Pub Date : 2018-10-16DOI: 10.26694/pensando.v9i17.7263
O. Aguiar
O texto enseja discutir a relação entre a lei e a pluralidade humana, partindo da compreensão de que essa conexão, em Arendt, tem início nas suas considerações reflexivas sobre os refugiados, os minoritários e os apátridas em geral; e recebe sustentação filosófica na onto-antropologia, exposta na obra A condição humana. A ligação entre o conceito de lei e o conceito de pluralidade questiona a visão de lei subjacente à postura soberana e nacionalista do Estado nacional moderno e de outras tradições que defendem uma função imperativa e homogeneizadora da lei. Ao ligar a lei à pluralidade, Arendt aposta na possibilidade dos homens escolherem dividir a terra uns com os outros e na constituição de modos de vida pautados na convivência humana. A lei, nesse ponto de vista, estrutura e estabiliza as relações humanas no conceito arendtiano de amor mundi, na disposição dos humanos de conviverem uns com os outros através de atos e de palavras. Nessa perspectiva, a pluralidade e a diversidade humana são o motor que anima o encontro humano, a philia, a humanitas. Essa proposta discute, assim, problemas que estão provocando o pensamento na atualidade: o direito, a dificuldade e até mesmo a rejeição à pluralidade e à convivência humana entre grupos, classes e nações.
{"title":"A Lei e a pluralidade em Hannah Arendt","authors":"O. Aguiar","doi":"10.26694/pensando.v9i17.7263","DOIUrl":"https://doi.org/10.26694/pensando.v9i17.7263","url":null,"abstract":"O texto enseja discutir a relação entre a lei e a pluralidade humana, partindo da compreensão de que essa conexão, em Arendt, tem início nas suas considerações reflexivas sobre os refugiados, os minoritários e os apátridas em geral; e recebe sustentação filosófica na onto-antropologia, exposta na obra A condição humana. A ligação entre o conceito de lei e o conceito de pluralidade questiona a visão de lei subjacente à postura soberana e nacionalista do Estado nacional moderno e de outras tradições que defendem uma função imperativa e homogeneizadora da lei. Ao ligar a lei à pluralidade, Arendt aposta na possibilidade dos homens escolherem dividir a terra uns com os outros e na constituição de modos de vida pautados na convivência humana. A lei, nesse ponto de vista, estrutura e estabiliza as relações humanas no conceito arendtiano de amor mundi, na disposição dos humanos de conviverem uns com os outros através de atos e de palavras. Nessa perspectiva, a pluralidade e a diversidade humana são o motor que anima o encontro humano, a philia, a humanitas. Essa proposta discute, assim, problemas que estão provocando o pensamento na atualidade: o direito, a dificuldade e até mesmo a rejeição à pluralidade e à convivência humana entre grupos, classes e nações.","PeriodicalId":40593,"journal":{"name":"Pensando-Revista de Filosofia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-10-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41461658","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-10-16DOI: 10.26694/PENSANDO.V9I17.6424
Facundo Giuliano
La pedagogia critica latinoamericana, que tiene en Paulo Freire una de sus figuras mas notorias, ha realizado un importante aporte a la discusion pedagogica, aunque con ciertos limites, sobre el caracter disciplinario de la educacion moderna. Las paginas que componen este ensayo se proponen explorar dichos limites en el pensamiento de Freire, profundizando cuatro senalamientos filosoficos que componen una critica en cuatro dimensiones especificas (epistemica, etica, evaluativa y ontologica) de su propuesta filosofico-educativa. De este modo, abrevaremos en la lectura minuciosa de su ultima obra, Pedagogia de la autonomia , sin descuidar otras referencias claves que traeremos a la discusion. Por ultimo, y de modo inconclusivo, exploraremos los planteamientos criticos que Rodolfo Kusch le realizo a Paulo Freire revisando la vigencia de los mismos en relacion a un desarrollismo educativo que aun persiste. Con todo, se busca discutir el caracter colonial (evaluativo y moral) persistente en algunas posiciones o practicas pedagogicas y filosoficas que siguen vigentes y se hace necesario problematizar desde la filosofia de la educacion.
{"title":"Situar a Paulo Freire: Entre el racismo epistémico y la razón evaluadora. Una lectura crítica desde la Filosofía de la Educación","authors":"Facundo Giuliano","doi":"10.26694/PENSANDO.V9I17.6424","DOIUrl":"https://doi.org/10.26694/PENSANDO.V9I17.6424","url":null,"abstract":"La pedagogia critica latinoamericana, que tiene en Paulo Freire una de sus figuras mas notorias, ha realizado un importante aporte a la discusion pedagogica, aunque con ciertos limites, sobre el caracter disciplinario de la educacion moderna. Las paginas que componen este ensayo se proponen explorar dichos limites en el pensamiento de Freire, profundizando cuatro senalamientos filosoficos que componen una critica en cuatro dimensiones especificas (epistemica, etica, evaluativa y ontologica) de su propuesta filosofico-educativa. De este modo, abrevaremos en la lectura minuciosa de su ultima obra, Pedagogia de la autonomia , sin descuidar otras referencias claves que traeremos a la discusion. Por ultimo, y de modo inconclusivo, exploraremos los planteamientos criticos que Rodolfo Kusch le realizo a Paulo Freire revisando la vigencia de los mismos en relacion a un desarrollismo educativo que aun persiste. Con todo, se busca discutir el caracter colonial (evaluativo y moral) persistente en algunas posiciones o practicas pedagogicas y filosoficas que siguen vigentes y se hace necesario problematizar desde la filosofia de la educacion.","PeriodicalId":40593,"journal":{"name":"Pensando-Revista de Filosofia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-10-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45520296","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-10-16DOI: 10.26694/PENSANDO.V9I17.6444
M. R. Costa
Resumo: Quem se limita a ler apenas os dois primeiros livros do diálogo Sobre o Livre Arbítrio, de Santo Agostinho, escritos em sua juventude em resposta aos maniqueus, correrá o risco de pensar que está é a única e genuína concepção agostiniana de livre arbítrio/liberdade. Pois, até aquele momento Agostinho usa indiscriminadamente os termos livre arbítrio e liberdade como sinônimos, dando ao homem uma total independência em relação à graça divina. Entretanto, nas obras da maturidade, a começar pelo livro III do supracitado Diálogo, quando entram em questão em seu sistema filosófico-teológico os conceitos de pecado original e graça divina, Agostinho inicia uma progressiva distinção entre livre arbítrio e liberdade, na qual, num primeiro momento, na polêmica contra os pelagianos, o livre arbítrio aparece como parcialmente dependente em relação à graça divina, ficando a liberdade restrita apenas a pessoa de Adão, e, num segundo e último momento, na disputa com os semipelagianos, quando será acrescida à questão da predestinação, o livre arbítrio reaparece como totalmente dependente da graça divina. Aqui, paradoxalmente, com a cooperação da graça irresistível, os santos homens predestinados alcançarão a “verdadeira liberdade” em Deus. Eis o que iremos demonstrar no presente artigo.
{"title":"Os “três Agostinhos” do livre arbítrio/liberdade","authors":"M. R. Costa","doi":"10.26694/PENSANDO.V9I17.6444","DOIUrl":"https://doi.org/10.26694/PENSANDO.V9I17.6444","url":null,"abstract":"Resumo: Quem se limita a ler apenas os dois primeiros livros do diálogo Sobre o Livre Arbítrio, de Santo Agostinho, escritos em sua juventude em resposta aos maniqueus, correrá o risco de pensar que está é a única e genuína concepção agostiniana de livre arbítrio/liberdade. Pois, até aquele momento Agostinho usa indiscriminadamente os termos livre arbítrio e liberdade como sinônimos, dando ao homem uma total independência em relação à graça divina. Entretanto, nas obras da maturidade, a começar pelo livro III do supracitado Diálogo, quando entram em questão em seu sistema filosófico-teológico os conceitos de pecado original e graça divina, Agostinho inicia uma progressiva distinção entre livre arbítrio e liberdade, na qual, num primeiro momento, na polêmica contra os pelagianos, o livre arbítrio aparece como parcialmente dependente em relação à graça divina, ficando a liberdade restrita apenas a pessoa de Adão, e, num segundo e último momento, na disputa com os semipelagianos, quando será acrescida à questão da predestinação, o livre arbítrio reaparece como totalmente dependente da graça divina. Aqui, paradoxalmente, com a cooperação da graça irresistível, os santos homens predestinados alcançarão a “verdadeira liberdade” em Deus. Eis o que iremos demonstrar no presente artigo. ","PeriodicalId":40593,"journal":{"name":"Pensando-Revista de Filosofia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-10-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47913379","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-10-16DOI: 10.26694/PENSANDO.V9I17.6990
D. Coitinho
O objetivo central do artigo é argumentar que estar comprometido com a realidade social não implica necessariamente um comprometimento metafísico mais robusto do que estar comprometido com a realidade individual. Também, defenderemos que este comprometimento ontológico estará restrito ao compromisso com certos postulados de uma teoria política. Para tal, iniciamos com o questionamento sobre o significado da identidade pessoal. Posteriormente, defendemos a necessidade de se contar com a identidade coletiva e a intencionalidade coletiva para melhor lidar com a complexidade moral. A seguir, problematizamos a existência mesma do livre-arbítrio. Por fim, postulamos uma distinção entre uma ontologia de primeira natureza de uma ontologia de segunda natureza, defendendo que o comprometimento com uma ontologia social que resguarda a dimensão individual parece mais adequada à nossa sensibilidade moral e política e, por isso, deveria ter prioridade na formulação de uma teoria política.
{"title":"A Realidade Social: uma ontologia de segunda natureza","authors":"D. Coitinho","doi":"10.26694/PENSANDO.V9I17.6990","DOIUrl":"https://doi.org/10.26694/PENSANDO.V9I17.6990","url":null,"abstract":"O objetivo central do artigo é argumentar que estar comprometido com a realidade social não implica necessariamente um comprometimento metafísico mais robusto do que estar comprometido com a realidade individual. Também, defenderemos que este comprometimento ontológico estará restrito ao compromisso com certos postulados de uma teoria política. Para tal, iniciamos com o questionamento sobre o significado da identidade pessoal. Posteriormente, defendemos a necessidade de se contar com a identidade coletiva e a intencionalidade coletiva para melhor lidar com a complexidade moral. A seguir, problematizamos a existência mesma do livre-arbítrio. Por fim, postulamos uma distinção entre uma ontologia de primeira natureza de uma ontologia de segunda natureza, defendendo que o comprometimento com uma ontologia social que resguarda a dimensão individual parece mais adequada à nossa sensibilidade moral e política e, por isso, deveria ter prioridade na formulação de uma teoria política.","PeriodicalId":40593,"journal":{"name":"Pensando-Revista de Filosofia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-10-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45434748","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-10-16DOI: 10.26694/PENSANDO.V9I17.7637
Helder Buenos Aires de Carvalho, José Elielton de Sousa
Editorial Vol. 9, n.17, 2018 - Pensando: Revista de Filosofia
出版社第9卷,2018年第17期-思考:哲学杂志
{"title":"Editorial: Que podemos esperar?","authors":"Helder Buenos Aires de Carvalho, José Elielton de Sousa","doi":"10.26694/PENSANDO.V9I17.7637","DOIUrl":"https://doi.org/10.26694/PENSANDO.V9I17.7637","url":null,"abstract":"Editorial Vol. 9, n.17, 2018 - Pensando: Revista de Filosofia","PeriodicalId":40593,"journal":{"name":"Pensando-Revista de Filosofia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-10-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.26694/PENSANDO.V9I17.7637","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49186367","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-10-16DOI: 10.26694/PENSANDO.V9I17.7384
N. Bignotto
O texto trata do problema da imortalidade e de sua relação com o conceito de história por meio da análise conjunta de capítulos de A Condição Humana e de trechos dos Cadernos Filosóficos de Hannah Arendt.
{"title":"Imortalidade e História","authors":"N. Bignotto","doi":"10.26694/PENSANDO.V9I17.7384","DOIUrl":"https://doi.org/10.26694/PENSANDO.V9I17.7384","url":null,"abstract":"O texto trata do problema da imortalidade e de sua relação com o conceito de história por meio da análise conjunta de capítulos de A Condição Humana e de trechos dos Cadernos Filosóficos de Hannah Arendt. ","PeriodicalId":40593,"journal":{"name":"Pensando-Revista de Filosofia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-10-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49323825","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-10-16DOI: 10.26694/pensando.v9i17.7423
V. Almeida
Neste artigo analiso alguns aspectos dos conceitos de ação e narrativa no pensamento de Hannah Arendt. Enfatizo a metamorfose operada pela narrativa que, na retrospectiva e por meio da imaginação, transforma a ação em estórias. Em especial, busco compreender por que Arendt afirma que as estórias são posteriores à ação e que é um equívoco tentar inverter essa ordem, sob a pena de eliminar a liberdade da ação. Baseio-me no capítulo sobre ação na obra “A condição humana” de Arendt e apresento alguns aspectos de seu texto sobre Karen Blixen, sob o pseudônimo de Isak Dinesen, publicado em “Homens em tempos sombrios”. Para aprofundar e ilustrar minha análise inicial, apresento e discuto, no final, o conto “A estória imortal”, de Karen Blixen, cujo enredo trata da tentativa pretensiosa de fabricar uma estória no mundo.
{"title":"Ação e Narrativa: Reflexões a partir de Hannah Arendt e Karen Blixen","authors":"V. Almeida","doi":"10.26694/pensando.v9i17.7423","DOIUrl":"https://doi.org/10.26694/pensando.v9i17.7423","url":null,"abstract":"Neste artigo analiso alguns aspectos dos conceitos de ação e narrativa no pensamento de Hannah Arendt. Enfatizo a metamorfose operada pela narrativa que, na retrospectiva e por meio da imaginação, transforma a ação em estórias. Em especial, busco compreender por que Arendt afirma que as estórias são posteriores à ação e que é um equívoco tentar inverter essa ordem, sob a pena de eliminar a liberdade da ação. Baseio-me no capítulo sobre ação na obra “A condição humana” de Arendt e apresento alguns aspectos de seu texto sobre Karen Blixen, sob o pseudônimo de Isak Dinesen, publicado em “Homens em tempos sombrios”. Para aprofundar e ilustrar minha análise inicial, apresento e discuto, no final, o conto “A estória imortal”, de Karen Blixen, cujo enredo trata da tentativa pretensiosa de fabricar uma estória no mundo.","PeriodicalId":40593,"journal":{"name":"Pensando-Revista de Filosofia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-10-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49461674","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-10-16DOI: 10.26694/PENSANDO.V9I17.7386.G4438
J. L. Oliveira
Em sua célebre obra The Human Condition (1958), Hannah Arendt adverte que o perdão sempre fora tradicionalmente admitido no âmbito dos espaços religiosos e, por essa razão, teve sua aplicabilidade desprezada no campo dos assuntos políticos. Na teoria da ação, Arendt enfatiza a teia das relações humanas que se faz presente na vivência do domínio público por meio do discurso e da ação conjunta. No curso da manifestação política em espaços de aparência, ocorrem atos que, uma vez praticados, passam por consequências caracterizadas pela imprevisibilidade e irreversibilidade. Trata-se de consequências que podem permitir a ruptura da teia das relações humanas. O perdão, historicamente concebido sob o viés religioso, aparece nas análises arendtianas como instrumento a ser utilizado para manter vivas as atividades de manifestações políticas próprias dos espaços públicos de liberdade. Verifica-se que o uso do perdão ocorre no sentido de impedir a permanência de rupturas registradas no domínio público. Nesse sentido, o perdão é interpretado como elemento político a ser utilizado para superar divisões no seio do espaço público. Ou seja, na perspectiva arendtiana, o perdão existe para manter o curso da caminhada da ação política pautado em atos e palavras. Podemos salientar que a chave de leitura apresentada por Arendt garante ao perdão a relevância necessária para a efetivação da ação – uma das atividades fundamentais da condição humana na modernidade – permeada pela imprevisibilidade e irreversibilidade
{"title":"O sentido político do perdão na perspectiva de Hannah Arendt","authors":"J. L. Oliveira","doi":"10.26694/PENSANDO.V9I17.7386.G4438","DOIUrl":"https://doi.org/10.26694/PENSANDO.V9I17.7386.G4438","url":null,"abstract":"Em sua célebre obra The Human Condition (1958), Hannah Arendt adverte que o perdão sempre fora tradicionalmente admitido no âmbito dos espaços religiosos e, por essa razão, teve sua aplicabilidade desprezada no campo dos assuntos políticos. Na teoria da ação, Arendt enfatiza a teia das relações humanas que se faz presente na vivência do domínio público por meio do discurso e da ação conjunta. No curso da manifestação política em espaços de aparência, ocorrem atos que, uma vez praticados, passam por consequências caracterizadas pela imprevisibilidade e irreversibilidade. Trata-se de consequências que podem permitir a ruptura da teia das relações humanas. O perdão, historicamente concebido sob o viés religioso, aparece nas análises arendtianas como instrumento a ser utilizado para manter vivas as atividades de manifestações políticas próprias dos espaços públicos de liberdade. Verifica-se que o uso do perdão ocorre no sentido de impedir a permanência de rupturas registradas no domínio público. Nesse sentido, o perdão é interpretado como elemento político a ser utilizado para superar divisões no seio do espaço público. Ou seja, na perspectiva arendtiana, o perdão existe para manter o curso da caminhada da ação política pautado em atos e palavras. Podemos salientar que a chave de leitura apresentada por Arendt garante ao perdão a relevância necessária para a efetivação da ação – uma das atividades fundamentais da condição humana na modernidade – permeada pela imprevisibilidade e irreversibilidade","PeriodicalId":40593,"journal":{"name":"Pensando-Revista de Filosofia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-10-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42920872","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-10-16DOI: 10.26694/PENSANDO.V9I17.7635.G4478
H. Carvalho
Nota Bibliográfica: ROUARD, Christophe. La vérité chez Alasdair MacIntyre. Paris: L’Harmattan, 2011. 254p. ISBN 978-2-296-54736-0
Nota bibliográfica:Rouard,Christophe。阿拉斯代尔·麦金太尔的真相。巴黎:L'Harmattan,2011年。254p。ISBN 978-2-296-54736-0
{"title":"O realismo metafísico historicista de Alasdair MacIntyre: de Aristóteles a Tomás de Aquino, mas passando por Gadamer e Agostinho","authors":"H. Carvalho","doi":"10.26694/PENSANDO.V9I17.7635.G4478","DOIUrl":"https://doi.org/10.26694/PENSANDO.V9I17.7635.G4478","url":null,"abstract":"Nota Bibliográfica: ROUARD, Christophe. La vérité chez Alasdair MacIntyre. Paris: L’Harmattan, 2011. 254p. ISBN 978-2-296-54736-0","PeriodicalId":40593,"journal":{"name":"Pensando-Revista de Filosofia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-10-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49241736","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2018-10-16DOI: 10.26694/pensando.v9i17.7377
Beatriz Porcel
Resumen: En este trabajo se intentara mostrar que la filosofia de Hannah Arendt puede ser leida al interior de un contexto enmarcado por la antropologia politica en la medida en que ha discutido –contra la reductio ad unum de la tradicion- la existencia de un mundo humano plural, una naturaleza terrestre como insuperable condicion de la vida que para la autora se define como condicion humana. A lo largo de su obra Arendt ha mostrado lo que denominamos ‘figuras’ para una antropologia politica, entre las cuales hemos elegido la figura del quien . Vamos a discutir el estatuto teorico que presenta en Arendt la cuestion de los seres singulares que en La Condicion Humana la autora designa con los terminos quien y alguien .
{"title":"Hannah Arendt: el “quién”, una antropología para la filosofía política.","authors":"Beatriz Porcel","doi":"10.26694/pensando.v9i17.7377","DOIUrl":"https://doi.org/10.26694/pensando.v9i17.7377","url":null,"abstract":"Resumen: En este trabajo se intentara mostrar que la filosofia de Hannah Arendt puede ser leida al interior de un contexto enmarcado por la antropologia politica en la medida en que ha discutido –contra la reductio ad unum de la tradicion- la existencia de un mundo humano plural, una naturaleza terrestre como insuperable condicion de la vida que para la autora se define como condicion humana. A lo largo de su obra Arendt ha mostrado lo que denominamos ‘figuras’ para una antropologia politica, entre las cuales hemos elegido la figura del quien . Vamos a discutir el estatuto teorico que presenta en Arendt la cuestion de los seres singulares que en La Condicion Humana la autora designa con los terminos quien y alguien .","PeriodicalId":40593,"journal":{"name":"Pensando-Revista de Filosofia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-10-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44362600","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}