Pub Date : 2019-02-21DOI: 10.17851/1983-3636.14.2.111-124
R. Lopes
O presente texto consiste numa proposta de tradução para a língua portuguesa do chamado Mito de Er, com o qual Platão conclui a República. A edição utilizada foi a estabelecida por Siem Slings na coleção Oxford Classical Texts (Platonis Respublica, Oxford University Press, 2003). O objetivo das notas é apenas esclarecer as opções de tradução mais discutíveis.
{"title":"Tradução do Mito de Er (Platão, República, 614b-621c)","authors":"R. Lopes","doi":"10.17851/1983-3636.14.2.111-124","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/1983-3636.14.2.111-124","url":null,"abstract":"O presente texto consiste numa proposta de tradução para a língua portuguesa do chamado Mito de Er, com o qual Platão conclui a República. A edição utilizada foi a estabelecida por Siem Slings na coleção Oxford Classical Texts (Platonis Respublica, Oxford University Press, 2003). O objetivo das notas é apenas esclarecer as opções de tradução mais discutíveis.","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"14 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-02-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"81719581","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-02-21DOI: 10.17851/1983-3636.14.2.181-191
Heloísa Maria Moraes Moreira Penna
O presente trabalho contém breve estudo sobre o prefácio do livro II de O rapto de Prosérpina, do poeta alexandrino Claúdio Claudiano. Busca analisar a presença de Orfeu e seu hino a Hércules, numa narrativa de épica mitológica, cujo tema é o rapto da filha de Ceres por Plutão. A forma do prefácio, em dísticos elegíacos, também é focalizada e se justifica pelo conteúdo desse poema-prelúdio, um verdadeiro hino de triunfo à chegada de Hércules a Trácia e à harmonização da natureza, pelo canto de Orfeu. As potencialidades do metro, em que o solene hexâmetro é seguido pelo enfático pentâmetro, nas penas de um habilidoso escritor, é o que garante o tom de lamento e exaltação que antecipa o sofrimento da raptada e a alegria do raptor.
{"title":"O canto de Orfeu em dísticos elegíacos: lamento e exaltação no prefácio II de O rapto de Prosérpina","authors":"Heloísa Maria Moraes Moreira Penna","doi":"10.17851/1983-3636.14.2.181-191","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/1983-3636.14.2.181-191","url":null,"abstract":"O presente trabalho contém breve estudo sobre o prefácio do livro II de O rapto de Prosérpina, do poeta alexandrino Claúdio Claudiano. Busca analisar a presença de Orfeu e seu hino a Hércules, numa narrativa de épica mitológica, cujo tema é o rapto da filha de Ceres por Plutão. A forma do prefácio, em dísticos elegíacos, também é focalizada e se justifica pelo conteúdo desse poema-prelúdio, um verdadeiro hino de triunfo à chegada de Hércules a Trácia e à harmonização da natureza, pelo canto de Orfeu. As potencialidades do metro, em que o solene hexâmetro é seguido pelo enfático pentâmetro, nas penas de um habilidoso escritor, é o que garante o tom de lamento e exaltação que antecipa o sofrimento da raptada e a alegria do raptor.","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"20 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-02-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"74380264","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-02-21DOI: 10.17851/1983-3636.14.2.61-90
R. Silva
A Poética de Aristóteles é uma obra fundamental para a compreensão do desenvolvimento da poesia e da filosofia entre os herdeiros da tradição helênica, constituindo um momento especialmente fecundo da reflexão filosófica sobre a arte poética. Após situarmos o contexto intelectual de sua produção, pretendemos avançar uma série de considerações sobre a importância assumida pela noção de arkhḗ (“origem; princípio; poder”) da poesia e do drama no interior da argumentação aristotélica a fim de compreendermos as razões que podem tê-lo levado a se contrapor a alguns dos mais radicais posicionamentos presentes na obra de Platão no tocante à poesia. Para isso, efetuaremos uma leitura cerrada do texto da Poética, enriquecendo-a com uma abordagem intertextual e guarnecida por estudos especializados, e proporemos ainda interpretações pontuais de trechos especialmente obscuros (como é o caso da célebre passagem sobre a origem ditirâmbica da tragédia). Palavras-chave: poética antiga; filosofia antiga; drama antigo; Aristóteles; Poética. Keywords:
{"title":"A arkhḗ da poesia e do drama na Poética de Aristóteles","authors":"R. Silva","doi":"10.17851/1983-3636.14.2.61-90","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/1983-3636.14.2.61-90","url":null,"abstract":"A Poética de Aristóteles é uma obra fundamental para a compreensão do desenvolvimento da poesia e da filosofia entre os herdeiros da tradição helênica, constituindo um momento especialmente fecundo da reflexão filosófica sobre a arte poética. Após situarmos o contexto intelectual de sua produção, pretendemos avançar uma série de considerações sobre a importância assumida pela noção de arkhḗ (“origem; princípio; poder”) da poesia e do drama no interior da argumentação aristotélica a fim de compreendermos as razões que podem tê-lo levado a se contrapor a alguns dos mais radicais posicionamentos presentes na obra de Platão no tocante à poesia. Para isso, efetuaremos uma leitura cerrada do texto da Poética, enriquecendo-a com uma abordagem intertextual e guarnecida por estudos especializados, e proporemos ainda interpretações pontuais de trechos especialmente obscuros (como é o caso da célebre passagem sobre a origem ditirâmbica da tragédia). \u0000Palavras-chave: poética antiga; filosofia antiga; drama antigo; Aristóteles; Poética. \u0000Keywords: ","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"24 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-02-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"90199800","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-02-21DOI: 10.17851/1983-3636.14.2.33-60
Étienne Helmer
Quel regard les philosophes grecs classiques portaient-ils sur l’économie domestique, en particulier sur la relation conjugale au sein de l’oikos, dont elle était une dimension fondamentale ? L’objet de cet article est de comparer les passages des philosophes de la période classique – Platon, Xénophon et Aristote, mais aussi le Pseudo-Aristote – relevant d’une réflexion sur l’économie domestique, pour observer les déplacements et les recoupements auxquels ils se livrent sur ce thème. Si tous s’interrogent sur le principe moteur de l’union conjugale, sa nature et sa finalité, ils ne les envisagent pas de la même façon. Tous s’accordent néanmoins, avec des différences notables cependant, à voir dans cet aspect de l’économie domestique un processus de fabrique des corps des membres de la cité : au sein de l’économie domestique, le mariage est l’institution médiatrice entre le biologique et le politique.
{"title":"Les philosophes à propos du mariage : un aspect de la pensée économique antique à l’époque classique","authors":"Étienne Helmer","doi":"10.17851/1983-3636.14.2.33-60","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/1983-3636.14.2.33-60","url":null,"abstract":"Quel regard les philosophes grecs classiques portaient-ils sur l’économie domestique, en particulier sur la relation conjugale au sein de l’oikos, dont elle était une dimension fondamentale ? L’objet de cet article est de comparer les passages des philosophes de la période classique – Platon, Xénophon et Aristote, mais aussi le Pseudo-Aristote – relevant d’une réflexion sur l’économie domestique, pour observer les déplacements et les recoupements auxquels ils se livrent sur ce thème. Si tous s’interrogent sur le principe moteur de l’union conjugale, sa nature et sa finalité, ils ne les envisagent pas de la même façon. Tous s’accordent néanmoins, avec des différences notables cependant, à voir dans cet aspect de l’économie domestique un processus de fabrique des corps des membres de la cité : au sein de l’économie domestique, le mariage est l’institution médiatrice entre le biologique et le politique.","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"15 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-02-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"82550835","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-02-21DOI: 10.17851/1983-3636.14.2.217-240
Victor Hermann Mendes Pena
O objetivo deste artigo é elaborar uma análise heterotópica da prática de peregrinação religiosa na Idade Média. Para tal, iremos: rever o conceito de heterotopia, concebido pelo filósofo Michel Foucault, e analisar alguns aspectos da peregrinação através da teoria da heterotopia (utilizando como recorte o entrecho do Purgatório da Divina comédia, de Dante, relatos de milagres no caminho de Compostela e estudos acerca da rota jacobeia). Por fim, buscaremos examinar a aparição tópica da peregrinação na obra História da loucura na Idade Clássica, e de que modo uma heterotopologia da peregrinação pode elucidar alguns aspectos do mundo atual – buscando, assim, destacar a importância de uma abordagem heterotópica desse fenômeno para a história do espaço.
{"title":"O espaço heterotópico da peregrinação – uma análise heterotopológica dos caminhos de Santiago","authors":"Victor Hermann Mendes Pena","doi":"10.17851/1983-3636.14.2.217-240","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/1983-3636.14.2.217-240","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é elaborar uma análise heterotópica da prática de peregrinação religiosa na Idade Média. Para tal, iremos: rever o conceito de heterotopia, concebido pelo filósofo Michel Foucault, e analisar alguns aspectos da peregrinação através da teoria da heterotopia (utilizando como recorte o entrecho do Purgatório da Divina comédia, de Dante, relatos de milagres no caminho de Compostela e estudos acerca da rota jacobeia). Por fim, buscaremos examinar a aparição tópica da peregrinação na obra História da loucura na Idade Clássica, e de que modo uma heterotopologia da peregrinação pode elucidar alguns aspectos do mundo atual – buscando, assim, destacar a importância de uma abordagem heterotópica desse fenômeno para a história do espaço.","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"18 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-02-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"88256354","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-02-21DOI: 10.17851/1983-3636.14.2.91-109
S. Bondarczuk
Na contramão do “dogma da intraduzibilidade” linguística de Jakobson (1959), este artigo se propõe a discutir a questão da possibilidade de ser do estrangeiro, no acolhimento proporcionado pela hospitalidade linguística sob o viés da tradução, sob a ótica da ressignificação do mito de Babel proposta por Ricœur (2012). Nessa perspectiva, o tradutor – como mediador ativo desse processo de aproximação do estrangeiro (autor, obra, sua língua) ao leitor – redescobre o seu lugar próprio em um projeto universal de humanização. A tradução como processo de humanização visa produzir semelhanças cujo escopo é identificar o si mesmo como um outro. As partículas gregas constituem um exemplo emblemático de uma classe de palavras típica da coloquialidade do Grego Antigo – atualmente conhecidas como marcadores discursivos –, que, no entanto, foi desprezada por uma tradição gramatical pautada nas categorias aristotélicas e na suposta correspondência um-a-um dos semantemas, impossível de ser mantida nesse caso. Sendo assim, as partículas gregas são apresentadas de modo a exemplificar a classe dos chamados tradicionalmente “intraduzíveis”: não no sentido daquilo que não se pode traduzir, ao qual se nega a possibilidade de tradução, mas como uma classe de palavras que, a despeito do desprezo da tradição clássica, insistimos em traduzir de muitas maneiras distintas, já que se trata de palavras cujos sentidos são discursivamente determinados e de baixo valor conteudístico.
{"title":"Traduzir o intraduzível: o caso das partículas gregas","authors":"S. Bondarczuk","doi":"10.17851/1983-3636.14.2.91-109","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/1983-3636.14.2.91-109","url":null,"abstract":"Na contramão do “dogma da intraduzibilidade” linguística de Jakobson (1959), este artigo se propõe a discutir a questão da possibilidade de ser do estrangeiro, no acolhimento proporcionado pela hospitalidade linguística sob o viés da tradução, sob a ótica da ressignificação do mito de Babel proposta por Ricœur (2012). Nessa perspectiva, o tradutor – como mediador ativo desse processo de aproximação do estrangeiro (autor, obra, sua língua) ao leitor – redescobre o seu lugar próprio em um projeto universal de humanização. A tradução como processo de humanização visa produzir semelhanças cujo escopo é identificar o si mesmo como um outro. As partículas gregas constituem um exemplo emblemático de uma classe de palavras típica da coloquialidade do Grego Antigo – atualmente conhecidas como marcadores discursivos –, que, no entanto, foi desprezada por uma tradição gramatical pautada nas categorias aristotélicas e na suposta correspondência um-a-um dos semantemas, impossível de ser mantida nesse caso. Sendo assim, as partículas gregas são apresentadas de modo a exemplificar a classe dos chamados tradicionalmente “intraduzíveis”: não no sentido daquilo que não se pode traduzir, ao qual se nega a possibilidade de tradução, mas como uma classe de palavras que, a despeito do desprezo da tradição clássica, insistimos em traduzir de muitas maneiras distintas, já que se trata de palavras cujos sentidos são discursivamente determinados e de baixo valor conteudístico.","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"111 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-02-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"77189089","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-02-21DOI: 10.17851/1983-3636.14.2.241-252
Constantino Luz de Medeiros
Tradução de texto: SCHLEGEL, Friedrich. Die griechische Mythologie (1803-1804). In: SCHLEGEL, Friedrich. Schriften und Fragmente. Ein Gesamtbild seines Geistes. (Hrsg. Ernst Behler). Stuttgart: Alfred Kröner Verlag, 1956, p. 14-20.
{"title":"A mitologia grega (1803-1804)","authors":"Constantino Luz de Medeiros","doi":"10.17851/1983-3636.14.2.241-252","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/1983-3636.14.2.241-252","url":null,"abstract":"Tradução de texto: SCHLEGEL, Friedrich. Die griechische Mythologie (1803-1804). In: SCHLEGEL, Friedrich. Schriften und Fragmente. Ein Gesamtbild seines Geistes. (Hrsg. Ernst Behler). Stuttgart: Alfred Kröner Verlag, 1956, p. 14-20.","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"37 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-02-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"82780074","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-02-21DOI: 10.17851/1983-3636.14.2.155-179
Júlia Batista Castilho de Avellar
Este artigo investiga passagens dos Tristia, de Ovídio, em que o eu poético, comentando sobre suas obras anteriores, realiza intervenções “autorais” e “editoriais” nas elegias de exílio. A análise centra-se em trechos metaliterários envolvendo divergências interpretativas referentes a duas obras específicas, os Fastos e a Medeia, as quais suscitam questões relacionadas à transmissão textual: os Fastos são considerados um poema incompleto, e a Medeia, uma tragédia perdida. Após discutir sobre a composição dessas obras e sobre a possibilidade de serem ficcionalizações de escrita, propomos uma interpretação do problema sob a perspectiva do exílio da personagem-poeta. Assim, evidenciamos como a questão dos Fastos interrompidos e a escrita de uma Medeia inserem-se na autobiografia literária que Nasão compõe para si mesmo e fazem parte de um projeto poético maior, que já envolvia, em prefiguração irônica, o exílio.
{"title":"Intervenções “autorais” e “editoriais” de Ovídio nos Tristia: ficcionalizações da escrita e poemas perdidos","authors":"Júlia Batista Castilho de Avellar","doi":"10.17851/1983-3636.14.2.155-179","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/1983-3636.14.2.155-179","url":null,"abstract":"Este artigo investiga passagens dos Tristia, de Ovídio, em que o eu poético, comentando sobre suas obras anteriores, realiza intervenções “autorais” e “editoriais” nas elegias de exílio. A análise centra-se em trechos metaliterários envolvendo divergências interpretativas referentes a duas obras específicas, os Fastos e a Medeia, as quais suscitam questões relacionadas à transmissão textual: os Fastos são considerados um poema incompleto, e a Medeia, uma tragédia perdida. Após discutir sobre a composição dessas obras e sobre a possibilidade de serem ficcionalizações de escrita, propomos uma interpretação do problema sob a perspectiva do exílio da personagem-poeta. Assim, evidenciamos como a questão dos Fastos interrompidos e a escrita de uma Medeia inserem-se na autobiografia literária que Nasão compõe para si mesmo e fazem parte de um projeto poético maior, que já envolvia, em prefiguração irônica, o exílio.","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"66 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-02-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"77966045","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-02-21DOI: 10.17851/1983-3636.14.2.195-216
F. Cairolli
O presente artigo analisa um conjunto de passagens de Marcial em que este autor emula a poesia de Ovídio, e tem o objetivo de compreender as estratégias que Marcial emprega na apropriação de material da obra de Ovídio. Partindo da classificação de Cenni (2009), que divide as passagens de seu corpus em citações (citazioni) e ecos (riecchegiamenti), conclui-se que os procedimentos de Marcial são mais complexos do que a dicotomia proposta pela pesquisadora italiana e propõe-se uma tipologia que classifica a atividade de emulação de Ovídio por Marcial em reminiscência, justaposição, apropriação de matéria e subversão. Palavras-chave: Marcial; Ovídio; poética clássica; emulação; intertextualidade. Keywords:
{"title":"A imitação de Ovídio e as estratégias de Marcial","authors":"F. Cairolli","doi":"10.17851/1983-3636.14.2.195-216","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/1983-3636.14.2.195-216","url":null,"abstract":"O presente artigo analisa um conjunto de passagens de Marcial em que este autor emula a poesia de Ovídio, e tem o objetivo de compreender as estratégias que Marcial emprega na apropriação de material da obra de Ovídio. Partindo da classificação de Cenni (2009), que divide as passagens de seu corpus em citações (citazioni) e ecos (riecchegiamenti), conclui-se que os procedimentos de Marcial são mais complexos do que a dicotomia proposta pela pesquisadora italiana e propõe-se uma tipologia que classifica a atividade de emulação de Ovídio por Marcial em reminiscência, justaposição, apropriação de matéria e subversão. \u0000Palavras-chave: Marcial; Ovídio; poética clássica; emulação; intertextualidade. \u0000Keywords: ","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"58 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-02-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"81728072","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}