou na análise de 31 trabalhos. A maioria dos jogos utilizados nos trabalhos são digitais, e um terço deles faz uso de algum dispositivo eletrônico para reconhecimento de gestos ou sensores. Os jogos para ensino de língua de sinais ou bilíngues representam a maioria dos estudos selecionados, porém observamos que boa parte ensina apenas o alfabeto manual ou sinais isolados das línguas de sinais. Poucos jogos fizeram o uso das línguas de sinais em situações que simulem um contexto real de comunicação.","PeriodicalId":30343,"journal":{"name":"Revista Educacao Especial","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47153916","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}