Pub Date : 2018-11-29DOI: 10.5007/2175-7984.2017v17n39p141
Andréa Borges Leão
Este artigo aborda a vida e a obra do escritor José Mauro de Vasconcelos. Tem o triplo objetivo de discutir comparativamente as lógicas de nacionalização e internacionalização da produção literária juvenil, os deslocamentos e inscrições operados na trajetória do autor e as correspondências entre a sua obra traduzida e os horizontes de expectativa dos leitores brasileiros, franceses e hispano-americanos. Assim, as contingências e escolhas no exercício aparentemente desconexo da profissão em José Mauro, intelectual que jamais alcançaria a altura do cânone, dão conta dos polos antagônicos que vão interagindo no espaço literário e orientando a indústria do livro, por todo o século XX: entre passeurs e guardiões das fronteiras nacionais, entre literatura tradicional tornada erudita e literatura estrangeira tornada popular massiva.
{"title":"José Mauro de Vasconcelos: o intérprete e as traduções do Brasil","authors":"Andréa Borges Leão","doi":"10.5007/2175-7984.2017v17n39p141","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017v17n39p141","url":null,"abstract":"Este artigo aborda a vida e a obra do escritor José Mauro de Vasconcelos. Tem o triplo objetivo de discutir comparativamente as lógicas de nacionalização e internacionalização da produção literária juvenil, os deslocamentos e inscrições operados na trajetória do autor e as correspondências entre a sua obra traduzida e os horizontes de expectativa dos leitores brasileiros, franceses e hispano-americanos. Assim, as contingências e escolhas no exercício aparentemente desconexo da profissão em José Mauro, intelectual que jamais alcançaria a altura do cânone, dão conta dos polos antagônicos que vão interagindo no espaço literário e orientando a indústria do livro, por todo o século XX: entre passeurs e guardiões das fronteiras nacionais, entre literatura tradicional tornada erudita e literatura estrangeira tornada popular massiva.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2017v17n39p141","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46664211","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-06-08DOI: 10.5007/2175-7984.2018v17n38p440
K. Gobo
Inteligência, sofisticação, gosto apurado, domínio de várias línguas, conhecimentos estabelecidos de arte, cultura e o uso das regras de etiquetas. Esses aspectos, de forma naturalizada, compõem o habitus diplomático. A diplomacia brasileira por muito tempo se manteve fiel às normas e ao espaço que a consagravam e distinguiam do restante da sociedade brasileira, por isso até à redemocratização o Itamaraty era o espelho de sua elite, isso inclui a maioria expressiva de homens brancos. Somente a partir da segunda metade dos anos 1990 se adotam medidas mais efetivas com a preocupação de diversificar os quadros da carreira. Considerando a construção histórica do campo, do habitus diplomático e as medidas adotadas nas últimas décadas, pretende-se investigar as formas de exclusão e inclusão das minorias, sobretudo mulheres e negros. A investigação sobre esse espaço social é fundamental na medida em que a produção acerca desse campo e de seus agentes é bastante escassa. Para a análise foram empregados métodos quantitativos e qualitativos: survey, entrevistas, livros de memórias, biografias, consulta a banco de dados com a origem geográfica e formação escolar, anuários e editais de concurso.
{"title":"Da exclusão à inclusão consentida: negros e mulheres na diplomacia brasileira","authors":"K. Gobo","doi":"10.5007/2175-7984.2018v17n38p440","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2018v17n38p440","url":null,"abstract":"Inteligência, sofisticação, gosto apurado, domínio de várias línguas, conhecimentos estabelecidos de arte, cultura e o uso das regras de etiquetas. Esses aspectos, de forma naturalizada, compõem o habitus diplomático. A diplomacia brasileira por muito tempo se manteve fiel às normas e ao espaço que a consagravam e distinguiam do restante da sociedade brasileira, por isso até à redemocratização o Itamaraty era o espelho de sua elite, isso inclui a maioria expressiva de homens brancos. Somente a partir da segunda metade dos anos 1990 se adotam medidas mais efetivas com a preocupação de diversificar os quadros da carreira. Considerando a construção histórica do campo, do habitus diplomático e as medidas adotadas nas últimas décadas, pretende-se investigar as formas de exclusão e inclusão das minorias, sobretudo mulheres e negros. A investigação sobre esse espaço social é fundamental na medida em que a produção acerca desse campo e de seus agentes é bastante escassa. Para a análise foram empregados métodos quantitativos e qualitativos: survey, entrevistas, livros de memórias, biografias, consulta a banco de dados com a origem geográfica e formação escolar, anuários e editais de concurso.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-06-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48412752","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-06-08DOI: 10.5007/2175-7984.2018V17N38P21
Christophe Charle
A partir da prosopografia comparada de duas amostras de professores de letras e de ciências das universidades de Paris e Berlim durante o mesmo período, este estudo situa essas duas elites universitárias em suas respectivas sociedades. A comparação das origens sociais dos professores e da sua evolução, do recrutamento geográfico, da formação escolar, e das dinâmicas de carreira permite apreender dois modelos bastante diferentes de meritocracia e dois processos distintos de evolução das comunidades universitárias. A centralização e a seleção elitista na França não impedem certa abertura social, ao passo que a descentralização e a inexistência de concursos formais continuam favorecendo os mesmos grupos dominantes na Alemanha. Apesar das intenções oficiais, evidencia-se a incapacidade de implantar o modelo germânico na França e, na Alemanha, de modernizar e democratizar o quadro de professores, mesmo com as tentativas da República de Weimar. As tensões crescentes que afetam os dois sistemas no período entre guerras, e as orientações sociais e políticas dominantes que opõem os dois grupos de professores, não podem ser, no entanto, reduzidas a um denominador comum de “crise”, ao contrário são a prova das especificidades constitutivas de cada modelo universitário. Para além dos resultados empíricos, este artigo pretende defender a fecundidade heurística da combinação entre o método comparativo e a biografia social em escala europeia.
{"title":"Paris/Berlim: ensaio de comparação entre os professores de duas universidades centrais","authors":"Christophe Charle","doi":"10.5007/2175-7984.2018V17N38P21","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2018V17N38P21","url":null,"abstract":"A partir da prosopografia comparada de duas amostras de professores de letras e de ciências das universidades de Paris e Berlim durante o mesmo período, este estudo situa essas duas elites universitárias em suas respectivas sociedades. A comparação das origens sociais dos professores e da sua evolução, do recrutamento geográfico, da formação escolar, e das dinâmicas de carreira permite apreender dois modelos bastante diferentes de meritocracia e dois processos distintos de evolução das comunidades universitárias. A centralização e a seleção elitista na França não impedem certa abertura social, ao passo que a descentralização e a inexistência de concursos formais continuam favorecendo os mesmos grupos dominantes na Alemanha. Apesar das intenções oficiais, evidencia-se a incapacidade de implantar o modelo germânico na França e, na Alemanha, de modernizar e democratizar o quadro de professores, mesmo com as tentativas da República de Weimar. As tensões crescentes que afetam os dois sistemas no período entre guerras, e as orientações sociais e políticas dominantes que opõem os dois grupos de professores, não podem ser, no entanto, reduzidas a um denominador comum de “crise”, ao contrário são a prova das especificidades constitutivas de cada modelo universitário. Para além dos resultados empíricos, este artigo pretende defender a fecundidade heurística da combinação entre o método comparativo e a biografia social em escala europeia.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-06-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2018V17N38P21","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42594349","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-06-08DOI: 10.5007/2175-7984.2018V17N38P161
Isabelle Gouarné
Em junho de 1941, uma Jornada de Psicologia e História do Trabalho e das Técnicas foi organizada em Toulouse com a participação de importantes representantes das ciências sociais francesas do entreguerras (Marc Bloch, Lucien Febvre, Marcel Mauss, Georges Friedmann, Ignace Meyerson, entre outros). Esse encontro se constituiu como um dos raros momentos de reflexão coletiva realizado pelas ciências sociais republicanas sob o regime de Vichy, quando elas se tornaram alvo de violentas acusações. Esse colóquio de 1941 representa, assim, um esforço de reafirmação do papel social e político das ciências sociais universitárias herdeiras da tradição durkheimiana: em um contexto de forte politização e à medida que era preciso defender esse projeto, ele se tornou manifesto pelo modo de organização das ciências e dos saberes que implica, pelo olhar que dirige sobre a crise social e política bem como pelas afinidades que mantém com a ideologia do progresso.
{"title":"Crise do Progresso, Antifascismo e Ciências Sociais: a Journée d’histoire et de psychologie du travail et des techniques (Toulouse, junho de 1941)","authors":"Isabelle Gouarné","doi":"10.5007/2175-7984.2018V17N38P161","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2018V17N38P161","url":null,"abstract":"Em junho de 1941, uma Jornada de Psicologia e História do Trabalho e das Técnicas foi organizada em Toulouse com a participação de importantes representantes das ciências sociais francesas do entreguerras (Marc Bloch, Lucien Febvre, Marcel Mauss, Georges Friedmann, Ignace Meyerson, entre outros). Esse encontro se constituiu como um dos raros momentos de reflexão coletiva realizado pelas ciências sociais republicanas sob o regime de Vichy, quando elas se tornaram alvo de violentas acusações. Esse colóquio de 1941 representa, assim, um esforço de reafirmação do papel social e político das ciências sociais universitárias herdeiras da tradição durkheimiana: em um contexto de forte politização e à medida que era preciso defender esse projeto, ele se tornou manifesto pelo modo de organização das ciências e dos saberes que implica, pelo olhar que dirige sobre a crise social e política bem como pelas afinidades que mantém com a ideologia do progresso.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-06-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45953374","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-06-08DOI: 10.5007/2175-7984.2018V17N38P465
T. Marques
Os estudos teóricos que procuraram compreender os fatores que influenciaram a manutenção das democracias sempre levaram em consideração o desenvolvimento econômico. Porém, diferentes papéis foram atribuídos a esta variável pelas diferentes orientações temáticas no estudo da democracia, dentre os quais destacamos o enfoque culturalista e o enfoque institucionalista por meio de duas obras consideradas clássicas: Comunidade e democracia: a experiência da Itália moderna, de Robert D. Putnam; e Democracy and development: Political Institucions e Material Well-Being in the World. 1950-1990 de Adam Przeworski, Miguel Alvarez, José Antônio Cheibub e Fernando Limongi. Esse ensaio busca analisar essas duas obras tendo como eixo a relação entre economia e transições de regimes políticos. Busca-se compreender qual o papel atribuído pelos institucionalistas e culturalistas para a variável econômica, bem como identificar as suas contribuições para a compreensão sobre as variáveis que possibilitem a emergência de regimes autoritários.
{"title":"O papel do desenvolvimento econômico no debate teórico sobre transições de regimes políticos","authors":"T. Marques","doi":"10.5007/2175-7984.2018V17N38P465","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2018V17N38P465","url":null,"abstract":"Os estudos teóricos que procuraram compreender os fatores que influenciaram a manutenção das democracias sempre levaram em consideração o desenvolvimento econômico. Porém, diferentes papéis foram atribuídos a esta variável pelas diferentes orientações temáticas no estudo da democracia, dentre os quais destacamos o enfoque culturalista e o enfoque institucionalista por meio de duas obras consideradas clássicas: Comunidade e democracia: a experiência da Itália moderna, de Robert D. Putnam; e Democracy and development: Political Institucions e Material Well-Being in the World. 1950-1990 de Adam Przeworski, Miguel Alvarez, José Antônio Cheibub e Fernando Limongi. Esse ensaio busca analisar essas duas obras tendo como eixo a relação entre economia e transições de regimes políticos. Busca-se compreender qual o papel atribuído pelos institucionalistas e culturalistas para a variável econômica, bem como identificar as suas contribuições para a compreensão sobre as variáveis que possibilitem a emergência de regimes autoritários.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-06-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2018V17N38P465","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43735854","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-06-08DOI: 10.5007/2175-7984.2018V17N38P224
M. Carlotto
O presente artigo inspira-se na sociologia do campo acadêmico de Pierre Bourdieu e na tradição de análise estrutural da história da Universidade de São Paulo (USP) de autores para, a partir da reconstrução da sua estrutura social, com a oposição entre o polo profissional tradicional e o polo acadêmico-científico, analisar sua representação simbólica solene por excelência, o Brasão d’armas da USP. Para tanto, o artigo mobiliza os dados disponibilizados no Anuário Estatístico da USP e no Questionário Socioeconômico da Fuvest, e realiza uma análise iconográfica do brasão da USP.
{"title":"A Universidade Vista “A Certa Distância”: a estrutura social da USP e sua representação simbólica","authors":"M. Carlotto","doi":"10.5007/2175-7984.2018V17N38P224","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2018V17N38P224","url":null,"abstract":"O presente artigo inspira-se na sociologia do campo acadêmico de Pierre Bourdieu e na tradição de análise estrutural da história da Universidade de São Paulo (USP) de autores para, a partir da reconstrução da sua estrutura social, com a oposição entre o polo profissional tradicional e o polo acadêmico-científico, analisar sua representação simbólica solene por excelência, o Brasão d’armas da USP. Para tanto, o artigo mobiliza os dados disponibilizados no Anuário Estatístico da USP e no Questionário Socioeconômico da Fuvest, e realiza uma análise iconográfica do brasão da USP.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-06-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2018V17N38P224","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43562235","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-06-08DOI: 10.5007/2175-7984.2018V17N38P404
Mariana Selister Gomes
Este artigo analisa discursos oficiais portugueses (do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, e, do Alto Comissariado para Imigração e Diálogo Intercultural), bem como, discursos institucionais de associações de imigrantes (da Casa do Brasil de Lisboa, da Associação Lusofonia, Cultura e Cidadania, e, da Associação Comunidária) no que tange a (re)(des)construção do imaginário em torno da “brasileira imigrante” em Portugal. Para este fim, utiliza-se o método da Análise de Discurso, sob uma inspiração foucaultiana; empregando-se as técnicas da pesquisa documental e da entrevista. Na perspectiva teórica, insere-se nos debates sobre Feminização das Migrações e Colonialidade do Gênero. As conclusões apontam que a maioria dos discursos institucionais reproduz elementos do imaginário de hipersexualização das mulheres brasileiras.
{"title":"Gênero, Colonialidade e Migrações: uma análise de discursos institucionais sobre a “Brasileira Imigrante” em Portugal","authors":"Mariana Selister Gomes","doi":"10.5007/2175-7984.2018V17N38P404","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2018V17N38P404","url":null,"abstract":"Este artigo analisa discursos oficiais portugueses (do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, e, do Alto Comissariado para Imigração e Diálogo Intercultural), bem como, discursos institucionais de associações de imigrantes (da Casa do Brasil de Lisboa, da Associação Lusofonia, Cultura e Cidadania, e, da Associação Comunidária) no que tange a (re)(des)construção do imaginário em torno da “brasileira imigrante” em Portugal. Para este fim, utiliza-se o método da Análise de Discurso, sob uma inspiração foucaultiana; empregando-se as técnicas da pesquisa documental e da entrevista. Na perspectiva teórica, insere-se nos debates sobre Feminização das Migrações e Colonialidade do Gênero. As conclusões apontam que a maioria dos discursos institucionais reproduz elementos do imaginário de hipersexualização das mulheres brasileiras.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-06-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2018V17N38P404","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43884816","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-06-08DOI: 10.5007/2175-7984.2018V17N38P373
Camila Gui Rosatti, Marcia Consolim
Esta entrevista é resultado de diversos encontros que tivemos, em São Paulo e em Paris, entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017, e sua forma final foi retrabalhada com intervenções por escrito do entrevistado6. O objetivo foi conhecer sua trajetória e seus interesses de pesquisa, bem como entender sua participação no grupo fundado por Pierre Bourdieu e, mais largamente, o próprio empreendimento de pesquisa construído coletivamente com as diversas gerações de “alunos-herdeiros”. Duval pertenceu à última geração formada no Centre de Sociologie Européenne (CSE) enquanto Bourdieu ainda era vivo e, por isso, sua experiência intelectual se inscreve nas transformações pelas quais passou o projeto intelectual de Bourdieu e do grupo de pesquisadores ligados a ele, no contexto mais amplo de suas relações com as instituições de ensino e pesquisa na França. O relato em primeira pessoa expõe com densidade a experiência particular de um pesquisador que, articulada ao contexto histórico, institucional e intelectual francês do fim do século XX, permite vislumbrar algumas das condições de enraizamento e de reprodução da sociologia bourdieusiana na França.
{"title":"Entrevista com Julien Duval","authors":"Camila Gui Rosatti, Marcia Consolim","doi":"10.5007/2175-7984.2018V17N38P373","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2018V17N38P373","url":null,"abstract":"Esta entrevista é resultado de diversos encontros que tivemos, em São Paulo e em Paris, entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017, e sua forma final foi retrabalhada com intervenções por escrito do entrevistado6. O objetivo foi conhecer sua trajetória e seus interesses de pesquisa, bem como entender sua participação no grupo fundado por Pierre Bourdieu e, mais largamente, o próprio empreendimento de pesquisa construído coletivamente com as diversas gerações de “alunos-herdeiros”. Duval pertenceu à última geração formada no Centre de Sociologie Européenne (CSE) enquanto Bourdieu ainda era vivo e, por isso, sua experiência intelectual se inscreve nas transformações pelas quais passou o projeto intelectual de Bourdieu e do grupo de pesquisadores ligados a ele, no contexto mais amplo de suas relações com as instituições de ensino e pesquisa na França. O relato em primeira pessoa expõe com densidade a experiência particular de um pesquisador que, articulada ao contexto histórico, institucional e intelectual francês do fim do século XX, permite vislumbrar algumas das condições de enraizamento e de reprodução da sociologia bourdieusiana na França.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-06-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2018V17N38P373","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44389389","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-06-08DOI: 10.5007/2175-7984.2018V17N38P135
Pierre Verschueren
A Segunda Guerra mundial mostrou que a ciência constitui um elemento indispensável de poder: depois de Hiroshima, não poderia mais ser desconsiderado. Consequentemente, os Estados ocidentais investem na Big Science com base no modelo fornecido pelos Estados Unidos. Diante do aparecimento de um novo regime de produção dos saberes científicos, as universidades têm que enfrentar o surgimento de um novo regime de produção das elites científicas. No entanto, o campo universitário francês vê suas estruturas mudarem lentamente; os governos dos anos 1940 e 1950 parecem apostar sobre a homotetia existente, sem uma política global. O presente artigo se interessa pela mobilização dos cientistas em nome de uma nova organização do métier científico, por meio de um consenso de que cabe ao Estado apoiar e orientar o desenvolvimento científico. De fato, depois dos primeiros fracassos frustrantes dessas mobilizações, uma política científica se afirma a partir de 1956–1958.
{"title":"É Possível Planejar a Ciência? os cientistas franceses e a gênese de uma política científica no pós-guerra","authors":"Pierre Verschueren","doi":"10.5007/2175-7984.2018V17N38P135","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2018V17N38P135","url":null,"abstract":"A Segunda Guerra mundial mostrou que a ciência constitui um elemento indispensável de poder: depois de Hiroshima, não poderia mais ser desconsiderado. Consequentemente, os Estados ocidentais investem na Big Science com base no modelo fornecido pelos Estados Unidos. Diante do aparecimento de um novo regime de produção dos saberes científicos, as universidades têm que enfrentar o surgimento de um novo regime de produção das elites científicas. No entanto, o campo universitário francês vê suas estruturas mudarem lentamente; os governos dos anos 1940 e 1950 parecem apostar sobre a homotetia existente, sem uma política global. O presente artigo se interessa pela mobilização dos cientistas em nome de uma nova organização do métier científico, por meio de um consenso de que cabe ao Estado apoiar e orientar o desenvolvimento científico. De fato, depois dos primeiros fracassos frustrantes dessas mobilizações, uma política científica se afirma a partir de 1956–1958.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-06-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2018V17N38P135","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42359885","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-06-08DOI: 10.5007/2175-7984.2018V17N38P340
M. Palmeira
Este trabalho propõe revisitar um debate que os praticantes da classical scholarship consideram especialmente significativo em sua área de atuação: as discussões travadas na segunda metade do século XX sobre a natureza da economia greco-romana antiga e sobre as formas adequadas de abordá-la. Estruturado em torno de pares de opostos teóricos (“primitivistas” versus “modernistas”, oposição principal que se desdobra em uma série de antagonismos homólogos), o debate é sucessivamente invocado pelos debatedores como armadilha conceitual, como obstáculo ao avanço das pesquisas de história econômica antiga. Em diálogo com a literatura sobre controvérsias científicas e filosóficas, analisam-se aqui os expedientes que imprimem ao debate uma sócio-lógica própria e instauram as condições de sua reprodução. Argumentarei que a fixação de uma dicotomia fundadora opera como elemento catalisador da “controvérsia do oikos” e condena toda e qualquer tentativa expressa de superação da dicotomia a uma assimilação ritual a uma das partes “originárias” da disputa. Os dados para análise serão construídos pelo exame de textos publicados de historiografia econômica referente à Antiguidade Clássica e de cartas trocadas entre os debatedores.
{"title":"“A Economia Antiga é um Campo de Batalha”: história social de uma controvérsia erudita","authors":"M. Palmeira","doi":"10.5007/2175-7984.2018V17N38P340","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2018V17N38P340","url":null,"abstract":"Este trabalho propõe revisitar um debate que os praticantes da classical scholarship consideram especialmente significativo em sua área de atuação: as discussões travadas na segunda metade do século XX sobre a natureza da economia greco-romana antiga e sobre as formas adequadas de abordá-la. Estruturado em torno de pares de opostos teóricos (“primitivistas” versus “modernistas”, oposição principal que se desdobra em uma série de antagonismos homólogos), o debate é sucessivamente invocado pelos debatedores como armadilha conceitual, como obstáculo ao avanço das pesquisas de história econômica antiga. Em diálogo com a literatura sobre controvérsias científicas e filosóficas, analisam-se aqui os expedientes que imprimem ao debate uma sócio-lógica própria e instauram as condições de sua reprodução. Argumentarei que a fixação de uma dicotomia fundadora opera como elemento catalisador da “controvérsia do oikos” e condena toda e qualquer tentativa expressa de superação da dicotomia a uma assimilação ritual a uma das partes “originárias” da disputa. Os dados para análise serão construídos pelo exame de textos publicados de historiografia econômica referente à Antiguidade Clássica e de cartas trocadas entre os debatedores.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-06-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43973000","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}