Pub Date : 2020-12-21DOI: 10.35699/1983-3636.2020.24445
Eduardo da Silva de Freitas
Trata-se de Resenha do livro The Measure of Homer: the Ancient Reception of the Iliad and Odyssey, de Richard Hunter, publicado em 2018 pela Cambridge University Press.
这是对理查德·亨特(Richard Hunter) 2018年出版的《荷马的测量:伊利亚特和奥德赛的古代接受》(The Measure of Homer: The Ancient Reception of The Iliad and Odyssey)一书的评论。
{"title":"HUNTER, Richard. The Measure of Homer: The Ancient Reception of the Iliad and Odyssey. Cambridge: Cambridge University Press, 2018.","authors":"Eduardo da Silva de Freitas","doi":"10.35699/1983-3636.2020.24445","DOIUrl":"https://doi.org/10.35699/1983-3636.2020.24445","url":null,"abstract":"Trata-se de Resenha do livro The Measure of Homer: the Ancient Reception of the Iliad and Odyssey, de Richard Hunter, publicado em 2018 pela Cambridge University Press.","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"62 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"80965186","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-21DOI: 10.35699/1983-3636.2020.22124
L. D. C. Monteiro
O presente artigo se propõe a analisar o diálogo entre a obra de Machado de Assis e os poemas de Homero, mais especificamente os ecos das personagens Helena e Penélope detectados na construção de Capitu, do romance Dom Casmurro. (In)fidelidade, natureza ambígua e condição liminar definem as três personagens. Entretanto, Capitu, ao contrário das personagens homéricas, não pertence a um enredo que apresenta a resolução de sua liminaridade. Um dos motivos para isto, segundo o que se pretende argumentar neste artigo, é a complexa combinação das heroínas homéricas cuja memória pode ser rastreada na construção de Capitu, que revela uma mistura de elementos delas característicos, como a dissimulação e a sedução.
{"title":"Recepção dos clássicos em Machado de Assis","authors":"L. D. C. Monteiro","doi":"10.35699/1983-3636.2020.22124","DOIUrl":"https://doi.org/10.35699/1983-3636.2020.22124","url":null,"abstract":"O presente artigo se propõe a analisar o diálogo entre a obra de Machado de Assis e os poemas de Homero, mais especificamente os ecos das personagens Helena e Penélope detectados na construção de Capitu, do romance Dom Casmurro. (In)fidelidade, natureza ambígua e condição liminar definem as três personagens. Entretanto, Capitu, ao contrário das personagens homéricas, não pertence a um enredo que apresenta a resolução de sua liminaridade. Um dos motivos para isto, segundo o que se pretende argumentar neste artigo, é a complexa combinação das heroínas homéricas cuja memória pode ser rastreada na construção de Capitu, que revela uma mistura de elementos delas característicos, como a dissimulação e a sedução.","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"79 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"87109947","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-21DOI: 10.35699/1983-3636.2020.21351
Carol Martins da Rocha
Este artigo trata mais centralmente da participação da meretriz Filemácia (Philematium) e de sua escrava, Escafa (Scapha), na peça Mostellaria, de Plauto (III – II a.C.), para entender o modo como a interação entre tais personagens traz à tona nuanças do tipo cômico que elas representam. As duas personagens femininas figuram em cena apenas no primeiro ato dessa comédia, num diálogo que se estende entre os versos 157 e 312. Este texto, levando em consideração, sobretudo, aspectos considerados metateatrais, procura apontar como, apesar da breve participação de tais personagens, é importante olhar com atenção para elementos da cena, em que Filemácia e Escafa conversam. Na passagem, que envolve o uso de um espelho, estão em jogo os diferentes papéis que as meretrizes costumam exercer na comédia palliata e, também, alusões a importantes aspectos cênicos do teatro antigo. As conclusões apontam para a maneira como as nuanças dos tipos cômicos afetam o entendimento do enredo como um todo e da ação das suas personagens, contribuindo para os efeitos cômicos presentes na peça.
{"title":"O speculum de Filemácia na Mostellaria de Plauto e o jogo metateatral entre os papéis das meretrizes na comédia palliata","authors":"Carol Martins da Rocha","doi":"10.35699/1983-3636.2020.21351","DOIUrl":"https://doi.org/10.35699/1983-3636.2020.21351","url":null,"abstract":"Este artigo trata mais centralmente da participação da meretriz Filemácia (Philematium) e de sua escrava, Escafa (Scapha), na peça Mostellaria, de Plauto (III – II a.C.), para entender o modo como a interação entre tais personagens traz à tona nuanças do tipo cômico que elas representam. As duas personagens femininas figuram em cena apenas no primeiro ato dessa comédia, num diálogo que se estende entre os versos 157 e 312. Este texto, levando em consideração, sobretudo, aspectos considerados metateatrais, procura apontar como, apesar da breve participação de tais personagens, é importante olhar com atenção para elementos da cena, em que Filemácia e Escafa conversam. Na passagem, que envolve o uso de um espelho, estão em jogo os diferentes papéis que as meretrizes costumam exercer na comédia palliata e, também, alusões a importantes aspectos cênicos do teatro antigo. As conclusões apontam para a maneira como as nuanças dos tipos cômicos afetam o entendimento do enredo como um todo e da ação das suas personagens, contribuindo para os efeitos cômicos presentes na peça.","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"12 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"82439104","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-21DOI: 10.35699/1983-3636.2020.24233
Willamy Fernandes Gonçalves
O presente artigo tem como objetivo observar como o movimento humanista manifestou-se nas letras portuguesas, especificamente quanto ao tratamento dado às narrativas míticas gregas. Para tanto, após breve caracterização da herança clássica no medievo português, sobretudo quanto à seleção e ao uso de narrativas e de personagens da mitologia grega, passa à leitura de um texto-chave sobre o tratamento do mito em Portugal na transição entre Baixa Idade Média e Renascimento: o prólogo da tradução da Electra de Sófocles por Anrique Aires Victória. O contraponto dessa leitura com trechos fundamentais de autores como Justino de Roma, Clemente de Alexandria e Basílio de Cesareia, que nos primeiros anos do cristianismo forneceram as diretrizes para o tratamento da herança literária clássica no mundo cristão, nos ajuda a compreender o que estava em jogo nas escolhas de Anrique Aires Victória e sugere que, na passagem entre Idade Média e Renascimento, mais do que um salto quantitativo na presença do mito, há uma importante mudança qualitativa, captada aqui a partir de conceitos utilizados pelos próprios autores do período (nomeadamente a oposição entre flor e fruto).
{"title":"De diis gentium","authors":"Willamy Fernandes Gonçalves","doi":"10.35699/1983-3636.2020.24233","DOIUrl":"https://doi.org/10.35699/1983-3636.2020.24233","url":null,"abstract":"O presente artigo tem como objetivo observar como o movimento humanista manifestou-se nas letras portuguesas, especificamente quanto ao tratamento dado às narrativas míticas gregas. Para tanto, após breve caracterização da herança clássica no medievo português, sobretudo quanto à seleção e ao uso de narrativas e de personagens da mitologia grega, passa à leitura de um texto-chave sobre o tratamento do mito em Portugal na transição entre Baixa Idade Média e Renascimento: o prólogo da tradução da Electra de Sófocles por Anrique Aires Victória. O contraponto dessa leitura com trechos fundamentais de autores como Justino de Roma, Clemente de Alexandria e Basílio de Cesareia, que nos primeiros anos do cristianismo forneceram as diretrizes para o tratamento da herança literária clássica no mundo cristão, nos ajuda a compreender o que estava em jogo nas escolhas de Anrique Aires Victória e sugere que, na passagem entre Idade Média e Renascimento, mais do que um salto quantitativo na presença do mito, há uma importante mudança qualitativa, captada aqui a partir de conceitos utilizados pelos próprios autores do período (nomeadamente a oposição entre flor e fruto).","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"2 3 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"78290580","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-21DOI: 10.35699/1983-3636.2020.24629
Robson Rodrigues Claudino
O presente trabalho apresenta uma tradução realizada em versos livres do prefácio de um epitalâmio do poeta alexandrino Cláudio Claudiano. O texto, encontrado no grupo dos poemas maiores, que antecede o epitalâmio propriamente dito, foi composto para celebrar a união entre o imperador Honório, filho de Teodósio, o Grande, que governava a parte ocidental do Império Romano na metade do século IV d.C, e Maria, filha do general Estilicão, tutor de Honório. No texto, temos uma forma de alegoria, com a qual o poeta irá estabelecer uma relação entre o matrimônio do imperador e as bodas de Peleu e Tétis, pais do herói Aquiles. Além da tradução, acompanhada de seu texto original, o trabalho contém uma breve contextualização histórica acerca do autor e notas explicativas, que nortearão o leitor ao explicar as diversas figuras mitológicas e locais que são mencionados ao longo do poema.
{"title":"e o Otris e o Ossa repetem","authors":"Robson Rodrigues Claudino","doi":"10.35699/1983-3636.2020.24629","DOIUrl":"https://doi.org/10.35699/1983-3636.2020.24629","url":null,"abstract":"O presente trabalho apresenta uma tradução realizada em versos livres do prefácio de um epitalâmio do poeta alexandrino Cláudio Claudiano. O texto, encontrado no grupo dos poemas maiores, que antecede o epitalâmio propriamente dito, foi composto para celebrar a união entre o imperador Honório, filho de Teodósio, o Grande, que governava a parte ocidental do Império Romano na metade do século IV d.C, e Maria, filha do general Estilicão, tutor de Honório. No texto, temos uma forma de alegoria, com a qual o poeta irá estabelecer uma relação entre o matrimônio do imperador e as bodas de Peleu e Tétis, pais do herói Aquiles. Além da tradução, acompanhada de seu texto original, o trabalho contém uma breve contextualização histórica acerca do autor e notas explicativas, que nortearão o leitor ao explicar as diversas figuras mitológicas e locais que são mencionados ao longo do poema.","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"55 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"84874275","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-06-01DOI: 10.35699/1983-3636..19417
Dominique Santos, Dyel Gedhay da Silva
Considerando a importância, pertinência e eficácia do estudo de temáticas relacionadas com as culturas clássicas para ampliação do repertório histórico, social e cultural, bem como do desenvolvimento do pensamento crítico e da ampliação das competências linguísticas de seus estudantes, e tendo em vista a aproximação entre universidade, educação básica e comunidade, uma previsão da constituição federal brasileira, do PNE – Plano Nacional de Educação 2014-2024 e do PDI – Plano de Desenvolvimento Institucional da FURB – Universidade de Blumenau, o projeto Paideia teve por objetivo promover um curso de iniciação ao estudo da cultura e do idioma grego antigo na cidade de Blumenau, Santa Catarina. O curso nasceu de uma parceria entre o LABEAM – Laboratório Blumenauense de Estudos Antigos e Medievais da FURB e da ETEVI – Escola Técnica do Vale do Itajaí e, a partir do método Aprendendo Grego, da Joint Association of Classical Teachers, permitiu que acadêmicos de graduação e pós-graduação de todas as áreas do saber da Universidade, estudantes da ETEVI, da rede de educação básica dos ensinos fundamental e médio da região, membros da comunidade do Vale do Itajaí e demais interessados pudessem ter a oportunidade de estudar, em nível básico e introdutório, a cultura e o idioma grego antigo. Este artigo tem por objetivo socializar de forma problematizadora os resultados do projeto.
考虑的重要性、研究的相关性和有效性的古典文化,扩展目录的问题,历史,社会和文化的批判性思维的发展和扩展学生的语言能力,在大学基础教育和社区之间的近似预测巴西联邦宪法从PNE - 2014-2024年国家教育计划和PDI -布鲁门瑙大学FURB机构发展计划,Paideia项目旨在促进圣卡塔琳娜布鲁门瑙市文化和古希腊语言研究的入门课程。LABEAM学业生了一个伙伴关系—古代和中世纪的实验室研究Blumenauense FURB和ETEVI—伊塔雅伊谷技术学校,从希腊的方法学习,学术的中国古典的教师协会,允许本科生和研究生的大学知道的每个部分,学生ETEVI网络,和高中基础教育的地区Vale do itajai社区的成员和其他感兴趣的人将有机会学习古希腊文化和语言的基础和入门水平。本文旨在以一种有问题的方式将项目的结果社会化。
{"title":"projeto Paideia","authors":"Dominique Santos, Dyel Gedhay da Silva","doi":"10.35699/1983-3636..19417","DOIUrl":"https://doi.org/10.35699/1983-3636..19417","url":null,"abstract":"Considerando a importância, pertinência e eficácia do estudo de temáticas relacionadas com as culturas clássicas para ampliação do repertório histórico, social e cultural, bem como do desenvolvimento do pensamento crítico e da ampliação das competências linguísticas de seus estudantes, e tendo em vista a aproximação entre universidade, educação básica e comunidade, uma previsão da constituição federal brasileira, do PNE – Plano Nacional de Educação 2014-2024 e do PDI – Plano de Desenvolvimento Institucional da FURB – Universidade de Blumenau, o projeto Paideia teve por objetivo promover um curso de iniciação ao estudo da cultura e do idioma grego antigo na cidade de Blumenau, Santa Catarina. O curso nasceu de uma parceria entre o LABEAM – Laboratório Blumenauense de Estudos Antigos e Medievais da FURB e da ETEVI – Escola Técnica do Vale do Itajaí e, a partir do método Aprendendo Grego, da Joint Association of Classical Teachers, permitiu que acadêmicos de graduação e pós-graduação de todas as áreas do saber da Universidade, estudantes da ETEVI, da rede de educação básica dos ensinos fundamental e médio da região, membros da comunidade do Vale do Itajaí e demais interessados pudessem ter a oportunidade de estudar, em nível básico e introdutório, a cultura e o idioma grego antigo. Este artigo tem por objetivo socializar de forma problematizadora os resultados do projeto.","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"6 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"84733046","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-01-24DOI: 10.17851/1983-3636.15.2.27-48
Edilane Vitório Cardoso
Das onze comédias remanescentes de Aristófanes, três utilizam a inversão de papéis de gênero em que as mulheres são representadas exercendo funções convencionalmente desempenhadas por homens. Lisístrata (411 a.C.) e Assembleia de mulheres (392 a.C.) tratam da intrusão da figura feminina nos espaços públicos de Atenas – Acrópole e Ágora respectivamente, prefigurando a participação delas na vida política e econômica da cidade. Em Tesmoforiantes (411 a.C.), entretanto, temos o reposicionamento em torno da batalha dos sexos e do travestismo de gênero, o que compreende o domínio da estética e do visual, que se projeta no próprio teatro. Em vez do confronto coletivo de homens e mulheres, a peça dirige as ações das mulheres contra um único alvo masculino – o poeta trágico Eurípides. Salvas do constrangimento social e dos padrões convencionais que as mantêm dentro do oîkos, silenciosas e inertes em espaços públicos do discurso e da ação, no palco da comédia as mulheres são representadas como protagonistas de seus atos e manifestos. Nesse sentido, o estudo que ora apresentamos busca analisar a inversão de papéis de gênero, travestismo e performance na comédia Tesmoforiantes. A proposta parte da análise do reajuste das posturas performáticas que identificam as mulheres no ritual das Tesmofórias, concentrando o estudo nas questões que giram em torno da inversão de papéis e travestismo de gênero no palco. Assim, com vistas ao debate pretendido, nos ancoramos teoricamente nos estudos de Zeitlin (1981), Tzanetou (2002), Vernant (1989), Silva (1979-1980) e McClure (1999).
{"title":"Do rito ao palco: inversão de gênero e performance nas Tesmoforiantes, de Aristófanes","authors":"Edilane Vitório Cardoso","doi":"10.17851/1983-3636.15.2.27-48","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/1983-3636.15.2.27-48","url":null,"abstract":"Das onze comédias remanescentes de Aristófanes, três utilizam a inversão de papéis de gênero em que as mulheres são representadas exercendo funções convencionalmente desempenhadas por homens. Lisístrata (411 a.C.) e Assembleia de mulheres (392 a.C.) tratam da intrusão da figura feminina nos espaços públicos de Atenas – Acrópole e Ágora respectivamente, prefigurando a participação delas na vida política e econômica da cidade. Em Tesmoforiantes (411 a.C.), entretanto, temos o reposicionamento em torno da batalha dos sexos e do travestismo de gênero, o que compreende o domínio da estética e do visual, que se projeta no próprio teatro. Em vez do confronto coletivo de homens e mulheres, a peça dirige as ações das mulheres contra um único alvo masculino – o poeta trágico Eurípides. Salvas do constrangimento social e dos padrões convencionais que as mantêm dentro do oîkos, silenciosas e inertes em espaços públicos do discurso e da ação, no palco da comédia as mulheres são representadas como protagonistas de seus atos e manifestos. Nesse sentido, o estudo que ora apresentamos busca analisar a inversão de papéis de gênero, travestismo e performance na comédia Tesmoforiantes. A proposta parte da análise do reajuste das posturas performáticas que identificam as mulheres no ritual das Tesmofórias, concentrando o estudo nas questões que giram em torno da inversão de papéis e travestismo de gênero no palco. Assim, com vistas ao debate pretendido, nos ancoramos teoricamente nos estudos de Zeitlin (1981), Tzanetou (2002), Vernant (1989), Silva (1979-1980) e McClure (1999).","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"37 4 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-01-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"90348488","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-12-31DOI: 10.17851/1983-3636.15.2.5-8
T. Assunção, A. O. Dourado-Lopes
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{"title":"Apresentação","authors":"T. Assunção, A. O. Dourado-Lopes","doi":"10.17851/1983-3636.15.2.5-8","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/1983-3636.15.2.5-8","url":null,"abstract":"<jats:p>.</jats:p>","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"14 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83651619","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-10-14DOI: 10.17851/1983-3636.15.1.155-184
M. Winkler
Na Antiguidade Clássica, as nove Musas eram as deusas patronas de todas as artes e ciências e a inspiração para as mentes criativas, especialmente a dos poetas. Com o desenvolvimento da tecnologia até hoje, seu reino se expandiu significativamente. Jean Cocteau, entre outros, adicionou uma décima Musa às nove originais: o cinema. Este artigo inspeciona vários filmes nos quais uma ou mais das Musas têm um papel representativo; e também homenageia as atrizes que as interpretam e as que podem ser vistas como suas parentes na tela.
{"title":"The Tenth Muse: Cinema","authors":"M. Winkler","doi":"10.17851/1983-3636.15.1.155-184","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/1983-3636.15.1.155-184","url":null,"abstract":"Na Antiguidade Clássica, as nove Musas eram as deusas patronas de todas as artes e ciências e a inspiração para as mentes criativas, especialmente a dos poetas. Com o desenvolvimento da tecnologia até hoje, seu reino se expandiu significativamente. Jean Cocteau, entre outros, adicionou uma décima Musa às nove originais: o cinema. Este artigo inspeciona vários filmes nos quais uma ou mais das Musas têm um papel representativo; e também homenageia as atrizes que as interpretam e as que podem ser vistas como suas parentes na tela.","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"127 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-10-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"80062274","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-10-14DOI: 10.17851/1983-3636.15.1.61-76
Ioánnis Petrópoulos
O plural Μουσάων (“das Musas”) é a primeira palavra da primeira linha da Teogonia de Hesíodo, um poema sobre as origens do mundo e dos deuses – e o começo de Hesíodo como um poeta ensinado e “inspirado” pelas Musas. A partir de várias análises e abordagens, tanto antigas quanto recentes, esse artigo oferece uma reflexão sobre as Musas como agentes intelectuais na iniciativa de compor e apresentar poesia em performance. O tratamento de Platão da inspiração é contrastado com o de Hesíodo; as Musas no Ion servem de fonte para o criticismo do filósofo da mímesis com a sua enárgeia característica. A admissão de Hesíodo que cantores e poetas podem ser enganados pelas Musas é um indicativo da originalidade intelectual Grega, como é o conceito tradicional das Musas.
{"title":"Sobre Polímnia e suas irmãs","authors":"Ioánnis Petrópoulos","doi":"10.17851/1983-3636.15.1.61-76","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/1983-3636.15.1.61-76","url":null,"abstract":"O plural Μουσάων (“das Musas”) é a primeira palavra da primeira linha da Teogonia de Hesíodo, um poema sobre as origens do mundo e dos deuses – e o começo de Hesíodo como um poeta ensinado e “inspirado” pelas Musas. A partir de várias análises e abordagens, tanto antigas quanto recentes, esse artigo oferece uma reflexão sobre as Musas como agentes intelectuais na iniciativa de compor e apresentar poesia em performance. O tratamento de Platão da inspiração é contrastado com o de Hesíodo; as Musas no Ion servem de fonte para o criticismo do filósofo da mímesis com a sua enárgeia característica. A admissão de Hesíodo que cantores e poetas podem ser enganados pelas Musas é um indicativo da originalidade intelectual Grega, como é o conceito tradicional das Musas.","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"7 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-10-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"79070095","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}