Pub Date : 2022-05-31DOI: 10.4025/psicolestud.v27i0.48317
Caroline Balbinot, V. Coscioni, E. M. Rosa, S. Koller
O objetivo desta pesquisa é caracterizar o convívio entre adolescentes em medida socioeducativa de internação, a partir da perspectiva dos adolescentes. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com dez adolescentes entre 16 e 18 anos em uma unidade socioeducativa de Porto Alegre. Os dados gerados nas entrevistas foram organizados a partir de uma análise temática de perspectiva êmica, isto é, geraram-se categorias nativas de acordo com a percepção dos participantes. Os adolescentes revelaram que facções criminosas eram o ponto de partida para o estabelecimento de relações amistosas ou de rivalidade; também descreveram um conjunto de normas que configuravam um pacto coletivo a favor de uma ordem institucional. Relações de amizades foram descritas, indicando a confiança e a segurança como facilitador do momento de internação. Houve ainda o relato da ocorrência de relações sexuais consentidas como resultado do longo período de internação. Os resultados indicam, sobretudo, um clima interpessoal hostil que promove o sofrimento psicológico e agrava a situação de vulnerabilidade. Ademais, a convivência entre adolescentes ociosos sem o devido acompanhamento pedagógico favorece a perpetuação de valores e interesses relacionados ao envolvimento com a criminalidade.
{"title":"O CONVÍVIO ENTRE ADOLESCENTES EM MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO","authors":"Caroline Balbinot, V. Coscioni, E. M. Rosa, S. Koller","doi":"10.4025/psicolestud.v27i0.48317","DOIUrl":"https://doi.org/10.4025/psicolestud.v27i0.48317","url":null,"abstract":"O objetivo desta pesquisa é caracterizar o convívio entre adolescentes em medida socioeducativa de internação, a partir da perspectiva dos adolescentes. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com dez adolescentes entre 16 e 18 anos em uma unidade socioeducativa de Porto Alegre. Os dados gerados nas entrevistas foram organizados a partir de uma análise temática de perspectiva êmica, isto é, geraram-se categorias nativas de acordo com a percepção dos participantes. Os adolescentes revelaram que facções criminosas eram o ponto de partida para o estabelecimento de relações amistosas ou de rivalidade; também descreveram um conjunto de normas que configuravam um pacto coletivo a favor de uma ordem institucional. Relações de amizades foram descritas, indicando a confiança e a segurança como facilitador do momento de internação. Houve ainda o relato da ocorrência de relações sexuais consentidas como resultado do longo período de internação. Os resultados indicam, sobretudo, um clima interpessoal hostil que promove o sofrimento psicológico e agrava a situação de vulnerabilidade. Ademais, a convivência entre adolescentes ociosos sem o devido acompanhamento pedagógico favorece a perpetuação de valores e interesses relacionados ao envolvimento com a criminalidade.","PeriodicalId":35369,"journal":{"name":"Psicologia em Estudo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43232492","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-31DOI: 10.4025/psicolestud.v27i0.48172
Fernanda Sousa Duarte, S. Silva, Maria Júlia Martínez, Ana Magnólia Mendes
O presente artigo analisou o estado da arte da psicopatologia do trabalho no Brasil, como objeto de pesquisa e como disciplina, a partir de revisão bibliográfica sistemática integrativa. Foi realizado levantamento em bases de dados virtuais utilizando os descritores ‘psicopatologia do trabalho’ e ‘psicopatologia’ (AND) ‘trabalho’. Foram incluídos artigos disponibilizados integralmente em português publicados em revistas com revisão cega de pares contendo os descritores no título, resumo, palavras-chave e/ou corpo do texto. O conjunto final dos textos analisados se constituiu de 28 artigos publicados entre 1992 e 2019 majoritariamente em periódicos da psicologia com psicodinâmica do trabalho como referencial teórico e/ou metodológico. Foram ainda identificadas três tendências no uso do termo ‘psicopatologia do trabalho’ nos artigos: 1) psicopatologia do trabalho como objeto de estudo; 2) como disciplina; e 3) para debater as compreensões das relações entre trabalho e patologias e suas implicações na prática. Enquanto objeto de estudo, as relações entre trabalho e doença mental são negligenciadas. Como disciplina, identificaram-se imprecisões que flexibilizam ou ignoram os limites entre psicopatologia e psicodinâmica do trabalho. Ambas as tendências da literatura podem estar relacionadas com a desconsideração de fatores históricos na determinação da construção dos campos de estudo.
{"title":"DA PSICODINÂMICA À PSICOPATOLOGIA DO TRABALHO NO BRASIL: (IN)DEFINIÇÕES E POSSIBILIDADES","authors":"Fernanda Sousa Duarte, S. Silva, Maria Júlia Martínez, Ana Magnólia Mendes","doi":"10.4025/psicolestud.v27i0.48172","DOIUrl":"https://doi.org/10.4025/psicolestud.v27i0.48172","url":null,"abstract":"O presente artigo analisou o estado da arte da psicopatologia do trabalho no Brasil, como objeto de pesquisa e como disciplina, a partir de revisão bibliográfica sistemática integrativa. Foi realizado levantamento em bases de dados virtuais utilizando os descritores ‘psicopatologia do trabalho’ e ‘psicopatologia’ (AND) ‘trabalho’. Foram incluídos artigos disponibilizados integralmente em português publicados em revistas com revisão cega de pares contendo os descritores no título, resumo, palavras-chave e/ou corpo do texto. O conjunto final dos textos analisados se constituiu de 28 artigos publicados entre 1992 e 2019 majoritariamente em periódicos da psicologia com psicodinâmica do trabalho como referencial teórico e/ou metodológico. Foram ainda identificadas três tendências no uso do termo ‘psicopatologia do trabalho’ nos artigos: 1) psicopatologia do trabalho como objeto de estudo; 2) como disciplina; e 3) para debater as compreensões das relações entre trabalho e patologias e suas implicações na prática. Enquanto objeto de estudo, as relações entre trabalho e doença mental são negligenciadas. Como disciplina, identificaram-se imprecisões que flexibilizam ou ignoram os limites entre psicopatologia e psicodinâmica do trabalho. Ambas as tendências da literatura podem estar relacionadas com a desconsideração de fatores históricos na determinação da construção dos campos de estudo.","PeriodicalId":35369,"journal":{"name":"Psicologia em Estudo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46739229","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-06DOI: 10.4025/psicolestud.v27i0.49027
Maria do Carmo Linhares da Silva, Stephanie Caroline Ferreira de Lima, A. Lima, J. P. Barros
Este artigo visa discutir a produção da personagem ‘envolvido’ pela narrativa midiática e seus efeitos na legitimação da necropolítica brasileira. Para tanto, faz uso das contribuições teóricas de Cecília Coimbra, Achille Mbembe e Judith Butler para analisar as repercussões das fake News nas redes sociais direcionadas ao jovem Marcos Vinícius da Silva, morto na favela da Maré, no Rio de Janeiro, quando ia para a escola. A maneira como esse assassinato foi tratado nas redes sociais oferece elementos para a compreensão da produção e ratificação da personagem ‘envolvido’ na justificação de mortes de pessoas que participaram (ou não) de situações ilícitas, colocando-os como sujeitos matáveis na atual política de gestão da morte. As considerações finais do trabalho assinalam a urgência de uma postura crítica por parte da mídia e um engajamento teórico-prático que desnaturalize a necropolítica e as relações de poder cada vez mais recrudescidas pela atual conjuntura política no Brasil.
本文旨在探讨媒体叙事中“介入”角色的产生及其对巴西尸体政治合法化的影响。因此,它利用Cecília Coimbra、Achille Mbembe和Judith Butler的理论贡献来分析社交网络上针对年轻的Marcos Vinícius da Silva的假新闻的影响,后者在里约热内卢的Maré贫民窟上学时去世。这起谋杀案在社交网络上的处理方式为理解“参与”为参与(或未参与)非法情况的人的死亡辩护的角色的产生和批准提供了要素,并将他们作为当前死亡管理政策中的致命主体。对这项工作的最后考虑表明,媒体迫切需要采取批评立场,并进行理论上的实际参与,使巴西当前政治形势下日益重现的死党政治和权力关系变性。
{"title":"NECROPOLÍTICA E VIDAS NÃO PASSÍVEIS DE LUTO: A (RE)PRODUÇÃO MIDIÁTICA DO INIMIGO","authors":"Maria do Carmo Linhares da Silva, Stephanie Caroline Ferreira de Lima, A. Lima, J. P. Barros","doi":"10.4025/psicolestud.v27i0.49027","DOIUrl":"https://doi.org/10.4025/psicolestud.v27i0.49027","url":null,"abstract":"Este artigo visa discutir a produção da personagem ‘envolvido’ pela narrativa midiática e seus efeitos na legitimação da necropolítica brasileira. Para tanto, faz uso das contribuições teóricas de Cecília Coimbra, Achille Mbembe e Judith Butler para analisar as repercussões das fake News nas redes sociais direcionadas ao jovem Marcos Vinícius da Silva, morto na favela da Maré, no Rio de Janeiro, quando ia para a escola. A maneira como esse assassinato foi tratado nas redes sociais oferece elementos para a compreensão da produção e ratificação da personagem ‘envolvido’ na justificação de mortes de pessoas que participaram (ou não) de situações ilícitas, colocando-os como sujeitos matáveis na atual política de gestão da morte. As considerações finais do trabalho assinalam a urgência de uma postura crítica por parte da mídia e um engajamento teórico-prático que desnaturalize a necropolítica e as relações de poder cada vez mais recrudescidas pela atual conjuntura política no Brasil.","PeriodicalId":35369,"journal":{"name":"Psicologia em Estudo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-06","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45339412","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-06DOI: 10.4025/psicolestud.v27i0.35489
A. Rozendo
No último levantamento demográfico mundial, realizado United Nations [UN], publicado no ano de 2015, pudemos observar que a média da expectativa de vida dos seres humanos já ultrapassava os 82 anos em países como Hong Kong, Japão, Itália e Suíça (World Population Prospects, 2015). O mesmo levantamento ainda projeta que a expectativa de vida nos referidos países chegará a 87 anos nas próximas três décadas. Além de uma expectativa de vida alta, nota-se, na atualidade, o aumento significante do número de pessoas com idade acima de 100 anos espalhados por todo o mundo (Baccarelli et al., 2016). Crescem os estudos que buscam desvelar as caraterísticas do DNA e MRNA dos centenários e, quiçá, descobrirem o segredo da vida eterna (Baccarelli et al., 2016; He et al., 2016). Nesta conjuntura, as pessoas, o estado e o mercado se preparam, cada vez mais, para uma experiência de vida longa. Contudo, alguns indivíduos pretendem passar pelos anos sem necessariamente envelhecer. Ao contrário de abrir novas oportunidades para a velhice, a expectativa de vida cada vez maior tem revitalizado alguns anseios humanos muito antigos, como burlar, reverter, ocultar e transcender o envelhecimento. Por exemplo, os mitos e lendas do rejuvenescimento são bastante comuns na história de diversas culturas, já há muitos séculos, ou milênios. “O destino de Cartaphilus” na Islândia, a ‘fórmula da renovação da vida’ do deus hindu Indra, a ‘ambrosia’ dos deuses gregos, a ‘água da vida’ na Europa medieval e a ‘fonte da juventude’ presente em culturas do oriente e ocidente, são estórias que abordam um profundo desejo humano de buscar a juventude, tal como apontava Hopkins (1905). A pesquisadora e escritora francesa Simone de Beauvoir (1970-1990), em seu clássico ensaio A Velhice, lembra da importância assumida pelo mito da ‘fonte da juventude’ nas artes e na cultura no período do Renascimento. A imagem do corpo envelhecido deixou de ser apenas ‘desagradável’ e passou a ser considerada ‘repugnante’. Dos poemas de Erasmo de Roterdã, às pinturas de Quentin Matsys, o corpo envelhecido foi atacado, humilhado e desvalorizado, com especial ênfase ao corpo das mulheres, considerado pela cultura misógina daquele período como simples objeto de satisfação dos desejos dos homens. As imagens negativas do envelhecimento, construídas historicamente, foram revisadas somente a partir dos anos de 1970, com a invenção do que conhecemos, atualmente, por ‘terceira idade’. As políticas públicas, principalmente na Europa, passaram a focar os aposentados e pensionistas, a fim de inseri-los em atividades educacionais,
在联合国于2015年发布的上一次全球人口调查中,我们观察到香港、日本、意大利和瑞士等国的人类平均预期寿命已经超过82岁(《世界人口展望》,2015年)。同一项调查还预测,这些国家的预期寿命将在未来三十年达到87岁。除了高预期寿命外,目前世界各地100岁以上的人口数量也显著增加(Baccarelli等人,2016)。越来越多的研究试图揭示百岁老人的DNA和MRNA特征,也许还能发现永生的秘密(Baccarelli et al.,2016;He等人,2016)。在这个节骨眼上,人们、国家和市场都在为漫长的人生经历做越来越多的准备。然而,有些人打算在不一定衰老的情况下度过这些年。与为老年人开辟新的机会不同,预期寿命的增加重振了人类一些非常古老的渴望,例如规避、逆转、隐藏和超越衰老。例如,复兴的神话和传说在许多世纪前或数千年前的各种文化史上都很常见。正如霍普金斯(1905)所指出的,冰岛的“卡塔斐罗斯的命运”、印度神因陀罗的“生命更新公式”、希腊神的“安布罗西亚”、中世纪欧洲的“生命之水”以及东西方文化中的“青春之泉”,都是讲述人类追求青春的深层愿望的故事。法国研究人员和作家西蒙·德·波伏娃(1970年至1990年)在她的经典散文《A Velhice》中回忆了文艺复兴时期“青春之泉”神话在艺术和文化中的重要性。衰老身体的形象不再只是“令人不快”,现在被认为是“令人恶心”。从伊拉斯谟的鹿特丹诗歌到昆汀·马特西斯的绘画,衰老的身体受到攻击、羞辱和贬低,特别强调女性的身体,被那个时期的厌女文化视为满足男性欲望的简单对象。从20世纪70年代开始,随着我们现在所知的“老年”的发明,人们才对历史上构建的衰老的负面形象进行了回顾。公共政策,特别是在欧洲,开始关注退休人员和养老金领取者,以便将他们纳入教育活动,
{"title":"AGELESS: UMA EXPERIÊNCIA EMERGENTE DE (ANTI)ENVELHECIMENTO","authors":"A. Rozendo","doi":"10.4025/psicolestud.v27i0.35489","DOIUrl":"https://doi.org/10.4025/psicolestud.v27i0.35489","url":null,"abstract":"No último levantamento demográfico mundial, realizado United Nations [UN], publicado no ano de 2015, pudemos observar que a média da expectativa de vida dos seres humanos já ultrapassava os 82 anos em países como Hong Kong, Japão, Itália e Suíça (World Population Prospects, 2015). O mesmo levantamento ainda projeta que a expectativa de vida nos referidos países chegará a 87 anos nas próximas três décadas. Além de uma expectativa de vida alta, nota-se, na atualidade, o aumento significante do número de pessoas com idade acima de 100 anos espalhados por todo o mundo (Baccarelli et al., 2016). Crescem os estudos que buscam desvelar as caraterísticas do DNA e MRNA dos centenários e, quiçá, descobrirem o segredo da vida eterna (Baccarelli et al., 2016; He et al., 2016). Nesta conjuntura, as pessoas, o estado e o mercado se preparam, cada vez mais, para uma experiência de vida longa. Contudo, alguns indivíduos pretendem passar pelos anos sem necessariamente envelhecer. Ao contrário de abrir novas oportunidades para a velhice, a expectativa de vida cada vez maior tem revitalizado alguns anseios humanos muito antigos, como burlar, reverter, ocultar e transcender o envelhecimento. Por exemplo, os mitos e lendas do rejuvenescimento são bastante comuns na história de diversas culturas, já há muitos séculos, ou milênios. “O destino de Cartaphilus” na Islândia, a ‘fórmula da renovação da vida’ do deus hindu Indra, a ‘ambrosia’ dos deuses gregos, a ‘água da vida’ na Europa medieval e a ‘fonte da juventude’ presente em culturas do oriente e ocidente, são estórias que abordam um profundo desejo humano de buscar a juventude, tal como apontava Hopkins (1905). A pesquisadora e escritora francesa Simone de Beauvoir (1970-1990), em seu clássico ensaio A Velhice, lembra da importância assumida pelo mito da ‘fonte da juventude’ nas artes e na cultura no período do Renascimento. A imagem do corpo envelhecido deixou de ser apenas ‘desagradável’ e passou a ser considerada ‘repugnante’. Dos poemas de Erasmo de Roterdã, às pinturas de Quentin Matsys, o corpo envelhecido foi atacado, humilhado e desvalorizado, com especial ênfase ao corpo das mulheres, considerado pela cultura misógina daquele período como simples objeto de satisfação dos desejos dos homens. As imagens negativas do envelhecimento, construídas historicamente, foram revisadas somente a partir dos anos de 1970, com a invenção do que conhecemos, atualmente, por ‘terceira idade’. As políticas públicas, principalmente na Europa, passaram a focar os aposentados e pensionistas, a fim de inseri-los em atividades educacionais,","PeriodicalId":35369,"journal":{"name":"Psicologia em Estudo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-06","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46860317","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-04DOI: 10.4025/psicolestud.v27i0.58967
Maya Aguiluz Ibargüen, R. S. Guimarães
Este artigo tem como objetivo discutir, com bases em diferentes registros, a gramática presente na discursividade de informes oficiais do Movimento Zapatista, no que tange especificamente à educação zapatista, em especial desde a noção de autonomia como modo de organizar esta dimensão da vida em sociedade, entendendo a autonomia como resistência à tutela do Estado na gestão da escola e, micropoliticamente, a ruptura da tutela do processo educativo pelo promotor de educação. Observamos, a partir do estudo das Declarações da Selva Lancadona e da Escuelita Zapatista, que estas fundam-se numa crítica aos modelos estatais de governo da educação, refutando a perspectiva intercultural, defendendo a pluridiversidade. Este modo de compreender o processo educativo, e o modo de praticar o cuidado nos leva a uma compreensão mais ampla para a psicologia, refletindo sobre possibilidades de conexão entre novas invenções psi no trabalho junto à infância e à psicologia da educação.
{"title":"AUTONOMIA POLÍTICA COMO PRÁTICA DE CUIDADO: A GRAMÁTICA DA EDUCAÇÃO ZAPATISTA","authors":"Maya Aguiluz Ibargüen, R. S. Guimarães","doi":"10.4025/psicolestud.v27i0.58967","DOIUrl":"https://doi.org/10.4025/psicolestud.v27i0.58967","url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo discutir, com bases em diferentes registros, a gramática presente na discursividade de informes oficiais do Movimento Zapatista, no que tange especificamente à educação zapatista, em especial desde a noção de autonomia como modo de organizar esta dimensão da vida em sociedade, entendendo a autonomia como resistência à tutela do Estado na gestão da escola e, micropoliticamente, a ruptura da tutela do processo educativo pelo promotor de educação. Observamos, a partir do estudo das Declarações da Selva Lancadona e da Escuelita Zapatista, que estas fundam-se numa crítica aos modelos estatais de governo da educação, refutando a perspectiva intercultural, defendendo a pluridiversidade. Este modo de compreender o processo educativo, e o modo de praticar o cuidado nos leva a uma compreensão mais ampla para a psicologia, refletindo sobre possibilidades de conexão entre novas invenções psi no trabalho junto à infância e à psicologia da educação.","PeriodicalId":35369,"journal":{"name":"Psicologia em Estudo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45811001","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-04DOI: 10.4025/psicolestud.v27i0.58903
Ana Cecilia Marotta Méndez, A. Uziel
En este manuscrito se presentan aportes y reflexiones acerca de cómo la cartografía y las epistemologías feministas, en articulación, son potentes y resultan pertinentes para la investigación con familias y parentalidades. Se puntualizan algunas decisiones y abordajes metodológicos realizados en la tesis doctoral Ficciones de familias, adolescentes entre cuidados y tránsitos, realizada durante los años 2015 a 2019, en Uruguay. En primer lugar se deja planteado el entramado teórico y epistemológico que da soporte al posicionamiento ético y político de las investigadoras y a las prácticas de investigación-intervención realizadas. A continuación, se marcan algunos puntos donde las conexiones epistémico-teóricas entre cartografía y epistemologías feministas fueron emergiendo en la práctica de investigación. A saber, en la reconstrucción del problema-objeto de investigación, en la elección del punto de vista de los participantes y en el proceso de análisis donde el énfasis se ubica en la experiencia de encuentro con los adolescentes y la emergencia de analizadores que desestabilizan y catalizan los procesos de investigación en familias y parentalidades.
{"title":"CARTOGRAFÍA Y EPISTEMOLOGÍAS FEMINISTAS: UNA INVESTIGACIÓN CON/EN FAMILIAS Y PARENTALIDADES","authors":"Ana Cecilia Marotta Méndez, A. Uziel","doi":"10.4025/psicolestud.v27i0.58903","DOIUrl":"https://doi.org/10.4025/psicolestud.v27i0.58903","url":null,"abstract":"En este manuscrito se presentan aportes y reflexiones acerca de cómo la cartografía y las epistemologías feministas, en articulación, son potentes y resultan pertinentes para la investigación con familias y parentalidades. Se puntualizan algunas decisiones y abordajes metodológicos realizados en la tesis doctoral Ficciones de familias, adolescentes entre cuidados y tránsitos, realizada durante los años 2015 a 2019, en Uruguay. En primer lugar se deja planteado el entramado teórico y epistemológico que da soporte al posicionamiento ético y político de las investigadoras y a las prácticas de investigación-intervención realizadas. A continuación, se marcan algunos puntos donde las conexiones epistémico-teóricas entre cartografía y epistemologías feministas fueron emergiendo en la práctica de investigación. A saber, en la reconstrucción del problema-objeto de investigación, en la elección del punto de vista de los participantes y en el proceso de análisis donde el énfasis se ubica en la experiencia de encuentro con los adolescentes y la emergencia de analizadores que desestabilizan y catalizan los procesos de investigación en familias y parentalidades.","PeriodicalId":35369,"journal":{"name":"Psicologia em Estudo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48424296","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-04DOI: 10.4025/psicolestud.v27i0.58910
Leonardo Lemos De Souza
Em diálogo com cenas do contexto brasileiro de políticas sexuais e de gênero e tomando como suporte os estudos feministas e queer, o artigo tem como objetivo problematizar a dimensão hierárquica e das relações de poder parentais na determinação das expressões de gênero de crianças e discutir as contribuições dos estudos feministas e queer para o debate sobre os direitos de crianças e jovens a seus corpos e desejos. Para isso, situa a infância como um dispositivo da biopolítica que se entrelaça com os dispositivos de gêneros e sexualidades nos modelos delineados pelas narrativas psicológicas e educacionais. Em seguida, discute a presença do familismo nas políticas públicas para famílias no Brasil em que discursos antigênero buscam a afirmação de um modelo hegemônico de família, como o lugar que salvaguarda a heteronormatividade e a cisgeneridade. Encerra delineando o campo de tensões sobre as relações entre adultos e crianças, que emergem das seções anteriores, buscando argumentos para posicionamentos epistêmicos e ético-políticos das parentalidades.
{"title":"INFÂNCIAS, GÊNEROS E SEXUALIDADES: IMPLICAÇÕES ÉTICO-POLÍTICAS DAS PARENTALIDADES","authors":"Leonardo Lemos De Souza","doi":"10.4025/psicolestud.v27i0.58910","DOIUrl":"https://doi.org/10.4025/psicolestud.v27i0.58910","url":null,"abstract":"Em diálogo com cenas do contexto brasileiro de políticas sexuais e de gênero e tomando como suporte os estudos feministas e queer, o artigo tem como objetivo problematizar a dimensão hierárquica e das relações de poder parentais na determinação das expressões de gênero de crianças e discutir as contribuições dos estudos feministas e queer para o debate sobre os direitos de crianças e jovens a seus corpos e desejos. Para isso, situa a infância como um dispositivo da biopolítica que se entrelaça com os dispositivos de gêneros e sexualidades nos modelos delineados pelas narrativas psicológicas e educacionais. Em seguida, discute a presença do familismo nas políticas públicas para famílias no Brasil em que discursos antigênero buscam a afirmação de um modelo hegemônico de família, como o lugar que salvaguarda a heteronormatividade e a cisgeneridade. Encerra delineando o campo de tensões sobre as relações entre adultos e crianças, que emergem das seções anteriores, buscando argumentos para posicionamentos epistêmicos e ético-políticos das parentalidades.","PeriodicalId":35369,"journal":{"name":"Psicologia em Estudo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42222177","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este estudio[1] cualitativo describe las percepciones de profesionales de la salud acerca del componente relacional de un Modelo de Visita Domiciliaria Avanzada (ViDA). La implementación del modelo contempló una fase de capacitación de los profesionales y al mismo tiempo su participación en la puesta en práctica. Los datos cualitativos se obtuvieron de la aplicación de una entrevista telefónica a 12 profesionales, una entrevista en profundidad a 6 profesionales, 3 de ellos directores de centros de salud familiar, y del análisis de 85 reportes individuales de 34 profesionales capacitados en el modelo ViDA, pertenecientes a dos comunas de la Región Metropolitana de Chile. Los datos fueron organizados por temas y analizados usando el análisis de contenido. Los resultados señalan que el componente vincular del modelo es percibido como un aspecto clave en la realización de las visitas, siendo valorado positivamente por las y los profesionales. Desde su percepción este componente favorece la vinculación con las personas visitadas, motiva una actitud más favorable al cambio, genera transformaciones más profundas, facilita el logro de los objetivos de la intervención y promueve el empoderamiento de las mujeres. Asimismo, perciben desafíos que la capacitación no resuelve: la mejora en los registros, la planificación de la intervención y la formulación de objetivos de la visita. [1] Este estudio forma parte de una investigación más amplia FONDEF - CONICYT ‘Proyecto ViDA: modelo de visita domiciliaria avanzada, apoyado por tecnología, para el fortalecimiento de intervenciones biopsicosociales con gestantes y cuidadores primarios de niños y niñas de 0 a 6 años, que se atienden en el sistema de Atención Primaria en Salud’. DNI16110278, financiada por el Fondo Nacional para la Promoción del Desarrollo Científico y Tecnológico (FONDEF) de la Comisión Nacional de Investigación Científica y Tecnológica (CONICYT) de Chile.
{"title":"EL VÍNCULO EN LA INTERVENCIÓN SOCIAL: UN COMPONENTE PARADÓJICO DEL ACOMPAÑAMIENTO DOMICILIARIO","authors":"Consuelo Undurraga Infante, Fabiola Cortez-Monroy Muñoz, Marcela Aracena Álvarez","doi":"10.4025/psicolestud.v27i0.59021","DOIUrl":"https://doi.org/10.4025/psicolestud.v27i0.59021","url":null,"abstract":"Este estudio[1] cualitativo describe las percepciones de profesionales de la salud acerca del componente relacional de un Modelo de Visita Domiciliaria Avanzada (ViDA). La implementación del modelo contempló una fase de capacitación de los profesionales y al mismo tiempo su participación en la puesta en práctica. Los datos cualitativos se obtuvieron de la aplicación de una entrevista telefónica a 12 profesionales, una entrevista en profundidad a 6 profesionales, 3 de ellos directores de centros de salud familiar, y del análisis de 85 reportes individuales de 34 profesionales capacitados en el modelo ViDA, pertenecientes a dos comunas de la Región Metropolitana de Chile. Los datos fueron organizados por temas y analizados usando el análisis de contenido. Los resultados señalan que el componente vincular del modelo es percibido como un aspecto clave en la realización de las visitas, siendo valorado positivamente por las y los profesionales. Desde su percepción este componente favorece la vinculación con las personas visitadas, motiva una actitud más favorable al cambio, genera transformaciones más profundas, facilita el logro de los objetivos de la intervención y promueve el empoderamiento de las mujeres. Asimismo, perciben desafíos que la capacitación no resuelve: la mejora en los registros, la planificación de la intervención y la formulación de objetivos de la visita. \u0000 \u0000[1] Este estudio forma parte de una investigación más amplia FONDEF - CONICYT ‘Proyecto ViDA: modelo de visita domiciliaria avanzada, apoyado por tecnología, para el fortalecimiento de intervenciones biopsicosociales con gestantes y cuidadores primarios de niños y niñas de 0 a 6 años, que se atienden en el sistema de Atención Primaria en Salud’. DNI16110278, financiada por el Fondo Nacional para la Promoción del Desarrollo Científico y Tecnológico (FONDEF) de la Comisión Nacional de Investigación Científica y Tecnológica (CONICYT) de Chile. \u0000","PeriodicalId":35369,"journal":{"name":"Psicologia em Estudo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46496075","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-04DOI: 10.4025/psicolestud.v27i0.59776
Pablo De Grande, Laura Frasco Zuker, A. Gaitán, Valeria Llobet
El artículo problematiza, a través de relatos de prácticas cotidianas de cuidado, emociones que se organizan en torno a las diferentes configuraciones del cuidado infantil en el Área Metropolitana de Buenos Aires (Argentina). De esta forma, se trata de alimentar la mirada de las infancias, maternidades y paternidades urbanas en ‘plural’, con la meta de poder considerar el amplio repertorio de formas de disponerse, de estar y sentir que atraviesan el arco de experiencias de los arreglos familiares y el cuidado de hijos e hijas. ¿Cómo se reorganizaron los cuidados domésticos durante la pandemia? ¿Qué emociones y ‘reglas del sentir’ esto puso en evidencia? ¿Cómo impactaron los cambios en las fronteras del ‘adentro’ y el ‘afuera’ en las familias y en las subjetividades laborales y personales? Un primer nivel de análisis de la información empírica está estructurada por las formas de habitar (quiénes vivían con quiénes en términos de parentesco, con qué tipos de vivienda, haciendo qué uso del barrio), para presentar sobre ellas las tensiones emocionales, necesidades y estrategias que emergieron en los relatos.
{"title":"EMOCIONES Y CUIDADOS EN EL CONFINAMIENTO HOGAREÑO DURANTE LA PANDEMIA DE COVID-19","authors":"Pablo De Grande, Laura Frasco Zuker, A. Gaitán, Valeria Llobet","doi":"10.4025/psicolestud.v27i0.59776","DOIUrl":"https://doi.org/10.4025/psicolestud.v27i0.59776","url":null,"abstract":"El artículo problematiza, a través de relatos de prácticas cotidianas de cuidado, emociones que se organizan en torno a las diferentes configuraciones del cuidado infantil en el Área Metropolitana de Buenos Aires (Argentina). De esta forma, se trata de alimentar la mirada de las infancias, maternidades y paternidades urbanas en ‘plural’, con la meta de poder considerar el amplio repertorio de formas de disponerse, de estar y sentir que atraviesan el arco de experiencias de los arreglos familiares y el cuidado de hijos e hijas. ¿Cómo se reorganizaron los cuidados domésticos durante la pandemia? ¿Qué emociones y ‘reglas del sentir’ esto puso en evidencia? ¿Cómo impactaron los cambios en las fronteras del ‘adentro’ y el ‘afuera’ en las familias y en las subjetividades laborales y personales? Un primer nivel de análisis de la información empírica está estructurada por las formas de habitar (quiénes vivían con quiénes en términos de parentesco, con qué tipos de vivienda, haciendo qué uso del barrio), para presentar sobre ellas las tensiones emocionales, necesidades y estrategias que emergieron en los relatos.","PeriodicalId":35369,"journal":{"name":"Psicologia em Estudo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49487649","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-04DOI: 10.4025/psicolestud.v27i0.58850
Florencia Herrera
Las personas con discapacidad (PcD) suelen ser infantilizadas y consideradas como asexuadas y no reproductivas. Esto ha llevado a que sus procesos y experiencias parentales sean invisibilizados o violentados. En el marco de una investigación cualitativa se realizaron 20 entrevistas en profundidad a madres y padres con discapacidad – auditiva, visual, física, intelectual – en Chile. El entorno social de las PcD cuestiona sus posibilidades de ser madres y padres utilizando argumentos eugenésicos y de incapacidad. Una vez que tienen hijos(as) la combinación de la sobrevigilancia, la falta de apoyo y las barreras hace que la posición de madres y padres sea muy vulnerable. Madres y padres con discapacidad desarrollan estrategias de resistencia para contrarrestar las visiones negativas sobre la discapacidad y evitar la discriminación, lo que conlleva un trabajo oculto que tiene un alto costo emocional y físico para ellas(os). La maternidad y paternidad de personas con discapacidad puede ser vista como una estrategia de resistencia en sí misma ya que permite comprender que no existe una contradicción entre cuidar a otro y necesitar cuidado.
{"title":"‘LA MAMÁ SOY YO’: EXPERIENCIAS PARENTALES DE MADRES Y PADRES CON DISCAPACIDAD EN CHILE","authors":"Florencia Herrera","doi":"10.4025/psicolestud.v27i0.58850","DOIUrl":"https://doi.org/10.4025/psicolestud.v27i0.58850","url":null,"abstract":"Las personas con discapacidad (PcD) suelen ser infantilizadas y consideradas como asexuadas y no reproductivas. Esto ha llevado a que sus procesos y experiencias parentales sean invisibilizados o violentados. En el marco de una investigación cualitativa se realizaron 20 entrevistas en profundidad a madres y padres con discapacidad – auditiva, visual, física, intelectual – en Chile. El entorno social de las PcD cuestiona sus posibilidades de ser madres y padres utilizando argumentos eugenésicos y de incapacidad. Una vez que tienen hijos(as) la combinación de la sobrevigilancia, la falta de apoyo y las barreras hace que la posición de madres y padres sea muy vulnerable. Madres y padres con discapacidad desarrollan estrategias de resistencia para contrarrestar las visiones negativas sobre la discapacidad y evitar la discriminación, lo que conlleva un trabajo oculto que tiene un alto costo emocional y físico para ellas(os). La maternidad y paternidad de personas con discapacidad puede ser vista como una estrategia de resistencia en sí misma ya que permite comprender que no existe una contradicción entre cuidar a otro y necesitar cuidado.","PeriodicalId":35369,"journal":{"name":"Psicologia em Estudo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41794726","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}