Pub Date : 2023-01-01DOI: 10.1590/1807-0310/2023v35e275160
Deivison Mendes Faustino, Miriam Debieux Rosa
Resumo Em que consiste a sociogenia apresentada por Frantz Fanon e quais as suas implicações para a compreensão dos modos de subjetivação em uma sociabilidade marcada pelo racismo e a desumanização? Este estudo estabelece um diálogo entre escritos de Sigmund Freud e Fanon para propor que a experiência colonial imprime um tipo particular de estranhamento, aqui nomeado como mal-estar colonial. O sofrimento sociopolítico resultante do racismo antinegro contemporâneo se expressa a partir de um duplo mal estar. Soma-se, ao mal-estar relativo ao desassossego dos indivíduos diante do preço a pagar pela pertença e segurança no laço social, a recusa do reconhecimento de sua pertença e do seu direito de usufruto do pacto social, travestido de pacto civilizatório. Este estudo, baseado na gênese social e política do sofrimento humano na sociabilidade colonial, considera que a perspectiva clínico-política implicada se alia à análise sociológica para atentar às dimensões singulares e universais do sujeito.
{"title":"O MAL-ESTAR COLONIAL: RACISMO, INDIVÍDUO E SUBJETIVAÇÃO NA SOCIABILIDADE CONTEMPORÂNEA","authors":"Deivison Mendes Faustino, Miriam Debieux Rosa","doi":"10.1590/1807-0310/2023v35e275160","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1807-0310/2023v35e275160","url":null,"abstract":"Resumo Em que consiste a sociogenia apresentada por Frantz Fanon e quais as suas implicações para a compreensão dos modos de subjetivação em uma sociabilidade marcada pelo racismo e a desumanização? Este estudo estabelece um diálogo entre escritos de Sigmund Freud e Fanon para propor que a experiência colonial imprime um tipo particular de estranhamento, aqui nomeado como mal-estar colonial. O sofrimento sociopolítico resultante do racismo antinegro contemporâneo se expressa a partir de um duplo mal estar. Soma-se, ao mal-estar relativo ao desassossego dos indivíduos diante do preço a pagar pela pertença e segurança no laço social, a recusa do reconhecimento de sua pertença e do seu direito de usufruto do pacto social, travestido de pacto civilizatório. Este estudo, baseado na gênese social e política do sofrimento humano na sociabilidade colonial, considera que a perspectiva clínico-política implicada se alia à análise sociológica para atentar às dimensões singulares e universais do sujeito.","PeriodicalId":35367,"journal":{"name":"Psicologia e Sociedade","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135312453","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-01-01DOI: 10.1590/1807-0310/2023v35e277138
Carolina da Silva Pereira, Lia Vainer Schucman
Resumo Este artigo tem como objetivo compreender o processo de identificação e pertencimento racial de pessoas negras de pele clara mediante análise das expressões artístico-culturais e os efeitos subjetivos para sua racialização. Optamos por analisar aqui as expressões artístico-culturais trazidas pelos/as participantes e os efeitos subjetivos no constituir-se como negro/a. A imersão em práticas artístico-culturais, expressas por meio de múltiplas dimensões da linguagem pelo corpo performático, pode impulsionar a identidade negra positiva, construindo imagens identificatórias que estimulam outras narrativas sobre si, seu corpo e sua negritude. Dentre as expressões artístico-culturais trazidas pelos/as participantes destacam-se o Sopapo poético, o slam e o rap, que são formas de aquilombamento por meio de escrevivências, dos corpoemas, das oralituras e das atrevivências. Podemos concluir que as produções estéticas de negritude são fundamentais para o processo de tornar-se negro.
{"title":"O LUGAR DAS PRÁTICAS ARTÍSTICO-CULTURAIS NA CONSTITUIÇÃO DA NEGRITUDE PARA NEGROS/AS DE PELE CLARA","authors":"Carolina da Silva Pereira, Lia Vainer Schucman","doi":"10.1590/1807-0310/2023v35e277138","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1807-0310/2023v35e277138","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo tem como objetivo compreender o processo de identificação e pertencimento racial de pessoas negras de pele clara mediante análise das expressões artístico-culturais e os efeitos subjetivos para sua racialização. Optamos por analisar aqui as expressões artístico-culturais trazidas pelos/as participantes e os efeitos subjetivos no constituir-se como negro/a. A imersão em práticas artístico-culturais, expressas por meio de múltiplas dimensões da linguagem pelo corpo performático, pode impulsionar a identidade negra positiva, construindo imagens identificatórias que estimulam outras narrativas sobre si, seu corpo e sua negritude. Dentre as expressões artístico-culturais trazidas pelos/as participantes destacam-se o Sopapo poético, o slam e o rap, que são formas de aquilombamento por meio de escrevivências, dos corpoemas, das oralituras e das atrevivências. Podemos concluir que as produções estéticas de negritude são fundamentais para o processo de tornar-se negro.","PeriodicalId":35367,"journal":{"name":"Psicologia e Sociedade","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135261257","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-01-01DOI: 10.1590/1807-0310/2023v35e277081
Hebert Silva dos Santos, Loíse Lorena do Nascimento Santos, Laura Cristina de Toledo Quadros, Alexandra Cleopatre Tsallis
Resumo Este artigo explora a Corp(O)ralidade como metodologia científica decolonial, ligada à filosofia Ubuntu e a escrevivência de Conceição Evaristo. Baseado na experiência do autor principal, em oficinas de dança afro no COART - UERJ, em 2019, e nas aulas on-line de Eliete Miranda durante a pandemia de covid-19 em 2020-2021. O trabalho é fruto de uma pesquisa de dissertação de mestrado (2020-2022), que reflete a construção de uma metodologia decolonial. A Corp(O)ralidade enfatiza a oralidade na dança afro, transmitindo os saberes ancestrais dos Orixás. A Teoria Ator-Rede é a metodologia, uma vez que valoriza todos na construção do conhecimento. O conceito Ubuntu destaca coletividade e solidariedade, conectando-nos aos outros. A Escrevivência de Conceição Evaristo compreende a oralidade negra e valoriza o conhecimento das mulheres negras. A pesquisa busca trazer a Corp(O)ralidade enquanto uma metodologia decolonial, que une os entendimentos da filosofia Ubuntu e a oralidade da escrevivência, ambos presentes da dança afro.
{"title":"CORP(O)RALIDADE COMO METODOLOGIA: COMPOSIÇÕES POSSÍVEIS ENTRE ESCREVIVÊNCIA E FILOSOFIA UBUNTU","authors":"Hebert Silva dos Santos, Loíse Lorena do Nascimento Santos, Laura Cristina de Toledo Quadros, Alexandra Cleopatre Tsallis","doi":"10.1590/1807-0310/2023v35e277081","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1807-0310/2023v35e277081","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo explora a Corp(O)ralidade como metodologia científica decolonial, ligada à filosofia Ubuntu e a escrevivência de Conceição Evaristo. Baseado na experiência do autor principal, em oficinas de dança afro no COART - UERJ, em 2019, e nas aulas on-line de Eliete Miranda durante a pandemia de covid-19 em 2020-2021. O trabalho é fruto de uma pesquisa de dissertação de mestrado (2020-2022), que reflete a construção de uma metodologia decolonial. A Corp(O)ralidade enfatiza a oralidade na dança afro, transmitindo os saberes ancestrais dos Orixás. A Teoria Ator-Rede é a metodologia, uma vez que valoriza todos na construção do conhecimento. O conceito Ubuntu destaca coletividade e solidariedade, conectando-nos aos outros. A Escrevivência de Conceição Evaristo compreende a oralidade negra e valoriza o conhecimento das mulheres negras. A pesquisa busca trazer a Corp(O)ralidade enquanto uma metodologia decolonial, que une os entendimentos da filosofia Ubuntu e a oralidade da escrevivência, ambos presentes da dança afro.","PeriodicalId":35367,"journal":{"name":"Psicologia e Sociedade","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135261268","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-11-01DOI: 10.1590/1807-0310/2021v33235676
J. Brigagão, Roselane Gonçalves, Bruna Rafaella Carvalho da Silva
Resumo Profissionais que atuam em hospitais/maternidades enfrentam muitos desafios no atendimento a mulheres que estão vivenciando óbitos fetais, isso porque o habitual nesses locais é lidar com nascimento e vida. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi compreender a perspectiva de profissionais de saúde sobre o parto e o pós-parto de mulheres com diagnóstico de óbito fetal. Trata-se de uma pesquisa qualitativa orientada pela perspectiva construcionista; foram realizadas entrevistas semidirigidas com profissionais que atuam em um hospital/maternidade do estado de São Paulo. A análise discursiva indicou que as/os profissionais de saúde se identificam com o luto das mulheres e das famílias, mas não conseguem se aproximar delas e oferecer intervenções terapêuticas para além da medicalização. Desse modo, é fundamental investir na formação profissional para lidar com a morte, nos cursos de graduação em saúde e nos de educação continuada, nas maternidades e casas de parto.
{"title":"A PERSPECTIVA DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE OS PARTOS DE NATIMORTOS","authors":"J. Brigagão, Roselane Gonçalves, Bruna Rafaella Carvalho da Silva","doi":"10.1590/1807-0310/2021v33235676","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1807-0310/2021v33235676","url":null,"abstract":"Resumo Profissionais que atuam em hospitais/maternidades enfrentam muitos desafios no atendimento a mulheres que estão vivenciando óbitos fetais, isso porque o habitual nesses locais é lidar com nascimento e vida. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi compreender a perspectiva de profissionais de saúde sobre o parto e o pós-parto de mulheres com diagnóstico de óbito fetal. Trata-se de uma pesquisa qualitativa orientada pela perspectiva construcionista; foram realizadas entrevistas semidirigidas com profissionais que atuam em um hospital/maternidade do estado de São Paulo. A análise discursiva indicou que as/os profissionais de saúde se identificam com o luto das mulheres e das famílias, mas não conseguem se aproximar delas e oferecer intervenções terapêuticas para além da medicalização. Desse modo, é fundamental investir na formação profissional para lidar com a morte, nos cursos de graduação em saúde e nos de educação continuada, nas maternidades e casas de parto.","PeriodicalId":35367,"journal":{"name":"Psicologia e Sociedade","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67168572","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-06-28DOI: 10.1590/1807-0310/2021v33228632
Gisele Scobernatti, Henrique Caetano Nardi
Resumo Este artigo analisa as narrativas de mulheres e homens; mães e pais; cuidadoras e cuidadores de crianças e adolescentes envolvidos em denúncias de abuso sexual, na condição de vítimas, e que foram, por essa razão, inseridas/os no sistema de garantia de direitos, objetivando demonstrar o que pensam, que enunciados utilizam para falar sobre o abuso sexual e os sentidos atribuídos à sua inserção na rede de atendimentos. Para auxiliar a operar teoricamente utilizou-se a noção de biopolítica, enquanto uma forma de governo e uma tecnologia do poder de Foucault, associada às ideias de um governo pela psicologia de Castel e à retórica do trauma de Fassin. A partir da análise, é possível descrever como o abuso se torna a forma de legitimação maior para que se possa acessar a proteção do Estado e como as formas de governar capturam a todos/as e balizam as narrativas em sutis esferas.
{"title":"OS USOS DO ABUSO SEXUAL","authors":"Gisele Scobernatti, Henrique Caetano Nardi","doi":"10.1590/1807-0310/2021v33228632","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1807-0310/2021v33228632","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo analisa as narrativas de mulheres e homens; mães e pais; cuidadoras e cuidadores de crianças e adolescentes envolvidos em denúncias de abuso sexual, na condição de vítimas, e que foram, por essa razão, inseridas/os no sistema de garantia de direitos, objetivando demonstrar o que pensam, que enunciados utilizam para falar sobre o abuso sexual e os sentidos atribuídos à sua inserção na rede de atendimentos. Para auxiliar a operar teoricamente utilizou-se a noção de biopolítica, enquanto uma forma de governo e uma tecnologia do poder de Foucault, associada às ideias de um governo pela psicologia de Castel e à retórica do trauma de Fassin. A partir da análise, é possível descrever como o abuso se torna a forma de legitimação maior para que se possa acessar a proteção do Estado e como as formas de governar capturam a todos/as e balizam as narrativas em sutis esferas.","PeriodicalId":35367,"journal":{"name":"Psicologia e Sociedade","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43804144","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-06-28DOI: 10.1590/1807-0310/2021v33228620
Rafael De Tilio, Isabella Alves Azevedo Moré, Natália Prado Sampaio, Renata Cristina Ribeiro-Leandro, C. Cohen, Carolina Leonidas
Resumo Historicamente nota-se que a domesticação e a normatização do corpo feminino podem ser reconhecidas como uma estratégia consideravelmente durável e flexível de controle social, cumprindo também com uma função ideológica que pode vir a se desdobrar em inúmeras formas de violência. Nesse contexto, o presente artigo teve como objetivo compreender como o corpo feminino e a violência de gênero são abordados no documentário brasileiro de 2018 Chega de Fiu Fiu. A partir de uma análise de conteúdo temática os principais resultados destacam a objetificação e a submissão das mulheres por parte dos homens que, naturalizados, reforçam e reiteram os assédios morais e violências sexuais que vitimam as mulheres na nossa sociedade.
从历史上看,女性身体的驯化和标准化可以被视为一种相当持久和灵活的社会控制策略,也可以实现意识形态功能,这种功能可以以多种形式的暴力表现出来。在这种背景下,本文旨在了解巴西纪录片《Chega de Fiu Fiu 2018》中如何处理女性身体和性别暴力。从主题内容分析来看,主要结果突出了男性对女性的客观化和顺从,他们入籍后,强化并重申了我们社会中伤害女性的道德骚扰和性暴力。
{"title":"CORPO FEMININO E VIOLÊNCIA DE GÊNERO: UMA ANÁLISE DO DOCUMENTÁRIO “CHEGA DE FIU FIU”","authors":"Rafael De Tilio, Isabella Alves Azevedo Moré, Natália Prado Sampaio, Renata Cristina Ribeiro-Leandro, C. Cohen, Carolina Leonidas","doi":"10.1590/1807-0310/2021v33228620","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1807-0310/2021v33228620","url":null,"abstract":"Resumo Historicamente nota-se que a domesticação e a normatização do corpo feminino podem ser reconhecidas como uma estratégia consideravelmente durável e flexível de controle social, cumprindo também com uma função ideológica que pode vir a se desdobrar em inúmeras formas de violência. Nesse contexto, o presente artigo teve como objetivo compreender como o corpo feminino e a violência de gênero são abordados no documentário brasileiro de 2018 Chega de Fiu Fiu. A partir de uma análise de conteúdo temática os principais resultados destacam a objetificação e a submissão das mulheres por parte dos homens que, naturalizados, reforçam e reiteram os assédios morais e violências sexuais que vitimam as mulheres na nossa sociedade.","PeriodicalId":35367,"journal":{"name":"Psicologia e Sociedade","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43671345","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-06-25DOI: 10.1590/1807-0310/2021v33227932
J. C. Gomes, A. P. Silva, C. M. Corradi-Webster
Resumo O estudo teve como objetivo descrever características relacionadas ao fenômeno da porta giratória em uma Unidade de Acolhimento infantojuvenil e analisar o modo como o serviço maneja este fenômeno. Foi realizado estudo de caso qualitativo com análise de: entrevistas semiestruturadas; observação participante com registro em caderno de campo; documentos e grupo focal. A partir da análise, foram construídos três temas: Vínculos rompidos: “Se a família não se cuidar a gente não consegue” (questões geracionais, vínculo familiar, adesão ao tratamento); Subfinanciamento: “Eles fazem milagre com os recursos que têm” (subfinanciamento estatal, preconceito e investimento privado); Políticas públicas: “Esse problema não é meu” (segmentação do cuidado, falta de apoio comunitário e informação/preparo das instituições). Esses pontos constituem entraves no tratamento de crianças e adolescentes usuários de drogas e remetem ao fenômeno da porta giratória.
{"title":"PORTA GIRATÓRIA NO ACOLHIMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES USUÁRIOS DE DROGAS: DESAFIOS E MANEJOS","authors":"J. C. Gomes, A. P. Silva, C. M. Corradi-Webster","doi":"10.1590/1807-0310/2021v33227932","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1807-0310/2021v33227932","url":null,"abstract":"Resumo O estudo teve como objetivo descrever características relacionadas ao fenômeno da porta giratória em uma Unidade de Acolhimento infantojuvenil e analisar o modo como o serviço maneja este fenômeno. Foi realizado estudo de caso qualitativo com análise de: entrevistas semiestruturadas; observação participante com registro em caderno de campo; documentos e grupo focal. A partir da análise, foram construídos três temas: Vínculos rompidos: “Se a família não se cuidar a gente não consegue” (questões geracionais, vínculo familiar, adesão ao tratamento); Subfinanciamento: “Eles fazem milagre com os recursos que têm” (subfinanciamento estatal, preconceito e investimento privado); Políticas públicas: “Esse problema não é meu” (segmentação do cuidado, falta de apoio comunitário e informação/preparo das instituições). Esses pontos constituem entraves no tratamento de crianças e adolescentes usuários de drogas e remetem ao fenômeno da porta giratória.","PeriodicalId":35367,"journal":{"name":"Psicologia e Sociedade","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46669310","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-06-25DOI: 10.1590/1807-0310/2021v33228146
Marcela Alberti, Willian Maciel Krüger, Alexandre do Nascimento Almeida, L. Stenzel
Resumo O objetivo deste artigo é descrever e analisar práticas interacionais que emergem no contexto de psicoterapia em um núcleo clínico especializado em gênero e sexualidade. O material de análise consiste em um atendimento entre um psiquiatra e uma mulher transexual, o qual foi escolhido a partir de um corpus de cinco atendimentos gravados pelo núcleo. Realizamos uma análise microetnográfica ancorada na linha teórico-metodológica da Análise da Conversa. Observamos duas práticas interacionais que emergem de maneira recorrente: formulação e prestação de contas. Tais práticas estão a serviço da realização de uma tarefa institucional: a (co)produção de um laudo psiquiátrico atestando, a partir de uma matriz nosológica, a transexualidade da cliente. Nossa análise aponta que o DSM-5 e a CID-11 são instrumentos que, no atendimento clínico a pessoas transexuais, limitam a autonomia de cliente e terapeuta e consolidam dispositivos que mantêm a cisnormatividade como regra.
{"title":"ANÁLISE MICROETNOGRÁFICA DA (CO)PRODUÇÃO DA TRANSEXUALIDADE EM UM ATENDIMENTO CLÍNICO","authors":"Marcela Alberti, Willian Maciel Krüger, Alexandre do Nascimento Almeida, L. Stenzel","doi":"10.1590/1807-0310/2021v33228146","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1807-0310/2021v33228146","url":null,"abstract":"Resumo O objetivo deste artigo é descrever e analisar práticas interacionais que emergem no contexto de psicoterapia em um núcleo clínico especializado em gênero e sexualidade. O material de análise consiste em um atendimento entre um psiquiatra e uma mulher transexual, o qual foi escolhido a partir de um corpus de cinco atendimentos gravados pelo núcleo. Realizamos uma análise microetnográfica ancorada na linha teórico-metodológica da Análise da Conversa. Observamos duas práticas interacionais que emergem de maneira recorrente: formulação e prestação de contas. Tais práticas estão a serviço da realização de uma tarefa institucional: a (co)produção de um laudo psiquiátrico atestando, a partir de uma matriz nosológica, a transexualidade da cliente. Nossa análise aponta que o DSM-5 e a CID-11 são instrumentos que, no atendimento clínico a pessoas transexuais, limitam a autonomia de cliente e terapeuta e consolidam dispositivos que mantêm a cisnormatividade como regra.","PeriodicalId":35367,"journal":{"name":"Psicologia e Sociedade","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43794183","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-06-25DOI: 10.1590/1807-0310/2021v33234810
J. Crochíck, Herik Rafael de Oliveira, Francis Armando dos Santos Fuchs, Sandy Lira Ximenes Lima
Resumo Este artigo busca indicar o que se supõe configurar três contradições lógicas no ensaio “Sobre a relação entre sociologia e psicologia” e no “Pós-escrito” - escritos de Theodor Adorno. Essas contradições, não dialéticas, referem-se: à aceitação do conceito de “psicologia social”, às implicações da psicoterapia e à divisão do trabalho acadêmico entre sociologia e psicologia. Para tanto, analisaram-se argumentos que revelam a necessidade de uma “psicologia social analiticamente orientada” diante da relação antagônica entre indivíduo e sociedade; refletiu-se acerca dos limites da psicologia do indivíduo considerado como uma mônada; e, por fim, perguntou-se pela distinção do objeto de estudo no âmbito da sociologia e da psicologia e pela objetividade da separação entre sociedade e indivíduo no capitalismo tardio determinante das contradições entre essas ciências.
{"title":"NOTAS SOBRE CONTRADIÇÕES E CRÍTICAS À PSICOLOGIA SOCIAL DE T. W. ADORNO","authors":"J. Crochíck, Herik Rafael de Oliveira, Francis Armando dos Santos Fuchs, Sandy Lira Ximenes Lima","doi":"10.1590/1807-0310/2021v33234810","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1807-0310/2021v33234810","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo busca indicar o que se supõe configurar três contradições lógicas no ensaio “Sobre a relação entre sociologia e psicologia” e no “Pós-escrito” - escritos de Theodor Adorno. Essas contradições, não dialéticas, referem-se: à aceitação do conceito de “psicologia social”, às implicações da psicoterapia e à divisão do trabalho acadêmico entre sociologia e psicologia. Para tanto, analisaram-se argumentos que revelam a necessidade de uma “psicologia social analiticamente orientada” diante da relação antagônica entre indivíduo e sociedade; refletiu-se acerca dos limites da psicologia do indivíduo considerado como uma mônada; e, por fim, perguntou-se pela distinção do objeto de estudo no âmbito da sociologia e da psicologia e pela objetividade da separação entre sociedade e indivíduo no capitalismo tardio determinante das contradições entre essas ciências.","PeriodicalId":35367,"journal":{"name":"Psicologia e Sociedade","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44917060","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-06-25DOI: 10.1590/1807-0310/2021v33228122
Cláudio Eduardo Resende Alves, M. I. B. Moreira, Juliana Gonzaga Jayme
Resumo Este artigo propõe reflexões críticas acerca do binarismo masculino/feminino presente na arquitetura e nas placas identificatórias dos banheiros presentes em espaços públicos. Partindo de um referencial pós-estruturalista das teorias de gênero e diversidade sexual, tomamos como corpo de análise as placas dos banheiros que, por meio de palavras, símbolos e imagens, separam esses espaços, tendo como critério exclusivo o sexo designado ao nascimento e não à identidade autodeclarada de gênero. Nesse contexto, a ambiguidade e a fluidez presentes em corpos trans atuam como significativos elementos de denúncia dos limites normativos da classificação dos banheiros, colocando em xeque territórios legitimados socialmente como masculinos e femininos. Assim, as placas são consideradas como analisadores institucionais, pois desvelam a disputa entre forças instituintes e forças instituídas, a qual mostra que, apesar das normativas legais brasileiras, a institucionalização do reconhecimento das diversas formas de ser homem e de ser mulher ainda é objeto de tensão.
{"title":"O BINARISMO DE GÊNERO NAS PLACAS DE BANHEIROS EM ESPAÇOS PÚBLICOS","authors":"Cláudio Eduardo Resende Alves, M. I. B. Moreira, Juliana Gonzaga Jayme","doi":"10.1590/1807-0310/2021v33228122","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1807-0310/2021v33228122","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo propõe reflexões críticas acerca do binarismo masculino/feminino presente na arquitetura e nas placas identificatórias dos banheiros presentes em espaços públicos. Partindo de um referencial pós-estruturalista das teorias de gênero e diversidade sexual, tomamos como corpo de análise as placas dos banheiros que, por meio de palavras, símbolos e imagens, separam esses espaços, tendo como critério exclusivo o sexo designado ao nascimento e não à identidade autodeclarada de gênero. Nesse contexto, a ambiguidade e a fluidez presentes em corpos trans atuam como significativos elementos de denúncia dos limites normativos da classificação dos banheiros, colocando em xeque territórios legitimados socialmente como masculinos e femininos. Assim, as placas são consideradas como analisadores institucionais, pois desvelam a disputa entre forças instituintes e forças instituídas, a qual mostra que, apesar das normativas legais brasileiras, a institucionalização do reconhecimento das diversas formas de ser homem e de ser mulher ainda é objeto de tensão.","PeriodicalId":35367,"journal":{"name":"Psicologia e Sociedade","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49203634","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}