Pub Date : 2022-04-22DOI: 10.5380/petfilo.v21i1.81420
Cleópatra Steffane Melisinas Citron
Quais os pressupostos que fizeram a ciência – ou certa concepção de ciência, moderna – ser responsável por um “desencantamento do mundo”? É esta a questão que motiva o desenvolvimento deste artigo a partir de um sobrevoo pelo modo distinto como dois importantes filósofos trabalham seus conceitos: a noção de “ideia” em Platão e a de “forma” em Bacon. Ao detectar, rastrear e interpretar as raízes do conceito baconiano de “forma” no conceito originário de “ideia” platônica, é possível entender como a ciência moderna herdou, modificou e adaptou este conceito central da tradição de pensamento antiga para fundar os pressupostos das suas práticas. Por fim, tentamos mostrar como – talvez tendo nesta diferença conceitual apenas um dos seus vários motes – estão imbricadas no pensamento dos dois filósofos diferentes visões de mundo e diferentes modos de se relacionar com a natureza.
{"title":"Uma forma de (des)encantar o mundo: entre Patlão e Bacon","authors":"Cleópatra Steffane Melisinas Citron","doi":"10.5380/petfilo.v21i1.81420","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/petfilo.v21i1.81420","url":null,"abstract":"Quais os pressupostos que fizeram a ciência – ou certa concepção de ciência, moderna – ser responsável por um “desencantamento do mundo”? É esta a questão que motiva o desenvolvimento deste artigo a partir de um sobrevoo pelo modo distinto como dois importantes filósofos trabalham seus conceitos: a noção de “ideia” em Platão e a de “forma” em Bacon. Ao detectar, rastrear e interpretar as raízes do conceito baconiano de “forma” no conceito originário de “ideia” platônica, é possível entender como a ciência moderna herdou, modificou e adaptou este conceito central da tradição de pensamento antiga para fundar os pressupostos das suas práticas. Por fim, tentamos mostrar como – talvez tendo nesta diferença conceitual apenas um dos seus vários motes – estão imbricadas no pensamento dos dois filósofos diferentes visões de mundo e diferentes modos de se relacionar com a natureza.","PeriodicalId":30349,"journal":{"name":"Cadernos do Pet Filosofia","volume":"8 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"81929836","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-22DOI: 10.5380/petfilo.v21i1.82794
F. Muniz
O presente trabalho visa expor, utilizando dupla perspectiva, as tecnociências e suas inovações como resultantes do modo de produção capitalista e no que isso implica. Num primeiro momento, será apresentada a perspectiva utilizada por Deuleuze e Guattari em Mil Platôs para denotar a importância do Estado como garantidor de um modo de produção e como agenciador, via ordem jurídica, das linhas de fuga que emergem da sociedade, inclusive no que toca às inovações trazidas pelo desenvolvimento e ampliação dos conhecimentos e dos saberes. Na sequência, de forma complementar, serão abordados o capitalismo em si e alguns de seus fundamentos relevantes para a compreensão das consequências possíveis para as inovações tecnocientíficas, isso a partir de postulados da teoria materialista-histórica. Após, irá se procurar demonstrar a realização de um estatuto ético-jurídico brasileiro como agenciamento das modificações e inovações que dizem com uso de células tronco para pesquisas.
{"title":"Tecnociências, capitalismo, forças produtivas, células troncos e agenciamento estatal – Direito e Ética.","authors":"F. Muniz","doi":"10.5380/petfilo.v21i1.82794","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/petfilo.v21i1.82794","url":null,"abstract":"O presente trabalho visa expor, utilizando dupla perspectiva, as tecnociências e suas inovações como resultantes do modo de produção capitalista e no que isso implica. Num primeiro momento, será apresentada a perspectiva utilizada por Deuleuze e Guattari em Mil Platôs para denotar a importância do Estado como garantidor de um modo de produção e como agenciador, via ordem jurídica, das linhas de fuga que emergem da sociedade, inclusive no que toca às inovações trazidas pelo desenvolvimento e ampliação dos conhecimentos e dos saberes. Na sequência, de forma complementar, serão abordados o capitalismo em si e alguns de seus fundamentos relevantes para a compreensão das consequências possíveis para as inovações tecnocientíficas, isso a partir de postulados da teoria materialista-histórica. Após, irá se procurar demonstrar a realização de um estatuto ético-jurídico brasileiro como agenciamento das modificações e inovações que dizem com uso de células tronco para pesquisas.","PeriodicalId":30349,"journal":{"name":"Cadernos do Pet Filosofia","volume":"6 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"87383906","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-22DOI: 10.5380/petfilo.v21i1.81467
J. Campos
O texto consiste em uma tradução do artigo Penser l’après : Sciences, pouvoir et opinions dans l’après Covid-19 escrito pela professora e filósofa de ciências Bernadette Bensaude-Vincent. A tradução foi autorizada pela autora e sua eventual publicação deve seguir as diretrizes do jornal The Conversation, no qual o artigo foi originalmente publicado. A partir das medidas implementadas mundialmente para o combate ao coronavírus, a autora analisa o vínculo entre as comunidades científicas e o governo. A gestão da crise sanitária, segundo Bensaude-Vincent, baseia-se não só em dispositivos atuais, mas recorre a um modelo bastante arcaico: o confinamento generalizado. A diferença, segundo a filósofa, estaria no fato de hoje tal medida visar a salvar, sobretudo, o sistema hospitalar. Tal contexto nos remete a imagens de um passado que se considerava superado, lançando, assim, uma dúvida sobre o vínculo entre ciências e poder das últimas décadas. Os interesses locais, políticos, econômicos, religiosos e mesmo os interesses e valores dos próprios pesquisadores mostram-se, por vezes, incompatíveis com o “dever do ceticismo organizado que resta como um dos grandes princípios do éthos científico”. Daí a desconfiança do público que, por sua vez, é reduzido ao silêncio por pertencer ao inferior âmbito da doxa. A ideia de uma hierarquia na ordem do conhecimento que estabelece a opinião como um saber inferior não é nova, no entanto, segundo a autora, para os antigos isso não implicaria, como atualmente, uma hierarquia política. Bensaude-Vincent convoca, assim, a reabilitação dos "saberes de campo não científico como fontes de invenção e de soluções" em regime, como o nosso, de incerteza.
本文翻译的文章Penser l ' apres: Sciences, pouvoir et opinions dans l ' apres Covid-19,作者是教授和科学哲学家Bernadette Bensaude-Vincent。翻译得到了作者的授权,最终出版必须遵循文章最初发表的《The Conversation》的指导方针。作者从全球抗击冠状病毒的措施出发,分析了科学界和政府之间的联系。本saude-Vincent认为,卫生危机的管理不仅基于当前的设备,而且还使用了一种相当古老的模式:广泛的遏制。根据哲学家的说法,不同之处在于,今天的措施主要是为了拯救医院系统。这种背景让我们想起了过去被认为是被超越的形象,从而对过去几十年科学和权力之间的联系提出了质疑。地方、政治、经济、宗教利益,甚至研究人员自己的利益和价值观,有时被证明与“有组织的怀疑主义的义务是科学精神的伟大原则之一”不相容。这就是公众不信任的原因,而公众又因为属于doxa的较低范围而保持沉默。在知识的顺序中建立一种等级制度,将观点确立为一种较低的知识,这一想法并不新鲜,但根据作者的说法,对于古人来说,这并不意味着像现在这样的政治等级制度。因此,本saude-Vincent呼吁恢复“非科学领域的知识作为发明和解决方案的来源”,就像我们的不确定性一样。
{"title":"BENSAUDE-VINCENT, Bernadette. Pensar o após: Ciências, poder e opiniões no pós-covid-19","authors":"J. Campos","doi":"10.5380/petfilo.v21i1.81467","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/petfilo.v21i1.81467","url":null,"abstract":"O texto consiste em uma tradução do artigo Penser l’après : Sciences, pouvoir et opinions dans l’après Covid-19 escrito pela professora e filósofa de ciências Bernadette Bensaude-Vincent. A tradução foi autorizada pela autora e sua eventual publicação deve seguir as diretrizes do jornal The Conversation, no qual o artigo foi originalmente publicado. A partir das medidas implementadas mundialmente para o combate ao coronavírus, a autora analisa o vínculo entre as comunidades científicas e o governo. A gestão da crise sanitária, segundo Bensaude-Vincent, baseia-se não só em dispositivos atuais, mas recorre a um modelo bastante arcaico: o confinamento generalizado. A diferença, segundo a filósofa, estaria no fato de hoje tal medida visar a salvar, sobretudo, o sistema hospitalar. Tal contexto nos remete a imagens de um passado que se considerava superado, lançando, assim, uma dúvida sobre o vínculo entre ciências e poder das últimas décadas. Os interesses locais, políticos, econômicos, religiosos e mesmo os interesses e valores dos próprios pesquisadores mostram-se, por vezes, incompatíveis com o “dever do ceticismo organizado que resta como um dos grandes princípios do éthos científico”. Daí a desconfiança do público que, por sua vez, é reduzido ao silêncio por pertencer ao inferior âmbito da doxa. A ideia de uma hierarquia na ordem do conhecimento que estabelece a opinião como um saber inferior não é nova, no entanto, segundo a autora, para os antigos isso não implicaria, como atualmente, uma hierarquia política. Bensaude-Vincent convoca, assim, a reabilitação dos \"saberes de campo não científico como fontes de invenção e de soluções\" em regime, como o nosso, de incerteza.","PeriodicalId":30349,"journal":{"name":"Cadernos do Pet Filosofia","volume":"46 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83407993","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-22DOI: 10.5380/petfilo.v21i1.80832
Jeancarlo Pontes Carvalho
A obra “No Enxame: Perspectiva do Digital” de Byung-Chul Han faz uma reflexão sobre o campo da mídia digital apresentando-o metaforicamente como uma janela, não apenas para que possamos assistir os acontecimentos do mundo de maneira passiva, como também uma porta que se comunica com outras moradias e pessoas ativamente, embora sem que haja possibilidade de intermediadores, o que justifica as suas potencialidades constitutivas, bem como os seus perigos. Para tanto, o autor aponta que há uma transformação nas relações sociais de massa, dado que o ser humano está em uma situação de contestação própria individualismo, além de conectado na era da tecnologia, uma condição sobreposta, devido ao acesso aos meios digitais e à revolução das relações sociais ocasionadas também pelos meios tecnológicos, gerando um fenômeno aparentemente contraditório: a distância mental entre os indivíduos.Nestes espaços públicos virtuais em que nos relacionamos, mesmo diante da possibilidade de controle do comportamento social, que se dirige tanto ao âmbito privado quanto ao público e que, por isto mesmo, percebe-se a necessidade de incluirmos neste afã de comunicação a precaução, segundo a suposição de que seria possível deter a constituição de ideologias de massa em desconformidade com a manutenção da vida, da harmonia social e da democracia, devido à percepção de que, nas tomadas de decisão, interesses perniciosos poderiam também se insinuar. Neste particular, Han esclarece que não somos mais apenas destinatários e consumidores passivos de informação, mas sim remetentes e produtores ativos, de modo que não nos contentamos apenas consumir como também passamos a produzir informação.O livro foi organizado em um prefácio, seguido de dezesseis seções, nas quais os assuntos abordados se relacionam entre si, contudo, independentes em suas próprias abordagens. Nesta resenha foram analisadas todas as seções e, dessa maneira, serão apresentadas conforme se dispõe na obra “No Enxame: Perspectiva do Digital”. E, no que diz respeito ao prefácio, recomenda-se a leitura, por fornecer esclarecimento prévio ao leitor. Por fim, o livro é recomendável para todos os entusiastas do campo da mídia digital e, principalmente, dos assuntos relacionados a uma sociedade de massas que se fora em paralelo com as tecnologias digitais.
{"title":"A mídia digital no campo do poder: entre as massas e a comunicação dominante","authors":"Jeancarlo Pontes Carvalho","doi":"10.5380/petfilo.v21i1.80832","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/petfilo.v21i1.80832","url":null,"abstract":"A obra “No Enxame: Perspectiva do Digital” de Byung-Chul Han faz uma reflexão sobre o campo da mídia digital apresentando-o metaforicamente como uma janela, não apenas para que possamos assistir os acontecimentos do mundo de maneira passiva, como também uma porta que se comunica com outras moradias e pessoas ativamente, embora sem que haja possibilidade de intermediadores, o que justifica as suas potencialidades constitutivas, bem como os seus perigos. Para tanto, o autor aponta que há uma transformação nas relações sociais de massa, dado que o ser humano está em uma situação de contestação própria individualismo, além de conectado na era da tecnologia, uma condição sobreposta, devido ao acesso aos meios digitais e à revolução das relações sociais ocasionadas também pelos meios tecnológicos, gerando um fenômeno aparentemente contraditório: a distância mental entre os indivíduos.Nestes espaços públicos virtuais em que nos relacionamos, mesmo diante da possibilidade de controle do comportamento social, que se dirige tanto ao âmbito privado quanto ao público e que, por isto mesmo, percebe-se a necessidade de incluirmos neste afã de comunicação a precaução, segundo a suposição de que seria possível deter a constituição de ideologias de massa em desconformidade com a manutenção da vida, da harmonia social e da democracia, devido à percepção de que, nas tomadas de decisão, interesses perniciosos poderiam também se insinuar. Neste particular, Han esclarece que não somos mais apenas destinatários e consumidores passivos de informação, mas sim remetentes e produtores ativos, de modo que não nos contentamos apenas consumir como também passamos a produzir informação.O livro foi organizado em um prefácio, seguido de dezesseis seções, nas quais os assuntos abordados se relacionam entre si, contudo, independentes em suas próprias abordagens. Nesta resenha foram analisadas todas as seções e, dessa maneira, serão apresentadas conforme se dispõe na obra “No Enxame: Perspectiva do Digital”. E, no que diz respeito ao prefácio, recomenda-se a leitura, por fornecer esclarecimento prévio ao leitor. Por fim, o livro é recomendável para todos os entusiastas do campo da mídia digital e, principalmente, dos assuntos relacionados a uma sociedade de massas que se fora em paralelo com as tecnologias digitais. ","PeriodicalId":30349,"journal":{"name":"Cadernos do Pet Filosofia","volume":"84 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"76140804","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-22DOI: 10.5380/petfilo.v21i1.81502
Arthur Calloni Alves, Breytner Maciel Nascimento
A construção de modelos artificiais capazes de tomar decisões geralmente é contrastada à fraca estrutura de comportamento ético capaz de compreender o uso de inteligência artificial para a escolha moral. Neste artigo, discutimos o papel da ética de Hans Jonas e da filosofia crítica de Andrew Feenberg na determinação de princípios para uma ética destes modelos, indo na direção oposta às pesquisas e publicações recentes na área. Analisando o caso específico trazido em Boot et al., à luz de ambos filósofos, podemos demonstrar como os avanços na técnica carecem da necessária crítica filosófica e estudo da nova ética na era da tecnologia.
{"title":"Inteligência Artificial, Big Data e Crédito Social em Boot et al.: Uma Discussão Ética à luz de Feenberg e Jonas","authors":"Arthur Calloni Alves, Breytner Maciel Nascimento","doi":"10.5380/petfilo.v21i1.81502","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/petfilo.v21i1.81502","url":null,"abstract":"A construção de modelos artificiais capazes de tomar decisões geralmente é contrastada à fraca estrutura de comportamento ético capaz de compreender o uso de inteligência artificial para a escolha moral. Neste artigo, discutimos o papel da ética de Hans Jonas e da filosofia crítica de Andrew Feenberg na determinação de princípios para uma ética destes modelos, indo na direção oposta às pesquisas e publicações recentes na área. Analisando o caso específico trazido em Boot et al., à luz de ambos filósofos, podemos demonstrar como os avanços na técnica carecem da necessária crítica filosófica e estudo da nova ética na era da tecnologia.","PeriodicalId":30349,"journal":{"name":"Cadernos do Pet Filosofia","volume":"85 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"82310549","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-22DOI: 10.5380/petfilo.v21i1.81527
Guilherme Rodrigues Tozo
O período moderno concebeu à humanidade contribuições riquíssimas ao permear o desenvolvimento massivo da ciência. Através da vontade, e necessidade, de conhecer as propriedades do mundo e da vida. É visto, também, o rompimento da ideia do saber pautado na tradição e defendendo que o saber das coisas deve ser segregado da Igreja, e deixado à mão da ciência da técnica. Deste modo, a filosofia de Francis Bacon e René Descartes nos fornece grandiosas contribuições acerca do conhecimento sobre a natureza, e de como ela é fundamental para a existência humana: as possibilidades de melhoramento do corpo e longevidade de vida são os principais objetivo que guiam está investigação. O conhecimento das propriedades da natureza e da corporeidade humana, concebe a idealização e criação de artifícios capazes de propiciar uma vida mais longa e saudável, que beneficie a existência humana. A exposição deste artigo tende a implicar uma reflexão a respeito destas concepções, entendidas aqui como paradigmas, principalmente para as técnicas médicas hoje conhecidas.
{"title":"Pensar o corpo sobre a perspectiva baconiana e cartesiana","authors":"Guilherme Rodrigues Tozo","doi":"10.5380/petfilo.v21i1.81527","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/petfilo.v21i1.81527","url":null,"abstract":"O período moderno concebeu à humanidade contribuições riquíssimas ao permear o desenvolvimento massivo da ciência. Através da vontade, e necessidade, de conhecer as propriedades do mundo e da vida. É visto, também, o rompimento da ideia do saber pautado na tradição e defendendo que o saber das coisas deve ser segregado da Igreja, e deixado à mão da ciência da técnica. Deste modo, a filosofia de Francis Bacon e René Descartes nos fornece grandiosas contribuições acerca do conhecimento sobre a natureza, e de como ela é fundamental para a existência humana: as possibilidades de melhoramento do corpo e longevidade de vida são os principais objetivo que guiam está investigação. O conhecimento das propriedades da natureza e da corporeidade humana, concebe a idealização e criação de artifícios capazes de propiciar uma vida mais longa e saudável, que beneficie a existência humana. A exposição deste artigo tende a implicar uma reflexão a respeito destas concepções, entendidas aqui como paradigmas, principalmente para as técnicas médicas hoje conhecidas. ","PeriodicalId":30349,"journal":{"name":"Cadernos do Pet Filosofia","volume":"58 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"80782732","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-22DOI: 10.5380/petfilo.v21i1.81530
Lucas Ribeiro
O presente artigo aborda a relação da atual sociedade com a tecnologia que se dá em uma esfera de enorme escala; primeiro isso se demonstra como uma enxurrada de informação; segundamente essa informação possibilitada pela tecnologia atinge níveis de percepção da psique do indivíduo que a utiliza pois, por meio do ato de transparência, o sujeito torna público e externo seu conteúdo interno e subjetivo. A enxurrada de informação acontece porque a comunicação se dá, em primeiro lugar, como o meio pelo qual nos comunicamos. Posteriormente, a comunicação tecnológica acontece em tal ordem de transparência que a reunião dessas informações “tornam possíveis prognósticos sobre o comportamento humano. Dessa maneira, o futuro se torna previsível e controlável” (HAN, 2018, p. 23). Tal transparência surge, porque segundo Byung-Chul Han, a sociedade que era disciplinar, negativa e controladora deu espaço para uma sociedade positiva, transparente e desempenhada. De um lado, a sociedade negativa limita a liberdade e, portanto, coloca limite no desempenho que um sujeito conseguiria desenvolver, por outro lado, uma sociedade positiva dá espaço para uma liberdade individual que não traça limites para aquilo que o sujeito pode fazer. Essa falta de limites se personifica na forma de uma aparente transparência que quando adotada por dado indivíduo, se demonstra como a externação do conteúdo subjetivo e interior. Essa externação só é possível na relação do indivíduo com a tecnologia pois, através dela ele comunica suas informações. Essas informações geram um conhecimento “de dominação que permite intervir na psique e que pode influenciá-la em um nível pré-reflexivo” (HAN, 2018, p. 23).
{"title":"Análise preditiva e big data: ferramentas de previsões e manipulações do neoliberalismo e psicopolítica.","authors":"Lucas Ribeiro","doi":"10.5380/petfilo.v21i1.81530","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/petfilo.v21i1.81530","url":null,"abstract":"O presente artigo aborda a relação da atual sociedade com a tecnologia que se dá em uma esfera de enorme escala; primeiro isso se demonstra como uma enxurrada de informação; segundamente essa informação possibilitada pela tecnologia atinge níveis de percepção da psique do indivíduo que a utiliza pois, por meio do ato de transparência, o sujeito torna público e externo seu conteúdo interno e subjetivo. A enxurrada de informação acontece porque a comunicação se dá, em primeiro lugar, como o meio pelo qual nos comunicamos. Posteriormente, a comunicação tecnológica acontece em tal ordem de transparência que a reunião dessas informações “tornam possíveis prognósticos sobre o comportamento humano. Dessa maneira, o futuro se torna previsível e controlável” (HAN, 2018, p. 23). Tal transparência surge, porque segundo Byung-Chul Han, a sociedade que era disciplinar, negativa e controladora deu espaço para uma sociedade positiva, transparente e desempenhada. De um lado, a sociedade negativa limita a liberdade e, portanto, coloca limite no desempenho que um sujeito conseguiria desenvolver, por outro lado, uma sociedade positiva dá espaço para uma liberdade individual que não traça limites para aquilo que o sujeito pode fazer. Essa falta de limites se personifica na forma de uma aparente transparência que quando adotada por dado indivíduo, se demonstra como a externação do conteúdo subjetivo e interior. Essa externação só é possível na relação do indivíduo com a tecnologia pois, através dela ele comunica suas informações. Essas informações geram um conhecimento “de dominação que permite intervir na psique e que pode influenciá-la em um nível pré-reflexivo” (HAN, 2018, p. 23).","PeriodicalId":30349,"journal":{"name":"Cadernos do Pet Filosofia","volume":"15 12 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"86659465","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-22DOI: 10.5380/petfilo.v21i1.81499
Eder Fabiano Souza Costa
O presente artigo discute alguns conceitos de linguagem de programação, buscando abrir uma discussão ontológica sobre os seres técnicos. Partindo de uma breve análise histórica e de conceitos da filosofia do séc. XX, problematiza-se as noções de abstrato e concreto dessas entidades, fazendo uma análise do dualismo hardware-software a partir da concepção hegemônica do hilemorfismo aristotélico e usando de exemplos de linguagem computacional para discutir uma certa ontologia desses seres. Fundamenta-se em Gilbert Simondon uma hipótese segundo a qual o computador pessoal de uso geral seria a máquina concreta por excelência com potencial de ampliação das capacidades humanas através de um crescente desenvolvimento tecnológico e da lei de mudança de uso, em direção a uma espécie de transhumanismo. Por fim, discute-se também as possibilidades do computador como instrumento supra-paradigmático pós-kuhniano.
{"title":"Do modo de existência das entidades de software","authors":"Eder Fabiano Souza Costa","doi":"10.5380/petfilo.v21i1.81499","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/petfilo.v21i1.81499","url":null,"abstract":"O presente artigo discute alguns conceitos de linguagem de programação, buscando abrir uma discussão ontológica sobre os seres técnicos. Partindo de uma breve análise histórica e de conceitos da filosofia do séc. XX, problematiza-se as noções de abstrato e concreto dessas entidades, fazendo uma análise do dualismo hardware-software a partir da concepção hegemônica do hilemorfismo aristotélico e usando de exemplos de linguagem computacional para discutir uma certa ontologia desses seres. Fundamenta-se em Gilbert Simondon uma hipótese segundo a qual o computador pessoal de uso geral seria a máquina concreta por excelência com potencial de ampliação das capacidades humanas através de um crescente desenvolvimento tecnológico e da lei de mudança de uso, em direção a uma espécie de transhumanismo. Por fim, discute-se também as possibilidades do computador como instrumento supra-paradigmático pós-kuhniano.","PeriodicalId":30349,"journal":{"name":"Cadernos do Pet Filosofia","volume":"47 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"75491202","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-22DOI: 10.5380/petfilo.v21i1.80534
Luis Valter Machado Junior
Dentro da relação entre a necessidade humana de compreensão e os “murros fechados do mundo” que o absurdo camusiano ocorre. O absurdo, vindo dessa dicotomia entre ser humano e mundo, decorrente dessa impossibilidade, ou com maior precisão, da irracionalidade do mundo descoberto pelo ser humano, é o que pauta a filosofia de Camus. Nesse contexto, a relação do absurdo com a ciência se torna um tema central de um dos ensaios de Camus, O mito de Sísifo. O autor expressa toda sua revolta com a ciência moderna por nunca lhe oferecer o mundo, a ciência apenas descreve e elucida, nunca fornece o mundo à compreensão do ser humano. Essa situação pode ser esclarecidase atendo aos livros de alguns cientistas do século XX, principalmente Werner Heisenberg, o qual elucida, em A parte e o Todo, uma discussão ao redor do tema da compreensão na física moderna. Sendo assim, o propósito deste artigo é estabelecer uma relação entre o absurdo e a revolta de Camus com a ciência com o que Heisenberg demostra como os limites da compreensão na física. No final, parece que ambos autores convergem a conclusão de que o ser humano não é capaz de chegar a compreensão do mundo por meio da ciência.
{"title":"Absurdo e a física moderna: a compreensão para Camus e Heisenberg","authors":"Luis Valter Machado Junior","doi":"10.5380/petfilo.v21i1.80534","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/petfilo.v21i1.80534","url":null,"abstract":"Dentro da relação entre a necessidade humana de compreensão e os “murros fechados do mundo” que o absurdo camusiano ocorre. O absurdo, vindo dessa dicotomia entre ser humano e mundo, decorrente dessa impossibilidade, ou com maior precisão, da irracionalidade do mundo descoberto pelo ser humano, é o que pauta a filosofia de Camus. Nesse contexto, a relação do absurdo com a ciência se torna um tema central de um dos ensaios de Camus, O mito de Sísifo. O autor expressa toda sua revolta com a ciência moderna por nunca lhe oferecer o mundo, a ciência apenas descreve e elucida, nunca fornece o mundo à compreensão do ser humano. Essa situação pode ser esclarecidase atendo aos livros de alguns cientistas do século XX, principalmente Werner Heisenberg, o qual elucida, em A parte e o Todo, uma discussão ao redor do tema da compreensão na física moderna. Sendo assim, o propósito deste artigo é estabelecer uma relação entre o absurdo e a revolta de Camus com a ciência com o que Heisenberg demostra como os limites da compreensão na física. No final, parece que ambos autores convergem a conclusão de que o ser humano não é capaz de chegar a compreensão do mundo por meio da ciência.","PeriodicalId":30349,"journal":{"name":"Cadernos do Pet Filosofia","volume":"33 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"77669160","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-22DOI: 10.5380/petfilo.v21i1.80726
Gabriel De Almeida De Barros
O presente artigo pretende discorrer sobre o conceito de natureza possibilitado pela ontologia de Heidegger, que busca no pensamento grego seu sentido mais originário, e a crítica do filósofo ao conceito proporcionado pela metafísica clássica que teria provocado distopias na relação entre o homem e a natureza ao objetivá-la. Tal relação de domínio, além de evidenciar a necessidade de uma reflexão sobre o antropocentrismo, também e, por consequência disso, desvela-se através da crise ambiental vivida hoje por nós. Dessa forma, Heidegger encontra tal sentido originário na palavra physis, o qual discuto nas páginas seguintes suas nuances a partir do que foi levantado pela obra do filósofo. Busca-se assim encontrar um sentido autêntico de natureza, antes do que foi assimilado pela tradição metafísica e desencoberto pelo ser humano como uma reserva ao seu dispor.
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