A aprendizagem e o uso do português como língua estrangeira revelam aspetos linguísticos e estratégicos particulares, sobretudo no que respeita à construção de estruturas frásicas nos primeiros estágios de aprendizagem. O objetivo deste estudo é de identificar e descrever as tendências de aprendentes do português tendo como línguas materna e segunda o shona e o inglês na construção de frases simples. O estudo é norteado pelos princípios teóricos da interlíngua e, em termos metodológicos, adota uma abordagem qualitativa. A base empírica é constituída por estruturas sintáticas escritas por estudantes universitários no primeiro e no segundo anos de aprendizagem do português. Os resultados revelam tendências como (1) a construção de enunciados sem verbos, (2) o uso de dois verbos em frases simples, sem que um seja auxiliar, (3) a combinação de formas verbais incongruentes com os traços gramaticais dos respetivos sujeitos, (4) a falha na seleção de argumentos, (5) a intrasitivização dos verbos transitivos e a seleção de argumentos externos (sujeitos) para os verbos impessoais e (6) a tendência de usar o número e o gênero não marcados no estabelecimento da concordância nominal. Todas estas dificuldades, entretanto, são interpretáveis sob o ponto de vista das manifestações das fases da interlíngua.
{"title":"Aspetos de interlíngua em português língua estrangeira","authors":"Diocleciano Nhatuve, Sávio Malope, N. Ernesto","doi":"10.35499/tl.v15i1.11363","DOIUrl":"https://doi.org/10.35499/tl.v15i1.11363","url":null,"abstract":"A aprendizagem e o uso do português como língua estrangeira revelam aspetos linguísticos e estratégicos particulares, sobretudo no que respeita à construção de estruturas frásicas nos primeiros estágios de aprendizagem. O objetivo deste estudo é de identificar e descrever as tendências de aprendentes do português tendo como línguas materna e segunda o shona e o inglês na construção de frases simples. O estudo é norteado pelos princípios teóricos da interlíngua e, em termos metodológicos, adota uma abordagem qualitativa. A base empírica é constituída por estruturas sintáticas escritas por estudantes universitários no primeiro e no segundo anos de aprendizagem do português. Os resultados revelam tendências como (1) a construção de enunciados sem verbos, (2) o uso de dois verbos em frases simples, sem que um seja auxiliar, (3) a combinação de formas verbais incongruentes com os traços gramaticais dos respetivos sujeitos, (4) a falha na seleção de argumentos, (5) a intrasitivização dos verbos transitivos e a seleção de argumentos externos (sujeitos) para os verbos impessoais e (6) a tendência de usar o número e o gênero não marcados no estabelecimento da concordância nominal. Todas estas dificuldades, entretanto, são interpretáveis sob o ponto de vista das manifestações das fases da interlíngua.","PeriodicalId":319014,"journal":{"name":"Tabuleiro de Letras","volume":"10 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124193112","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente artigo tem como objetivo apresentar o uso das línguas na Organização das Nações Unidas (ONU). Para tal discussão trouxemos um breve histórico sobre a criação da ONU, para compreendermos as relações das línguas mantidas no e através do discurso fundacional. A partir disso exporemos como foi determinado o estabelecimento dos idiomas de trabalho e oficial da ONU, a partir de sua criação histórica, de base europeia e estadunidense. Com isso, buscamos mostrar que os discursos presentes em alguns documentos da organização não abordam explicitamente o uso institucional das línguas, mantendo assim as relações já pré-estabelecidas.
{"title":"A Organização das Nações Unidas e o uso das línguas","authors":"L. Amato, P. Militão","doi":"10.35499/tl.v15i1.10617","DOIUrl":"https://doi.org/10.35499/tl.v15i1.10617","url":null,"abstract":"O presente artigo tem como objetivo apresentar o uso das línguas na Organização das Nações Unidas (ONU). Para tal discussão trouxemos um breve histórico sobre a criação da ONU, para compreendermos as relações das línguas mantidas no e através do discurso fundacional. A partir disso exporemos como foi determinado o estabelecimento dos idiomas de trabalho e oficial da ONU, a partir de sua criação histórica, de base europeia e estadunidense. Com isso, buscamos mostrar que os discursos presentes em alguns documentos da organização não abordam explicitamente o uso institucional das línguas, mantendo assim as relações já pré-estabelecidas.","PeriodicalId":319014,"journal":{"name":"Tabuleiro de Letras","volume":"28 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122390405","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo analisa noções de lar, comunidade e espiritualidades negras como espaços de cura e empoderamento do sujeito negro em Home, de Toni Morrison. Com base em conceitos do campo dos estudos do trauma, antropologia cultural e estudos da religião, a análise examina o retorno dos protagonistas Cee e Frank à cidade onde cresceram como uma reflexão sobre trauma, história negra, o corpo negro e espiritualidades negras. A análise se concentra nos rituais, terapias e manifestações negras de espiritualidade que comunidades negras têm desenvolvido como meios para se obter cura física e psicológica.
{"title":"Community, Therapies, and Alternative Spiritualities in Toni Morrison’s Home","authors":"José de Paiva dos Santos","doi":"10.35499/tl.v15i1.11486","DOIUrl":"https://doi.org/10.35499/tl.v15i1.11486","url":null,"abstract":"Este artigo analisa noções de lar, comunidade e espiritualidades negras como espaços de cura e empoderamento do sujeito negro em Home, de Toni Morrison. Com base em conceitos do campo dos estudos do trauma, antropologia cultural e estudos da religião, a análise examina o retorno dos protagonistas Cee e Frank à cidade onde cresceram como uma reflexão sobre trauma, história negra, o corpo negro e espiritualidades negras. A análise se concentra nos rituais, terapias e manifestações negras de espiritualidade que comunidades negras têm desenvolvido como meios para se obter cura física e psicológica.","PeriodicalId":319014,"journal":{"name":"Tabuleiro de Letras","volume":"41 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127708630","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo propõe um diálogo entre as literaturas brasileira e portuguesa contemporâneas, focando na análise dos romances Ciranda de pedra, de Lygia Fagundes Telles, e Fazes-me falta, de Inês Pedrosa, na perspectiva da linguagem. Parte-se do princípio de que esta categoria, na obra das referidas autoras, apresenta-se como errante, cheia de espaços vagos, residindo assim numa incompletude e revelando-se impotente para esclarecer o que diz. No tocante à escritora brasileira, este é seu romance de estreia que a própria considera um divisor de águas em sua carreira literária por ser esteticamente mais elaborado que os anteriores. Já em relação à Inês Pedrosa, segundo à crítica, passou a figurar no campo da literatura portuguesa, principalmente, a partir deste romance. Desse modo, os dois livros foram significativos na consagração de ambas, o que se justifica, também, pela irreverência da linguagem neles trabalhada. A análise será perspectivada por teóricos e críticos que tecem contribuições voltadas ao estudo da literatura contemporânea, especialmente Maurice Blanchot (1997; 1987). Para compreender as considerações feitas pela crítica acerca das ficções pedrosina e lygiana, serão consultados, dentre outros, os trabalhos de Diana Navas, Telma Ventura (2017) e Sônia Régis (1998). Os estudos sobre as obras das referidas escritoras vêm crescendo bastante à medida que mais leitores passam a tomar conhecimento de um expressivo legado romanesco à espera de novos pesquisadores que desejem aventurar-se nos meandros de sua linguagem.
{"title":"Ciranda de Pedra e Fazes-me Falta","authors":"Licilange Alves, Cid Ottoni Bylaardt","doi":"10.35499/tl.v15i1.11174","DOIUrl":"https://doi.org/10.35499/tl.v15i1.11174","url":null,"abstract":"Este artigo propõe um diálogo entre as literaturas brasileira e portuguesa contemporâneas, focando na análise dos romances Ciranda de pedra, de Lygia Fagundes Telles, e Fazes-me falta, de Inês Pedrosa, na perspectiva da linguagem. Parte-se do princípio de que esta categoria, na obra das referidas autoras, apresenta-se como errante, cheia de espaços vagos, residindo assim numa incompletude e revelando-se impotente para esclarecer o que diz. No tocante à escritora brasileira, este é seu romance de estreia que a própria considera um divisor de águas em sua carreira literária por ser esteticamente mais elaborado que os anteriores. Já em relação à Inês Pedrosa, segundo à crítica, passou a figurar no campo da literatura portuguesa, principalmente, a partir deste romance. Desse modo, os dois livros foram significativos na consagração de ambas, o que se justifica, também, pela irreverência da linguagem neles trabalhada. A análise será perspectivada por teóricos e críticos que tecem contribuições voltadas ao estudo da literatura contemporânea, especialmente Maurice Blanchot (1997; 1987). Para compreender as considerações feitas pela crítica acerca das ficções pedrosina e lygiana, serão consultados, dentre outros, os trabalhos de Diana Navas, Telma Ventura (2017) e Sônia Régis (1998). Os estudos sobre as obras das referidas escritoras vêm crescendo bastante à medida que mais leitores passam a tomar conhecimento de um expressivo legado romanesco à espera de novos pesquisadores que desejem aventurar-se nos meandros de sua linguagem.","PeriodicalId":319014,"journal":{"name":"Tabuleiro de Letras","volume":"50 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116755983","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo: Publicado em 2002, o romance Antes da liberdade, escrito por Julia Alvarez, é narrado a partir da perspectiva de uma jovem de 12 anos, chamada Anita. Com base em suas percepções, o leitor tem acesso a uma realidade ficcional que aborda a última etapa do regime ditatorial de Rafael Leonidas Trujillo na República Dominicana. O relato de Anita esboça um espaço social caracterizado por vigilância, violência e restrição de mobilidade e discute como esses elementos impactam na construção de identidade de seus membros familiares. Adotando o espaço como categoria de análise, este artigo busca recuperar, num primeiro momento, a discussão teórica do conceito de espaço, especialmente em sua problematização a partir da virada espacial. Na sequência, o foco recai sobre a percepção espacial da protagonista e o modo como esse espaço está atrelado a vigilância, violência e restrição de mobilidade.
摘要:朱莉娅·阿尔瓦雷斯(Julia Alvarez)于2002年出版的小说《自由之前》(Antes da liberdade)从一个名叫安妮塔(Anita)的12岁女孩的角度进行了叙述。基于他们的感知,读者可以进入一个虚构的现实,接近拉斐尔·列奥尼达斯·特鲁希略独裁政权在多米尼加共和国的最后阶段。安妮塔的报告概述了一个以监视、暴力和行动限制为特征的社会空间,并讨论了这些因素如何影响其家庭成员身份的构建。本文以空间为分析范畴,首先试图恢复对空间概念的理论讨论,特别是从空间转向对空间概念的质疑。接下来,重点是主角的空间感知,以及这个空间是如何与监视、暴力和行动限制联系在一起的。
{"title":"Percepções espaciais no romance Antes da Liberdade, de Julia Alvarez","authors":"Dionei Mathias","doi":"10.35499/tl.v15i1.11475","DOIUrl":"https://doi.org/10.35499/tl.v15i1.11475","url":null,"abstract":" Resumo: Publicado em 2002, o romance Antes da liberdade, escrito por Julia Alvarez, é narrado a partir da perspectiva de uma jovem de 12 anos, chamada Anita. Com base em suas percepções, o leitor tem acesso a uma realidade ficcional que aborda a última etapa do regime ditatorial de Rafael Leonidas Trujillo na República Dominicana. O relato de Anita esboça um espaço social caracterizado por vigilância, violência e restrição de mobilidade e discute como esses elementos impactam na construção de identidade de seus membros familiares. Adotando o espaço como categoria de análise, este artigo busca recuperar, num primeiro momento, a discussão teórica do conceito de espaço, especialmente em sua problematização a partir da virada espacial. Na sequência, o foco recai sobre a percepção espacial da protagonista e o modo como esse espaço está atrelado a vigilância, violência e restrição de mobilidade.","PeriodicalId":319014,"journal":{"name":"Tabuleiro de Letras","volume":"22 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125646262","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo teve por objetivo analisar mensagens do presidente Jair Bolsonaro postadas no Twitter, apontando os diversos discursos e ideologias que perpassam esses discursos, além de mostrar como as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) possibilitaram novas formas de transmitir os discursos da classe política tomando as redes sociais, principalmente o Twitter, como um gênero discursivo com poder de alcance e disseminação instantânea do discurso. O trabalho foi embasado nas teorias de Freud (2012), Lacan (1992, 2009) para tratar da subjetividade enquanto psique; Benveniste (1989, 1998), no que diz respeito à subjetividade na linguagem; Paveau (2013), Santos (2011), Silva (2018) sobre o uso das TICs; Mussalim (2001) e Bakhtin (2003) para tratar sobre discurso e gêneros discursivos. Como procedimento metodológico adotou-se a pesquisa bibliográfica atrelada à abordagem qualitativa de análise de conteúdo. E o corpus deste trabalho é composto de dois textos montados a partir de prints de mensagens postadas no Twitter. Após as análises, concluiu-se que o Twitter como gênero discursivo proporciona aos sujeitos uma forma eficiente de disseminar seus discursos, onde fica claro diversas marcas de subjetividade nos textos postados, sendo elas de cunho linguístico ou apresentadas por meio das ferramentas tecnodiscursivas disponíveis no Twitter.
{"title":"Discurso político","authors":"A. Silva, Leonildes Leão, P. Lima","doi":"10.35499/tl.v15i1.11406","DOIUrl":"https://doi.org/10.35499/tl.v15i1.11406","url":null,"abstract":"Este artigo teve por objetivo analisar mensagens do presidente Jair Bolsonaro postadas no Twitter, apontando os diversos discursos e ideologias que perpassam esses discursos, além de mostrar como as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) possibilitaram novas formas de transmitir os discursos da classe política tomando as redes sociais, principalmente o Twitter, como um gênero discursivo com poder de alcance e disseminação instantânea do discurso. O trabalho foi embasado nas teorias de Freud (2012), Lacan (1992, 2009) para tratar da subjetividade enquanto psique; Benveniste (1989, 1998), no que diz respeito à subjetividade na linguagem; Paveau (2013), Santos (2011), Silva (2018) sobre o uso das TICs; Mussalim (2001) e Bakhtin (2003) para tratar sobre discurso e gêneros discursivos. Como procedimento metodológico adotou-se a pesquisa bibliográfica atrelada à abordagem qualitativa de análise de conteúdo. E o corpus deste trabalho é composto de dois textos montados a partir de prints de mensagens postadas no Twitter. Após as análises, concluiu-se que o Twitter como gênero discursivo proporciona aos sujeitos uma forma eficiente de disseminar seus discursos, onde fica claro diversas marcas de subjetividade nos textos postados, sendo elas de cunho linguístico ou apresentadas por meio das ferramentas tecnodiscursivas disponíveis no Twitter.","PeriodicalId":319014,"journal":{"name":"Tabuleiro de Letras","volume":"361 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125894829","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente artigo tem por objetivo analisar a produção semiótica do amigo na personagem Kuririn de Dragon Ball Z. Para alcançar esse objetivo, recorre-se ao uso da conceituação junguiana de arquétipo que, por sua vez, dá suporte aos quatro pontos das necessidades básicas de constituição arquetípica (MARK; PEARSON 2001) sobre os quais se empregam a análise semiótica para compreender a valência dos principais traços inerentes à formação do amigo em Kuririn. Nesse sentido, retoma-se tanto a metodologia qualitativa quanto às considerações de Soares (2020) para nortear o traçado desta investigação. Para tanto, este artigo organiza-se da seguinte forma: em um primeiro momento, descreve-se e interpreta-se a arquitetura semiótica de Kuririn à luz do funcionamento arquetípico do amigo no que se refere às quatro fases constituintes da narrativa (PLATÃO; FIORIN, 1993). Posteriormente, com base na relação entre os quatro pontos das necessidades básicas de constituição arquetípica, investiga-se a composição da narratividade semiótica de Kuririn. Por fim, são concebidos alguns comentários apreciativos e estimadas as possíveis contribuições de cujo produto pode advir a o trajeto aqui percorrido.
{"title":"A semiótica do amigo","authors":"Thiago Barbosa Soares","doi":"10.35499/tl.v15i1.10657","DOIUrl":"https://doi.org/10.35499/tl.v15i1.10657","url":null,"abstract":"O presente artigo tem por objetivo analisar a produção semiótica do amigo na personagem Kuririn de Dragon Ball Z. Para alcançar esse objetivo, recorre-se ao uso da conceituação junguiana de arquétipo que, por sua vez, dá suporte aos quatro pontos das necessidades básicas de constituição arquetípica (MARK; PEARSON 2001) sobre os quais se empregam a análise semiótica para compreender a valência dos principais traços inerentes à formação do amigo em Kuririn. Nesse sentido, retoma-se tanto a metodologia qualitativa quanto às considerações de Soares (2020) para nortear o traçado desta investigação. Para tanto, este artigo organiza-se da seguinte forma: em um primeiro momento, descreve-se e interpreta-se a arquitetura semiótica de Kuririn à luz do funcionamento arquetípico do amigo no que se refere às quatro fases constituintes da narrativa (PLATÃO; FIORIN, 1993). Posteriormente, com base na relação entre os quatro pontos das necessidades básicas de constituição arquetípica, investiga-se a composição da narratividade semiótica de Kuririn. Por fim, são concebidos alguns comentários apreciativos e estimadas as possíveis contribuições de cujo produto pode advir a o trajeto aqui percorrido.","PeriodicalId":319014,"journal":{"name":"Tabuleiro de Letras","volume":"292 10","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"120897955","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo tem como objetivo analisar de que forma a prosa contemporânea de Meu destino é ser onça (2009), de Alberto Mussa, dialoga com o projeto modernista brasileiro. Para estabelecer esse diálogo, traçaremos um comparativo da referida obra em relação ao romance Macunaíma (1928), de Mário de Andrade (1893-1945), e ao conto “Meu tio o Iauaretê” (1969), de Guimarães Rosa (1908-1969), pois as três obras são criações artísticas que, em certa medida, remetem ao conceito de antropofagia, além de absorverem e reelaborarem cosmologias indígenas. Concernente a Macunaíma, observaremos como as duas obras utilizam fontes que reproduzem narrativas de origem indígena na concepção de seus respectivos projetos literários. A respeito de “Meu tio o Iauaretê”, destacaremos temas comuns como a figura da onça e a metamorfose. Para dar suporte à discussão, tomaremos, entre outros, o livro Literaturas da floresta – textos amazônicos e cultura latino-americana (2012), de Lúcia Sá, no qual a autora analisa como as cosmogonias indígenas são reelaboradas em obras da tradição literária brasileira e latino-americana.
本文旨在分析阿尔贝托·穆萨的当代散文《Meu destino e ser onca》(2009)如何与巴西现代主义计划对话。建立对话,我们一个比较工作的新颖Macunaíma(1928),对安德(1893 - -1945),到故事的“我的叔叔Iauaretê”(1969),粉红色的吉马良斯(1908 - -1969),对三个作品是艺术创造的,在某种程度上,这些antropofagia概念,除了吸收和reelaborarem cosmologias原住民。关于macunaima,我们将观察这两部作品是如何在各自的文学项目设计中使用复制土著起源叙事的来源的。关于“Meu tio o iauarete”,我们将突出共同的主题,如美洲虎的形象和变形。为了支持讨论,我们将以lucia sa的《森林文学-亚马逊文本和拉丁美洲文化》(2012)一书为例,在这本书中,作者分析了土著宇宙论是如何在巴西和拉丁美洲文学传统的作品中被重新阐述的。
{"title":"Meu destino é ser onça e o projeto modernista brasileiro","authors":"Ingred Pereira, Pablo Ramos, M. Guimarães","doi":"10.35499/tl.v15i1.10763","DOIUrl":"https://doi.org/10.35499/tl.v15i1.10763","url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo analisar de que forma a prosa contemporânea de Meu destino é ser onça (2009), de Alberto Mussa, dialoga com o projeto modernista brasileiro. Para estabelecer esse diálogo, traçaremos um comparativo da referida obra em relação ao romance Macunaíma (1928), de Mário de Andrade (1893-1945), e ao conto “Meu tio o Iauaretê” (1969), de Guimarães Rosa (1908-1969), pois as três obras são criações artísticas que, em certa medida, remetem ao conceito de antropofagia, além de absorverem e reelaborarem cosmologias indígenas. Concernente a Macunaíma, observaremos como as duas obras utilizam fontes que reproduzem narrativas de origem indígena na concepção de seus respectivos projetos literários. A respeito de “Meu tio o Iauaretê”, destacaremos temas comuns como a figura da onça e a metamorfose. Para dar suporte à discussão, tomaremos, entre outros, o livro Literaturas da floresta – textos amazônicos e cultura latino-americana (2012), de Lúcia Sá, no qual a autora analisa como as cosmogonias indígenas são reelaboradas em obras da tradição literária brasileira e latino-americana.","PeriodicalId":319014,"journal":{"name":"Tabuleiro de Letras","volume":"54 26 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"117201706","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
No presente artigo objetiva-se refletir no conto “A mulher ramada”, de Marina Colasanti, a consciência contígua à relação social histórica que incide na perspectiva de dominação masculina ante à sujeição feminina deslocada para o seu empoderamento. A análise busca ponderar a respeito da legitimação e intensidade do viés patriarcal apreendido no mundo social desde a origem genesíaca à atualidade coligadas nas arbitrárias divisões, pelas quais os traços de dominação e os efeitos exercidos nos corpos femininos ainda perduram ou teimam em persistir em detrimento dos avanços emancipatórios da mulher na sociedade. O conto simboliza o limite da experiência feminina do corpo moldado pelo/para o outro, uma vez que se encontra implicado no olhar e no discurso do (s) outro (s). Assim, evoca-se estudos afins ao tema proposto, no sentido refletir e descrever os arcabouços de ordem tradicional, social e religiosa que corroboram para a oposição entre os sexos.
{"title":"A semiótica dos traços de dominação masculina versus a emancipação feminina no conto “A mulher ramada”, de Marina Colasanti","authors":"Edinaldo Flauzino de Matos","doi":"10.35499/tl.v15i1.11511","DOIUrl":"https://doi.org/10.35499/tl.v15i1.11511","url":null,"abstract":"No presente artigo objetiva-se refletir no conto “A mulher ramada”, de Marina Colasanti, a consciência contígua à relação social histórica que incide na perspectiva de dominação masculina ante à sujeição feminina deslocada para o seu empoderamento. A análise busca ponderar a respeito da legitimação e intensidade do viés patriarcal apreendido no mundo social desde a origem genesíaca à atualidade coligadas nas arbitrárias divisões, pelas quais os traços de dominação e os efeitos exercidos nos corpos femininos ainda perduram ou teimam em persistir em detrimento dos avanços emancipatórios da mulher na sociedade. O conto simboliza o limite da experiência feminina do corpo moldado pelo/para o outro, uma vez que se encontra implicado no olhar e no discurso do (s) outro (s). Assim, evoca-se estudos afins ao tema proposto, no sentido refletir e descrever os arcabouços de ordem tradicional, social e religiosa que corroboram para a oposição entre os sexos.","PeriodicalId":319014,"journal":{"name":"Tabuleiro de Letras","volume":"10 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130227936","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo aborda a relação língua e sociedade, numa perspectiva decolonial, sobre a realização da variante retroflexa [ɻ] no município de Redenção, sul do Pará. Baseada na Sociolinguística Laboviana (LABOV, 2008), desenvolvemos uma pesquisa de campo, valorizando o caráter qualitativo, envolvendo aspectos históricos, culturais, sociais e linguísticos em torno da história da região sul paraense e os sujeitos redencenses. A partir da pesquisa, destacamos que a variante [ɻ] torna-se uma estratégia de manutenção da colonialidade quando associada à realidade rural, especialmente, vinculada ao agronegócio; ao mesmo tempo, ela se torna espaço de luta política e de enfrentamento, relacionado a contextos internos do estado do Pará e envolvendo a variante alveopalatal [ʃ].
{"title":"O \"R caipira\" no sul do Pará","authors":"Manoella Gonçalves Bazzo, Tânia Ferreira Rezende","doi":"10.35499/tl.v15i1.11356","DOIUrl":"https://doi.org/10.35499/tl.v15i1.11356","url":null,"abstract":"Este artigo aborda a relação língua e sociedade, numa perspectiva decolonial, sobre a realização da variante retroflexa [ɻ] no município de Redenção, sul do Pará. Baseada na Sociolinguística Laboviana (LABOV, 2008), desenvolvemos uma pesquisa de campo, valorizando o caráter qualitativo, envolvendo aspectos históricos, culturais, sociais e linguísticos em torno da história da região sul paraense e os sujeitos redencenses. A partir da pesquisa, destacamos que a variante [ɻ] torna-se uma estratégia de manutenção da colonialidade quando associada à realidade rural, especialmente, vinculada ao agronegócio; ao mesmo tempo, ela se torna espaço de luta política e de enfrentamento, relacionado a contextos internos do estado do Pará e envolvendo a variante alveopalatal [ʃ].","PeriodicalId":319014,"journal":{"name":"Tabuleiro de Letras","volume":"46 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"128747034","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}