Pub Date : 2022-06-07DOI: 10.9771/ccrh.v35i0.49040
Roberto Goulart Menezes, Elsa Sousa Kraychete
Introdução do dossiê.
档案介绍。
{"title":"DESIGUALDADE GLOBAL E DESENVOLVIMENTO","authors":"Roberto Goulart Menezes, Elsa Sousa Kraychete","doi":"10.9771/ccrh.v35i0.49040","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/ccrh.v35i0.49040","url":null,"abstract":"Introdução do dossiê.","PeriodicalId":35263,"journal":{"name":"Caderno CRH","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41457275","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-07DOI: 10.9771/ccrh.v35i0.47382
Neusa Maria Pereira Bojikian, Karina L. Pasquariello Mariano, Laís Forti Thomaz
A preocupação com o setor espacial brasileiro está inserida em um debate mais amplo sobre a promoção do desenvolvimento econômico, base para melhor inserção internacional do país. Utilizando revisão de literatura e estudo de caso, verificou-se que houve historicamente uma variação na disposição dos governos brasileiros em aderir à ideologia econômica defendida pelos EUA, sem levar em conta que este país apresenta elementos desenvolvimentistas, atuando como agente de transferência e difusão de novas tecnologias. O objetivo é demonstrar que o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) é funcional à estratégia do governo norte-americano de promover o desenvolvimento com participação velada do Estado. Por sua vez, isso tende a representar importantes limitações à implementação da política espacial no Brasil. Infere-se que o AST é um instrumento por meio do qual o governo dos EUA procura mitigar os riscos regulatórios aos quais estão submetidas empresas do país e alavancar a competitividade de sua base industrial.
{"title":"ACORDO DE ALCÂNTARA E O DESENVOLVIMENTISMO OCULTO DOS ESTADOS UNIDOS","authors":"Neusa Maria Pereira Bojikian, Karina L. Pasquariello Mariano, Laís Forti Thomaz","doi":"10.9771/ccrh.v35i0.47382","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/ccrh.v35i0.47382","url":null,"abstract":"A preocupação com o setor espacial brasileiro está inserida em um debate mais amplo sobre a promoção do desenvolvimento econômico, base para melhor inserção internacional do país. Utilizando revisão de literatura e estudo de caso, verificou-se que houve historicamente uma variação na disposição dos governos brasileiros em aderir à ideologia econômica defendida pelos EUA, sem levar em conta que este país apresenta elementos desenvolvimentistas, atuando como agente de transferência e difusão de novas tecnologias. O objetivo é demonstrar que o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) é funcional à estratégia do governo norte-americano de promover o desenvolvimento com participação velada do Estado. Por sua vez, isso tende a representar importantes limitações à implementação da política espacial no Brasil. Infere-se que o AST é um instrumento por meio do qual o governo dos EUA procura mitigar os riscos regulatórios aos quais estão submetidas empresas do país e alavancar a competitividade de sua base industrial.","PeriodicalId":35263,"journal":{"name":"Caderno CRH","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47692369","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-07DOI: 10.9771/ccrh.v35i0.47810
Elga Lessa de Almeida
A análise dos últimos anos das relações políticas e econômicas entre o Brasil e os países africanos mostra tendência para repetição de um padrão presente ao longo de todo o século XX – curtos períodos de aproximação seguidos por períodos maiores de afastamento. É possível notar que o investimento brasileiro nessas relações tem variado conforme a orientação política adotada, se desenvolvimentista ou neoliberal. O intuito deste artigo é compreender de que forma a adoção de políticas desenvolvimentistas, neoliberais e suas versões do século XXI tem repercutido nas relações entre o Brasil e os países africanos. Partimos do entendimento inicial de que a estabilidade e aprofundamento das relações entre o Brasil e os países africanos são amplamente dependentes da ação estatal, cujas variações de atuação decorrem de algumas limitantes inerentes à posição periférica desses países na economia-mundo e das relações internas travadas dentro desses países.
{"title":"DESENVOLVIMENTISMO, NEOLIBERALISMO E POLÍTICA EXTERNA: implicações para as relações entre o Brasil e os países africanos","authors":"Elga Lessa de Almeida","doi":"10.9771/ccrh.v35i0.47810","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/ccrh.v35i0.47810","url":null,"abstract":"A análise dos últimos anos das relações políticas e econômicas entre o Brasil e os países africanos mostra tendência para repetição de um padrão presente ao longo de todo o século XX – curtos períodos de aproximação seguidos por períodos maiores de afastamento. É possível notar que o investimento brasileiro nessas relações tem variado conforme a orientação política adotada, se desenvolvimentista ou neoliberal. O intuito deste artigo é compreender de que forma a adoção de políticas desenvolvimentistas, neoliberais e suas versões do século XXI tem repercutido nas relações entre o Brasil e os países africanos. Partimos do entendimento inicial de que a estabilidade e aprofundamento das relações entre o Brasil e os países africanos são amplamente dependentes da ação estatal, cujas variações de atuação decorrem de algumas limitantes inerentes à posição periférica desses países na economia-mundo e das relações internas travadas dentro desses países. ","PeriodicalId":35263,"journal":{"name":"Caderno CRH","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45587506","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-07DOI: 10.9771/ccrh.v35i0.48850
Saskia Sassen
O artigo parte da premissa de que existem elementos constitutivos importantes em sistemas sociais complexos que contribuem para desigualdades, mas que não podem ser capturados por meio de uma análise das distribuições de renda. O foco, aqui, está em uma remontagem específica e complexa de elementos-chave que vejo como uma das dinâmicas transformadoras desde os anos 1980. A segunda metade do artigo analisa um caso específico para ilustrar suas características predatórias, a partir dos anos 2000. É preciso ir muito além da noção de desigualdade para chegar a algumas das principais lógicas em jogo hoje. Fundamental para o argumento apresentado é adistinção entre finanças e bancos tradicionais. Caracterizo as finanças como marcadas por uma lógica de extração, e não de consumo de massa. Assim, os modos específicos que a desigualdade assume no período atual nos levam para além das distribuições da renda e do poder desigual.
{"title":"LÓGICAS PREDATÓRIAS: indo muito além da desigualdade","authors":"Saskia Sassen","doi":"10.9771/ccrh.v35i0.48850","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/ccrh.v35i0.48850","url":null,"abstract":"O artigo parte da premissa de que existem elementos constitutivos importantes em sistemas sociais complexos que contribuem para desigualdades, mas que não podem ser capturados por meio de uma análise das distribuições de renda. O foco, aqui, está em uma remontagem específica e complexa de elementos-chave que vejo como uma das dinâmicas transformadoras desde os anos 1980. A segunda metade do artigo analisa um caso específico para ilustrar suas características predatórias, a partir dos anos 2000. É preciso ir muito além da noção de desigualdade para chegar a algumas das principais lógicas em jogo hoje. Fundamental para o argumento apresentado é adistinção entre finanças e bancos tradicionais. Caracterizo as finanças como marcadas por uma lógica de extração, e não de consumo de massa. Assim, os modos específicos que a desigualdade assume no período atual nos levam para além das distribuições da renda e do poder desigual.","PeriodicalId":35263,"journal":{"name":"Caderno CRH","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49319579","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-07DOI: 10.9771/ccrh.v35i0.48419
Roberto Goulart Menezes, P. Vasconcellos, Marina Scotelaro, Rafael Alexandre Mello
O artigo analisa o processo de desigualdades sociais do período recente do capitalismo histórico, com ênfase no acirramento da iniquidade e como ela impacta nos meios de luta dos movimentos sociais. Primeiro, apresentamos o debate teórico-metodológico sobre desigualdade, a lógica das expulsões, os novos riscos sociais e suas consequências para a democracia contemporânea. Em seguida, avaliamos como os movimentos sociais têm lutado contra a desigualdade e a retirada de direitos por meio de novas formas de articulação, manifestação e formação de movimentos antissistêmicos. Partindo do debate agência-estrutura, demonstramos como o local e o global se entrelaçam na dinâmica das desigualdades e a luta dos diferentes movimentos sociais. E, por fim, apontamos osprincipais desafios para que os movimentos recuperem sua capacidade de promover a emancipação social.
{"title":"DESIGUALDADE, EXPULSÕES E RESISTÊNCIAS SOCIAIS: pensando o local e o global","authors":"Roberto Goulart Menezes, P. Vasconcellos, Marina Scotelaro, Rafael Alexandre Mello","doi":"10.9771/ccrh.v35i0.48419","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/ccrh.v35i0.48419","url":null,"abstract":"O artigo analisa o processo de desigualdades sociais do período recente do capitalismo histórico, com ênfase no acirramento da iniquidade e como ela impacta nos meios de luta dos movimentos sociais. Primeiro, apresentamos o debate teórico-metodológico sobre desigualdade, a lógica das expulsões, os novos riscos sociais e suas consequências para a democracia contemporânea. Em seguida, avaliamos como os movimentos sociais têm lutado contra a desigualdade e a retirada de direitos por meio de novas formas de articulação, manifestação e formação de movimentos antissistêmicos. Partindo do debate agência-estrutura, demonstramos como o local e o global se entrelaçam na dinâmica das desigualdades e a luta dos diferentes movimentos sociais. E, por fim, apontamos osprincipais desafios para que os movimentos recuperem sua capacidade de promover a emancipação social. ","PeriodicalId":35263,"journal":{"name":"Caderno CRH","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43288510","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-07DOI: 10.9771/ccrh.v35i0.47583
Marcos Costa Lima, Samuel Spellmann
O capitalismo contemporâneo tem ampliado sua condição produtora de desigualdades. Este aprofundamento tem sido revelado por meio do caráter multidimensional tomado pela crise capitalista. A continuidade da crise capitalista também desafia as noções ligadas às possibilidades de correção do capitalismo e a superação das desigualdades inerentes ao modo de produção pela figura histórica da reforma. Este artigo objetiva evidenciar processos específicos, mas globais, assinalando suas “impossibilidades sistêmicas”, que apontam criticamente para as falácias do desenvolvimento, em projetos que aprofundam as disparidades sociais de toda ordem, ao serviço do grande capital e em detrimento dos trabalhadores. Isso é feito com a exposição de dois estudos de caso, Brasil e China, evidenciando o caráter multidimensional da crise capitalista e sua relação com a produção de desigualdades.
{"title":"DESIGUALDADE GLOBAL, CRISE MULTIDIMENSIONAL E AS FALÁCIAS DO DESENVOLVIMENTO","authors":"Marcos Costa Lima, Samuel Spellmann","doi":"10.9771/ccrh.v35i0.47583","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/ccrh.v35i0.47583","url":null,"abstract":"O capitalismo contemporâneo tem ampliado sua condição produtora de desigualdades. Este aprofundamento tem sido revelado por meio do caráter multidimensional tomado pela crise capitalista. A continuidade da crise capitalista também desafia as noções ligadas às possibilidades de correção do capitalismo e a superação das desigualdades inerentes ao modo de produção pela figura histórica da reforma. Este artigo objetiva evidenciar processos específicos, mas globais, assinalando suas “impossibilidades sistêmicas”, que apontam criticamente para as falácias do desenvolvimento, em projetos que aprofundam as disparidades sociais de toda ordem, ao serviço do grande capital e em detrimento dos trabalhadores. Isso é feito com a exposição de dois estudos de caso, Brasil e China, evidenciando o caráter multidimensional da crise capitalista e sua relação com a produção de desigualdades. ","PeriodicalId":35263,"journal":{"name":"Caderno CRH","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45739550","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-31DOI: 10.9771/ccrh.v34i0.35026
Juan Pedro Blois
Este artículo se propone dar cuenta del impacto del Centro Latino-Americano de Pesquisas em Ciências Sociais (CLAPCS) en las ciencias sociales de Rio de Janeiro a mediados del siglo pasado. A partir de la reconstrucción de sus principales iniciativas (que incluyeron la realización de relevamientos empíricos, el trabajo de documentación y la edición de publicaciones, entre las que se destaca la célebre revista América Latina), se busca mostrar que, lejos de un “enclave” -orientado predominantemente “hacia afuera”-, el CLAPCS fue una institución central en el escenario de las ciencias sociales cariocas que, al tiempo que multiplicaba las oportunidades de trabajo, irradiaba una cultura científica basada en la investigación empírica, de escaso arraigo local. El análisis está basado en un amplio corpus empírico (entrevistas, documentos y publicaciones del CLAPCS, diarios de la época) producido en el marco de una investigación colectiva más amplia donde la presente contribución se inscribe.
{"title":"EL CLAPCS Y EL DESARROLLO DE LAS CIENCIAS SOCIALES EN RÍO DE JANEIRO","authors":"Juan Pedro Blois","doi":"10.9771/ccrh.v34i0.35026","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/ccrh.v34i0.35026","url":null,"abstract":"Este artículo se propone dar cuenta del impacto del Centro Latino-Americano de Pesquisas em Ciências Sociais (CLAPCS) en las ciencias sociales de Rio de Janeiro a mediados del siglo pasado. A partir de la reconstrucción de sus principales iniciativas (que incluyeron la realización de relevamientos empíricos, el trabajo de documentación y la edición de publicaciones, entre las que se destaca la célebre revista América Latina), se busca mostrar que, lejos de un “enclave” -orientado predominantemente “hacia afuera”-, el CLAPCS fue una institución central en el escenario de las ciencias sociales cariocas que, al tiempo que multiplicaba las oportunidades de trabajo, irradiaba una cultura científica basada en la investigación empírica, de escaso arraigo local. El análisis está basado en un amplio corpus empírico (entrevistas, documentos y publicaciones del CLAPCS, diarios de la época) producido en el marco de una investigación colectiva más amplia donde la presente contribución se inscribe.","PeriodicalId":35263,"journal":{"name":"Caderno CRH","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43128185","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-21DOI: 10.9771/ccrh.v34i0.30656
André Mindoso
O artigo analisa a política da assimilação presente no pensamento social e político da elite dirigente intelectualizada, desde o período do Estado do Moçambique-Colônia (1930-1974) à revolução socialista dos anos 1977-90. Em termos teóricos, ele se sustenta na sociologia da modernização e da assimilação desenvolvendo uma discussão que sugere como a política da assimilação está sobremaneira presente no pensamento, tanto de Armindo Monteiro, Adriano Moreira e Joaquim da Silva Cunha; quanto no de Eduardo Mondlane, Aquino de Bragança e Sérgio Vieira, representantes nos períodos citados. Estes propunham um projeto de sociedade moçambicana que visava integrar todos os indivíduos, partindo de uma assunção moderna de homogeneização de particularismos étnicos, tribais, linguísticos e raciais. Tal proposição, contudo, acabava excluindo socialmente os segmentos objeto dessa integração em face de sua origem negro-africana e tradicional, o que acabava mostrando sua face perversa.
{"title":"POLÍTICA DA ASSIMILAÇÃO E SUA AMBIVALÊNCIA: a experiência moçambicana","authors":"André Mindoso","doi":"10.9771/ccrh.v34i0.30656","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/ccrh.v34i0.30656","url":null,"abstract":"O artigo analisa a política da assimilação presente no pensamento social e político da elite dirigente intelectualizada, desde o período do Estado do Moçambique-Colônia (1930-1974) à revolução socialista dos anos 1977-90. Em termos teóricos, ele se sustenta na sociologia da modernização e da assimilação desenvolvendo uma discussão que sugere como a política da assimilação está sobremaneira presente no pensamento, tanto de Armindo Monteiro, Adriano Moreira e Joaquim da Silva Cunha; quanto no de Eduardo Mondlane, Aquino de Bragança e Sérgio Vieira, representantes nos períodos citados. Estes propunham um projeto de sociedade moçambicana que visava integrar todos os indivíduos, partindo de uma assunção moderna de homogeneização de particularismos étnicos, tribais, linguísticos e raciais. Tal proposição, contudo, acabava excluindo socialmente os segmentos objeto dessa integração em face de sua origem negro-africana e tradicional, o que acabava mostrando sua face perversa.","PeriodicalId":35263,"journal":{"name":"Caderno CRH","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43085130","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-15DOI: 10.9771/ccrh.v34i0.42160
Edvânia Ângela de Souza
Há um fato muito significativo que transfere o trabalho das instituições públicas e privadas para os espaços domésticos, que é a pandemia causada pelo novo coronavírus, Covid-19. Medidas de enfrentamento à pandemia preveem o distanciamento social, portanto, o trabalho vem sendo realizado de forma remota, todavia, a sua manifestação antecede à pandemia e vincula-se ao desenvolvimento tecnológico e às medidas neoliberais. Objetiva-se discutir o trabalho remoto na Previdência Social (PS) no Brasil. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com analistas de seguro social da PS. Evidencia-se que o teletrabalho resulta de um processo dialético, que implica na maior flexibilidade do horário de trabalho e, paradoxalmente, na ausência de condições adequadas, numa equação de elevada demanda, poucos trabalhadorea(s), exigência de cumprimento de metas, responsabilidade pelas condições adequadas para o trabalho realizado em casa, individualização e, em consequência, maior sobrecarga laboral, estresse e sofrimento mental relacionada ao trabalho.
{"title":"A PANDEMIA COVID-19 E O TELETRABALHO NA PREVIDÊNCIA SOCIAL (PS)","authors":"Edvânia Ângela de Souza","doi":"10.9771/ccrh.v34i0.42160","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/ccrh.v34i0.42160","url":null,"abstract":"Há um fato muito significativo que transfere o trabalho das instituições públicas e privadas para os espaços domésticos, que é a pandemia causada pelo novo coronavírus, Covid-19. Medidas de enfrentamento à pandemia preveem o distanciamento social, portanto, o trabalho vem sendo realizado de forma remota, todavia, a sua manifestação antecede à pandemia e vincula-se ao desenvolvimento tecnológico e às medidas neoliberais. Objetiva-se discutir o trabalho remoto na Previdência Social (PS) no Brasil. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com analistas de seguro social da PS. Evidencia-se que o teletrabalho resulta de um processo dialético, que implica na maior flexibilidade do horário de trabalho e, paradoxalmente, na ausência de condições adequadas, numa equação de elevada demanda, poucos trabalhadorea(s), exigência de cumprimento de metas, responsabilidade pelas condições adequadas para o trabalho realizado em casa, individualização e, em consequência, maior sobrecarga laboral, estresse e sofrimento mental relacionada ao trabalho.","PeriodicalId":35263,"journal":{"name":"Caderno CRH","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48120491","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"A DISSEMINAÇÃO DE VALORES ECONÔMICOS NO SISTEMA DE ENSINO E A EROSÃO DA EDUCAÇÃO COMO BEM PÚBLICO","authors":"C. Martins","doi":"10.9771/ccrh.v34i0.42266","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/ccrh.v34i0.42266","url":null,"abstract":"LAVAL, Christian. A escola não é uma empresa: o neoliberalismo em ataque ao ensino público. São Paulo: Editora. Boitempo. 2019, 326p.","PeriodicalId":35263,"journal":{"name":"Caderno CRH","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44549986","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}