Esta breve investigação debruça-se sobre a temática da violência contra a mulher tal como percebida e representada nos contos Curuzú la novia (1958), de Josefina Plá, e “A Parasita Azul” (1873), de Machado de Assis. Partindo da análise da estrutura desses contos, tendo por escopo teórico os estudos de Moisés (2006), Reis (2018) e Coelho (2021), por meio da comparação entre uma obra da literatura paraguaia do século XX e uma de origem brasileira do século XIX, e tendo em mente que a situação de violência de gênero permanece como uma realidade atual, é possível perceber no narrador e nas personagens indícios de violência. Se, por um lado, a estrutura machadiana permite que o conto desague na ironia que o caracteriza, Josefina Plá, com seu projeto estético fulcrado no feminino – em solo paraguaio –, redunda na opção pelo trágico (ARISTÓTELES, 1993), considerando especialmente a objetificação do corpo da mulher, conforme destacado por Kilomba (2019).
本次简短调查的重点是Josefina Plá的短篇小说《Curuzúla novia》(1958年)和Machado de Assis的《阿祖尔寄生虫》(1873年)中所感知和表现的暴力侵害妇女的主题。从分析这些故事的结构开始,以莫伊塞斯(2006)、雷斯(2018)和科埃略(2021)的研究为理论范围,通过对20世纪巴拉圭文学作品和19世纪巴西文学作品的比较,并考虑到性别暴力的状况仍然是当前的现实,在叙述者和人物身上可以察觉到暴力的迹象。如果一方面,马查多的结构让故事融入了其特有的讽刺,Josefina Plá凭借其在巴拉圭土地上关注女性的美学项目,选择了悲剧(ARISTOTELES,1993),尤其是考虑到女性身体的物化,正如Kilomba(2019)所强调的那样。
{"title":"Violência contra a mulher em Curuzú La Novia, de Josefina Plá, e “A Parasita Azul”, de Machado de Assis","authors":"Rosana Cristina Zanelatto Santos, Luiz Roberto Lins Almeida","doi":"10.5902/1679849x69746","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x69746","url":null,"abstract":"Esta breve investigação debruça-se sobre a temática da violência contra a mulher tal como percebida e representada nos contos Curuzú la novia (1958), de Josefina Plá, e “A Parasita Azul” (1873), de Machado de Assis. Partindo da análise da estrutura desses contos, tendo por escopo teórico os estudos de Moisés (2006), Reis (2018) e Coelho (2021), por meio da comparação entre uma obra da literatura paraguaia do século XX e uma de origem brasileira do século XIX, e tendo em mente que a situação de violência de gênero permanece como uma realidade atual, é possível perceber no narrador e nas personagens indícios de violência. Se, por um lado, a estrutura machadiana permite que o conto desague na ironia que o caracteriza, Josefina Plá, com seu projeto estético fulcrado no feminino – em solo paraguaio –, redunda na opção pelo trágico (ARISTÓTELES, 1993), considerando especialmente a objetificação do corpo da mulher, conforme destacado por Kilomba (2019).","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41859847","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente artigo, pensado teoricamente pelo viés da distopia, objetiva analisar as narrativas Animal Farm, de George Orwell (1945) e Fazenda Modelo – Novela Pecuária (1974), de Chico Buarque, produções que articulam representações sociais complexas, geradas em contextos históricos de distintas motivações culturais e políticas. A escolha do corpus deu-se porque os enredos apresentam a configuração do autoritarismo e também de governos totalitários e ditatoriais, fatores esses que possibilitam um debate sobre o conceito de distopia e sobre a função da literatura, que não se fixa apenas na ideia de fruição estética, mas se torna um elemento capaz de questionar as várias esferas sociais, culturais, políticas e humanas que promovem os movimentos de imanência e transcendência entre a ficção e a história.
{"title":"Experiência distópica nas narrativas Animal Farm, de George Orwell (1945) e Fazenda Modelo – Novela Pecuária (1974), de Chico Buarque","authors":"A. Silva, Thainá Aparecida Ramos de Oliveira","doi":"10.5902/1679849x70191","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x70191","url":null,"abstract":"O presente artigo, pensado teoricamente pelo viés da distopia, objetiva analisar as narrativas Animal Farm, de George Orwell (1945) e Fazenda Modelo – Novela Pecuária (1974), de Chico Buarque, produções que articulam representações sociais complexas, geradas em contextos históricos de distintas motivações culturais e políticas. A escolha do corpus deu-se porque os enredos apresentam a configuração do autoritarismo e também de governos totalitários e ditatoriais, fatores esses que possibilitam um debate sobre o conceito de distopia e sobre a função da literatura, que não se fixa apenas na ideia de fruição estética, mas se torna um elemento capaz de questionar as várias esferas sociais, culturais, políticas e humanas que promovem os movimentos de imanência e transcendência entre a ficção e a história.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42367821","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo propõe uma discussão sobre a categoria do mestre de Role Playing Game (RPG) em comparação com o narrador na perspectiva de Walter Benjamin. Em virtude de serem categorias distintas, é importante salientar as diferenças entre mestre e narrador, ainda que para esta reflexão o mestre do jogo pode ser visto como uma imagem do narrador literário. Dessa forma, assim como em qualquer espelho, o reflexo não é idêntico ao objeto real. Enquanto que o narrador benjaminiano se sustenta na sabedoria, o mestre não possui a sabedoria mencionada, mas amplia sua atuação para além da condução dos jogadores/personagens dentro da história, abrindo espaço para que colaborem com a construção da narrativa. O mestre do RPG é um duplo anfitrião: como aquele que recepciona seus jogadores para o desenrolar do jogo e como ouvinte ao receber as outras narrativas, provérbios e experiência para compartilhar e oferecer suporte ao seu grupo para o jogo acontecer. As narrativas, por sua vez, podem ser comparadas às cores, pois as diversas aventuras se misturam como em um prisma, podendo se tornar uma só ou então multifacetar-se em várias tonalidades de histórias. Nessa perspectiva, assim como o narrador, o mestre do RPG resgata, em alguns aspectos, o hábito de contar histórias. Essas discussões visam embasar uma proposta de ensino de literatura a partir do RPG, na qual o texto literário se aproxima da noção de jogo com base nas reflexões de Wolfgang Iser e em elementos da teoria da Estética da Recepção.
{"title":"Mestre do RPG: do reflexo do narrador ao prisma da narrativa","authors":"João Luis Pereira Ourique, J. Gomes","doi":"10.5902/1679849x70235","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x70235","url":null,"abstract":"Este artigo propõe uma discussão sobre a categoria do mestre de Role Playing Game (RPG) em comparação com o narrador na perspectiva de Walter Benjamin. Em virtude de serem categorias distintas, é importante salientar as diferenças entre mestre e narrador, ainda que para esta reflexão o mestre do jogo pode ser visto como uma imagem do narrador literário. Dessa forma, assim como em qualquer espelho, o reflexo não é idêntico ao objeto real. Enquanto que o narrador benjaminiano se sustenta na sabedoria, o mestre não possui a sabedoria mencionada, mas amplia sua atuação para além da condução dos jogadores/personagens dentro da história, abrindo espaço para que colaborem com a construção da narrativa. O mestre do RPG é um duplo anfitrião: como aquele que recepciona seus jogadores para o desenrolar do jogo e como ouvinte ao receber as outras narrativas, provérbios e experiência para compartilhar e oferecer suporte ao seu grupo para o jogo acontecer. As narrativas, por sua vez, podem ser comparadas às cores, pois as diversas aventuras se misturam como em um prisma, podendo se tornar uma só ou então multifacetar-se em várias tonalidades de histórias. Nessa perspectiva, assim como o narrador, o mestre do RPG resgata, em alguns aspectos, o hábito de contar histórias. Essas discussões visam embasar uma proposta de ensino de literatura a partir do RPG, na qual o texto literário se aproxima da noção de jogo com base nas reflexões de Wolfgang Iser e em elementos da teoria da Estética da Recepção.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49617816","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Neste trabalho apresentamos o poema-necrológio “Quem foi ela?”, de Cora Coralina. Publicado em jornal em 1965, pela primeira vez ele é apresentado na íntegra em periódico. Percorrendo ruas e becos da Cidade de Goyaz, pretendemos analisar a movimentação de vozes femininas ecoando em movimentações de forças biográficas e biobibliográficas. O trabalho articula a poética coralina com a imagem de Idalina da Cruz Marques e seu importante papel social na Cidade de Goiás ao longo do século XX. Numa geopoesia plena de cotidiano, o discurso da “Good Death” dissemina-se em politonalidades na articulação do momento e do memento. Num exercício de geopoesia que, em processo dialógico transforma-se em tanatografia, a crítica polifônica (em sua reverberação enquanto literaturas de campo e comparada) afirma-se como reconstrução de ideias e contra todo tipo de autoritarismo. Assim, percorrendo ruas coralinas seguimos pelo enfronteiramento do conhecimento, nas raizamas, como contemplação palavral do espetáculo do mundo.
{"title":"Geopoesia da boa morte pelas ruas coralinas da tanatografia","authors":"A. R. D. Silva Junior","doi":"10.5902/1679849x70528","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x70528","url":null,"abstract":"Neste trabalho apresentamos o poema-necrológio “Quem foi ela?”, de Cora Coralina. Publicado em jornal em 1965, pela primeira vez ele é apresentado na íntegra em periódico. Percorrendo ruas e becos da Cidade de Goyaz, pretendemos analisar a movimentação de vozes femininas ecoando em movimentações de forças biográficas e biobibliográficas. O trabalho articula a poética coralina com a imagem de Idalina da Cruz Marques e seu importante papel social na Cidade de Goiás ao longo do século XX. Numa geopoesia plena de cotidiano, o discurso da “Good Death” dissemina-se em politonalidades na articulação do momento e do memento. Num exercício de geopoesia que, em processo dialógico transforma-se em tanatografia, a crítica polifônica (em sua reverberação enquanto literaturas de campo e comparada) afirma-se como reconstrução de ideias e contra todo tipo de autoritarismo. Assim, percorrendo ruas coralinas seguimos pelo enfronteiramento do conhecimento, nas raizamas, como contemplação palavral do espetáculo do mundo.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42567578","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este ensayo propone que en Prohibido robar rosas (2008), Aquí me quedo (2010) y Pol: una aventura en la USAC (2014) el director Rodolfo Espinosa deambula por la tenue línea divisoria que separa el límite del entretenimiento que representa la violencia cruda del perspectiva del humor de tales situaciones y estimula una reflexión sobre el aumento de la criminalidad que afecta a Guatemala desde una perspectiva diferente a las obras que tratan los asesinatos, secuestros y robos con la seriedad habitual. Se utiliza un marco teórico que combina el valor estético de la representación de la violencia en el cine de Margaret Bruder y los de E. M. Dadlez y Steven Salaita en su estudio de la relación entre violencia y humor.
{"title":"Violencia y humor en el cine del guatemalteco Chofo Espinosa","authors":"Manuel Medina","doi":"10.5902/1679849x70972","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x70972","url":null,"abstract":"Este ensayo propone que en Prohibido robar rosas (2008), Aquí me quedo (2010) y Pol: una aventura en la USAC (2014) el director Rodolfo Espinosa deambula por la tenue línea divisoria que separa el límite del entretenimiento que representa la violencia cruda del perspectiva del humor de tales situaciones y estimula una reflexión sobre el aumento de la criminalidad que afecta a Guatemala desde una perspectiva diferente a las obras que tratan los asesinatos, secuestros y robos con la seriedad habitual. Se utiliza un marco teórico que combina el valor estético de la representación de la violencia en el cine de Margaret Bruder y los de E. M. Dadlez y Steven Salaita en su estudio de la relación entre violencia y humor.\u0000 ","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43602435","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A proposta que norteou a organização deste Dossiê foi trazer a público artigos que se debruçassem sobre modos de elaboração artístico-formais capazes de refletir acerca da memória de/em períodos de exceção, tendo como ponto de partida a matéria ficcional cujo conteúdo diegético sugere, metaforicamente, por meio dos diálogos das personagens e do encadeamento do enredo, situações de impotência frente à brutalidade de regimes e de circunstâncias autoritárias. Sem desvincular a obra da história social e política sobre a qual se pronuncia, sem esquecer o diálogo que ela mantém com seu contexto de produção e, pois, com sua autoria, as/os pesquisadoras/es reunidas/os neste número buscaram analisá-la e interpretá-la segundo o projeto estético de cada produtor/a.
{"title":"Literatura e outras artes em tempos de autoritarismo: aproximações e transições culturais","authors":"Rosana Cristina Zanelatto Santos, W. Enedino","doi":"10.5902/1679849x70973","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x70973","url":null,"abstract":"A proposta que norteou a organização deste Dossiê foi trazer a público artigos que se debruçassem sobre modos de elaboração artístico-formais capazes de refletir acerca da memória de/em períodos de exceção, tendo como ponto de partida a matéria ficcional cujo conteúdo diegético sugere, metaforicamente, por meio dos diálogos das personagens e do encadeamento do enredo, situações de impotência frente à brutalidade de regimes e de circunstâncias autoritárias. Sem desvincular a obra da história social e política sobre a qual se pronuncia, sem esquecer o diálogo que ela mantém com seu contexto de produção e, pois, com sua autoria, as/os pesquisadoras/es reunidas/os neste número buscaram analisá-la e interpretá-la segundo o projeto estético de cada produtor/a.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42922414","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O artigo discute a literatura produzida por mulheres latino-americanas exiladas ao longo da segunda metade do século XX, com ênfase em testemunhos nos quais se percebe um entrelaçamento entre história, política e memória, característica marcante de boa parte das narrativas contemporâneas. As autoras rompem um silêncio mantido por muitos anos com a intenção de mostrar de que maneira os acontecimentos podem ser ressignificados por relatos orais ou textos literários impressos, cuja finalidade última é a de tentar superar o trauma do encarceramento, da tortura e do exílio, em um incessante exercício de autoanálise e compreensão do aspecto coletivo dos fatos históricos testemunhados. Para a abordagem das obras, utilizou-se como suporte textos teóricos e críticos a respeito do fenômeno do exílio, tais como VIÑAR (1992); ROLLEMBERG (1999); PIZARRO (2006); e SZNAJDER, RONIGER (2009); e estudos sobre a história política da América Latina, como DINGES (2005); e NEPOMUCENO (2015).
{"title":"O drama do desenraizamento e da adaptação forçada","authors":"Paulo Bungart Neto","doi":"10.5902/1679849x69692","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x69692","url":null,"abstract":"O artigo discute a literatura produzida por mulheres latino-americanas exiladas ao longo da segunda metade do século XX, com ênfase em testemunhos nos quais se percebe um entrelaçamento entre história, política e memória, característica marcante de boa parte das narrativas contemporâneas. As autoras rompem um silêncio mantido por muitos anos com a intenção de mostrar de que maneira os acontecimentos podem ser ressignificados por relatos orais ou textos literários impressos, cuja finalidade última é a de tentar superar o trauma do encarceramento, da tortura e do exílio, em um incessante exercício de autoanálise e compreensão do aspecto coletivo dos fatos históricos testemunhados. Para a abordagem das obras, utilizou-se como suporte textos teóricos e críticos a respeito do fenômeno do exílio, tais como VIÑAR (1992); ROLLEMBERG (1999); PIZARRO (2006); e SZNAJDER, RONIGER (2009); e estudos sobre a história política da América Latina, como DINGES (2005); e NEPOMUCENO (2015).","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46384492","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O propósito do trabalho é realizar uma análise do papel da fotografia no conto Las babas del diablo, de Julio Cortázar e da obra fílmica Blow-Up, de Michelangelo Antonioni, com base nos pressupostos de Roland Barthes sobre o processo fotográfico. A narrativa Las babas del diablo foi publicada pela primeira vez em 1959, em uma coletânea de contos intitulada Las armas secretas, ela nos conta a história do fotógrafo e tradutor, Michel, que ao ampliar algumas fotos ele percebe, nas imagens, que as fotos são provas de um crime. Inspirado nessa trama, em dezembro de 1966, Michelangelo Antonioni, transcria (CAMPOS, 2013), de maneira primorosa, o filme Blow-Up. Do conto ao filme, vários questionamentos foram trazidos por Antonioni, identificados tanto na obra literária quanto na fílmica. Tanto a literatura quanto os meios audiovisuais possuem a capacidade de narração e a necessidade de narrativas, o que permite a proximidade entre ambas as áreas. Contudo, cada linguagem tem suas especificidades, visto que as produções têm formas próprias de se expressarem e de se apropriar de significados. Para tal, traremos para discussão estudos referentes à literatura e fotografia, tais como Roland Barthes (1984), Ismael Xavier (2003), Susan Sontag (2003), Julio Cortázar (2003) entre outros.
这项工作的目的是基于罗兰·巴特对摄影过程的假设,分析摄影在胡里奥·科尔塔的短篇小说《恶魔岛》和米开朗基罗·安东尼奥尼的电影作品《爆炸》中的作用。《暗黑破坏神》(Las babas del diablo)于1959年首次发表在一本名为《暗黑毁灭神》(Las armas secretas)的短篇小说集中,它告诉我们摄影师兼翻译米歇尔的故事,他通过放大一些照片,意识到这些照片是犯罪的证据。受这一情节的启发,1966年12月,米开朗基罗·安东尼奥尼以一种巧妙的方式转录了电影《爆炸》(CAMPOS2013)。从短篇小说到电影,安东尼奥尼提出了几个问题,这些问题在文学作品和电影中都有体现。文学和视听媒体都具有叙事能力和叙事需求,这使得这两个领域之间可以接近。然而,每种语言都有自己的特点,因为作品有自己的表达方式和意义。为此,我们将讨论与文学和摄影相关的研究,如Roland Barthes(1984)、Ismael Xavier(2003)、Susan Sontag(2003)和Julio Cortázar(2003)等。
{"title":"Real ou ficção: uma questão fotográfica no conto Las babas del diablo, de Julio Cortázar e na obra fílmica Blow-Up, de Michelangelo Antonioni","authors":"Andre Rezende Benatti, R. P. Silva","doi":"10.5902/1679849x69717","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x69717","url":null,"abstract":"O propósito do trabalho é realizar uma análise do papel da fotografia no conto Las babas del diablo, de Julio Cortázar e da obra fílmica Blow-Up, de Michelangelo Antonioni, com base nos pressupostos de Roland Barthes sobre o processo fotográfico. A narrativa Las babas del diablo foi publicada pela primeira vez em 1959, em uma coletânea de contos intitulada Las armas secretas, ela nos conta a história do fotógrafo e tradutor, Michel, que ao ampliar algumas fotos ele percebe, nas imagens, que as fotos são provas de um crime. Inspirado nessa trama, em dezembro de 1966, Michelangelo Antonioni, transcria (CAMPOS, 2013), de maneira primorosa, o filme Blow-Up. Do conto ao filme, vários questionamentos foram trazidos por Antonioni, identificados tanto na obra literária quanto na fílmica. Tanto a literatura quanto os meios audiovisuais possuem a capacidade de narração e a necessidade de narrativas, o que permite a proximidade entre ambas as áreas. Contudo, cada linguagem tem suas especificidades, visto que as produções têm formas próprias de se expressarem e de se apropriar de significados. Para tal, traremos para discussão estudos referentes à literatura e fotografia, tais como Roland Barthes (1984), Ismael Xavier (2003), Susan Sontag (2003), Julio Cortázar (2003) entre outros.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41311074","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A presente investigação almeja demonstrar como a literatura contemporânea consegue derrubar inúmeras barreiras socioculturais e expor, ao mesmo tempo em que representa, determinadas realidades; neste caso, a condição do autoritarismo em Cuba, sobretudo aquele vivenciado a partir da decadência da revolução e da queda da União Soviética. Para cumprir tal objetivo, dois romances serão analisados: Dreaming in Cuban (1992), da escritora cubano-americana Cristina García e Nunca fui primeira dama (2010), da escritora cubana Wendy Guerra. Com base na perspectiva de denúncia que ambos apresentam, busca-se verificar como o autoritarismo surge exposto no texto literário dessas duas escritoras que, nos âmbitos pessoais e familiares, testemunharam e sofreram as consequências da Revolução Cubana.
本研究旨在展示当代文学如何打破众多的社会文化障碍,并在代表某些现实的同时揭示某些现实;在这种情况下,古巴的威权主义状况,特别是自从革命衰落和苏联解体以来所经历的情况。为了实现这一目标,本文将分析两部小说:古巴裔美国作家克里斯蒂娜garcia的《古巴梦》(1992)和古巴作家温迪·格拉的《Nunca fui primeira dama》(2010)。基于这两位作家的谴责视角,我们试图验证威权主义是如何在这两位作家的文学文本中暴露出来的,他们在个人和家庭层面目睹并遭受了古巴革命的后果。
{"title":"O autoritarismo exposto na literatura cubana","authors":"Leoné Astride Barzotto","doi":"10.5902/1679849x69756","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x69756","url":null,"abstract":"A presente investigação almeja demonstrar como a literatura contemporânea consegue derrubar inúmeras barreiras socioculturais e expor, ao mesmo tempo em que representa, determinadas realidades; neste caso, a condição do autoritarismo em Cuba, sobretudo aquele vivenciado a partir da decadência da revolução e da queda da União Soviética. Para cumprir tal objetivo, dois romances serão analisados: Dreaming in Cuban (1992), da escritora cubano-americana Cristina García e Nunca fui primeira dama (2010), da escritora cubana Wendy Guerra. Com base na perspectiva de denúncia que ambos apresentam, busca-se verificar como o autoritarismo surge exposto no texto literário dessas duas escritoras que, nos âmbitos pessoais e familiares, testemunharam e sofreram as consequências da Revolução Cubana.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44036619","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Con el presente artículo, presentamos la obra de Nuria Amat El Sanatorio escrita en 2016, destacada por la valentía en desafiar el orden político vigente en Cataluña; el separatismo apoyado en la mitad de los catalanes, quiere forjar su camino independiente de España como República catalana. Este trabajo pretende mostrar cómo reaccionan los callados, la mayoría silenciosa contraria al independentismo catalán frente a la gente que posee el poder, en este caso los separatistas catalanes. Así, nos preguntamos: ¿acaso los callados del Sanatorio son mayoría silenciosa o núcleo duro? También, hasta qué punto Amat interpretó las dos partes conflictivas. En la metodología que desarrollamos se aplica la diferenciación entre el término “nosotros”, los callados entre ellos la escritora y “ellos” los dominantes, en este caso los líderes del independentismo en Cataluña. Se trata también de saber qué papel desempeñan los medios de comunicación de masas en manejar la opinión pública.
{"title":"Interpretación de la teoría “La espiral del silencio” de Noelle-Neumann en la obra El Sanatorio de Nuria Amat","authors":"Wisem Mahi","doi":"10.5902/1679849x65926","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x65926","url":null,"abstract":"Con el presente artículo, presentamos la obra de Nuria Amat El Sanatorio escrita en 2016, destacada por la valentía en desafiar el orden político vigente en Cataluña; el separatismo apoyado en la mitad de los catalanes, quiere forjar su camino independiente de España como República catalana. Este trabajo pretende mostrar cómo reaccionan los callados, la mayoría silenciosa contraria al independentismo catalán frente a la gente que posee el poder, en este caso los separatistas catalanes. Así, nos preguntamos: ¿acaso los callados del Sanatorio son mayoría silenciosa o núcleo duro? También, hasta qué punto Amat interpretó las dos partes conflictivas. En la metodología que desarrollamos se aplica la diferenciación entre el término “nosotros”, los callados entre ellos la escritora y “ellos” los dominantes, en este caso los líderes del independentismo en Cataluña. Se trata también de saber qué papel desempeñan los medios de comunicación de masas en manejar la opinión pública.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42878682","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}