Pub Date : 2022-03-31DOI: 10.31668/revistaueg.v11i01.12308
Matheus Bino Teixeira
Este artigo tem por objetivo explorar o evento da Revolta Paulista de 1924, discutindo a conjuntura histórica do início dos anos 1920, os eventos políticos e militares, as consequências do movimento e a relevância desta temática no âmbito da historiografia brasileira. Embora pouco conhecida pela opinião pública e brevemente abordada pelos historiadores, a chamada “Revolta Esquecida” se destaca entre os conflitos urbanos da história brasileira, dado o cenário caótico que o movimento proporcionou. O episódio registrou bombardeios, tiroteios, saques, êxodo urbano em massa e milhares de mortos e feridos, além da destruição de diversos prédios, residências e estabelecimentos comerciais na cidade de São Paulo. A Revolta de 1924 foi parte do movimento tenentista brasileiro da década de 1920, cujo objetivo era romper com a política oligárquica da República Velha. Deste modo, este artigo buscará resgatar a memória deste importante evento da história do Brasil, ofuscado por motivos diversos. Palavras-Chave: Historiografia. Revolta. São Paulo. Tenentismo.
{"title":"Julho de 1924: a “Revolta Esquecida” na cidade de São Paulo","authors":"Matheus Bino Teixeira","doi":"10.31668/revistaueg.v11i01.12308","DOIUrl":"https://doi.org/10.31668/revistaueg.v11i01.12308","url":null,"abstract":"Este artigo tem por objetivo explorar o evento da Revolta Paulista de 1924, discutindo a conjuntura histórica do início dos anos 1920, os eventos políticos e militares, as consequências do movimento e a relevância desta temática no âmbito da historiografia brasileira. Embora pouco conhecida pela opinião pública e brevemente abordada pelos historiadores, a chamada “Revolta Esquecida” se destaca entre os conflitos urbanos da história brasileira, dado o cenário caótico que o movimento proporcionou. O episódio registrou bombardeios, tiroteios, saques, êxodo urbano em massa e milhares de mortos e feridos, além da destruição de diversos prédios, residências e estabelecimentos comerciais na cidade de São Paulo. A Revolta de 1924 foi parte do movimento tenentista brasileiro da década de 1920, cujo objetivo era romper com a política oligárquica da República Velha. Deste modo, este artigo buscará resgatar a memória deste importante evento da história do Brasil, ofuscado por motivos diversos. \u0000Palavras-Chave: Historiografia. Revolta. São Paulo. Tenentismo.","PeriodicalId":30561,"journal":{"name":"Revista de Historia da UEG","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49324060","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-03-23DOI: 10.31668/revistaueg.v11i01.12274
Felipe Augusto Fernandes Borges
A presença jesuítica no Estado da Índia remonta ao ano de 1542, quando Francisco Xavier chega a Goa. Em 1548, os jesuítas fundam o Colégio de São Paulo, que passa a ser o centro referencial das atividades da Companhia de Jesus no Oriente. O objetivo deste artigo é versar sobre o Colégio de São Paulo e as atividades por meio dele empreendidas no período entre 1552 e 1558. Em 1552 Francisco Xavier sai em sua missão rumo à China, deixando em seu lugar o padre Gaspar Barzeo. A morte de Xavier ocorre ainda em 1552 e a de Barzeo em 1553. Depois disso, há um período que denominamos no trabalho como um “vazio de comando” na hierarquia jesuítica na Índia, apenas sanada com a chegada dos novos provincial e reitor, em 1558. A fontes utilizadas estão contidas nos volumes II, III e IV da Documenta Indica e no volume V da Documentação para a história das missões do Padroado português do Oriente. Conclui-se que as atividades empreendidas por estes padres são, sobretudo, atividades culturais, religiosas, educacionais. Olhar para tais atividades e seus impactos na sociedade local da época nos ajudam a compreender a dinâmica das interações sociais, culturais e das relações de poder existentes no período estudado.Palavras-chave: Colégio de São Paulo. Companhia de Jesus. Goa. Estado da Índia.
{"title":"A Companhia de Jesus na Índia e o Colégio de São Paulo em Goa: vicissitudes de 1552 a 1558","authors":"Felipe Augusto Fernandes Borges","doi":"10.31668/revistaueg.v11i01.12274","DOIUrl":"https://doi.org/10.31668/revistaueg.v11i01.12274","url":null,"abstract":"A presença jesuítica no Estado da Índia remonta ao ano de 1542, quando Francisco Xavier chega a Goa. Em 1548, os jesuítas fundam o Colégio de São Paulo, que passa a ser o centro referencial das atividades da Companhia de Jesus no Oriente. O objetivo deste artigo é versar sobre o Colégio de São Paulo e as atividades por meio dele empreendidas no período entre 1552 e 1558. Em 1552 Francisco Xavier sai em sua missão rumo à China, deixando em seu lugar o padre Gaspar Barzeo. A morte de Xavier ocorre ainda em 1552 e a de Barzeo em 1553. Depois disso, há um período que denominamos no trabalho como um “vazio de comando” na hierarquia jesuítica na Índia, apenas sanada com a chegada dos novos provincial e reitor, em 1558. A fontes utilizadas estão contidas nos volumes II, III e IV da Documenta Indica e no volume V da Documentação para a história das missões do Padroado português do Oriente. Conclui-se que as atividades empreendidas por estes padres são, sobretudo, atividades culturais, religiosas, educacionais. Olhar para tais atividades e seus impactos na sociedade local da época nos ajudam a compreender a dinâmica das interações sociais, culturais e das relações de poder existentes no período estudado.Palavras-chave: Colégio de São Paulo. Companhia de Jesus. Goa. Estado da Índia.","PeriodicalId":30561,"journal":{"name":"Revista de Historia da UEG","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46609824","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-03-14DOI: 10.31668/revistaueg.v11i01.12258
N. Santos
Este artigo pretende abordar a maternidade escrava em uma perspectiva interseccional, utilizando como fontes de análise os anúncios de venda, aluguel e procura de amas de leite nos jornais correio paulistano (1870-1879) e jornal do commercio (1850-1859), assim como as produções discursivas de médicos-higienistas, que tinham como preocupação higienizar os corpos e a moral de mulheres-mães. Para a análise dos discursos médicos que se posicionavam contrários ao aleitamento dito “mercenário”, utilizamos teses de doutoramento produzidas pelos autores Xavier (1833), Milward (1873) e silva (1884). Palavras-chave: maternidade escrava. Interseccional. Amas de leite. Higiene.
本文试图从交叉的角度来探讨奴隶母亲的问题,以《Correio Paulistano》(1870-1879)和《Jornal do commercio》(1850-1859)报纸上关于奶妈的销售、租金和需求的广告,她们关心对母亲的身体和道德进行消毒。为了分析反对“唯利是图”母乳喂养的医学话语,我们使用了作者Xavier(1833)、Milward(1873)和silva(1884)撰写的博士论文。关键词:奴隶母亲。交叉。奶妈。卫生
{"title":"Normatizar e higienizar: o saber médico contra o ofício das amas de leite","authors":"N. Santos","doi":"10.31668/revistaueg.v11i01.12258","DOIUrl":"https://doi.org/10.31668/revistaueg.v11i01.12258","url":null,"abstract":"Este artigo pretende abordar a maternidade escrava em uma perspectiva interseccional, utilizando como fontes de análise os anúncios de venda, aluguel e procura de amas de leite nos jornais correio paulistano (1870-1879) e jornal do commercio (1850-1859), assim como as produções discursivas de médicos-higienistas, que tinham como preocupação higienizar os corpos e a moral de mulheres-mães. Para a análise dos discursos médicos que se posicionavam contrários ao aleitamento dito “mercenário”, utilizamos teses de doutoramento produzidas pelos autores Xavier (1833), Milward (1873) e silva (1884). \u0000Palavras-chave: maternidade escrava. Interseccional. Amas de leite. Higiene.","PeriodicalId":30561,"journal":{"name":"Revista de Historia da UEG","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43963237","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-15DOI: 10.31668/revistaueg.v11i01.12202
Maurineide Alves da Silva
Iniciamos o artigo[1] analisando o conflituoso campo de construção de memórias sobre eventos traumáticos que marcaram a História. Posteriormente, enfocamos como se processa esse conflito nas construções de memórias sobre a Guerra das Malvinas, que envolvem vários setores da sociedade argentina, principalmente os veteranos da guerra, militares e civis, e familiares de soldados mortos. O período analisado inicia-se no ano de 1982, com o final da guerra, e encerra-se em 2015, ano de conclusão da pesquisa. Ao analisarmos o vasto material bibliográfico argentino sobre o tema e entrevistarmos veteranos e familiares de soldados que morreram no conflito, concluímos que o principal fator de embate nas construções de memórias da guerra é que esta foi empreendida por um governo de uma ditadura militar, o que para um grupo é um aspecto que dever ser sempre lembrado devido aos abusos cometidos por oficiais contra conscritos no front, e para outros deve ser esquecido para evitar discursos que deslegitimam a guerra. Palavras-chave: Construções de memórias. Guerra das Malvinas. Ditadura Militar argentina. [1] Texto proveniente da tese: “Trinta e três anos de guerra: Malvinas e o embate entre intelectuais, veteranos, familiares de caídos e narrativas fílmicas no campo da construção de memórias (1982-2015)”. (2016). Repositório da Universidade de Brasília (UNB) sem registro.
{"title":"Guerra pela memória: Malvinas e o embate entre veteranos (militares e civis) e familiares de soldados mortos no campo da construção de memórias","authors":"Maurineide Alves da Silva","doi":"10.31668/revistaueg.v11i01.12202","DOIUrl":"https://doi.org/10.31668/revistaueg.v11i01.12202","url":null,"abstract":"Iniciamos o artigo[1] analisando o conflituoso campo de construção de memórias sobre eventos traumáticos que marcaram a História. Posteriormente, enfocamos como se processa esse conflito nas construções de memórias sobre a Guerra das Malvinas, que envolvem vários setores da sociedade argentina, principalmente os veteranos da guerra, militares e civis, e familiares de soldados mortos. O período analisado inicia-se no ano de 1982, com o final da guerra, e encerra-se em 2015, ano de conclusão da pesquisa. Ao analisarmos o vasto material bibliográfico argentino sobre o tema e entrevistarmos veteranos e familiares de soldados que morreram no conflito, concluímos que o principal fator de embate nas construções de memórias da guerra é que esta foi empreendida por um governo de uma ditadura militar, o que para um grupo é um aspecto que dever ser sempre lembrado devido aos abusos cometidos por oficiais contra conscritos no front, e para outros deve ser esquecido para evitar discursos que deslegitimam a guerra. \u0000Palavras-chave: Construções de memórias. Guerra das Malvinas. Ditadura Militar argentina. \u0000 \u0000[1] Texto proveniente da tese: “Trinta e três anos de guerra: Malvinas e o embate entre intelectuais, veteranos, familiares de caídos e narrativas fílmicas no campo da construção de memórias (1982-2015)”. (2016). Repositório da Universidade de Brasília (UNB) sem registro.","PeriodicalId":30561,"journal":{"name":"Revista de Historia da UEG","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46239166","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-10DOI: 10.31668/revistaueg.v11i01.12123
Vitória De Sant'Ana Amorim Ramos
Na Inglaterra durante 1455 a 1485, em meio a diversos outros conflitos, desenrolava-se uma disputa dinástica denominada Guerra das Rosas, na qual os nobres e demais súditos do reino procuram diferentes justificativas para defender ou atacar as duas proeminentes casas reais, a Lancaster – encabeçada por Henry VI (1421-1471) – e a York – representada por Edward Plantagenet (1442-1483). À medida que se desenrolavam os embates e com as constantes mudanças no trono, aumentam-se as solicitações pelo perdão régio, esperando contar com as qualidades piedosas do soberano. Tendo isto em vista, lançando mão de duas crônicas, a Chronicle of the Rebellion in Lincolnshire,1470 e a History of the Arrival of Edward IV in England and the final recovery of his kingdoms from Henry VI (1471), ambas escritas por autores anônimos. Trabalharemos as descrições sobre a concessão do perdão e a forma que tais narrativas buscaram exaltar as virtudes do então rei Edward IV (1461-1470;1471-1483). Dado que o soberano deveria agir em nome do commonweal, amparado pelos valores da moral cristã, mostraremos como tais escritos justificaram a legitimidade desse monarca e suas ações na guerra através da sua piedade e misericórdia, evidenciando a importância de tal característica para a longevidade do reinado de Edward IV e para a organização do reino inglês. Palavras-chave: Perdão régio. Inglaterra. Século XV.
{"title":"Justiça e misericórdia: o papel do perdão real na Inglaterra do Século XV","authors":"Vitória De Sant'Ana Amorim Ramos","doi":"10.31668/revistaueg.v11i01.12123","DOIUrl":"https://doi.org/10.31668/revistaueg.v11i01.12123","url":null,"abstract":"Na Inglaterra durante 1455 a 1485, em meio a diversos outros conflitos, desenrolava-se uma disputa dinástica denominada Guerra das Rosas, na qual os nobres e demais súditos do reino procuram diferentes justificativas para defender ou atacar as duas proeminentes casas reais, a Lancaster – encabeçada por Henry VI (1421-1471) – e a York – representada por Edward Plantagenet (1442-1483). À medida que se desenrolavam os embates e com as constantes mudanças no trono, aumentam-se as solicitações pelo perdão régio, esperando contar com as qualidades piedosas do soberano. Tendo isto em vista, lançando mão de duas crônicas, a Chronicle of the Rebellion in Lincolnshire,1470 e a History of the Arrival of Edward IV in England and the final recovery of his kingdoms from Henry VI (1471), ambas escritas por autores anônimos. Trabalharemos as descrições sobre a concessão do perdão e a forma que tais narrativas buscaram exaltar as virtudes do então rei Edward IV (1461-1470;1471-1483). Dado que o soberano deveria agir em nome do commonweal, amparado pelos valores da moral cristã, mostraremos como tais escritos justificaram a legitimidade desse monarca e suas ações na guerra através da sua piedade e misericórdia, evidenciando a importância de tal característica para a longevidade do reinado de Edward IV e para a organização do reino inglês. \u0000Palavras-chave: Perdão régio. Inglaterra. Século XV.","PeriodicalId":30561,"journal":{"name":"Revista de Historia da UEG","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43117586","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-31DOI: 10.31668/revistaueg.v11i01.12309
Wallas Jefferson de Lima, Edson Santos da Silva
O propósito deste artigo[1] é, em primeiro lugar, abordar o tema do escândalo na Inquisição Portuguesa. Fator importante na dinâmica da abertura e do fechamento dos processos de sodomia, o escândalo é abordado a partir do ponto de vista histórico, privilegiando as dimensões sociais que alguns casos comportaram. Em segundo lugar, com intuito mais específico, pretende-se explorar quais as relações estabelecidas entre o escândalo e as organizações sociais do Antigo Regime. Ancorado metodologicamente na perspectiva da Micro História, este artigo recupera as relações sociais de tensão e conflito típicas do Antigo Regime e privilegia as denúncias e confissões que abarcam os anos de 1567 a 1660. Palavras-chave: Escândalo. Sodomia. Inquisição. [1] Este artigo é um recorte da tese de doutorado intitulada A Sodoma de Santos de Almeida: Narrativas escandalosas de um clérigo homossexual na Inquisição de Lisboa (1630-1645), defendida em 2021, no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Paraná (PPGHIS-UFPR).
{"title":"O escândalo nos processos de sodomia da inquisição portuguesa (1567-1660): abordagens e perspectivas","authors":"Wallas Jefferson de Lima, Edson Santos da Silva","doi":"10.31668/revistaueg.v11i01.12309","DOIUrl":"https://doi.org/10.31668/revistaueg.v11i01.12309","url":null,"abstract":"O propósito deste artigo[1] é, em primeiro lugar, abordar o tema do escândalo na Inquisição Portuguesa. Fator importante na dinâmica da abertura e do fechamento dos processos de sodomia, o escândalo é abordado a partir do ponto de vista histórico, privilegiando as dimensões sociais que alguns casos comportaram. Em segundo lugar, com intuito mais específico, pretende-se explorar quais as relações estabelecidas entre o escândalo e as organizações sociais do Antigo Regime. Ancorado metodologicamente na perspectiva da Micro História, este artigo recupera as relações sociais de tensão e conflito típicas do Antigo Regime e privilegia as denúncias e confissões que abarcam os anos de 1567 a 1660. \u0000Palavras-chave: Escândalo. Sodomia. Inquisição. \u0000 \u0000[1] Este artigo é um recorte da tese de doutorado intitulada A Sodoma de Santos de Almeida: Narrativas escandalosas de um clérigo homossexual na Inquisição de Lisboa (1630-1645), defendida em 2021, no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Paraná (PPGHIS-UFPR).","PeriodicalId":30561,"journal":{"name":"Revista de Historia da UEG","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48274871","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-31DOI: 10.31668/revistaueg.v11i01.12311
Alexandre A. Marcussi
Este artigo analisa uma denúncia enviada no ano de 1717 da vila de Massangano, em Angola, ao tribunal da Inquisição de Lisboa, na qual numerosos africanos foram acusados de feitiçaria por seus vizinhos e parentes. Vários deles haviam sido previamente submetidos a ritos divinatório-judiciários ambundos denominados “juramentos do bulungo” para apurar suas culpas. A partir da análise dos distintos significados da feitiçaria para os agentes eclesiásticos e para os africanos envolvidos (tanto os acusados quanto os acusadores), o artigo evidencia relações de complementaridade e disputa entre diferentes instituições jurídicas africanas e lusitanas. Sugere-se que essas instituições tenham sido estratégica e seletivamente invocadas para resolver disputas ligadas aos direitos de uso da terra por africanos livres em territórios de administração portuguesa. Palavras-chave: Juramentos do bulungo. Feitiçaria. Inquisição. Angola. religiões africanas.
{"title":"Uma “caça às bruxas” centro-africana: os juramentos do bulungo em Massangano (Angola) em 1717","authors":"Alexandre A. Marcussi","doi":"10.31668/revistaueg.v11i01.12311","DOIUrl":"https://doi.org/10.31668/revistaueg.v11i01.12311","url":null,"abstract":"Este artigo analisa uma denúncia enviada no ano de 1717 da vila de Massangano, em Angola, ao tribunal da Inquisição de Lisboa, na qual numerosos africanos foram acusados de feitiçaria por seus vizinhos e parentes. Vários deles haviam sido previamente submetidos a ritos divinatório-judiciários ambundos denominados “juramentos do bulungo” para apurar suas culpas. A partir da análise dos distintos significados da feitiçaria para os agentes eclesiásticos e para os africanos envolvidos (tanto os acusados quanto os acusadores), o artigo evidencia relações de complementaridade e disputa entre diferentes instituições jurídicas africanas e lusitanas. Sugere-se que essas instituições tenham sido estratégica e seletivamente invocadas para resolver disputas ligadas aos direitos de uso da terra por africanos livres em territórios de administração portuguesa. \u0000Palavras-chave: Juramentos do bulungo. Feitiçaria. Inquisição. Angola. religiões africanas.","PeriodicalId":30561,"journal":{"name":"Revista de Historia da UEG","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44069921","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-31DOI: 10.31668/revistaueg.v11i01.12824
Adson Rodrigo Silva Pinheiro, Verônica de Jesus Gomes
O objetivo do dossiê, intitulado “Poder, intolerância e disciplina em um mundo global": duzentos anos da extinção do Santo Ofício português (1821-2021), é reunir pesquisas que examinem o Santo Ofício através de diversos prismas: as relações entre a instituição e a Monarquia portuguesa (e espanhola, durante a União Ibérica), as variações da atuação persecutória relacionadas às conjunturas políticas do Reino e do Ultramar, a ocupação de cargos nos tribunais distritais, dentre outros aspectos, suscitando, debates sobre as trajetórias dos condenados, que incluíam os cristãos novos acusados de judaísmo, os denunciados por sodomia, bigamia, blasfêmia e feitiçaria, padres solicitantes, personagens cujas origens pertenceram a um eclético matiz étnico-racial, permitindo, assim, a tessitura de biografias de inúmeros “protagonistas anônimos da história” (VAINFAS, 2002).
{"title":"Dossiê \"Poder, intolerância e disciplina em um mundo global\": duzentos anos da extinção do “Santo Ofício” português (1821-2021)","authors":"Adson Rodrigo Silva Pinheiro, Verônica de Jesus Gomes","doi":"10.31668/revistaueg.v11i01.12824","DOIUrl":"https://doi.org/10.31668/revistaueg.v11i01.12824","url":null,"abstract":"O objetivo do dossiê, intitulado “Poder, intolerância e disciplina em um mundo global\": duzentos anos da extinção do Santo Ofício português (1821-2021), é reunir pesquisas que examinem o Santo Ofício através de diversos prismas: as relações entre a instituição e a Monarquia portuguesa (e espanhola, durante a União Ibérica), as variações da atuação persecutória relacionadas às conjunturas políticas do Reino e do Ultramar, a ocupação de cargos nos tribunais distritais, dentre outros aspectos, suscitando, debates sobre as trajetórias dos condenados, que incluíam os cristãos novos acusados de judaísmo, os denunciados por sodomia, bigamia, blasfêmia e feitiçaria, padres solicitantes, personagens cujas origens pertenceram a um eclético matiz étnico-racial, permitindo, assim, a tessitura de biografias de inúmeros “protagonistas anônimos da história” (VAINFAS, 2002).","PeriodicalId":30561,"journal":{"name":"Revista de Historia da UEG","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48988144","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-31DOI: 10.31668/revistaueg.v11i01.12321
Verônica de Jesus Gomes
O artigo[1] analisa como os inquisidores receberam os testemunhos de meninos que denunciaram distintas práticas sexuais, incluindo a sodomia, perpetradas por dois padres, à Inquisição, na primeira metade do século XVII. Em 1638, João Botelho, frade professo da Ordem de São Jerônimo havia cerca de 20 anos, da qual tinha sido expulso, mestre de canto, que alcançou o grau de procurador do Mosteiro do Mato, e Francisco Dias Palma, que tinha o hábito de Santiago, foram encarcerados, respectivamente, pelos tribunais do Santo Ofício de Lisboa e de Évora. Enquanto o processo de Botelho teve início com as denúncias dos garotos, que o acusaram de práticas nefandas, o de Dias Palma foi instaurado a partir dos testemunhos de homens adultos, que o acusaram de tentar sodomizar um menino de 12 anos, logo chamado à Mesa. Numa época em que os sentidos de infância e de inocência eram muito diferentes dos atuais, e quando as hierarquias sociais eram bem demarcadas, qual foi o olhar inquisitorial quanto às acusações dos menores em ambos os processos? Considerando que o status social das famílias dos meninos era heterogêneo, buscamos perscrutar se os menores e seus depoimentos foram avaliados igualmente pelos juízes inquisitoriais. Palavras-Chave: Portugal. Inquisição. Sodomia. Meninos. Sacerdotes. [1] Agradeço a gentileza dos amigos: Luiza Tonon, doutoranda na Faculdade de Formação de Professores – FFP/UERJ, e Dr. Dino León Fernández, da Universidad Nacional Mayor de San Marcos, em Lima, Peru, que leram e corrigiram atentamente os resumos deste artigo, em inglês e em espanhol, respectivamente.
文章[1]分析了17世纪上半叶,检察官是如何收到男孩的证词的,这些男孩向宗教裁判所谴责了不同的性行为,包括两名牧师犯下的鸡奸罪。1638年,若昂·博泰略(João Botelho)和弗朗西斯科·迪亚斯·帕尔马(Francisco Dias Palma)分别被里斯本和埃沃拉教廷的法庭监禁。虽然对Botelho的审判始于对指控他邪恶行为的男孩的谴责,但Dias Palma的审判是根据成年男子的证词开始的,这些成年男子指控他试图鸡奸一名12岁男孩,很快就被传唤出庭。在童年和天真的感觉与现在大不相同的时候,在社会等级划分得很好的时候,对这两起案件中对未成年人的指控,检察官的看法是什么?考虑到男孩家庭的社会地位参差不齐,我们试图调查未成年人及其证词是否受到检察法官的同等评价。关键词:葡萄牙。盘问索多玛。孩子们。牧师。[1] 感谢朋友们的好意:FFP/UERJ教师教育学院的博士生Luiza Tonon和秘鲁利马圣马科斯市长国立大学的Dino León Fernández博士,他们分别仔细阅读并更正了本文的英文和西班牙文摘要。
{"title":"As distintas faces da menoridade na Mesa Inquisitorial: uma análise dos testemunhos de meninos sodomizados por padres (Lisboa, 1638)","authors":"Verônica de Jesus Gomes","doi":"10.31668/revistaueg.v11i01.12321","DOIUrl":"https://doi.org/10.31668/revistaueg.v11i01.12321","url":null,"abstract":"O artigo[1] analisa como os inquisidores receberam os testemunhos de meninos que denunciaram distintas práticas sexuais, incluindo a sodomia, perpetradas por dois padres, à Inquisição, na primeira metade do século XVII. Em 1638, João Botelho, frade professo da Ordem de São Jerônimo havia cerca de 20 anos, da qual tinha sido expulso, mestre de canto, que alcançou o grau de procurador do Mosteiro do Mato, e Francisco Dias Palma, que tinha o hábito de Santiago, foram encarcerados, respectivamente, pelos tribunais do Santo Ofício de Lisboa e de Évora. Enquanto o processo de Botelho teve início com as denúncias dos garotos, que o acusaram de práticas nefandas, o de Dias Palma foi instaurado a partir dos testemunhos de homens adultos, que o acusaram de tentar sodomizar um menino de 12 anos, logo chamado à Mesa. Numa época em que os sentidos de infância e de inocência eram muito diferentes dos atuais, e quando as hierarquias sociais eram bem demarcadas, qual foi o olhar inquisitorial quanto às acusações dos menores em ambos os processos? Considerando que o status social das famílias dos meninos era heterogêneo, buscamos perscrutar se os menores e seus depoimentos foram avaliados igualmente pelos juízes inquisitoriais. \u0000Palavras-Chave: Portugal. Inquisição. Sodomia. Meninos. Sacerdotes. \u0000 \u0000[1] Agradeço a gentileza dos amigos: Luiza Tonon, doutoranda na Faculdade de Formação de Professores – FFP/UERJ, e Dr. Dino León Fernández, da Universidad Nacional Mayor de San Marcos, em Lima, Peru, que leram e corrigiram atentamente os resumos deste artigo, em inglês e em espanhol, respectivamente.","PeriodicalId":30561,"journal":{"name":"Revista de Historia da UEG","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41410732","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-31DOI: 10.31668/revistaueg.v11i01.12060
Fabrício de Oliveira Santana
Este trabalho analisa alguns pontos importantes acerca do pensamento demonológico do dominicano espanhol quinhentista Francisco de Vitoria (1486-1546), os quais nos auxiliam na compreensão das raízes do ceticismo ibérico quanto à magia e à feitiçaria, alicerçado na vigorosa fé nas insígnias católicas entregues pela Providência aos homens como remédio aos males do mundo, além de reinseri-lo no âmago da lista de importantes escritores humanistas que se debruçavam sobre o tema no ambiente europeu no mesmo período. Para tanto, estudamos a sua Relectio Sobre a magia (1539-1540), proferida em 1540 na Universidade de Salamanca, buscando compreender a sua perspectiva sobre a magia e a feitiçaria a partir das heterodoxas práticas das artes mágicas. Palavras-chave: Magia. Demonologia. Península Ibérica.
{"title":"Entre anjos e demônios: a dialética demonológica de Francisco de Vitoria (1486-1546)","authors":"Fabrício de Oliveira Santana","doi":"10.31668/revistaueg.v11i01.12060","DOIUrl":"https://doi.org/10.31668/revistaueg.v11i01.12060","url":null,"abstract":"Este trabalho analisa alguns pontos importantes acerca do pensamento demonológico do dominicano espanhol quinhentista Francisco de Vitoria (1486-1546), os quais nos auxiliam na compreensão das raízes do ceticismo ibérico quanto à magia e à feitiçaria, alicerçado na vigorosa fé nas insígnias católicas entregues pela Providência aos homens como remédio aos males do mundo, além de reinseri-lo no âmago da lista de importantes escritores humanistas que se debruçavam sobre o tema no ambiente europeu no mesmo período. Para tanto, estudamos a sua Relectio Sobre a magia (1539-1540), proferida em 1540 na Universidade de Salamanca, buscando compreender a sua perspectiva sobre a magia e a feitiçaria a partir das heterodoxas práticas das artes mágicas. \u0000Palavras-chave: Magia. Demonologia. Península Ibérica.","PeriodicalId":30561,"journal":{"name":"Revista de Historia da UEG","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48363421","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}