Pub Date : 2020-12-18DOI: 10.22456/1982-5269.106523
G. S. Ferreira, Cícero Krupp da Luz
Este artigo analisa a relação entre o aumento da desigualdade no Brasil e nos Estados Unidos da América e a necessidade de um Estado social para o século XXI. Na primeira parte, estabelece-se uma relação entre a consolidação do neoliberalismo e a concentração da riqueza global. Na segunda parte, é feita a descrição da crise do Estado social nos dois países e são apresentadas as propostas de um Estado social para o século XXI. A definição da posição jurídica dos direitos sociais é analisada em conjunto com suas disputas políticas e econômicas, de forma interdisciplinar. Assim, a pesquisa guarda uma referência metodológica exploratória, ainda que se utilize de técnicas históricas e de uma perspectiva teórica marcadamente crítica. Os resultados apontam para uma diminuição da mediação do Estado social entre capital e trabalho. No entanto, estudos científicos e organizações internacionais ainda sustentam que os direitos sociais são centrais para a redução da desigualdade neste século.
{"title":"A defesa do Estado social no Brasil e nos Estados Unidos da América","authors":"G. S. Ferreira, Cícero Krupp da Luz","doi":"10.22456/1982-5269.106523","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-5269.106523","url":null,"abstract":"Este artigo analisa a relação entre o aumento da desigualdade no Brasil e nos Estados Unidos da América e a necessidade de um Estado social para o século XXI. Na primeira parte, estabelece-se uma relação entre a consolidação do neoliberalismo e a concentração da riqueza global. Na segunda parte, é feita a descrição da crise do Estado social nos dois países e são apresentadas as propostas de um Estado social para o século XXI. A definição da posição jurídica dos direitos sociais é analisada em conjunto com suas disputas políticas e econômicas, de forma interdisciplinar. Assim, a pesquisa guarda uma referência metodológica exploratória, ainda que se utilize de técnicas históricas e de uma perspectiva teórica marcadamente crítica. Os resultados apontam para uma diminuição da mediação do Estado social entre capital e trabalho. No entanto, estudos científicos e organizações internacionais ainda sustentam que os direitos sociais são centrais para a redução da desigualdade neste século.","PeriodicalId":32024,"journal":{"name":"Revista Debates","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"82834371","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-18DOI: 10.22456/1982-5269.109421
H. Castro, D. Santos, Luana Isabelle Beal
Nos últimos anos, observamos a ascensão de atores autoritário-populistas tanto em democracias consolidadas quanto naquelas ainda não bem estabelecidas. Neste artigo, analisamos se o aumento da insatisfação política explica o crescimento do apoio político ao autoritarismo-populista na América do Sul e na Europa. Nossa hipótese é que um ambiente de insatisfação política explica o fenômeno. Analisamos os casos da Alemanha, Argentina, Brasil, Chile, Espanha e Holanda. Utilizamos dados do World Values Survey e dos resultados eleitorais de 2005 a 2019. Verificamos que há uma desconexão entre o apoio à democracia e a insatisfação com o seu desempenho, o que favorece, em alguns casos, o crescimento do autoritarismo-populista. Além disso, os eleitores desses atores são os mais insatisfeitos. Porém, a hipótese é parcialmente confirmada, já que a insatisfação é insuficiente para explicar todos os casos, sendo outros fatores, como o conflito de valores e a cultura política, mais pertinentes.
{"title":"A insatisfação política e a ascensão do autoritarismo-populista: uma análise da América do Sul e da Europa","authors":"H. Castro, D. Santos, Luana Isabelle Beal","doi":"10.22456/1982-5269.109421","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-5269.109421","url":null,"abstract":"Nos últimos anos, observamos a ascensão de atores autoritário-populistas tanto em democracias consolidadas quanto naquelas ainda não bem estabelecidas. Neste artigo, analisamos se o aumento da insatisfação política explica o crescimento do apoio político ao autoritarismo-populista na América do Sul e na Europa. Nossa hipótese é que um ambiente de insatisfação política explica o fenômeno. Analisamos os casos da Alemanha, Argentina, Brasil, Chile, Espanha e Holanda. Utilizamos dados do World Values Survey e dos resultados eleitorais de 2005 a 2019. Verificamos que há uma desconexão entre o apoio à democracia e a insatisfação com o seu desempenho, o que favorece, em alguns casos, o crescimento do autoritarismo-populista. Além disso, os eleitores desses atores são os mais insatisfeitos. Porém, a hipótese é parcialmente confirmada, já que a insatisfação é insuficiente para explicar todos os casos, sendo outros fatores, como o conflito de valores e a cultura política, mais pertinentes.","PeriodicalId":32024,"journal":{"name":"Revista Debates","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"81283855","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-18DOI: 10.22456/1982-5269.108752
D. Rezende, Rayza Sarmento, Louise Siqueira Tavares
Este artigo apresenta uma análise sobre os órgãos de mulheres dos partidos políticos brasileiros, considerando os estatutos e os sítios eletrônicos dos partidos políticos com representação na Câmara dos Deputados brasileira na 54a legislatura (2011-2015), a fim de entender as formas como os órgãos de mulheres aparecem em duas arenas importantes na construção dos partidos: suas diretrizes estatutárias e sua apresentação pública oficial na internet. O conjunto das análises realizadas indica que os órgãos de mulheres têm atuação limitada, o que aponta para seu caráter predominantemente retórico. Ainda que voltada à análise específica de órgãos partidários, a pesquisa realizada pode contribuir para elucidar questões mais amplas, relacionadas a atividades partidárias fundamentais, como o recrutamento de militantes e lideranças e a mobilização política.
{"title":"Mulheres nos partidos políticos brasileiros: uma análise de estatutos partidários e sítios eletrônicos","authors":"D. Rezende, Rayza Sarmento, Louise Siqueira Tavares","doi":"10.22456/1982-5269.108752","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-5269.108752","url":null,"abstract":"Este artigo apresenta uma análise sobre os órgãos de mulheres dos partidos políticos brasileiros, considerando os estatutos e os sítios eletrônicos dos partidos políticos com representação na Câmara dos Deputados brasileira na 54a legislatura (2011-2015), a fim de entender as formas como os órgãos de mulheres aparecem em duas arenas importantes na construção dos partidos: suas diretrizes estatutárias e sua apresentação pública oficial na internet. O conjunto das análises realizadas indica que os órgãos de mulheres têm atuação limitada, o que aponta para seu caráter predominantemente retórico. Ainda que voltada à análise específica de órgãos partidários, a pesquisa realizada pode contribuir para elucidar questões mais amplas, relacionadas a atividades partidárias fundamentais, como o recrutamento de militantes e lideranças e a mobilização política.","PeriodicalId":32024,"journal":{"name":"Revista Debates","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"81357223","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-08-28DOI: 10.22456/1982-5269.88450
Pedro Herique Pedreira Campos
O artigo pretende analisar a relação entre capital e Estado no Brasil, problematizando a trajetória da construtora mineira Mendes Júnior, centrando em suas atividades ao longo da ditadura civil-militar brasileira (1964-1988), período de grande crescimento da empresa. Nossa hipótese é que essa empreiteira constitui um caso emblemático do capital monopolista gestado no Brasil ao longo do século XX, alimentado pelo fundo público e pelo protecionismo estatal implementado pelo regime autoritário. Dessa forma, analisamos o percurso da empresa enfatizando seu processo de crescimento e inserção junto às agências do Estado brasileiro. Concluímos que o processo de expansão da empresa se dá no compasso da afirmação do capital monopolista no Brasil, porém a construtora encontrou dificuldades em meio ao processo de transição política e durante a Nova República no país.
{"title":"Capital monopolista, ditadura e Estado no Brasil: o caso da trajetória da construtora Mendes Júnior","authors":"Pedro Herique Pedreira Campos","doi":"10.22456/1982-5269.88450","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-5269.88450","url":null,"abstract":"O artigo pretende analisar a relação entre capital e Estado no Brasil, problematizando a trajetória da construtora mineira Mendes Júnior, centrando em suas atividades ao longo da ditadura civil-militar brasileira (1964-1988), período de grande crescimento da empresa. Nossa hipótese é que essa empreiteira constitui um caso emblemático do capital monopolista gestado no Brasil ao longo do século XX, alimentado pelo fundo público e pelo protecionismo estatal implementado pelo regime autoritário. Dessa forma, analisamos o percurso da empresa enfatizando seu processo de crescimento e inserção junto às agências do Estado brasileiro. Concluímos que o processo de expansão da empresa se dá no compasso da afirmação do capital monopolista no Brasil, porém a construtora encontrou dificuldades em meio ao processo de transição política e durante a Nova República no país.","PeriodicalId":32024,"journal":{"name":"Revista Debates","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"73279098","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-08-28DOI: 10.22456/1982-5269.94691
Leonardo Granato
Presentation of the Dossier Apresentacao pelas organizadoras do Dossie: criancas, midias e mediacoes dos objetivos e temas dos artigos que constituem o Dossie. Presentation by the organizers of the Dossier: children, media and mediations of the objectives and themes of the articles that make up the Dossier.
{"title":"Apresentação do Dossiê","authors":"Leonardo Granato","doi":"10.22456/1982-5269.94691","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-5269.94691","url":null,"abstract":"Presentation of the Dossier Apresentacao pelas organizadoras do Dossie: criancas, midias e mediacoes dos objetivos e temas dos artigos que constituem o Dossie. Presentation by the organizers of the Dossier: children, media and mediations of the objectives and themes of the articles that make up the Dossier.","PeriodicalId":32024,"journal":{"name":"Revista Debates","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"82857820","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-08-28DOI: 10.22456/1982-5269.90043
Éder Rodrigo Gimenes, Gabriel Avila Casalecchi, Julian Borba, E. Ribeiro
Em continuidade à agenda de investigações, empreendemos uma análise acerca da evolução do relacionamento dos eleitores com os partidos políticos nas democracias latino-americanas, de modo que este artigo tem como objetivo analisar, em perspectiva comparada, os determinantes do partidarismo em países que se enquadram em distintas categorias em termos de enraizamento partidário: Uruguai, Argentina, Brasil e Chile. Para tanto, utilizamos os bancos de dados do Barômetro das Américas referentes ao período entre 2006 e 2016/7, cujos resultados indicam o declínio uniforme na identificação com os partidos políticos na última onda, a relevância do interesse por política e das faixas etárias dos indivíduos à manifestação do partidarismo e relativa indiferenciação entre os perfis de identificados com as principais legendas dos sistemas partidários nacionais, à exceção do caso uruguaio.
{"title":"Evolução dos determinantes do partidarismo na América Latina","authors":"Éder Rodrigo Gimenes, Gabriel Avila Casalecchi, Julian Borba, E. Ribeiro","doi":"10.22456/1982-5269.90043","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-5269.90043","url":null,"abstract":"Em continuidade à agenda de investigações, empreendemos uma análise acerca da evolução do relacionamento dos eleitores com os partidos políticos nas democracias latino-americanas, de modo que este artigo tem como objetivo analisar, em perspectiva comparada, os determinantes do partidarismo em países que se enquadram em distintas categorias em termos de enraizamento partidário: Uruguai, Argentina, Brasil e Chile. Para tanto, utilizamos os bancos de dados do Barômetro das Américas referentes ao período entre 2006 e 2016/7, cujos resultados indicam o declínio uniforme na identificação com os partidos políticos na última onda, a relevância do interesse por política e das faixas etárias dos indivíduos à manifestação do partidarismo e relativa indiferenciação entre os perfis de identificados com as principais legendas dos sistemas partidários nacionais, à exceção do caso uruguaio.","PeriodicalId":32024,"journal":{"name":"Revista Debates","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"88935083","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-08-28DOI: 10.22456/1982-5269.88960
Maria Regina Carvalho Teixeira de Oliveira, Marjorie Marona
Candidatos a prefeito com problemas em suas contas são punidos eleitoralmente? Buscamos responder se o eleitor consegue controlar seu representante. Analisamos os candidatos a prefeitos entre os anos 2004 a 2016. Buscamos agentes que tiveram suas contas julgadas como irregulares pelo Tribunal de Contas da União, tendo sido detentores de cargos públicos ou não. Utilizamos como variáveis de controle o gasto dos candidatos, se o candidato é incumbente ou não; migração partidária; tamanho populacional dos municípios e renda per capita. Com um modelo de regressão logística com link logit, estimamos o efeito de uma ou mais variáveis independentes em uma variável dependente binária. Nossos resultados indicam que apenas 35% dos envolvidos com contas irregulares foram eleitos. Percebemos que entre desafiante e incumbente com contas irregulares, o incumbente tem mais chances de reeleição do que o desafiante tem de vencer.
{"title":"Punição eleitoral e contas irregulares nas eleições para prefeito (2004-2016)","authors":"Maria Regina Carvalho Teixeira de Oliveira, Marjorie Marona","doi":"10.22456/1982-5269.88960","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-5269.88960","url":null,"abstract":"Candidatos a prefeito com problemas em suas contas são punidos eleitoralmente? Buscamos responder se o eleitor consegue controlar seu representante. Analisamos os candidatos a prefeitos entre os anos 2004 a 2016. Buscamos agentes que tiveram suas contas julgadas como irregulares pelo Tribunal de Contas da União, tendo sido detentores de cargos públicos ou não. Utilizamos como variáveis de controle o gasto dos candidatos, se o candidato é incumbente ou não; migração partidária; tamanho populacional dos municípios e renda per capita. Com um modelo de regressão logística com link logit, estimamos o efeito de uma ou mais variáveis independentes em uma variável dependente binária. Nossos resultados indicam que apenas 35% dos envolvidos com contas irregulares foram eleitos. Percebemos que entre desafiante e incumbente com contas irregulares, o incumbente tem mais chances de reeleição do que o desafiante tem de vencer.","PeriodicalId":32024,"journal":{"name":"Revista Debates","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83072961","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-08-28DOI: 10.22456/1982-5269.89392
Raul Nunes, E. Svartman
Este trabalho tem como objetivo descrever os principais dilemas da Grande Estratégia das Forças Armadas Brasileiras nos anos 1980 e 1990. Nos anos 1980, a Guerra das Malvinas e o reordenamento da política externa brasileira, somados ao contexto de redemocratização, ensejaram revisões da Estratégia e das Doutrinas Militares oriundas do período da Guerra Fria. Nos anos 1990, o novo contexto internacional ampliou o dilema sobre a finalidade das Forças Armadas, com opiniões variando entre a dissuasão, o combate a ilícitos internacionais, a proteção ao meio ambiente e a atuação em Operações de Paz da ONU. O debate interno foi analisado a partir de artigos publicados por oficiais nas revistas profissionais “A Defesa Nacional” e “Revista da ESG”. Argumenta-se que os consensos e dissensos desta produção ideacional podem ser observados na Política de Defesa Nacional, de 1996.
{"title":"Dilemas da Grande Estratégia das Forças Armadas do Brasil nos anos 1980 e 1990: o debate interno em um sistema internacional em transição","authors":"Raul Nunes, E. Svartman","doi":"10.22456/1982-5269.89392","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-5269.89392","url":null,"abstract":"Este trabalho tem como objetivo descrever os principais dilemas da Grande Estratégia das Forças Armadas Brasileiras nos anos 1980 e 1990. Nos anos 1980, a Guerra das Malvinas e o reordenamento da política externa brasileira, somados ao contexto de redemocratização, ensejaram revisões da Estratégia e das Doutrinas Militares oriundas do período da Guerra Fria. Nos anos 1990, o novo contexto internacional ampliou o dilema sobre a finalidade das Forças Armadas, com opiniões variando entre a dissuasão, o combate a ilícitos internacionais, a proteção ao meio ambiente e a atuação em Operações de Paz da ONU. O debate interno foi analisado a partir de artigos publicados por oficiais nas revistas profissionais “A Defesa Nacional” e “Revista da ESG”. Argumenta-se que os consensos e dissensos desta produção ideacional podem ser observados na Política de Defesa Nacional, de 1996.","PeriodicalId":32024,"journal":{"name":"Revista Debates","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83120383","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-08-28DOI: 10.22456/1982-5269.88730
Ana Luiza Vedovato, Igor Castellano Da Silva
O presente estudo avalia a relação entre unidades sistêmicas, a partir das características e aspectos formativos dos Estados, e estruturas sistêmicas profundas, na configuração do sistema regional sul-americano no período pós-independência (1810-2010). Nossa hipótese é que as evoluções e mudanças pelas quais passam os sistemas regionais parecem estar condicionadas, para além de causas interacionais e estruturais, pelas características e processos históricos dos Estados que os integram, podendo ser identificados em três mecanismos principais: 1) como tipos/unidades constituintes do sistema, a partir dos processos de formação e transformação dos Estados; 2) como agentes das interações sistêmicas; e 3) como elementos estruturadores, a partir de suas características, relações e dinâmicas internas. A adoção de perspectiva eclética e aliada à Sociologia Histórica possibilita avaliar a conexão dos processos históricos com mudanças observadas no sistema regional sul-americano.
{"title":"O Estado como unidade de análise dos sistemas regionais: impactos na estrutura sistêmica da América do Sul","authors":"Ana Luiza Vedovato, Igor Castellano Da Silva","doi":"10.22456/1982-5269.88730","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-5269.88730","url":null,"abstract":"O presente estudo avalia a relação entre unidades sistêmicas, a partir das características e aspectos formativos dos Estados, e estruturas sistêmicas profundas, na configuração do sistema regional sul-americano no período pós-independência (1810-2010). Nossa hipótese é que as evoluções e mudanças pelas quais passam os sistemas regionais parecem estar condicionadas, para além de causas interacionais e estruturais, pelas características e processos históricos dos Estados que os integram, podendo ser identificados em três mecanismos principais: 1) como tipos/unidades constituintes do sistema, a partir dos processos de formação e transformação dos Estados; 2) como agentes das interações sistêmicas; e 3) como elementos estruturadores, a partir de suas características, relações e dinâmicas internas. A adoção de perspectiva eclética e aliada à Sociologia Histórica possibilita avaliar a conexão dos processos históricos com mudanças observadas no sistema regional sul-americano.","PeriodicalId":32024,"journal":{"name":"Revista Debates","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"77970977","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-08-28DOI: 10.22456/1982-5269.89014
Andrea Oliveira Ribeiro, Roberta Rodrigues Marques da Silva
Este artigo analisa as mudanças institucionais no setor elétrico levadas a cabo pelo governo Dilma Rousseff, relacionando-as à crise política mais ampla que permeou o seu segundo mandato, levando à sua derrubada em 2016. Mobilizando a literatura sobre capacidades estatais, buscamos avançar na discussão sobre as capacidades de coordenação como elemento explicativo para a crise. Rousseff buscou retomar o intervencionismo estatal no setor elétrico, pretendendo deslocar o protagonismo adquirido ao longo dos anos anteriores pelo empresariado privado, sobretudo estrangeiro. Essa reforma, porém, foi amplamente criticada, inclusive pelo empresariado beneficiado pela redução das tarifas de eletricidade. Nossa hipótese é que os problemas na dimensão coordenativa das capacidades estatais levaram ao enfraquecimento da coalizão governista nascida em 2003.
{"title":"Notas sobre a reforma do setor elétrico de Dilma Rousseff e a dimensão coordenativa das capacidades estatais","authors":"Andrea Oliveira Ribeiro, Roberta Rodrigues Marques da Silva","doi":"10.22456/1982-5269.89014","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-5269.89014","url":null,"abstract":"Este artigo analisa as mudanças institucionais no setor elétrico levadas a cabo pelo governo Dilma Rousseff, relacionando-as à crise política mais ampla que permeou o seu segundo mandato, levando à sua derrubada em 2016. Mobilizando a literatura sobre capacidades estatais, buscamos avançar na discussão sobre as capacidades de coordenação como elemento explicativo para a crise. Rousseff buscou retomar o intervencionismo estatal no setor elétrico, pretendendo deslocar o protagonismo adquirido ao longo dos anos anteriores pelo empresariado privado, sobretudo estrangeiro. Essa reforma, porém, foi amplamente criticada, inclusive pelo empresariado beneficiado pela redução das tarifas de eletricidade. Nossa hipótese é que os problemas na dimensão coordenativa das capacidades estatais levaram ao enfraquecimento da coalizão governista nascida em 2003.","PeriodicalId":32024,"journal":{"name":"Revista Debates","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"78241439","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}