Flaviane da Costa Oliveira, Jaíza Pollyanna Dias da Cruz Rocha, Janaína Campos de Freitas Breugelmans, Ingrid Faria Gianordoli-Nascimento, Fatima Maria Leite Cruz
O trabalho buscou compreender as dinâmicas de socializacao e apoio materno a trajetoria de militância politica de sujeitos que se opuseram ao regime militar no Brasil (1964-1985). Para tanto, foram realizadas dezenove entrevistas semiestruturadas com familiares de militantes e com militantes opositores do regime. A partir da analise de conteudo foram construidas duas categorias tematicas: 1) Formacao moral-politico-ideologica; e 2) Figura de apoio. As memorias pessoais e comuns dos entrevistados apresentaram a mae como agente essencial para a formacao politico-moral-ideologica, e posteriormente, como principal figura de apoio as trajetorias de militância politica. A influencia materna repercutiu nas motivacoes e acoes politicas da geracao seguinte, fomentando novas possibilidades e ampliando os lugares de atuacao feminina no cenario publico. Dessa maneira, a investigacao dessas experiencias revelou facetas que colaboram para a compreensao das relacoes de genero em suas conexoes com a pauta politica, impactando versoes que compoem a memoria historica do periodo.
{"title":"Memórias familiares sobre as dinâmicas de socialização e apoio materno às trajetórias de militância política contra a ditadura militar no Brasil","authors":"Flaviane da Costa Oliveira, Jaíza Pollyanna Dias da Cruz Rocha, Janaína Campos de Freitas Breugelmans, Ingrid Faria Gianordoli-Nascimento, Fatima Maria Leite Cruz","doi":"10.4000/ORDA.3501","DOIUrl":"https://doi.org/10.4000/ORDA.3501","url":null,"abstract":"O trabalho buscou compreender as dinâmicas de socializacao e apoio materno a trajetoria de militância politica de sujeitos que se opuseram ao regime militar no Brasil (1964-1985). Para tanto, foram realizadas dezenove entrevistas semiestruturadas com familiares de militantes e com militantes opositores do regime. A partir da analise de conteudo foram construidas duas categorias tematicas: 1) Formacao moral-politico-ideologica; e 2) Figura de apoio. As memorias pessoais e comuns dos entrevistados apresentaram a mae como agente essencial para a formacao politico-moral-ideologica, e posteriormente, como principal figura de apoio as trajetorias de militância politica. A influencia materna repercutiu nas motivacoes e acoes politicas da geracao seguinte, fomentando novas possibilidades e ampliando os lugares de atuacao feminina no cenario publico. Dessa maneira, a investigacao dessas experiencias revelou facetas que colaboram para a compreensao das relacoes de genero em suas conexoes com a pauta politica, impactando versoes que compoem a memoria historica do periodo.","PeriodicalId":405336,"journal":{"name":"L'Ordinaire des Amériques","volume":"2 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2017-06-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133770626","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O artigo trata da militância de mulheres, na cidade de Osasco/SP, Brasil, durante a ditadura civil-militar. Entre os anos de 2005 e 2012 foram realizadas entrevistas com mulheres que atuaram entre a guerrilha e o espaco domestico. Sem que essas mulheres possuissem envolvimento politico com movimento estudantil ou sindical e sem militância na guerrilha, contaram como as prisoes de seus entes queridos afetaram suas vidas e o espaco domestico. Movidas pelo afeto, pela vontade de defender a vida de amigos e familiares, presos e torturados, elas desenvolveram formas inovadoras para conseguir atender os seus objetivos, desde defender suas casas, esconder material da guerrilha e provas, visitar os presos e garantir a comunicacao entre eles e suas familias. Atuaram, tambem, na luta pela anistia. Movidas pela paixao, demonstraram que a militância pode ser subversiva de muitas formas, inclusive utilizando estigmas morais em torno de representacoes femininas para criar praticas de resistencia.
{"title":"A militância pelo afeto: táticas femininas para enganar perpetradores durante a ditadura civil-militar brasileira (1964-1984)","authors":"Marta Rovai","doi":"10.4000/ORDA.3531","DOIUrl":"https://doi.org/10.4000/ORDA.3531","url":null,"abstract":"O artigo trata da militância de mulheres, na cidade de Osasco/SP, Brasil, durante a ditadura civil-militar. Entre os anos de 2005 e 2012 foram realizadas entrevistas com mulheres que atuaram entre a guerrilha e o espaco domestico. Sem que essas mulheres possuissem envolvimento politico com movimento estudantil ou sindical e sem militância na guerrilha, contaram como as prisoes de seus entes queridos afetaram suas vidas e o espaco domestico. Movidas pelo afeto, pela vontade de defender a vida de amigos e familiares, presos e torturados, elas desenvolveram formas inovadoras para conseguir atender os seus objetivos, desde defender suas casas, esconder material da guerrilha e provas, visitar os presos e garantir a comunicacao entre eles e suas familias. Atuaram, tambem, na luta pela anistia. Movidas pela paixao, demonstraram que a militância pode ser subversiva de muitas formas, inclusive utilizando estigmas morais em torno de representacoes femininas para criar praticas de resistencia.","PeriodicalId":405336,"journal":{"name":"L'Ordinaire des Amériques","volume":"330 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2017-06-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133569083","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
El golpe de Estado del coronel Fulgencio Batista el 10 de marzo de 1952 puso fin al periodo democratico que se inauguro en Cuba con la ratificacion de la Constitucion de 1940. Desde ese momento, la oposicion al gobierno de Batista paso de las manifestaciones pacificas lideradas por grupos de estudiantes escolares y universitarios al sabotaje y terrorismo urbano, asi como la lucha guerrillera hasta que en enero de 1959 el movimiento insurreccional logro derrocar al gobierno golpista. Con la excepcion de los estudios realizados por Sergio Lopez y Francisco Pividal, o los testimonios de Luis Buch, se desconocen muchas facetas de la actividad desempenada por los clubes en apoyo a la insurreccion cubana que surgieron y actuaron desde exilio entre 1955 y 1959. Este articulo se apoya en prensa latinoamericana y estadounidense, asi como archivos personales consultados en La Habana y Miami. Siguiendo las mencionadas lineas de investigacion, se pretende delimitar cual fue el rol desempenado por las mujeres cubanas en estas agrupaciones y secciones exteriores. En concreto, se examinaran los clubes o mujeres activistas de Mexico, Estados Unidos, Chile y Argentina.
{"title":"Las mujeres exiliadas en la internacionalización de la insurrección cubana: 1955-1958","authors":"Manuel Ramírez Chicharro","doi":"10.4000/orda.3423","DOIUrl":"https://doi.org/10.4000/orda.3423","url":null,"abstract":"El golpe de Estado del coronel Fulgencio Batista el 10 de marzo de 1952 puso fin al periodo democratico que se inauguro en Cuba con la ratificacion de la Constitucion de 1940. Desde ese momento, la oposicion al gobierno de Batista paso de las manifestaciones pacificas lideradas por grupos de estudiantes escolares y universitarios al sabotaje y terrorismo urbano, asi como la lucha guerrillera hasta que en enero de 1959 el movimiento insurreccional logro derrocar al gobierno golpista. Con la excepcion de los estudios realizados por Sergio Lopez y Francisco Pividal, o los testimonios de Luis Buch, se desconocen muchas facetas de la actividad desempenada por los clubes en apoyo a la insurreccion cubana que surgieron y actuaron desde exilio entre 1955 y 1959. Este articulo se apoya en prensa latinoamericana y estadounidense, asi como archivos personales consultados en La Habana y Miami. Siguiendo las mencionadas lineas de investigacion, se pretende delimitar cual fue el rol desempenado por las mujeres cubanas en estas agrupaciones y secciones exteriores. En concreto, se examinaran los clubes o mujeres activistas de Mexico, Estados Unidos, Chile y Argentina.","PeriodicalId":405336,"journal":{"name":"L'Ordinaire des Amériques","volume":"46 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2017-06-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124438105","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Eleonora Menicucci et Angela Arruda accomplissent des parcours engages a l’elaboration des nouveaux modes de production de subjectivites et d’un monde plus philogyne. Mise en prison et torturee, Eleonora Menicucci a eu un contact anterieur avec le mouvement feministe de la ville de Belo Horizonte, Bresil ; d’ou ele est partie ensuite pour Joao Pessoa, Bresil ; ville ou elle a aide dans la creation du groupe Feministe Maria Mulher, le premier de l’etat. Angela Arruda, exilee en France, a poursuivi sa militance dans des organisations de gauche, a participe du mouvement feministe francais et a acquiert des habitudes de vie alternative. Elle est revenue au Bresil en 1982, apres avoir aide dans la creation du groupe de femmes de Campina Grande/PB et inspire le groupe Raizes, fonde apres. A travers leurs histoires, qui regroupent la resistance a la dictature et la force des feminismes, nous avons comme but coudre des fils de l’histoire des resistances au regime militaire et aux structures patriarcales et misogynes, ce qui met en valeur la croissance du mouvement feministe de l’etat de la Paraiba et du Bresil.
{"title":"As trajetórias de Eleonora Menicucci de Oliveira e Angela Maria Silva Arruda entre revoluções e feminismos","authors":"Dayane Nascimento Sobreira","doi":"10.4000/orda.3440","DOIUrl":"https://doi.org/10.4000/orda.3440","url":null,"abstract":"Eleonora Menicucci et Angela Arruda accomplissent des parcours engages a l’elaboration des nouveaux modes de production de subjectivites et d’un monde plus philogyne. Mise en prison et torturee, Eleonora Menicucci a eu un contact anterieur avec le mouvement feministe de la ville de Belo Horizonte, Bresil ; d’ou ele est partie ensuite pour Joao Pessoa, Bresil ; ville ou elle a aide dans la creation du groupe Feministe Maria Mulher, le premier de l’etat. Angela Arruda, exilee en France, a poursuivi sa militance dans des organisations de gauche, a participe du mouvement feministe francais et a acquiert des habitudes de vie alternative. Elle est revenue au Bresil en 1982, apres avoir aide dans la creation du groupe de femmes de Campina Grande/PB et inspire le groupe Raizes, fonde apres. A travers leurs histoires, qui regroupent la resistance a la dictature et la force des feminismes, nous avons comme but coudre des fils de l’histoire des resistances au regime militaire et aux structures patriarcales et misogynes, ce qui met en valeur la croissance du mouvement feministe de l’etat de la Paraiba et du Bresil.","PeriodicalId":405336,"journal":{"name":"L'Ordinaire des Amériques","volume":"5 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2017-06-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123500451","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Los testimonios femeninos sobre la historia reciente del Uruguay comenzaron a ser divulgados con bastante retraso respecto a los de los varones. Las memorias hegemonicas fueron masculinas. En este articulo analizamos las cartas enviadas por dos presas politicas a sus familiares, entre 1973 y 1979, en particular sus contenidos autobiograficos y relacionales, las diversas memorias en ellas presentes, y las formasen que setransmitieron. Estas cartas fueron publicadas en diferentes momentos y lugares: las de Flavia Schilling en Porto Alegre en 1978 y 1980, en el marco de una campanapara su liberacion. Las de Susana Pacifici en 2015, despues de su muerte, en Montevideo, para que sus hijas y el resto de la sociedad uruguaya conociera su vida y acciones. Ambas correspondencias presentan algunas caracteristicas comunes, como la descripcion de su vida cotidiana, el apoyo de sus companeras en momentos dificiles y la transmision de experiencias a traves de sentimientos y sensaciones que estimulan la participacion de los lectores. Lo mas significativo es que son escrituras de dolor en momentos historicos criticos. Percibimos que ambas vivieron y escribieron junto a sus companeras, con una voz colectiva que intentamos rescatar.
{"title":"Las cartas que llegaron: resistencias “letradas” en el universo carcelario femenino del Uruguay dictatorial","authors":"Marisa Ruiz","doi":"10.4000/ORDA.3451","DOIUrl":"https://doi.org/10.4000/ORDA.3451","url":null,"abstract":"Los testimonios femeninos sobre la historia reciente del Uruguay comenzaron a ser divulgados con bastante retraso respecto a los de los varones. Las memorias hegemonicas fueron masculinas. En este articulo analizamos las cartas enviadas por dos presas politicas a sus familiares, entre 1973 y 1979, en particular sus contenidos autobiograficos y relacionales, las diversas memorias en ellas presentes, y las formasen que setransmitieron. Estas cartas fueron publicadas en diferentes momentos y lugares: las de Flavia Schilling en Porto Alegre en 1978 y 1980, en el marco de una campanapara su liberacion. Las de Susana Pacifici en 2015, despues de su muerte, en Montevideo, para que sus hijas y el resto de la sociedad uruguaya conociera su vida y acciones. Ambas correspondencias presentan algunas caracteristicas comunes, como la descripcion de su vida cotidiana, el apoyo de sus companeras en momentos dificiles y la transmision de experiencias a traves de sentimientos y sensaciones que estimulan la participacion de los lectores. Lo mas significativo es que son escrituras de dolor en momentos historicos criticos. Percibimos que ambas vivieron y escribieron junto a sus companeras, con una voz colectiva que intentamos rescatar.","PeriodicalId":405336,"journal":{"name":"L'Ordinaire des Amériques","volume":"9 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2017-06-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126369893","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O artigo objetiva analisar o documentario “Em busca de Iara” (2014), dirigido por Flavio Frederico. O filme pretende reconstituir a trajetoria da militante politica Iara Iavelberg, cuja narrativa e conduzida por Mariana Pamplona, sobrinha de Iara e responsavel pelo roteiro, producao e codirecao dessa obra. Contudo, o foco do documentario e o desmonte da versao oficial da ditadura, que atribuiu a um suicidio a causa da morte de Iara Iavelberg, em 1971. Assim, na ânsia investigativa para provar que Iara Iavelberg teria sido assassinada pela repressao, o documentario relega a um plano secundario sua militância politica durante a ditadura. O argumento central e que no documentario a guerrilheira Iara permanece sendo reconhecida pela beleza e por ter sido a mulher do ex-capitao do Exercito Carlos Lamarca e nao por sua atuacao politica, o que pouco contribui para a discussao do papel da militância feminina nas organizacoes de esquerda nesse periodo.
本文旨在分析弗拉维奥·弗雷德里科导演的纪录片《Em busca de Iara》(2014)。这部电影旨在重建政治激进分子Iara Iavelberg的轨迹,她的叙事由Mariana Pamplona领导,她是Iara的侄女,负责剧本、制作和联合导演。然而,这部纪录片的重点是推翻独裁统治的官方版本,后者将Iara Iavelberg在1971年的死亡归咎于自杀。因此,为了证明Iara Iavelberg是被镇压杀害的,这部纪录片将她在独裁时期的政治激进主义置于次要地位。在纪录片的核心论点和游击队员Iara依然美丽和被认可的妻子前陆军-卡洛斯”和不atuacao政策,有助于讨论女性的角色在左边那个时期的组织。
{"title":"Representações do feminino no cinema e na memória da resistência armada à ditadura militar brasileira. Notas sobre o caso de Iara Iavelberg, a partir do documentário Em busca de Iara (2014) de Flávio Frederico e Mariana Pamplona","authors":"C. Dellamore, Juliana de Souza Fernandes","doi":"10.4000/ORDA.3464","DOIUrl":"https://doi.org/10.4000/ORDA.3464","url":null,"abstract":"O artigo objetiva analisar o documentario “Em busca de Iara” (2014), dirigido por Flavio Frederico. O filme pretende reconstituir a trajetoria da militante politica Iara Iavelberg, cuja narrativa e conduzida por Mariana Pamplona, sobrinha de Iara e responsavel pelo roteiro, producao e codirecao dessa obra. Contudo, o foco do documentario e o desmonte da versao oficial da ditadura, que atribuiu a um suicidio a causa da morte de Iara Iavelberg, em 1971. Assim, na ânsia investigativa para provar que Iara Iavelberg teria sido assassinada pela repressao, o documentario relega a um plano secundario sua militância politica durante a ditadura. O argumento central e que no documentario a guerrilheira Iara permanece sendo reconhecida pela beleza e por ter sido a mulher do ex-capitao do Exercito Carlos Lamarca e nao por sua atuacao politica, o que pouco contribui para a discussao do papel da militância feminina nas organizacoes de esquerda nesse periodo.","PeriodicalId":405336,"journal":{"name":"L'Ordinaire des Amériques","volume":"108 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2017-06-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114522680","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo discute resultados de entrevistas realizadas em Recife, capital do estado de Pernambuco, no âmbito da pesquisa “Identidade e memoria dos ‘anos de chumbo’: a trajetoria de familiares de presos e desaparecidos politicos durante a ditadura militar em Belo Horizonte, Recife, Brasilia e Vitoria”. No recorte buscamos compreender o impacto da militância contra a ditadura militar na dinâmica familiar e nas concepcoes de mulher e maternidade. Realizamos 19 entrevistas e selecionamos duas que ressaltavam as trajetorias de mulheres na busca de seus filhos. A analise do conteudo permitiu a construcao de dois eixos tematicos inter-relacionados. No primeiro, levantamos as mudancas nos papeis sociais no interior das familias, e no segundo, a ocupacao do espaco publico pelas mulheres-maes. Observou-se o impacto da ditadura militar reconfigurando o papel tradicional da mulher no seio da familia e, na busca de seus filhos essas mulheres foram, paulatinamente, se inserindo na vida publica, exercendo um papel politico, gestando novas formas de conceber a mulher e a maternidade e modificando seu lugar de mulher e mae na sociedade.
{"title":"As mães de filhos mortos/desaparecidos na ditadura militar no Brasil: da luta política das mulheres à inserção no espaço público","authors":"Fatima Maria Leite Cruz, M. D. F. Santos","doi":"10.4000/ORDA.3518","DOIUrl":"https://doi.org/10.4000/ORDA.3518","url":null,"abstract":"Este artigo discute resultados de entrevistas realizadas em Recife, capital do estado de Pernambuco, no âmbito da pesquisa “Identidade e memoria dos ‘anos de chumbo’: a trajetoria de familiares de presos e desaparecidos politicos durante a ditadura militar em Belo Horizonte, Recife, Brasilia e Vitoria”. No recorte buscamos compreender o impacto da militância contra a ditadura militar na dinâmica familiar e nas concepcoes de mulher e maternidade. Realizamos 19 entrevistas e selecionamos duas que ressaltavam as trajetorias de mulheres na busca de seus filhos. A analise do conteudo permitiu a construcao de dois eixos tematicos inter-relacionados. No primeiro, levantamos as mudancas nos papeis sociais no interior das familias, e no segundo, a ocupacao do espaco publico pelas mulheres-maes. Observou-se o impacto da ditadura militar reconfigurando o papel tradicional da mulher no seio da familia e, na busca de seus filhos essas mulheres foram, paulatinamente, se inserindo na vida publica, exercendo um papel politico, gestando novas formas de conceber a mulher e a maternidade e modificando seu lugar de mulher e mae na sociedade.","PeriodicalId":405336,"journal":{"name":"L'Ordinaire des Amériques","volume":"26 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2017-06-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115983513","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
As mulheres historicamente ocuparam papeis de resistencia a regimes autoritarios, como durante as ditaduras vividas no Brasil e na Argentina no seculo XX. Nesses periodos, os militares incumbidos de perseguir, torturar e matar os opositores ao governo ditatorial perpetraram contra as mulheres formas de violencia que buscavam nao somente fulminar a dissidencia politica, como tambem conforma-las a papeis de genero socialmente definidos. No contexto de redemocratizacao pos regimes ditatoriais, uma justica transicional que se faz silente em relacao as violencias sexuais e de genero perpetradas pelos agentes da ditadura contra os corpos femininos contribui para a perpetuacao das concepcoes machistas e patriarcais em Estados Democraticos de Direito. Este artigo busca compreender as estruturas de poder por tras das formas de tortura contra as mulheres e comparar tanto como as vivencias das brasileiras e das argentinas durante as ditaduras militares, quanto como as suas atuacoes nos momentos de transicao de regimes refletiram positiva ou negativamente na consolidacao de direitos das mulheres nas novas democracias.
{"title":"As violências sexuais e de gênero e a justiça de transição no Brasil e na Argentina: uma análise comparativa dos movimentos de mulheres em cada país","authors":"F. A. Pereira, Luísa Santos Paulo","doi":"10.4000/ORDA.3478","DOIUrl":"https://doi.org/10.4000/ORDA.3478","url":null,"abstract":"As mulheres historicamente ocuparam papeis de resistencia a regimes autoritarios, como durante as ditaduras vividas no Brasil e na Argentina no seculo XX. Nesses periodos, os militares incumbidos de perseguir, torturar e matar os opositores ao governo ditatorial perpetraram contra as mulheres formas de violencia que buscavam nao somente fulminar a dissidencia politica, como tambem conforma-las a papeis de genero socialmente definidos. No contexto de redemocratizacao pos regimes ditatoriais, uma justica transicional que se faz silente em relacao as violencias sexuais e de genero perpetradas pelos agentes da ditadura contra os corpos femininos contribui para a perpetuacao das concepcoes machistas e patriarcais em Estados Democraticos de Direito. Este artigo busca compreender as estruturas de poder por tras das formas de tortura contra as mulheres e comparar tanto como as vivencias das brasileiras e das argentinas durante as ditaduras militares, quanto como as suas atuacoes nos momentos de transicao de regimes refletiram positiva ou negativamente na consolidacao de direitos das mulheres nas novas democracias.","PeriodicalId":405336,"journal":{"name":"L'Ordinaire des Amériques","volume":"23 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2017-06-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132884397","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
En la presente elaboracion, analizaremos la experiencia vivida por las mujeres militantes en los centros clandestinos de detencion durante la ultima dictadura militar en Argentina (1976-1983). Desde una perspectiva de genero, incursionaremos en las caracteristicas de la subjetividad femenina forjada en los lugares de encierro. Estas mujeres padecieron, ademas de la tortura, una violencia politica sexuada. Dicha violencia ha tenido la finalidad de disciplinar, feminizar y reubicar a las militantes en el rol de genero del cual se habian alejado por tener acceso a otras experiencias como fue en la militancia setentista. Al reforzarse con la dictadura un mandato patriarcal, consideramos que existio una resignificacion de la masculinidad y feminidad en estos espacios de encierro. La masculinidad estuvo representada por el poder absoluto de los torturadores sobre los cuerpos de victimas pasivas. La feminidad se asocio con la pasividad: cuerpos (tanto de mujeres como de varones) sumidos a actitudes dependientes, impotentes y humillantes. Los relatos en los juicios sobre delitos contra la integridad sexual empiezan a habilitarse hoy, ya que en la decada del 80 las violaciones no eran visibilizadas en los juicios. Son historias que hacen a la memoria publica del pasado reciente, cuyas visibilizaciones contribuiran a enriquecerla.
{"title":"Cuerpos y subjetividades en disputa: Experiencias femeninas en los centros clandestinos de detención en Argentina (1976-1983)","authors":"P. Martínez","doi":"10.4000/ORDA.3491","DOIUrl":"https://doi.org/10.4000/ORDA.3491","url":null,"abstract":"En la presente elaboracion, analizaremos la experiencia vivida por las mujeres militantes en los centros clandestinos de detencion durante la ultima dictadura militar en Argentina (1976-1983). Desde una perspectiva de genero, incursionaremos en las caracteristicas de la subjetividad femenina forjada en los lugares de encierro. Estas mujeres padecieron, ademas de la tortura, una violencia politica sexuada. Dicha violencia ha tenido la finalidad de disciplinar, feminizar y reubicar a las militantes en el rol de genero del cual se habian alejado por tener acceso a otras experiencias como fue en la militancia setentista. Al reforzarse con la dictadura un mandato patriarcal, consideramos que existio una resignificacion de la masculinidad y feminidad en estos espacios de encierro. La masculinidad estuvo representada por el poder absoluto de los torturadores sobre los cuerpos de victimas pasivas. La feminidad se asocio con la pasividad: cuerpos (tanto de mujeres como de varones) sumidos a actitudes dependientes, impotentes y humillantes. Los relatos en los juicios sobre delitos contra la integridad sexual empiezan a habilitarse hoy, ya que en la decada del 80 las violaciones no eran visibilizadas en los juicios. Son historias que hacen a la memoria publica del pasado reciente, cuyas visibilizaciones contribuiran a enriquecerla.","PeriodicalId":405336,"journal":{"name":"L'Ordinaire des Amériques","volume":"44 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2017-06-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124196214","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Cette publication, au titre et projet ambitieux, souhaite retracer, dans toutes leurs varietes, les migrations politiques latino-americaines en France de 1964 a nos jours, avec pour objectif de « saisir l’inscription de la migration politique dans un rapport de force au sein de l’Etat, par l’intermediaire des partis de gauche, des intellectuels, des syndicats, des Eglises et des institutions benevoles, nous permettant ainsi de rendre compte de l’impact culturel de cette migration » (p. 15). E...
{"title":"Erasmo Sáenz Carrete. L’exil latino-américain en France de 1964 au début du XXIe siècle","authors":"Nicolas Prognon","doi":"10.4000/orda.4162","DOIUrl":"https://doi.org/10.4000/orda.4162","url":null,"abstract":"Cette publication, au titre et projet ambitieux, souhaite retracer, dans toutes leurs varietes, les migrations politiques latino-americaines en France de 1964 a nos jours, avec pour objectif de « saisir l’inscription de la migration politique dans un rapport de force au sein de l’Etat, par l’intermediaire des partis de gauche, des intellectuels, des syndicats, des Eglises et des institutions benevoles, nous permettant ainsi de rendre compte de l’impact culturel de cette migration » (p. 15). E...","PeriodicalId":405336,"journal":{"name":"L'Ordinaire des Amériques","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2017-01-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129001671","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}