Pub Date : 2019-03-29DOI: 10.5007/2175-7984.2018V17N40P21
Axel Honneth
Neste artigo, que é originalmente um discurso de posse no Instituto Otto Suhr na Universidade Livre de Berlin, Axel Honneth esboça o programa de uma teoria intersubjetiva do reconhecimento, utilizando esta última categoria como o núcleo conceitual de uma Teoria Crítica da sociedade na qual a experiência pré-cientifica de desrespeito às expectativas sociais se conecta à formação de demandas emancipatórias.
{"title":"A dinâmica social do desrespeito: para a situação de uma teoria crítica da sociedade","authors":"Axel Honneth","doi":"10.5007/2175-7984.2018V17N40P21","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2018V17N40P21","url":null,"abstract":"Neste artigo, que é originalmente um discurso de posse no Instituto Otto Suhr na Universidade Livre de Berlin, Axel Honneth esboça o programa de uma teoria intersubjetiva do reconhecimento, utilizando esta última categoria como o núcleo conceitual de uma Teoria Crítica da sociedade na qual a experiência pré-cientifica de desrespeito às expectativas sociais se conecta à formação de demandas emancipatórias.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-03-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46478807","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-03-29DOI: 10.5007/2175-7984.2018V17N40P65
E. Sobottka, Thais Marques De Santo
O conhecimento científico em geral, e a teoria social de modo particular, progridem com debates públicos. O debate que Nancy Fraser e Axel Honneth travaram há duas décadas e meia contribuiu para explicitar melhor, no contexto da Teoria Crítica, questões relacionadas ao reconhecimento, à justiça distributiva e também à autonomia dos indivíduos em um cenário em que novos mo- vimentos sociais e novos temas contribuíram para diversificar as lutas sociais. O presente texto rememora brevemente a mudança no cenário, delineia em largos traços o surgimento da proposta de uma teoria do reconhecimento feita por Axel Honneth, para então abordar alguns dos prin- cipais aprendizados que aquele debate trouxe, bem como aponta contribuições de Fraser para o campo da Teoria Crítica. Ele se encerra com uma reflexão sobre algumas implicações do debate que poderiam se tornar produtivas em nosso contexto.
{"title":"Reconhecimento, justiça e a questão da autonomia: desafios para uma teoria social normativa","authors":"E. Sobottka, Thais Marques De Santo","doi":"10.5007/2175-7984.2018V17N40P65","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2018V17N40P65","url":null,"abstract":"O conhecimento científico em geral, e a teoria social de modo particular, progridem com debates públicos. O debate que Nancy Fraser e Axel Honneth travaram há duas décadas e meia contribuiu para explicitar melhor, no contexto da Teoria Crítica, questões relacionadas ao reconhecimento, à justiça distributiva e também à autonomia dos indivíduos em um cenário em que novos mo- vimentos sociais e novos temas contribuíram para diversificar as lutas sociais. O presente texto rememora brevemente a mudança no cenário, delineia em largos traços o surgimento da proposta de uma teoria do reconhecimento feita por Axel Honneth, para então abordar alguns dos prin- cipais aprendizados que aquele debate trouxe, bem como aponta contribuições de Fraser para o campo da Teoria Crítica. Ele se encerra com uma reflexão sobre algumas implicações do debate que poderiam se tornar produtivas em nosso contexto.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-03-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2018V17N40P65","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44046854","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-03-29DOI: 10.5007/2175-7984.2018V17N40P307
L. Lüchmann, Carla Almeida, Luana Taborda
O trabalho analisa permanências e mudanças nos padrões de participação associativa no Brasil a partir de duas unidades de análise: a dimensão referente ao volume e às características do tecido associativo, e a dimensão do engajamento dos indivíduos em associações. A primeira explora a evolução recente do associativismo no país, que é medido pelo número, pelo perfil e pela área de atuação das associações. A segunda considera essa evolução da participação no âmbito do engajamento individual, tomando-se o número de pessoas que alega participar de associações. Para tanto, o trabalho está embasado em dados de pesquisas de opinião pública do projeto World Values Survey e nos estudos sobre Fundações Privadas e Associações Sem Fins Lucrativos no Brasil (FASFIL)/Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e sobre o Perfil das Organizações da Sociedade civil do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Os dados mostram que, nas últimas décadas, o Brasil testemunhou um importante crescimento na criação de associações – e que se refletiu na maior diversificação interna desse universo – embora o número de indivíduos engajados não tenha acompanhado esse crescimento. Sugerimos que a ampliação do associativismo se refletiu apenas seletivamente no plano do engajamento individual, e que o perfil específico de associações que encontrou terreno favorável ao crescimento no período, de caráter mais profissionalizado, ajuda a compreender a diferença apontada nas duas dimensões.
{"title":"Associativismo no Brasil contemporâneo: dimensões institucionais e individuais","authors":"L. Lüchmann, Carla Almeida, Luana Taborda","doi":"10.5007/2175-7984.2018V17N40P307","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2018V17N40P307","url":null,"abstract":"O trabalho analisa permanências e mudanças nos padrões de participação associativa no Brasil a partir de duas unidades de análise: a dimensão referente ao volume e às características do tecido associativo, e a dimensão do engajamento dos indivíduos em associações. A primeira explora a evolução recente do associativismo no país, que é medido pelo número, pelo perfil e pela área de atuação das associações. A segunda considera essa evolução da participação no âmbito do engajamento individual, tomando-se o número de pessoas que alega participar de associações. Para tanto, o trabalho está embasado em dados de pesquisas de opinião pública do projeto World Values Survey e nos estudos sobre Fundações Privadas e Associações Sem Fins Lucrativos no Brasil (FASFIL)/Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e sobre o Perfil das Organizações da Sociedade civil do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Os dados mostram que, nas últimas décadas, o Brasil testemunhou um importante crescimento na criação de associações – e que se refletiu na maior diversificação interna desse universo – embora o número de indivíduos engajados não tenha acompanhado esse crescimento. Sugerimos que a ampliação do associativismo se refletiu apenas seletivamente no plano do engajamento individual, e que o perfil específico de associações que encontrou terreno favorável ao crescimento no período, de caráter mais profissionalizado, ajuda a compreender a diferença apontada nas duas dimensões.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-03-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2018V17N40P307","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48001903","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-11-29DOI: 10.5007/2175-7984.2017V17N39P313
R. Grün
O Brasil é considerado como um dos países de distribuição de renda mais desigual no mundo contemporâneo. Entretanto, nele não emerge nenhuma crítica social específica da assimetria de recursos materiais. O artigo discute algumas hipóteses para explicar essa realidade aparentemente ilógica. Responde fundamentalmente pela dependência de caminho da afirmação da crítica da assimetria de recursos culturais e vincula esta última à emergência dos principais grupos políticos que surgiram com a redemocratização de 1985 e cuja dinâmica de disputa política segue uma lógica cultural. A disputa cultural subsome o potencial contencioso econômico, pois se instala duravelmente como sistema de metáforas, dotado de “dureza simbólica”.
{"title":"Escondendo os “1%”: crítica e lógica socioculturais","authors":"R. Grün","doi":"10.5007/2175-7984.2017V17N39P313","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017V17N39P313","url":null,"abstract":"O Brasil é considerado como um dos países de distribuição de renda mais desigual no mundo contemporâneo. Entretanto, nele não emerge nenhuma crítica social específica da assimetria de recursos materiais. O artigo discute algumas hipóteses para explicar essa realidade aparentemente ilógica. Responde fundamentalmente pela dependência de caminho da afirmação da crítica da assimetria de recursos culturais e vincula esta última à emergência dos principais grupos políticos que surgiram com a redemocratização de 1985 e cuja dinâmica de disputa política segue uma lógica cultural. A disputa cultural subsome o potencial contencioso econômico, pois se instala duravelmente como sistema de metáforas, dotado de “dureza simbólica”.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2017V17N39P313","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48703072","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-11-29DOI: 10.5007/2175-7984.2017V17N39P63
Jean-Yves Mollier
Em pleno século XX, na França, intelectuais laicos, de um lado, católicos, de outro, defenderam a censura de obras literárias, de exposições, de artistas e até mesmo de histórias em quadrinhos. A história dos intelectuais franceses desse período encobre a existência e a atuação de figuras conservadoras e reacionárias, virulentas na expressão de suas convicções, vindas em boa parte do meio clerical, e que dispuseram de grande visibilidade e influência, não apenas na França. Embora menos lembradas, é preciso compreender o alcance de suas ideias, as formas de sua difusão, o papel deletério que exerceram, em seu tempo, com a calúnia e a condenação sistemática de obras, de autores, de artistas, e o modo como se impuseram ao Estado e atuaram em seu nome. Reconstituir essa dimensão da história intelectual francesa é fundamental hoje, quando se pode ouvir o eco de totalitarismos de base religiosa que progressivamente ameaça as liberdades individuais.
{"title":"Os intelectuais e a censura na França no século xx","authors":"Jean-Yves Mollier","doi":"10.5007/2175-7984.2017V17N39P63","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017V17N39P63","url":null,"abstract":"Em pleno século XX, na França, intelectuais laicos, de um lado, católicos, de outro, defenderam a censura de obras literárias, de exposições, de artistas e até mesmo de histórias em quadrinhos. A história dos intelectuais franceses desse período encobre a existência e a atuação de figuras conservadoras e reacionárias, virulentas na expressão de suas convicções, vindas em boa parte do meio clerical, e que dispuseram de grande visibilidade e influência, não apenas na França. Embora menos lembradas, é preciso compreender o alcance de suas ideias, as formas de sua difusão, o papel deletério que exerceram, em seu tempo, com a calúnia e a condenação sistemática de obras, de autores, de artistas, e o modo como se impuseram ao Estado e atuaram em seu nome. Reconstituir essa dimensão da história intelectual francesa é fundamental hoje, quando se pode ouvir o eco de totalitarismos de base religiosa que progressivamente ameaça as liberdades individuais.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2017V17N39P63","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44154950","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-11-29DOI: 10.5007/2175-7984.2017V17N39P344
Thais Joi Martins, J. Donadone
O objetivo central deste artigo é o de dar destaque à análise dos capitais simbólicos (em específico o cultural), gostos e estilos de vida dos engenheiros de produção (egressos) da Universidade Politécnica de São Paulo (USP). Apreciaremos neste artigo, por meio da metodologia qualitativa e consequente uso de entrevistas semiestruturadas, a proposição de que os marcadores simbólicos encaminham esses engenheiros (gestores) para cargos no mundo das finanças, tais quais, as consultorias financeiras e o mercado financeiro. Podemos constatar que existem homologias no que diz respeito aos marcadores simbólicos citados e a ocupação desses profissionais nesses últimos cargos de destaque. Para além da constatação anterior, cabe mencionar que esses arautos das finanças são justamente os novos agentes que estão intermediando e alimentando dinâmicas e jogos de poder dentro do atual capitalismo financeiro.
{"title":"Consagração universitária, capitais simbólicos e cargos financeiros: o estudo do perfil dos engenheiros de produção na Universidade Politécnica de São Paulo","authors":"Thais Joi Martins, J. Donadone","doi":"10.5007/2175-7984.2017V17N39P344","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017V17N39P344","url":null,"abstract":"O objetivo central deste artigo é o de dar destaque à análise dos capitais simbólicos (em específico o cultural), gostos e estilos de vida dos engenheiros de produção (egressos) da Universidade Politécnica de São Paulo (USP). Apreciaremos neste artigo, por meio da metodologia qualitativa e consequente uso de entrevistas semiestruturadas, a proposição de que os marcadores simbólicos encaminham esses engenheiros (gestores) para cargos no mundo das finanças, tais quais, as consultorias financeiras e o mercado financeiro. Podemos constatar que existem homologias no que diz respeito aos marcadores simbólicos citados e a ocupação desses profissionais nesses últimos cargos de destaque. Para além da constatação anterior, cabe mencionar que esses arautos das finanças são justamente os novos agentes que estão intermediando e alimentando dinâmicas e jogos de poder dentro do atual capitalismo financeiro.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2017V17N39P344","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41938458","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-11-29DOI: 10.5007/2175-7984.2017V17N39P427
Priscilla Ribeiro dos Santos
Este artigo analisa as capacidades do Estado brasileiro na gestão da Política de Juventude. Tendo como referência a literatura sobre capacidades estatais, foi empreendida pesquisa de natureza qualitativa com base na análise documental. Verificou-se que a combinação de fatores como institucionalização recente e frágil coordenação interinstitucional explicam as dificuldades de gestão e o fraco desempenho da Política Nacional de Juventude no período de 2003 a 2014. Por outro lado, a criação de processos participativos, tais como conselho e conferências nacionais, rompeu com a histórica invisibilização do público jovem, contribuindo para o reconhecimento e a inclusão da juventude nas esferas institucionais.
{"title":"Políticas de Juventude e capacidades estatais no Brasil","authors":"Priscilla Ribeiro dos Santos","doi":"10.5007/2175-7984.2017V17N39P427","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017V17N39P427","url":null,"abstract":"Este artigo analisa as capacidades do Estado brasileiro na gestão da Política de Juventude. Tendo como referência a literatura sobre capacidades estatais, foi empreendida pesquisa de natureza qualitativa com base na análise documental. Verificou-se que a combinação de fatores como institucionalização recente e frágil coordenação interinstitucional explicam as dificuldades de gestão e o fraco desempenho da Política Nacional de Juventude no período de 2003 a 2014. Por outro lado, a criação de processos participativos, tais como conselho e conferências nacionais, rompeu com a histórica invisibilização do público jovem, contribuindo para o reconhecimento e a inclusão da juventude nas esferas institucionais.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2017V17N39P427","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42714257","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-11-29DOI: 10.5007/2175-7984.2017V17N39P22
Michael Pollak
A posição que Karl Kraus ocupou no campo intelectual austríaco é única na história dos intelectuais. Em vez de tentar reconstruir seu pensamento como uma teoria, é possível interpretá-lo como um revelador das regras do jogo que caracterizam o campo intelectual. Os escritos de Kraus sugerem muito mais uma releitura no sentido de uma sociologia-ação, que lança mão de técnicas de provocação para tornar visíveis as sanções a que ficam expostos aqueles que atrapalham o jogo combinado de dissimulação das relações entre intelectuais e poder. A análise das intervenções de Kraus possibilita vincular suas lutas a fenômenos de crise do campo intelectual. O papel desempenhado por ele foi o de denunciar as implicações de um processo de racionalização das atividades intelectuais, definido, inicialmente, pela substituição de um mercado intelectual pelo mecenato e, depois, pela extensão e estruturação desse mercado em razão de demandas sociais cada vez mais precisas.
{"title":"Uma sociologia em ato dos intelectuais: os combates de Karl Kraus","authors":"Michael Pollak","doi":"10.5007/2175-7984.2017V17N39P22","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017V17N39P22","url":null,"abstract":"A posição que Karl Kraus ocupou no campo intelectual austríaco é única na história dos intelectuais. Em vez de tentar reconstruir seu pensamento como uma teoria, é possível interpretá-lo como um revelador das regras do jogo que caracterizam o campo intelectual. Os escritos de Kraus sugerem muito mais uma releitura no sentido de uma sociologia-ação, que lança mão de técnicas de provocação para tornar visíveis as sanções a que ficam expostos aqueles que atrapalham o jogo combinado de dissimulação das relações entre intelectuais e poder. A análise das intervenções de Kraus possibilita vincular suas lutas a fenômenos de crise do campo intelectual. O papel desempenhado por ele foi o de denunciar as implicações de um processo de racionalização das atividades intelectuais, definido, inicialmente, pela substituição de um mercado intelectual pelo mecenato e, depois, pela extensão e estruturação desse mercado em razão de demandas sociais cada vez mais precisas.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2017V17N39P22","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43357880","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-11-29DOI: 10.5007/2175-7984.2017v17n39p250
A. Chiaramonte, Ana Paula Hey
O artigo analisa as disputas por legitimidade entre jornalistas e acadêmicos no final dos anos 1980, em São Paulo. Tendo como recurso heurístico o caso da “lista dos improdutivos”, a abordagem concentra-se nos conflitos que têm como centro a produção simbólica, i.é, uma visão única acerca das coisas do mundo. Enfatiza-se a criação, por jornalistas da Folha de S.Paulo, de uma doxa que opõe o Estado ao mercado, o primeiro tendo uma conotação negativa e o segundo positiva, revelando aspectos das disputas nos campos cultural e do poder durante a redemocratização. Entende-se que o jornalismo obteve sucesso na produção e difusão de uma doxa por ter papel central nesse período, tanto na formação de espaços de debate quanto ao dar voz e projetar agentes antes excluídos da vida pública. Demonstra-se que a Folha ao se modernizar, por meio da ação de jornalistas recém-chegados à imprensa, atribuiu-se a função de formar a opinião pública (seu público) e, em nome dela, legitimou-se para agir. Estabelecer a produção de um tipo de conhecimento que emerge pelo confronto marca o jornal como ator ativo no campo cultural contemporâneo.
{"title":"Que a USP descanse em paz! Disputas simbólicas entre jornalistas e acadêmicos em fins dos anos de 1980","authors":"A. Chiaramonte, Ana Paula Hey","doi":"10.5007/2175-7984.2017v17n39p250","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017v17n39p250","url":null,"abstract":"O artigo analisa as disputas por legitimidade entre jornalistas e acadêmicos no final dos anos 1980, em São Paulo. Tendo como recurso heurístico o caso da “lista dos improdutivos”, a abordagem concentra-se nos conflitos que têm como centro a produção simbólica, i.é, uma visão única acerca das coisas do mundo. Enfatiza-se a criação, por jornalistas da Folha de S.Paulo, de uma doxa que opõe o Estado ao mercado, o primeiro tendo uma conotação negativa e o segundo positiva, revelando aspectos das disputas nos campos cultural e do poder durante a redemocratização. Entende-se que o jornalismo obteve sucesso na produção e difusão de uma doxa por ter papel central nesse período, tanto na formação de espaços de debate quanto ao dar voz e projetar agentes antes excluídos da vida pública. Demonstra-se que a Folha ao se modernizar, por meio da ação de jornalistas recém-chegados à imprensa, atribuiu-se a função de formar a opinião pública (seu público) e, em nome dela, legitimou-se para agir. Estabelecer a produção de um tipo de conhecimento que emerge pelo confronto marca o jornal como ator ativo no campo cultural contemporâneo.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2175-7984.2017v17n39p250","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43172620","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-11-29DOI: 10.5007/2175-7984.2017V17N39P368
E. Fernandes, G. Câmara
O trabalho apresenta como tema o policiamento a eventos de protesto no Brasil. Especificamente, questiona: quais os repertórios utilizados pelo aparato policial durante o ciclo de protestos de 2013? Qual(is) o(s) modelo(s) de policiamento colocados em ação? A necessidade do estudo justifica-se pela ausência de um campo de estudos consolidado no País sobre policiamento a protestos; por outro turno, há diversos estudos de âmbito internacional que tratam dessa temática. Metodologicamente, analisou o caso do policiamento aos protestos de Porto Alegre no ciclo de manifestações de 2013. Foram analisadas notícias do jornal Zero Hora e realizadas entrevistas com agentes policiais. Identificou-se a diversidade de repertórios policiais e a coexistência de dois modelos principais de policiamento, que se guiam por diferentes critérios de valor a ser protegido no protesto: um baseado na defesa da integridade física dos manifestantes e um segundo pautado pela defesa do patrimônio.
{"title":"Policiamento a eventos de protesto no Brasil: repertórios e modelos policiais no ciclo de protestos de Junho de 2013 na cidade de Porto Alegre","authors":"E. Fernandes, G. Câmara","doi":"10.5007/2175-7984.2017V17N39P368","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-7984.2017V17N39P368","url":null,"abstract":"O trabalho apresenta como tema o policiamento a eventos de protesto no Brasil. Especificamente, questiona: quais os repertórios utilizados pelo aparato policial durante o ciclo de protestos de 2013? Qual(is) o(s) modelo(s) de policiamento colocados em ação? A necessidade do estudo justifica-se pela ausência de um campo de estudos consolidado no País sobre policiamento a protestos; por outro turno, há diversos estudos de âmbito internacional que tratam dessa temática. Metodologicamente, analisou o caso do policiamento aos protestos de Porto Alegre no ciclo de manifestações de 2013. Foram analisadas notícias do jornal Zero Hora e realizadas entrevistas com agentes policiais. Identificou-se a diversidade de repertórios policiais e a coexistência de dois modelos principais de policiamento, que se guiam por diferentes critérios de valor a ser protegido no protesto: um baseado na defesa da integridade física dos manifestantes e um segundo pautado pela defesa do patrimônio.","PeriodicalId":32311,"journal":{"name":"Politica Sociedade","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48646393","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}