Pub Date : 2019-07-29DOI: 10.14195/1647-8622_19_11
Paulo Archer De Carvalho
https://doi.org/10.14195/1647-8622_19_10
https://doi.org/10.14195/1647-8622_19_10
{"title":"Da antropofagia e autofagia, ou a colonização que (já) vem de dentro","authors":"Paulo Archer De Carvalho","doi":"10.14195/1647-8622_19_11","DOIUrl":"https://doi.org/10.14195/1647-8622_19_11","url":null,"abstract":"https://doi.org/10.14195/1647-8622_19_10","PeriodicalId":33971,"journal":{"name":"Estudos do Seculo XX","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-07-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42089985","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Políticas culturais para um Estado democrático","authors":"Juca Ferreira","doi":"10.14195/1647-8622_19_9","DOIUrl":"https://doi.org/10.14195/1647-8622_19_9","url":null,"abstract":"https://doi.org/10.14195/1647-8622_19_9","PeriodicalId":33971,"journal":{"name":"Estudos do Seculo XX","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-07-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43305421","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-07-29DOI: 10.14195/1647-8622_19_9_0.2
J. Nunes, Alexandre Franco de Sá, M. D. C. Lopes
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{"title":"Nota de apresentação","authors":"J. Nunes, Alexandre Franco de Sá, M. D. C. Lopes","doi":"10.14195/1647-8622_19_9_0.2","DOIUrl":"https://doi.org/10.14195/1647-8622_19_9_0.2","url":null,"abstract":"https://doi.org/10.14195/1647-8622_19","PeriodicalId":33971,"journal":{"name":"Estudos do Seculo XX","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-07-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43142866","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-07-29DOI: 10.14195/1647-8622_19_0_1
J. R. Pita, Ana Leonor Pereira
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{"title":"Nota Introdutória","authors":"J. R. Pita, Ana Leonor Pereira","doi":"10.14195/1647-8622_19_0_1","DOIUrl":"https://doi.org/10.14195/1647-8622_19_0_1","url":null,"abstract":"https://doi.org/10.14195/1647-8622_19","PeriodicalId":33971,"journal":{"name":"Estudos do Seculo XX","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-07-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45280174","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A primeira experiência de representação orgânica no Parlamento em Portugal ocorreu ao abrigo do decreto de 28/3/1895, que reservava às «classes produtoras» uma quota de 60 deputados (metade do total), limitando a 40 a quota de funcionários públicos e a 20 a de médicos e advogados. Es ta reforma susci tou logo grande oposição, não por causa das quotas, mas por introduzir grandes círculos sem representação de minorias tornando impossível aos partidos da oposição elegerem qualquer deputado, de tal modo que estes partidos se abstiveram na eleição de 1895. Nesta eleição as classes mais representadas foram as dos proprietários agrícolas (31 deputados) e dos interesses da indústria e comércio (17). Em 1896 foram abolidos os grandes círculos eleitorais; e em 1897, depois de uma eleição que ainda manteve as quotas por classes, as quotas foram abolidas por uma nova lei.
{"title":"A primeira experiência de representação orgânica no Parlamento em Portugal (1895-1897)","authors":"M. K. C. Leal","doi":"10.14195/1647-8622_16_2","DOIUrl":"https://doi.org/10.14195/1647-8622_16_2","url":null,"abstract":"A primeira experiência de representação orgânica no Parlamento em Portugal ocorreu ao abrigo do decreto de 28/3/1895, que reservava às «classes produtoras» uma quota de 60 deputados (metade do total), limitando a 40 a quota de funcionários públicos e a 20 a de médicos e advogados. Es ta reforma susci tou logo grande oposição, não por causa das quotas, mas por introduzir grandes círculos sem representação de minorias tornando impossível aos partidos da oposição elegerem qualquer deputado, de tal modo que estes partidos se abstiveram na eleição de 1895. Nesta eleição as classes mais representadas foram as dos proprietários agrícolas (31 deputados) e dos interesses da indústria e comércio (17). Em 1896 foram abolidos os grandes círculos eleitorais; e em 1897, depois de uma eleição que ainda manteve as quotas por classes, as quotas foram abolidas por uma nova lei.","PeriodicalId":33971,"journal":{"name":"Estudos do Seculo XX","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47223861","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
As definições da democracia complicam-se sob o efeito de dois fenómenos: por um lado, a resistência das suas instituições tradicionais, todavia postas em questão pelas alterações sociais da terceira revolução industrial; por um lado, a expansão planetária dos seus princípios de acordo e em função da globalização do capitalismo. As aspirações de “mudar o poder” acabam por o contornar, como se já não fosse possível nem necessário tomá-lo. Neste artigo, questiona-se as contradições ao mesmo tempo que se procuram as histórias políticas - do republicanismo por exemplo - que pode ser uma opção.
{"title":"La démocratie, ses institutions et le Monde","authors":"Paul Alliès","doi":"10.14195/1647-8622_17_2","DOIUrl":"https://doi.org/10.14195/1647-8622_17_2","url":null,"abstract":"As definições da democracia complicam-se sob o efeito de dois fenómenos: por um lado, a resistência das suas instituições tradicionais, todavia postas em questão pelas alterações sociais da terceira revolução industrial; por um lado, a expansão planetária dos seus princípios de acordo e em função da globalização do capitalismo. As aspirações de “mudar o poder” acabam por o contornar, como se já não fosse possível nem necessário tomá-lo. Neste artigo, questiona-se as contradições ao mesmo tempo que se procuram as histórias políticas - do republicanismo por exemplo - que pode ser uma opção.","PeriodicalId":33971,"journal":{"name":"Estudos do Seculo XX","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49242403","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-12-27DOI: 10.17851/2359-0076.39.61.9-10
S. Oliveira, J. Martins, Raquel dos Santos Sousa
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演示文稿备注
{"title":"Nota de Apresentação","authors":"S. Oliveira, J. Martins, Raquel dos Santos Sousa","doi":"10.17851/2359-0076.39.61.9-10","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/2359-0076.39.61.9-10","url":null,"abstract":"<jats:p>.</jats:p>","PeriodicalId":33971,"journal":{"name":"Estudos do Seculo XX","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45760995","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Qual a pertinência em pensar o trabalho como produtor de valores na atualidade? O artigo discute implicações atuais entre atividade de trabalho e produção de valor através de revisão teórico-conceitual (conceitos, construtos, redes nocionais) no campo das humanidades. São quatro campos disciplinares (Sociologia, Economia, Direito, Política) nos quais autores seminais são selecionados para pensar a relação trabalho e valor na contemporaneidade. Nesta revisão, observamos que o conceito de trabalho é colocado em questão pela volatilidade do problema da formação do valor econômico na contemporaneidade, onde há uma reestruturação das formas de organização do trabalho e dos modos de produzir bens. Como abordar a questão dos valores, sua produção e circulação, nas reconfigurações atuais do trabalho? A antiga questão do trabalho como fundamento do valor que funda a economia política de Smith à Marx teria ainda alguma pertinência? A também antiga questão das tensões no direito do trabalho entre um direito comercial e um direito social fariam sentido? Conclui-se pela necessidade de repensar as formas de abordar a experiência de trabalho real de modo a dar visibilidade aos conflitos de valor em curso nas situações de trabalho como modo, por excelência, de validar a pertinência do trabalho como produtor de valores.
{"title":"Atividade de Trabalho e valor","authors":"D. Cunha","doi":"10.14195/1647-8622_19_8","DOIUrl":"https://doi.org/10.14195/1647-8622_19_8","url":null,"abstract":"Qual a pertinência em pensar o trabalho como produtor de valores na atualidade? O artigo discute implicações atuais entre atividade de trabalho e produção de valor através de revisão teórico-conceitual (conceitos, construtos, redes nocionais) no campo das humanidades. São quatro campos disciplinares (Sociologia, Economia, Direito, Política) nos quais autores seminais são selecionados para pensar a relação trabalho e valor na contemporaneidade. Nesta revisão, observamos que o conceito de trabalho é colocado em questão pela volatilidade do problema da formação do valor econômico na contemporaneidade, onde há uma reestruturação das formas de organização do trabalho e dos modos de produzir bens. Como abordar a questão dos valores, sua produção e circulação, nas reconfigurações atuais do trabalho? A antiga questão do trabalho como fundamento do valor que funda a economia política de Smith à Marx teria ainda alguma pertinência? A também antiga questão das tensões no direito do trabalho entre um direito comercial e um direito social fariam sentido? Conclui-se pela necessidade de repensar as formas de abordar a experiência de trabalho real de modo a dar visibilidade aos conflitos de valor em curso nas situações de trabalho como modo, por excelência, de validar a pertinência do trabalho como produtor de valores.","PeriodicalId":33971,"journal":{"name":"Estudos do Seculo XX","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-09-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41651195","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
En este trabajo pretendemos reflexionar sobre las relaciones entre psiquiatría, derecho y peligrosidad social en las décadas de 1920 y 1930 en tres países europeos, España, Francia y Bélgica, con el fin de mostrar la importancia que tuvo la peligrosidad social en el marco de la higiene mental y como se llevaron a cabo como se implementaron con las políticas de defensa social.
{"title":"Psiquiatría, derecho y profilaxis del crimen","authors":"Ricardo Campos","doi":"10.14195/1647-8622_19_2","DOIUrl":"https://doi.org/10.14195/1647-8622_19_2","url":null,"abstract":"En este trabajo pretendemos reflexionar sobre las relaciones entre psiquiatría, derecho y peligrosidad social en las décadas de 1920 y 1930 en tres países europeos, España, Francia y Bélgica, con el fin de mostrar la importancia que tuvo la peligrosidad social en el marco de la higiene mental y como se llevaron a cabo como se implementaron con las políticas de defensa social.","PeriodicalId":33971,"journal":{"name":"Estudos do Seculo XX","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-07-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45443080","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O problema epistemológico do critério de demarcação (entre o que é e o que não é doença mental), constitui um dos problemas mais centrais e mais fundamentais da Psicopatologia. Ao longo de um percurso acidentado e demorado de milénios de história documentada, foram-se sucedendo várias formas de conceptualizar a doença e a doença mental, desde a tradição sobrenatural até, no caso específico desta última, ao omnipresente manual DSM, que se veio a impor a nível mundial como a classificação oficial dos transtornos psiquiátricos. Todavia, nenhuma forma se revelou até agora verdadeiramente satisfatória para a discriminação e caracterização de tais transtornos. Nem sequer o manual DSM, afinal uma espécie de glossário construído sobre consensos validados estatisticamente, que no fundo traduz a liderança (ou mesmo o poder hegemónico) do pragmatismo norte-americano sobre a Psiquiatria e a Psicologia, e que parte de pressupostos discutíveis, em particular a assunção de que as diferentes entidades de diagnóstico que define possuem uma realidade subjacente natural e universal. É necessário prosseguir o caminho. Um caminho iniciado por Karl Jaspers, no que diz respeito à via compreensiva (e não apenas descritiva) dos fenómenos em causa. Um caminho que só fará sentido percorrer se se procurar conhecer melhor as realidades naturais que possam existir, quando existam, subjacentes aos transtornos psiquiátricos; procurando ao mesmo tempo reconhecer que partes das definições de tais transtornos são culturalmente definidas e procurando, ainda, articular as diferentes ordens de factores (naturais e sociais) que, juntas, formarão uma nova conceptualização e compreensão de doença e de doença mental. Isto é, procurando por um lado conhecer o funcionamento natural dos mecanismos psicológicos, tais como foram «programados» ou «desenhados» pela evolução da espécie humana; procurando conhecer igualmente as condições ambientais (sociais, culturais, etc.) que fazem disparar tais mecanismos, necessariamente contextuais, de forma disfuncional; e, por fim, incorporando tais conhecimentos nos valores culturais que vêm definindo, ao longo dos séculos e das civilizações, os comportamentos desviantes que se consideram ser doença mental. Tal conceptualização, evolucionista pela sua natureza, poderá vir a trazer enfim uma solução para o problema fundamental de definir critérios de demarcação (entre o que é e o que não é doença mental) que permitam, por sua vez, encontrar explicações adequadas e satisfatórias para a compreensão dos fenómenos psiquiátricos.
{"title":"Para uma conceptualização evolucionista de Saúde Mental","authors":"Pedro Urbano","doi":"10.14195/1647-8622_19_5","DOIUrl":"https://doi.org/10.14195/1647-8622_19_5","url":null,"abstract":"O problema epistemológico do critério de demarcação (entre o que é e o que não é doença mental), constitui um dos problemas mais centrais e mais fundamentais da Psicopatologia. Ao longo de um percurso acidentado e demorado de milénios de história documentada, foram-se sucedendo várias formas de conceptualizar a doença e a doença mental, desde a tradição sobrenatural até, no caso específico desta última, ao omnipresente manual DSM, que se veio a impor a nível mundial como a classificação oficial dos transtornos psiquiátricos. Todavia, nenhuma forma se revelou até agora verdadeiramente satisfatória para a discriminação e caracterização de tais transtornos. Nem sequer o manual DSM, afinal uma espécie de glossário construído sobre consensos validados estatisticamente, que no fundo traduz a liderança (ou mesmo o poder hegemónico) do pragmatismo norte-americano sobre a Psiquiatria e a Psicologia, e que parte de pressupostos discutíveis, em particular a assunção de que as diferentes entidades de diagnóstico que define possuem uma realidade subjacente natural e universal. \u0000É necessário prosseguir o caminho. Um caminho iniciado por Karl Jaspers, no que diz respeito à via compreensiva (e não apenas descritiva) dos fenómenos em causa. Um caminho que só fará sentido percorrer se se procurar conhecer melhor as realidades naturais que possam existir, quando existam, subjacentes aos transtornos psiquiátricos; procurando ao mesmo tempo reconhecer que partes das definições de tais transtornos são culturalmente definidas e procurando, ainda, articular as diferentes ordens de factores (naturais e sociais) que, juntas, formarão uma nova conceptualização e compreensão de doença e de doença mental. Isto é, procurando por um lado conhecer o funcionamento natural dos mecanismos psicológicos, tais como foram «programados» ou «desenhados» pela evolução da espécie humana; procurando conhecer igualmente as condições ambientais (sociais, culturais, etc.) que fazem disparar tais mecanismos, necessariamente contextuais, de forma disfuncional; e, por fim, incorporando tais conhecimentos nos valores culturais que vêm definindo, ao longo dos séculos e das civilizações, os comportamentos desviantes que se consideram ser doença mental. Tal conceptualização, evolucionista pela sua natureza, poderá vir a trazer enfim uma solução para o problema fundamental de definir critérios de demarcação (entre o que é e o que não é doença mental) que permitam, por sua vez, encontrar explicações adequadas e satisfatórias para a compreensão dos fenómenos psiquiátricos.","PeriodicalId":33971,"journal":{"name":"Estudos do Seculo XX","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-07-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46670386","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}