Pub Date : 2018-11-29DOI: 10.5007/2175-7984.2017V17N39P198
P. Bourdieu
Assim como o livro, objeto de duas faces – econômica e simbólica –, é tanto mercadoria quanto significação, o editor é também um personagem duplo, condenado a conciliar a arte e o dinheiro, o amor à literatura e a meta de lucro, por meio de estratégias que se situam em algum lugar entre dois extremos: a submissão cínica aos critérios comerciais e a indiferença heroica ou desatinada às necessidades econômicas. Contra a ilusão da autonomia das relações de “decisão” visíveis (editor, equipes de avaliação, pareceristas, diretores de coleção), que leva a ignorar as coerções do campo, este artigo mostra os determinantes econômicos e sociais das estratégias editoriais. A partir do estudo de 61 editoras de obras de literatura francesa ou traduzidas que foram publicadas entre julho de 1995 e julho de 1996, uma análise de correspondência múltipla permite vislumbrar a estrutura do campo editorial. Observa-se, antes de mais nada, do ponto de vista do volume global do capital acumulado pelas editoras, a oposição entre as grandes empresas mais antigas, que acumulam todos os tipos de capital (econômico, comercial e simbólico), cujo paradigma é a Gallimard, e as pequenas empresas recentes que, estando na fase inicial da acumulação, são menos ou mais desprovidas de todo tipo de capital, mesmo quando possuem certo capital simbólico na forma de estima ou admiração de alguns “descobridores”, críticos e escritores de vanguarda, livreiros ilustrados e leitores bem informados. O segundo fator observável é o que distingue as editoras de acordo com a estrutura de seu capital, ou seja, conforme o peso relativo de seu capital financeiro (assim como de seu poderio comercial) e do capital simbólico de seu passado recente ou de sua atividade atual (por oposição àquele que elas acumularam desde a sua fundação). Já o terceiro eixo de análise separa as editoras que não publicam traduções ou publicam poucas e sobretudo de textos versados em línguas pouco difundidas, e aquelas que, mais à mercê das coerções do mercado, traduzem muito e sobretudo do inglês, ou seja, literatura comercial de sucesso garantido.
{"title":"Uma revolução conservadora na edição","authors":"P. Bourdieu","doi":"10.5007/2175-7984.2017V17N39P198","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017V17N39P198","url":null,"abstract":"Assim como o livro, objeto de duas faces – econômica e simbólica –, é tanto mercadoria quanto significação, o editor é também um personagem duplo, condenado a conciliar a arte e o dinheiro, o amor à literatura e a meta de lucro, por meio de estratégias que se situam em algum lugar entre dois extremos: a submissão cínica aos critérios comerciais e a indiferença heroica ou desatinada às necessidades econômicas. Contra a ilusão da autonomia das relações de “decisão” visíveis (editor, equipes de avaliação, pareceristas, diretores de coleção), que leva a ignorar as coerções do campo, este artigo mostra os determinantes econômicos e sociais das estratégias editoriais. A partir do estudo de 61 editoras de obras de literatura francesa ou traduzidas que foram publicadas entre julho de 1995 e julho de 1996, uma análise de correspondência múltipla permite vislumbrar a estrutura do campo editorial. Observa-se, antes de mais nada, do ponto de vista do volume global do capital acumulado pelas editoras, a oposição entre as grandes empresas mais antigas, que acumulam todos os tipos de capital (econômico, comercial e simbólico), cujo paradigma é a Gallimard, e as pequenas empresas recentes que, estando na fase inicial da acumulação, são menos ou mais desprovidas de todo tipo de capital, mesmo quando possuem certo capital simbólico na forma de estima ou admiração de alguns “descobridores”, críticos e escritores de vanguarda, livreiros ilustrados e leitores bem informados. O segundo fator observável é o que distingue as editoras de acordo com a estrutura de seu capital, ou seja, conforme o peso relativo de seu capital financeiro (assim como de seu poderio comercial) e do capital simbólico de seu passado recente ou de sua atividade atual (por oposição àquele que elas acumularam desde a sua fundação). Já o terceiro eixo de análise separa as editoras que não publicam traduções ou publicam poucas e sobretudo de textos versados em línguas pouco difundidas, e aquelas que, mais à mercê das coerções do mercado, traduzem muito e sobretudo do inglês, ou seja, literatura comercial de sucesso garantido.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2017V17N39P198","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44933089","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-11-29DOI: 10.5007/2175-7984.2017V17N39P17
L. B. Nedel
Nos mais de vinte e cinco anos decorridos desde o prematuro desaparecimentode Michael Pollak, não faltaram ocasiões editoriais em quecompanheiros de geração, herdeiros e admiradores ilustres reverenciaram amemória do colega e autor, dono de uma produção abundante, caudatáriadas causas que defendeu em vida. Multiversa como as «feridas» em tornodas quais articulava seu interesse de pesquisa pelas dinâmicas identitárias,especialmente pela gestão das identidades sob condições extremas, a produçãoescrita deixada pelo intelectual austríaco compõe-se de dezenas detextos cujo traço característico unanimemente reconhecido pelos comentadoresé o vínculo estrutural, material e afetivo que mantém com a experiênciade vida do pesquisador.
{"title":"Da tradução de “Uma sociologia em ato dos intelectuais: os combates de Karl Kraus”, de Michael Pollak","authors":"L. B. Nedel","doi":"10.5007/2175-7984.2017V17N39P17","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017V17N39P17","url":null,"abstract":"Nos mais de vinte e cinco anos decorridos desde o prematuro desaparecimentode Michael Pollak, não faltaram ocasiões editoriais em quecompanheiros de geração, herdeiros e admiradores ilustres reverenciaram amemória do colega e autor, dono de uma produção abundante, caudatáriadas causas que defendeu em vida. Multiversa como as «feridas» em tornodas quais articulava seu interesse de pesquisa pelas dinâmicas identitárias,especialmente pela gestão das identidades sob condições extremas, a produçãoescrita deixada pelo intelectual austríaco compõe-se de dezenas detextos cujo traço característico unanimemente reconhecido pelos comentadoresé o vínculo estrutural, material e afetivo que mantém com a experiênciade vida do pesquisador.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2017V17N39P17","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47477144","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-11-29DOI: 10.5007/2175-7984.2017V17N39P277
L. S. Rodrigues
Desde 2002, um mercado de reações às gestões presidenciais petistas estabeleceu-se, tanto por meio dos suportes das mídias convencionais mescladas às ultra contemporâneas quanto da produção social de intelectuais duplamente híbridos: trata-se de jornalistas-professores e de professores-jornalistas. Este artigo pretende caracterizar a dinâmica das trocas estabelecida entre os agentes desse mercado. O foco incidirá sobre Olavo de Carvalho; Demétrio Magnoli; Marco Antonio Villa; Reinaldo Azevedo; Luiz Felipe Pondé; Rodrigo Constantino; Leandro Karnal. A análise se desenvolverá em três movimentos: apresentará as classificações, os enquadramentos e algumas demandas que eles têm recebido por parte de adversários, contratantes e clientelas. Em seguida, realizará a sociogênese do espaço e dos agentes, resultantes da estruturação do sistema nacional ensino e de pesquisa, assim como da indústria cultural, ocorridos desde os anos 1970, a fim de caracterizar o princípio gerador de suas tomadas de posição políticas e culturais. Por fim, discutirá o enquadramento sociológico adotado.
{"title":"Uma revolução conservadora dos intelectuais (Brasil/2002–2016)","authors":"L. S. Rodrigues","doi":"10.5007/2175-7984.2017V17N39P277","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017V17N39P277","url":null,"abstract":"Desde 2002, um mercado de reações às gestões presidenciais petistas estabeleceu-se, tanto por meio dos suportes das mídias convencionais mescladas às ultra contemporâneas quanto da produção social de intelectuais duplamente híbridos: trata-se de jornalistas-professores e de professores-jornalistas. Este artigo pretende caracterizar a dinâmica das trocas estabelecida entre os agentes desse mercado. O foco incidirá sobre Olavo de Carvalho; Demétrio Magnoli; Marco Antonio Villa; Reinaldo Azevedo; Luiz Felipe Pondé; Rodrigo Constantino; Leandro Karnal. A análise se desenvolverá em três movimentos: apresentará as classificações, os enquadramentos e algumas demandas que eles têm recebido por parte de adversários, contratantes e clientelas. Em seguida, realizará a sociogênese do espaço e dos agentes, resultantes da estruturação do sistema nacional ensino e de pesquisa, assim como da indústria cultural, ocorridos desde os anos 1970, a fim de caracterizar o princípio gerador de suas tomadas de posição políticas e culturais. Por fim, discutirá o enquadramento sociológico adotado.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2017V17N39P277","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49209739","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-11-29DOI: 10.5007/2175-7984.2017V17N39P121
Horacio Tarcus
De los libros con que los reformadores sociales del siglo XIX buscaron redimir a la clase obrera, solo El Capital alcanzó el carácter de obra consagrada, e incluso sacralizada como “Biblia del proletariado”. Se trata de un libro complejo, a menudo más reconocido (y venerado) que leído. Leer El Capital, traducirlo, editarlo, comprometió las más diversas estrategias. La historia de sus ediciones en lengua española es una verdadera saga transatlántica, atravesada por revoluciones, guerras, dictaduras y exilios. Y, no menos importante, surcada por querellas en torno de términos y conceptos que nunca fueron meramente “técnicas”, sino que trasuntaban concepciones enfrentadas de cómo entender la lucha política y la emancipación humana.
{"title":"Vicisitudes de las ediciones de El Capital en el mundo hispanoamericano","authors":"Horacio Tarcus","doi":"10.5007/2175-7984.2017V17N39P121","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017V17N39P121","url":null,"abstract":"De los libros con que los reformadores sociales del siglo XIX buscaron redimir a la clase obrera, solo El Capital alcanzó el carácter de obra consagrada, e incluso sacralizada como “Biblia del proletariado”. Se trata de un libro complejo, a menudo más reconocido (y venerado) que leído. Leer El Capital, traducirlo, editarlo, comprometió las más diversas estrategias. La historia de sus ediciones en lengua española es una verdadera saga transatlántica, atravesada por revoluciones, guerras, dictaduras y exilios. Y, no menos importante, surcada por querellas en torno de términos y conceptos que nunca fueron meramente “técnicas”, sino que trasuntaban concepciones enfrentadas de cómo entender la lucha política y la emancipación humana.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2017V17N39P121","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48022579","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-11-29DOI: 10.5007/2175-7984.2017V17N39P169
M. Barreto
Este artigo parte da premissa de que existe uma recorrência na forma como se estruturam as carreiras dos artistas populares oriundos das classes populares. Na sociedade brasileira, marcada pela força de um mercado de bens simbólicos consolidado no seio de um conservador processo de modernização, as desigualdades sociais produzidas encontram correspondência na forma como se desenvolveram as trajetórias profissionais e pessoais desses criadores. Processos de diferenciação observados na constituição da música popular brasileira produziram efeitos específicos, tangíveis, quando grupos de intelectuais vinculados à produção da cultura conquistaram certa hegemonia nos reposicionamentos daquilo que seria ou não o popular, reconstituindo estruturas e propriedades definidoras deste campo. Tomo a carreira de João do Vale como objeto empírico preciso para identificar os elementos que tendem a caracterizar as reproduções destas desigualdades sociais no universo simbólico da música popular brasileira. Um de meus argumentos centrais é a defesa de uma sociologia do artista popular que siga atentamente esta particularidade de nossa modernidade e que, ao mesmo tempo, reconheça nos trabalhos de nossos mais “autênticos” artistas populares a natureza coletiva e socialmente territorializada de suas criações, isto é, que torne visível aquilo que seus percursos e obras carregam do mundo social e de suas estruturas.
这篇文章的前提是,来自大众阶层的大众艺术家的职业结构有一种反复出现的方式。在巴西社会,在保守的现代化进程中巩固了象征性商品市场的力量,产生的社会不平等与这些创造者的职业和个人轨迹的发展方式相对应。在巴西流行音乐的构成中观察到的分化过程产生了具体的、有形的效果,当与文化生产有关的知识分子群体在重新定位什么是流行音乐或什么不是流行音乐方面获得了一定的霸权,重建了这一领域的结构和定义属性。我将joao do Vale的职业生涯作为一个精确的经验对象,以确定在巴西流行音乐的象征宇宙中,倾向于描述这些社会不平等再现的元素。我的一个中心论点的防守是一个受欢迎的艺术家的社会学,这在我们现代化的特殊性,严格遵守,同时来的作业,那么我们最“真实的”集体流行自然艺术家和社会特定领域的基础,这是可见的,租赁和装修都背负着社会和世界的结构。
{"title":"Por uma sociologia do artista popular","authors":"M. Barreto","doi":"10.5007/2175-7984.2017V17N39P169","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017V17N39P169","url":null,"abstract":"Este artigo parte da premissa de que existe uma recorrência na forma como se estruturam as carreiras dos artistas populares oriundos das classes populares. Na sociedade brasileira, marcada pela força de um mercado de bens simbólicos consolidado no seio de um conservador processo de modernização, as desigualdades sociais produzidas encontram correspondência na forma como se desenvolveram as trajetórias profissionais e pessoais desses criadores. Processos de diferenciação observados na constituição da música popular brasileira produziram efeitos específicos, tangíveis, quando grupos de intelectuais vinculados à produção da cultura conquistaram certa hegemonia nos reposicionamentos daquilo que seria ou não o popular, reconstituindo estruturas e propriedades definidoras deste campo. Tomo a carreira de João do Vale como objeto empírico preciso para identificar os elementos que tendem a caracterizar as reproduções destas desigualdades sociais no universo simbólico da música popular brasileira. Um de meus argumentos centrais é a defesa de uma sociologia do artista popular que siga atentamente esta particularidade de nossa modernidade e que, ao mesmo tempo, reconheça nos trabalhos de nossos mais “autênticos” artistas populares a natureza coletiva e socialmente territorializada de suas criações, isto é, que torne visível aquilo que seus percursos e obras carregam do mundo social e de suas estruturas.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2017V17N39P169","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48734324","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-11-29DOI: 10.5007/2175-7984.2017V17N39P465
B. Barreiros
Este texto traz a íntegra de uma entrevista com Philippe Steiner feita no dia 16 de março de 2018. A entrevista, cujo registro integral traduzido para o português o leitor aqui encontra, aborda o processo de conversão de Philippe Steiner para a sociologia econômica, a relação dele com os economistas, a percepção que tem sobre a disciplina da economia e o trânsito de ideias com a sociologia, as redes internacionais de pesquisadores da sociologia econômica e a sua visão sobre esse campo de estudos no Brasil, a afinidade teórica com Weber e Durkheim, e o seu objeto de interesse de pesquisa atual, as festas.
{"title":"Philippe Steiner e a Sociologia Econômica: trajetória, redes internacionais, afinidades teóricas e objetos de pesquisa","authors":"B. Barreiros","doi":"10.5007/2175-7984.2017V17N39P465","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017V17N39P465","url":null,"abstract":"Este texto traz a íntegra de uma entrevista com Philippe Steiner feita no dia 16 de março de 2018. A entrevista, cujo registro integral traduzido para o português o leitor aqui encontra, aborda o processo de conversão de Philippe Steiner para a sociologia econômica, a relação dele com os economistas, a percepção que tem sobre a disciplina da economia e o trânsito de ideias com a sociologia, as redes internacionais de pesquisadores da sociologia econômica e a sua visão sobre esse campo de estudos no Brasil, a afinidade teórica com Weber e Durkheim, e o seu objeto de interesse de pesquisa atual, as festas.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2017V17N39P465","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45492894","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-11-29DOI: 10.5007/2175-7984.2017V17N39P86
Marcos César Alvarez, F. Salla
A proposta do artigo consiste em analisar alguns aspectos da atuação intelectual e política de membros das elites jurídicas brasileiras na Primeira República (1889–1930), nos quadros do assim chamado bacharelismo liberal. A Antropologia Criminal ou Nova Escola Penal pretendeu inovar no campo tanto do Direito quanto da Medicina no período, o que permitiu a projeção intelectual e política de alguns médicos e juristas defensores dessa “escola”. Apresentamos aqui a trajetória de Candido Motta que, além de contar com relações de pertencimento às elites, conseguiu se projetar como intelectual, professor da Faculdade de Direito em São Paulo e, sobretudo, como político, a partir da condição de um dos principais defensores e disseminadores da Nova Escola Penal em São Paulo.
{"title":"Os novos contornos do bacharelismo liberal: uma análise da trajetória de Candido Motta (1870–1942)","authors":"Marcos César Alvarez, F. Salla","doi":"10.5007/2175-7984.2017V17N39P86","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017V17N39P86","url":null,"abstract":"A proposta do artigo consiste em analisar alguns aspectos da atuação intelectual e política de membros das elites jurídicas brasileiras na Primeira República (1889–1930), nos quadros do assim chamado bacharelismo liberal. A Antropologia Criminal ou Nova Escola Penal pretendeu inovar no campo tanto do Direito quanto da Medicina no período, o que permitiu a projeção intelectual e política de alguns médicos e juristas defensores dessa “escola”. Apresentamos aqui a trajetória de Candido Motta que, além de contar com relações de pertencimento às elites, conseguiu se projetar como intelectual, professor da Faculdade de Direito em São Paulo e, sobretudo, como político, a partir da condição de um dos principais defensores e disseminadores da Nova Escola Penal em São Paulo.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2017V17N39P86","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48747895","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-11-29DOI: 10.5007/2175-7984.2017V17N39P195
L. Salgado, J. Muniz
Esta tradução do artigo “Une révolution conservatrice dans l’édition”, de Pierre Bourdieu, requer alguns esclarecimentos.
Pierre Bourdieu的文章“Une rérevolution conservarice dans l’édition”的翻译需要一些澄清。
{"title":"Da tradução de “Uma revolução conservadora na edição”, de Pierre Bourdieu","authors":"L. Salgado, J. Muniz","doi":"10.5007/2175-7984.2017V17N39P195","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017V17N39P195","url":null,"abstract":"Esta tradução do artigo “Une révolution conservatrice dans l’édition”, de Pierre Bourdieu, requer alguns esclarecimentos.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2017V17N39P195","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44141093","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-11-29DOI: 10.5007/2175-7984.2017V17N39P396
G. Costa
A cidade de Corumbá-MS possui pouco mais de cem mil habitantes e a fofoca é um fato social reconhecido pelos seus moradores em seus efeitos e alcance. Baseado na leitura de Bailey (1971), o estudo busca pensar nas relações que se estabelecem entre a fofoca e a política em torno das reputações pessoais e no pertencimento a uma ou mais “comunidades morais” na cidade, aqui nomeada de circuitos sociais da fofoca. Além disso, o estudo da fofoca pode contribuir etnograficamente para investigações sobre vários elementos da estrutura social da cidade: as relações de trabalho, os modos de se fazer negócios na fronteira, sobre a política local e a formação das hierarquias sociais, sobre a chegada de migrantes, sobre os significados de relacionamentos amorosos, relações de gênero, sobre a construção dos papéis sociais e do status e o posicionamento social dos indivíduos no “mapa” da cidade.
{"title":"“Diz que em corumbá tem muita conversa fiada”: fofoca, política e moralidade em uma cidade do Pantanal","authors":"G. Costa","doi":"10.5007/2175-7984.2017V17N39P396","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017V17N39P396","url":null,"abstract":"A cidade de Corumbá-MS possui pouco mais de cem mil habitantes e a fofoca é um fato social reconhecido pelos seus moradores em seus efeitos e alcance. Baseado na leitura de Bailey (1971), o estudo busca pensar nas relações que se estabelecem entre a fofoca e a política em torno das reputações pessoais e no pertencimento a uma ou mais “comunidades morais” na cidade, aqui nomeada de circuitos sociais da fofoca. Além disso, o estudo da fofoca pode contribuir etnograficamente para investigações sobre vários elementos da estrutura social da cidade: as relações de trabalho, os modos de se fazer negócios na fronteira, sobre a política local e a formação das hierarquias sociais, sobre a chegada de migrantes, sobre os significados de relacionamentos amorosos, relações de gênero, sobre a construção dos papéis sociais e do status e o posicionamento social dos indivíduos no “mapa” da cidade.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2017V17N39P396","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47130918","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}