M. Martins, P. Castilho, A. Macedo, A. T. Pereira, P. Vagos, Diana Carvalho, A. Pascoal, C. B. Carvalho
Tendo em conta o interesse recente nas intervenções baseadas na aceitação para a psicose, tem sido recomendado que os mecanismos de coping com as vozes, nomeadamente a aceitação experiencial, sejam avaliados no contexto clínico e de investigação. A Escala de Aceitação e Ação em relação às Vozes (VAAS-12) é um instrumento de autorresposta especificamente desenvolvido para avaliar as crenças baseadas na aceitação ou na ação em relação às alucinações auditivo-verbais. O presente estudo tem como objetivo a tradução, adaptação e estudo das propriedades psicométricas da versão portuguesa da VAAS-12 numa amostra clínica dentro do espectro das perturbações psicóticas. A VAAS-12 foi traduzida e adaptada para Português. As suas propriedades psicométricas foram posteriormente estudadas numa amostra de cinquenta e quatro participantes do sexo masculino, maioritariamente solteiros, desempregados e com uma experiência de ouvir vozes na última semana. Foram realizadas análises fatoriais confirmatórias para as estruturas de um e dois fatores sugeridas em estudos prévios, sendo que ambas apresentaram índices de ajustamento inaceitáveis. A análise fatorial exploratória realizada posteriormente revelou uma estrutura alternativa de dois fatores (“Não interferência e ação” e “Aceitação e Funcionamento”) que obteve ajustamento adequado. Foi encontrada adequada consistência interna e validade de constructo, tendo sido encontradas associações negativas com a perceção das vozes como hostis-dominantes e resistência em relação às vozes. A VAAS-12 parece ser adequada para uso em contexto clínico e de investigação, embora mais estudos sejam necessários particularmente no que diz respeito à subescala “Aceitação e Funcionamento”.
{"title":"A pilot study of the Portuguese version of the Voices Acceptance and Action Scale: Psychometric properties in a clinical sample with psychosis-spectrum disorders","authors":"M. Martins, P. Castilho, A. Macedo, A. T. Pereira, P. Vagos, Diana Carvalho, A. Pascoal, C. B. Carvalho","doi":"10.14417/ap.1561","DOIUrl":"https://doi.org/10.14417/ap.1561","url":null,"abstract":"Tendo em conta o interesse recente nas intervenções baseadas na aceitação para a psicose, tem sido recomendado que os mecanismos de coping com as vozes, nomeadamente a aceitação experiencial, sejam avaliados no contexto clínico e de investigação. A Escala de Aceitação e Ação em relação às Vozes (VAAS-12) é um instrumento de autorresposta especificamente desenvolvido para avaliar as crenças baseadas na aceitação ou na ação em relação às alucinações auditivo-verbais. O presente estudo tem como objetivo a tradução, adaptação e estudo das propriedades psicométricas da versão portuguesa da VAAS-12 numa amostra clínica dentro do espectro das perturbações psicóticas. A VAAS-12 foi traduzida e adaptada para Português. As suas propriedades psicométricas foram posteriormente estudadas numa amostra de cinquenta e quatro participantes do sexo masculino, maioritariamente solteiros, desempregados e com uma experiência de ouvir vozes na última semana. Foram realizadas análises fatoriais confirmatórias para as estruturas de um e dois fatores sugeridas em estudos prévios, sendo que ambas apresentaram índices de ajustamento inaceitáveis. A análise fatorial exploratória realizada posteriormente revelou uma estrutura alternativa de dois fatores (“Não interferência e ação” e “Aceitação e Funcionamento”) que obteve ajustamento adequado. Foi encontrada adequada consistência interna e validade de constructo, tendo sido encontradas associações negativas com a perceção das vozes como hostis-dominantes e resistência em relação às vozes. A VAAS-12 parece ser adequada para uso em contexto clínico e de investigação, embora mais estudos sejam necessários particularmente no que diz respeito à subescala “Aceitação e Funcionamento”.","PeriodicalId":38440,"journal":{"name":"Analise Psicologica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"66957312","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Temos como principal objetivo apresentar um estudo de adaptação de um inventário de humilhação para a população Portuguesa. Tivemos como ponto de partida a versão original do inventário de Hartling e Luchetta (1999) composto por trinta e dois itens distribuídos por dois fatores: humilhação cumulativa e medo da humilhação. Participaram 1116 respondentes da população geral, Midade= 32.25, DPidade=11.5. Procedemos a uma AFC que não confirmou a estrutura fatorial inicial. Por consequência, procurámos modelos alternativos. Em primeiro lugar, realizámos uma ACP da qual resultou a extração de três fatores, denominados por humilhação cumulativa, medo/receio de humilhação e preocupação para com a humilhação que explicam cerca de 72% da variância total e apresentam boa fiabilidade. Subsequentemente, realizámos uma AFC que, após reespecificação, confirmou o modelo de três fatores com muito bom ajustamento: Satorra-Bentler(factor correction)=1.416, χ2(196)=570.766, χ2/df=2.91, CFI=.984, TLI=.981, RMSEA=.041, CI [.038, .045], SRMR=.028. De modo semelhante, apresentou bons valores respeitantes à fiabilidade compósita e fatorial e boas validades convergente e discriminante. Em conclusão, o estudo de adaptação conferiu um bom instrumento de medida, realçando um novo fator - preocupação para com a humilhação - o qual, na versão original, estava agregado ao segundo fator, medo/receio de humilhação. Esta diferença encontrada dever-se-á à diferente composição da amostra e a diferenças culturais específicas.
{"title":"Humiliation Inventory: Adaptation study for Portuguese population","authors":"Francisco M. S. Cardoso, A. C. Ramos, L. Hartling","doi":"10.14417/ap.1460","DOIUrl":"https://doi.org/10.14417/ap.1460","url":null,"abstract":"Temos como principal objetivo apresentar um estudo de adaptação de um inventário de humilhação para a população Portuguesa. Tivemos como ponto de partida a versão original do inventário de Hartling e Luchetta (1999) composto por trinta e dois itens distribuídos por dois fatores: humilhação cumulativa e medo da humilhação. Participaram 1116 respondentes da população geral, Midade= 32.25, DPidade=11.5. Procedemos a uma AFC que não confirmou a estrutura fatorial inicial. Por consequência, procurámos modelos alternativos. Em primeiro lugar, realizámos uma ACP da qual resultou a extração de três fatores, denominados por humilhação cumulativa, medo/receio de humilhação e preocupação para com a humilhação que explicam cerca de 72% da variância total e apresentam boa fiabilidade. Subsequentemente, realizámos uma AFC que, após reespecificação, confirmou o modelo de três fatores com muito bom ajustamento: Satorra-Bentler(factor correction)=1.416, χ2(196)=570.766, χ2/df=2.91, CFI=.984, TLI=.981, RMSEA=.041, CI [.038, .045], SRMR=.028. De modo semelhante, apresentou bons valores respeitantes à fiabilidade compósita e fatorial e boas validades convergente e discriminante. Em conclusão, o estudo de adaptação conferiu um bom instrumento de medida, realçando um novo fator - preocupação para com a humilhação - o qual, na versão original, estava agregado ao segundo fator, medo/receio de humilhação. Esta diferença encontrada dever-se-á à diferente composição da amostra e a diferenças culturais específicas.","PeriodicalId":38440,"journal":{"name":"Analise Psicologica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"66957303","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
L. Monteiro, Marília Fernandes, Nuno Torres, C. Santos
Early studies on fathers focused mainly on his presence in or absence from children’s lives, and the amount of time they spent with them. More recently, several authors have stated the importance of understanding the quality of father involvement to comprehend fully its impact on child development. However, studies have also reported that socio-demographic variables, namely, father educational levels and employment status affect parenting and children outcomes. The aims of this study were to analyze a sample of 465 Portuguese two-parent families with pre-school age children, looking for associations between father involvement in care/socialization activities and paternal parenting styles while testing for the moderating effect of father educational levels and working hours. Fathers reported on their own parenting styles and mothers described the father’s involvement. Fathers’ working hours moderated the relation between his authoritative parenting style and involvement in teaching/discipline and play activities. In addition, fathers’ education moderated the relation between his authoritative style and involvement in direct care and teaching/discipline. Given the different roles that fathers can assume in their children’s lives, it is important to understand the mechanisms of paternal participation, and identify the factors which explain the differences in effective care so that we can promote higher positive involvement.
{"title":"Father’s involvement and parenting styles in Portuguese families. The role of education and working hours","authors":"L. Monteiro, Marília Fernandes, Nuno Torres, C. Santos","doi":"10.14417/AP.1451","DOIUrl":"https://doi.org/10.14417/AP.1451","url":null,"abstract":"Early studies on fathers focused mainly on his presence in or absence from children’s lives, and the amount of time they spent with them. More recently, several authors have stated the importance of understanding the quality of father involvement to comprehend fully its impact on child development. However, studies have also reported that socio-demographic variables, namely, father educational levels and employment status affect parenting and children outcomes. The aims of this study were to analyze a sample of 465 Portuguese two-parent families with pre-school age children, looking for associations between father involvement in care/socialization activities and paternal parenting styles while testing for the moderating effect of father educational levels and working hours. Fathers reported on their own parenting styles and mothers described the father’s involvement. Fathers’ working hours moderated the relation between his authoritative parenting style and involvement in teaching/discipline and play activities. In addition, fathers’ education moderated the relation between his authoritative style and involvement in direct care and teaching/discipline. Given the different roles that fathers can assume in their children’s lives, it is important to understand the mechanisms of paternal participation, and identify the factors which explain the differences in effective care so that we can promote higher positive involvement.","PeriodicalId":38440,"journal":{"name":"Analise Psicologica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48564442","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Investigação passada demonstrou que as pessoas realizam inferências espontâneas de traços (IET) a partir de comportamentos e que esses traços de personalidade ficam ligados em memória às faces dos actores. A investigação demonstrou também que os traços inferidos podem ficar associados a faces de comunicadores dos comportamentos, através de um processo de transferência espontânea de traço (TET). No presente estudo, substituimos as faces dos indivíduos por nomes, de forma a investigar em que medida os nomes dos actores e comunicadores (e.g., Carl Smith) também ficam associados em memória aos traços inferidos. Nestas condições, obtivemos dados que comprovam a ocorrência de IETs, mas não de TETs. Estes resultados mostram que a associação entre traços e comunicadores (TET) é altamente dependente da saliência visual do comunicador. Em contraste, as IET ocorrem mesmo quando o actor não é visualmente saliente. Os resultados são discutidos em termos dos processos subjacentes às IETs e TETs.
{"title":"Spontaneous trait inference and transference: Exploring the link between names and traits","authors":"Tânia Ramos, L. Garcia-Marques, D. Hamilton","doi":"10.14417/ap.1320","DOIUrl":"https://doi.org/10.14417/ap.1320","url":null,"abstract":"Investigação passada demonstrou que as pessoas realizam inferências espontâneas de traços (IET) a partir de comportamentos e que esses traços de personalidade ficam ligados em memória às faces dos actores. A investigação demonstrou também que os traços inferidos podem ficar associados a faces de comunicadores dos comportamentos, através de um processo de transferência espontânea de traço (TET). No presente estudo, substituimos as faces dos indivíduos por nomes, de forma a investigar em que medida os nomes dos actores e comunicadores (e.g., Carl Smith) também ficam associados em memória aos traços inferidos. Nestas condições, obtivemos dados que comprovam a ocorrência de IETs, mas não de TETs. Estes resultados mostram que a associação entre traços e comunicadores (TET) é altamente dependente da saliência visual do comunicador. Em contraste, as IET ocorrem mesmo quando o actor não é visualmente saliente. Os resultados são discutidos em termos dos processos subjacentes às IETs e TETs.","PeriodicalId":38440,"journal":{"name":"Analise Psicologica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"66957266","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
S. Mendes, A. Pinto, Isabel Abreu-Lima, L. S. Almeida
A colaboração entre psicólogos escolares e os vários serviços e profissionais da comunidade educativa é essencial para a prestação de serviços compreensivos, integrados e eficazes a alunos e famílias. Tendo por base a resposta de 477 profissionais a um inquérito eletrónico, este estudo investiga as práticas colaborativas intra e interinstitucionais dos psicólogos escolares portugueses. Os resultados encontrados sugerem que estes profissionais colaboram de forma regular, e com uma vasta gama de propósitos, com uma grande diversidade de entidades, serviços e equipas, internos e externos à escola. Entre as práticas colaborativas reportadas com mais frequência, destaca-se a colaboração dos psicólogos escolares com conselhos de turma, equipas de educação especial, comissões de proteção de crianças e jovens, e serviços de saúde. Os objetivos e a natureza das atividades desenvolvidas no contexto destas e de outras colaborações são explicitados, permitindo concretizar e colocar em evidência a natureza multifacetada do papel dos psicólogos escolares e os seus múltiplos contributos para as escolas. Implicações para a prática profissional, o desenvolvimento da profissão e futuras investigações são apresentadas.
{"title":"Práticas colaborativas dos psicólogos escolares portugueses: Uma análise de tipologias e contextos","authors":"S. Mendes, A. Pinto, Isabel Abreu-Lima, L. S. Almeida","doi":"10.14417/AP.1373","DOIUrl":"https://doi.org/10.14417/AP.1373","url":null,"abstract":"A colaboração entre psicólogos escolares e os vários serviços e profissionais da comunidade educativa é essencial para a prestação de serviços compreensivos, integrados e eficazes a alunos e famílias. Tendo por base a resposta de 477 profissionais a um inquérito eletrónico, este estudo investiga as práticas colaborativas intra e interinstitucionais dos psicólogos escolares portugueses. Os resultados encontrados sugerem que estes profissionais colaboram de forma regular, e com uma vasta gama de propósitos, com uma grande diversidade de entidades, serviços e equipas, internos e externos à escola. Entre as práticas colaborativas reportadas com mais frequência, destaca-se a colaboração dos psicólogos escolares com conselhos de turma, equipas de educação especial, comissões de proteção de crianças e jovens, e serviços de saúde. Os objetivos e a natureza das atividades desenvolvidas no contexto destas e de outras colaborações são explicitados, permitindo concretizar e colocar em evidência a natureza multifacetada do papel dos psicólogos escolares e os seus múltiplos contributos para as escolas. Implicações para a prática profissional, o desenvolvimento da profissão e futuras investigações são apresentadas.","PeriodicalId":38440,"journal":{"name":"Analise Psicologica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41528466","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este estudo explorou novos mecanismos através dos quais o modelo da identidade endogrupal comum melhora as atitudes intergrupais (Gaertner & Dovidio, 2000). Especificamente, explorou-se se representações identitárias mais inclusivas de grupo único e de dupla identidade melhoram as atitudes intergrupais, através da redução da nostalgia nacional, da autoctonia e das emoções intergrupais negativas, relativamente a 3 grupos de imigrantes a residir em Portugal (i.e., africanos, brasileiros e ucranianos). Participaram neste estudo 305 participantes de origem portuguesa, que preencheram um questionário com as medidas de interesse. Os resultados revelaram que, tal como esperado, a representação identitária de grupo único esteve associada a atitudes intergrupais mais positivas (i.e., verificou-se uma diminuição da distância social e aumento dos sentimentos positivos), através da redução da autoctonia e das emoções intergrupais negativas. No entanto, contrariamente ao esperado, as representações identitárias inclusivas não estiveram associadas a atitudes positivas, através da redução da nostalgia nacional. Este trabalho mostrou, pela primeira vez, que identidades inclusivas são uma estratégia que pode reduzir a adesão a argumentos autóctones, promovendo assim atitudes mais positivas e uma integração bem-sucedida dos imigrantes que chegam à Europa.
{"title":"Cheguei primeiro! Autoctonia e nostalgia nacional como mecanismos de redução do preconceito","authors":"Nivalda Novo Reis, Rita S. Guerra","doi":"10.14417/AP.1411","DOIUrl":"https://doi.org/10.14417/AP.1411","url":null,"abstract":"Este estudo explorou novos mecanismos através dos quais o modelo da identidade endogrupal comum melhora as atitudes intergrupais (Gaertner & Dovidio, 2000). Especificamente, explorou-se se representações identitárias mais inclusivas de grupo único e de dupla identidade melhoram as atitudes intergrupais, através da redução da nostalgia nacional, da autoctonia e das emoções intergrupais negativas, relativamente a 3 grupos de imigrantes a residir em Portugal (i.e., africanos, brasileiros e ucranianos). Participaram neste estudo 305 participantes de origem portuguesa, que preencheram um questionário com as medidas de interesse. Os resultados revelaram que, tal como esperado, a representação identitária de grupo único esteve associada a atitudes intergrupais mais positivas (i.e., verificou-se uma diminuição da distância social e aumento dos sentimentos positivos), através da redução da autoctonia e das emoções intergrupais negativas. No entanto, contrariamente ao esperado, as representações identitárias inclusivas não estiveram associadas a atitudes positivas, através da redução da nostalgia nacional. Este trabalho mostrou, pela primeira vez, que identidades inclusivas são uma estratégia que pode reduzir a adesão a argumentos autóctones, promovendo assim atitudes mais positivas e uma integração bem-sucedida dos imigrantes que chegam à Europa.","PeriodicalId":38440,"journal":{"name":"Analise Psicologica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48318162","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
S. R. Santos, Nuno Gago, Arminda Suárez Perdomo, María José Rodrigo
Este estudo pretende examinar a eficiência com que pais e mães portugueses utilizam os recursos disponíveis na Internet como apoio na educação dos seus filhos. Participaram nesta investigação um total de 282 pais, através da resposta a um questionário online. Os resultados encontrados demonstram diferenças entre grupos socioeconómicos no acesso à Internet, bem como diferenças na proficiência parental em função da idade e níveis socioeconómico e educativo. São as mães mais jovens, de níveis socioeconómicos e educativos mais altos e com filhos mais pequenos as maiores utilizadoras e proficientes na Internet para a procura de informação educativa. Os resultados deste estudo permitem compreender os hábitos de utilização e avaliação dos pais, dando pistas para desenvolver novos estudos e recursos online. Estes resultados podem ainda ajudar a refletir sobre a forma de contornar as dificuldades de acesso à informação e de avaliação da mesma, nomeadamente nas camadas socioeconómicas mais baixas.
{"title":"Pais e Internet: Que tipo de utilização?","authors":"S. R. Santos, Nuno Gago, Arminda Suárez Perdomo, María José Rodrigo","doi":"10.14417/AP.1329","DOIUrl":"https://doi.org/10.14417/AP.1329","url":null,"abstract":"Este estudo pretende examinar a eficiência com que pais e mães portugueses utilizam os recursos disponíveis na Internet como apoio na educação dos seus filhos. Participaram nesta investigação um total de 282 pais, através da resposta a um questionário online. Os resultados encontrados demonstram diferenças entre grupos socioeconómicos no acesso à Internet, bem como diferenças na proficiência parental em função da idade e níveis socioeconómico e educativo. São as mães mais jovens, de níveis socioeconómicos e educativos mais altos e com filhos mais pequenos as maiores utilizadoras e proficientes na Internet para a procura de informação educativa. Os resultados deste estudo permitem compreender os hábitos de utilização e avaliação dos pais, dando pistas para desenvolver novos estudos e recursos online. Estes resultados podem ainda ajudar a refletir sobre a forma de contornar as dificuldades de acesso à informação e de avaliação da mesma, nomeadamente nas camadas socioeconómicas mais baixas.","PeriodicalId":38440,"journal":{"name":"Analise Psicologica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46606213","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este estudo tem como objetivo analisar a influência do sentido de vida, suporte social, ansiedade e depressão na perceção de qualidade de vida de pessoas com Esclerose Múltipla (EM). A amostra, constituída por 30 indivíduos com diagnóstico médico confirmado de EM, sendo 56.7% mulheres, e com uma média de idade de 48.17 anos, respondeu aos seguintes instrumentos: questionário sociodemográfico, Escala de Sentido de Vida, Escala de Suporte Social, HADS e WHOQOL-Bref. Efetuaram-se modelos de regressão para analisar os determinantes dos vários domínios da qualidade de vida, tendo-se observado os seguintes determinantes: para a faceta Geral da Qualidade de Vida e para o domínio de Relações Sociais, a Depressão; para o domínio Físico, a Depressão e Subdiagnóstico de EM; para os domínios Psicológico e Ambiente da Qualidade de Vida observou-se um efeito significativo do Sentido de Vida e da Ansiedade. Este estudo aponta para a relevância da intervenção psicológica na melhoria da qualidade de vida na EM e, designadamente, para a importância da diminuição da sintomatologia ansiosa e depressiva e redescoberta do sentido de vida.
{"title":"A influência do sentido de vida e de fatores psicossociais na qualidade de vida de doentes com esclerose múltipla","authors":"C. Pinto, M. Guerra","doi":"10.14417/AP.1394","DOIUrl":"https://doi.org/10.14417/AP.1394","url":null,"abstract":"Este estudo tem como objetivo analisar a influência do sentido de vida, suporte social, ansiedade e depressão na perceção de qualidade de vida de pessoas com Esclerose Múltipla (EM). A amostra, constituída por 30 indivíduos com diagnóstico médico confirmado de EM, sendo 56.7% mulheres, e com uma média de idade de 48.17 anos, respondeu aos seguintes instrumentos: questionário sociodemográfico, Escala de Sentido de Vida, Escala de Suporte Social, HADS e WHOQOL-Bref. Efetuaram-se modelos de regressão para analisar os determinantes dos vários domínios da qualidade de vida, tendo-se observado os seguintes determinantes: para a faceta Geral da Qualidade de Vida e para o domínio de Relações Sociais, a Depressão; para o domínio Físico, a Depressão e Subdiagnóstico de EM; para os domínios Psicológico e Ambiente da Qualidade de Vida observou-se um efeito significativo do Sentido de Vida e da Ansiedade. Este estudo aponta para a relevância da intervenção psicológica na melhoria da qualidade de vida na EM e, designadamente, para a importância da diminuição da sintomatologia ansiosa e depressiva e redescoberta do sentido de vida.","PeriodicalId":38440,"journal":{"name":"Analise Psicologica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48446828","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Jorge Luís Esperança, Cláudia Dias, Robert J. Brustad, A. Fonseca
Este estudo teve por objetivo procurar perceber como se situam os jovens portugueses relativamente a alguns parâmetros que têm sido associados com o desenvolvimento positivo dos jovens. Para o efeito, foi considerado o modelo dos 5C’s (Lerner et al., 2005), nomeadamente no que concerne à sua proposta de avaliação. Novecentos e sete alunos portugueses, de ambos os sexos e com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos preencheram o PYDp/red (Esperança, Dias, Brustad, & Fonseca, 2017), a versão portuguesa do Measure of PYD (Lerner et al., 2005). Os resultados permitiram constatar que os jovens apresentavam resultados mais elevados nas questões que se prendiam com o autoconceito e com uma visão positiva das suas próprias ações, demonstrando valores menos elevados no respeito pelas regras sociais e padrões corretos de comportamento, bem como na compreensão pelos outros e nos vínculos positivos. Constatou-se ainda que as raparigas apresentavam resultados médios mais elevados do que os rapazes, mas apenas se verificavam diferenças estatisticamente significativas na dimensão caráter. No que concerne à idade, existiam diferenças acentuadas nos resultados, sendo os resultados inferiores, em todas as dimensões, nos jovens que se encontravam no final da puberdade, comparativamente aos de outras faixas etárias.
{"title":"Desenvolvimento positivo dos jovens: Estudo exploratório realizado com estudantes portugueses","authors":"Jorge Luís Esperança, Cláudia Dias, Robert J. Brustad, A. Fonseca","doi":"10.14417/AP.1420","DOIUrl":"https://doi.org/10.14417/AP.1420","url":null,"abstract":"Este estudo teve por objetivo procurar perceber como se situam os jovens portugueses relativamente a alguns parâmetros que têm sido associados com o desenvolvimento positivo dos jovens. Para o efeito, foi considerado o modelo dos 5C’s (Lerner et al., 2005), nomeadamente no que concerne à sua proposta de avaliação. Novecentos e sete alunos portugueses, de ambos os sexos e com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos preencheram o PYDp/red (Esperança, Dias, Brustad, & Fonseca, 2017), a versão portuguesa do Measure of PYD (Lerner et al., 2005). Os resultados permitiram constatar que os jovens apresentavam resultados mais elevados nas questões que se prendiam com o autoconceito e com uma visão positiva das suas próprias ações, demonstrando valores menos elevados no respeito pelas regras sociais e padrões corretos de comportamento, bem como na compreensão pelos outros e nos vínculos positivos. Constatou-se ainda que as raparigas apresentavam resultados médios mais elevados do que os rapazes, mas apenas se verificavam diferenças estatisticamente significativas na dimensão caráter. No que concerne à idade, existiam diferenças acentuadas nos resultados, sendo os resultados inferiores, em todas as dimensões, nos jovens que se encontravam no final da puberdade, comparativamente aos de outras faixas etárias.","PeriodicalId":38440,"journal":{"name":"Analise Psicologica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46249035","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
C. Toscano, J. Baptista, A. Mesquita, C. George, I. Soares
O sistema de vinculação da criança é complementado por um sistema, separado e recíproco, de prestação de cuidados parentais, que guia as respostas de proteção do cuidador em relação à criança. Disrupções neste último sistema poderão conduzir a uma prestação de cuidados desorganizada; no entanto, o conhecimento acerca da desorganização da prestação de cuidados permanece incompleta, estando o seu estudo limitado a metodologias dispendiosas. O presente estudo pretendeu analisar as qualidades psicométricas do Caregiving Helplessness Questionnaire (CHQ), uma ferramenta de screening para a desorganização da prestação de cuidados, numa amostra de 200 mães portuguesas de crianças em idade pré-escolar. A análise factorial confirmatória não confirmou a estrutura da versão original do CHQ. Uma solução de cinco fatores verificou-se como sendo a melhor, produzindo cinco escalas conceptualmente correspondentes às principais dimensões da desorganização das relações em idade pré-escolar: Mother Helpless, Mother Frightened, Child Frightened, Child Cheers Mothers e Child Caregiving. O estudo da consistência interna obteve resultados satisfatórios e a validade convergente e discriminante foi confirmada. A validade concorrente também foi estabelecida através de associações significativas entre as escalas do CHQ e variáveis dos domínios materno e da criança que têm sido conceptual e empiricamente associadas com a desorganização. Em conclusão, os resultados suportam a validade do CHQ para mães portuguesas de crianças pré-escolares, como um instrumento de screening promissor desorganização da prestação de cuidados.
{"title":"Caregiving Helplessness Questionnaire (CHQ) applied to Portuguese mothers of preschool-aged children: A psychometric study","authors":"C. Toscano, J. Baptista, A. Mesquita, C. George, I. Soares","doi":"10.14417/ap.1544","DOIUrl":"https://doi.org/10.14417/ap.1544","url":null,"abstract":"O sistema de vinculação da criança é complementado por um sistema, separado e recíproco, de prestação de cuidados parentais, que guia as respostas de proteção do cuidador em relação à criança. Disrupções neste último sistema poderão conduzir a uma prestação de cuidados desorganizada; no entanto, o conhecimento acerca da desorganização da prestação de cuidados permanece incompleta, estando o seu estudo limitado a metodologias dispendiosas. O presente estudo pretendeu analisar as qualidades psicométricas do Caregiving Helplessness Questionnaire (CHQ), uma ferramenta de screening para a desorganização da prestação de cuidados, numa amostra de 200 mães portuguesas de crianças em idade pré-escolar. A análise factorial confirmatória não confirmou a estrutura da versão original do CHQ. Uma solução de cinco fatores verificou-se como sendo a melhor, produzindo cinco escalas conceptualmente correspondentes às principais dimensões da desorganização das relações em idade pré-escolar: Mother Helpless, Mother Frightened, Child Frightened, Child Cheers Mothers e Child Caregiving. O estudo da consistência interna obteve resultados satisfatórios e a validade convergente e discriminante foi confirmada. A validade concorrente também foi estabelecida através de associações significativas entre as escalas do CHQ e variáveis dos domínios materno e da criança que têm sido conceptual e empiricamente associadas com a desorganização. Em conclusão, os resultados suportam a validade do CHQ para mães portuguesas de crianças pré-escolares, como um instrumento de screening promissor desorganização da prestação de cuidados.","PeriodicalId":38440,"journal":{"name":"Analise Psicologica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-11-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"66957306","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}