Este artigo discute a temática da intolerância e da repressão, no que concerne à sexualidade e à subjetividade, nos contos Terça-feira gorda e Aqueles dois, da obra Morangos Mofados, de Caio Fernando Abreu. Como fundamentos teóricos para essa discussão, recorre-se, sobretudo, aos trabalhos de Michel Foucault (1988, 2010), Judith Butler (2003), Stuart Hall (2006), Sara Salih (2013), Heloísa Buarque de Holanda (1982) e Bruno Souza Leal (2002). Desse modo, investiga-se em que medida a linguagem, enquanto um mecanismo de (des)construção, contribui para a estrutura de repressão sexual e subjetiva, sendo capaz de (des)construir o próprio sujeito.
本文讨论了Caio Fernando Abreu的短篇小说《星期二胖》和《那两个》中关于性和主观性的不容忍和压抑的主题。作为这一讨论的理论基础,我们主要使用米歇尔·福柯(1988年、2010年)、朱迪斯·巴特勒(2003年)、斯图尔特·霍尔(2006年)、萨拉·萨利赫(2013年)、Heloísa Buarque de Holanda(1982年)和Bruno Souza Leal(2002年)的作品。因此,我们研究了语言作为一种(dis)建构机制,在多大程度上有助于性压抑和主观压抑的结构,能够(dis”建构主体本身。
{"title":"A linguagem como (des)construção do sujeito: uma análise sobre intolerância e repressão nos contos \"Terça-feira gorda\" e \"Aqueles dois\", de Caio Fernando Abreu","authors":"Marina Silveira de Deus, M. Lachat","doi":"10.5902/1679849x67382","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x67382","url":null,"abstract":"Este artigo discute a temática da intolerância e da repressão, no que concerne à sexualidade e à subjetividade, nos contos Terça-feira gorda e Aqueles dois, da obra Morangos Mofados, de Caio Fernando Abreu. Como fundamentos teóricos para essa discussão, recorre-se, sobretudo, aos trabalhos de Michel Foucault (1988, 2010), Judith Butler (2003), Stuart Hall (2006), Sara Salih (2013), Heloísa Buarque de Holanda (1982) e Bruno Souza Leal (2002). Desse modo, investiga-se em que medida a linguagem, enquanto um mecanismo de (des)construção, contribui para a estrutura de repressão sexual e subjetiva, sendo capaz de (des)construir o próprio sujeito.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41968386","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente artigo apresenta e discute criticamente aspectos dos escritos e poemas nas obras Inventário de cicatrizes (1978) e Camarim de prisioneiro (1980), de Alex Polari de Alverga, pela perspectiva da literatura de testemunho. Para tanto, selecionamos um corpus de poemas que representam, na temática e na forma, tensões sociais e históricas a partir da experiência traumática de um sobrevivente da ditadura civil-miliar brasileira (1964-1985). Como diz o próprio autor em carta sua poesia é um “vômito” de quem sobreviveu a um contexto repressivo, o qual lhe exigiu novos meios configurativos diante dos impactos da tortura. Trata-se, nesse sentido, de uma produção que busca a aproximação com a sociedade de modo a lutar contra o apagamento da violência imposta pelo regime ditatorial em questão. Para tanto, utilizaremos como apoio teórico, principalmente, Benjamin e Frantz Fanon para o debate relativo à violência e Ginzburg, Salgueiro e Seligmann para a compreensão da representação e literatura de testemunho.
{"title":"A lírica encarcerada – A poesia testemunhal de Alex Polari","authors":"Luan Piauhy, Cristiano Augusto Da Silva","doi":"10.5902/1679849x63982","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x63982","url":null,"abstract":"O presente artigo apresenta e discute criticamente aspectos dos escritos e poemas nas obras Inventário de cicatrizes (1978) e Camarim de prisioneiro (1980), de Alex Polari de Alverga, pela perspectiva da literatura de testemunho. Para tanto, selecionamos um corpus de poemas que representam, na temática e na forma, tensões sociais e históricas a partir da experiência traumática de um sobrevivente da ditadura civil-miliar brasileira (1964-1985). Como diz o próprio autor em carta sua poesia é um “vômito” de quem sobreviveu a um contexto repressivo, o qual lhe exigiu novos meios configurativos diante dos impactos da tortura. Trata-se, nesse sentido, de uma produção que busca a aproximação com a sociedade de modo a lutar contra o apagamento da violência imposta pelo regime ditatorial em questão. Para tanto, utilizaremos como apoio teórico, principalmente, Benjamin e Frantz Fanon para o debate relativo à violência e Ginzburg, Salgueiro e Seligmann para a compreensão da representação e literatura de testemunho.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44670397","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O objetivo deste artigo é investigar a manifestação de subversão ao poder no romance Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar, em um comparativo com os estudos do filósofo Michel Foucault, em História da Sexualidade. Promovendo um diálogo entre a teoria e a literatura, é proposto mostrar a subversão que pode ocorrer no interior dos discursos das personagens, bem como na sexualidade, que se apresenta como mecanismo de subversão ao poder no romance. Ao fim deste, concluímos que a subversão é uma extensão do poder, que, por sua vez, caminha ao lado da sexualidade, mantendo um jogo sutil de recusas e autorizações.
{"title":"Manifestações de subversão ao poder em Lavoura arcaica, de Raduan Nassar, a partir dos estudos de Michel Foucault","authors":"Ana Souza, A. Morais","doi":"10.5902/1679849x66380","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x66380","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é investigar a manifestação de subversão ao poder no romance Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar, em um comparativo com os estudos do filósofo Michel Foucault, em História da Sexualidade. Promovendo um diálogo entre a teoria e a literatura, é proposto mostrar a subversão que pode ocorrer no interior dos discursos das personagens, bem como na sexualidade, que se apresenta como mecanismo de subversão ao poder no romance. Ao fim deste, concluímos que a subversão é uma extensão do poder, que, por sua vez, caminha ao lado da sexualidade, mantendo um jogo sutil de recusas e autorizações.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46748395","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O período da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985) gerou severos traumas a cultura política do país, mas após a Anistia, em 1979, começaram a abundar na seara literária diversos livros que tratavam sobre o período da luta armada (1968-1975), sobretudo escritos por ex-guerrilheiros, transformando-se em campões de vendagem no período. Este artigo possui como objetivo principal examinar a construção da memória de resistência e seus usos através das fontes da Literatura do Testemunho contidas nas obras de Fernando Gabeira e Alfredo Sirkis, respectivamente com os livros, O que é isso companheiro (1982) e Os carbonários: memórias da Guerrilha Perdida (2014). Para efeitos metodológicos, tratar-se-á de um trabalho qualitativo, a partir de uma revisão bibliográfica sobre o tema; igualmente, realizaremos análise de conteúdo do corpus dessas obras. Como resultado de pesquisa, concluímos que a Literatura do Testemunho serviu de elemento fiador da memória dos autores e como expressão de resistência.
{"title":"As marcas da resistência na literatura de testemunho em Fernando Gabeira e Alfredo Sirkis","authors":"C. A. Figueiredo","doi":"10.5902/1679849x67634","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x67634","url":null,"abstract":"O período da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985) gerou severos traumas a cultura política do país, mas após a Anistia, em 1979, começaram a abundar na seara literária diversos livros que tratavam sobre o período da luta armada (1968-1975), sobretudo escritos por ex-guerrilheiros, transformando-se em campões de vendagem no período. Este artigo possui como objetivo principal examinar a construção da memória de resistência e seus usos através das fontes da Literatura do Testemunho contidas nas obras de Fernando Gabeira e Alfredo Sirkis, respectivamente com os livros, O que é isso companheiro (1982) e Os carbonários: memórias da Guerrilha Perdida (2014). Para efeitos metodológicos, tratar-se-á de um trabalho qualitativo, a partir de uma revisão bibliográfica sobre o tema; igualmente, realizaremos análise de conteúdo do corpus dessas obras. Como resultado de pesquisa, concluímos que a Literatura do Testemunho serviu de elemento fiador da memória dos autores e como expressão de resistência.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42339919","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Jessica Sabrina De Oliveira Menezes, Karine da Rocha Oliveira
O presente estudo procura refletir acerca da relação entre narrativa ficcional e história em K.: Relato de uma busca, de Bernardo Kucinski. Nossa perspectiva será refletir acerca do modo como o enredo e a forma de organização da narrativa contribuem para pensar a relação entre romance e história; esta como um discurso não-linear, não objetivo e elaborado a partir de um lugar. Para isso, dentre outros escritos, contribuirão as reflexões de Michel de Certeau (1982) sobre a operação historiográfica e as de Peter Burke (1992) acerca da nova história frente o paradigma tradicional de escrita da História, ao lado das análises elaboradas por Seymour Menton (1993) sobre o Novo Romance Histórico da América Latina.
本研究旨在反思Bernardo Kucinski的《K.:Relato de uma busca》中虚构叙事与历史之间的关系。我们的视角将是反思叙事的情节和组织形式如何有助于思考浪漫与历史之间的关系;这是一个非线性的话语,不是客观的、从一个地方阐述出来的。因此,在其他著作中,米歇尔·德·塞尔托(1982)对史学操作的反思和彼得·伯克(1992)对面对传统写作史范式的新历史的反思,以及西摩·曼顿(1993)对拉丁美洲新历史小说的分析。
{"title":"Notas sobre a relação entre ficção e história em K. Relato de uma busca","authors":"Jessica Sabrina De Oliveira Menezes, Karine da Rocha Oliveira","doi":"10.5902/1679849x64853","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x64853","url":null,"abstract":"O presente estudo procura refletir acerca da relação entre narrativa ficcional e história em K.: Relato de uma busca, de Bernardo Kucinski. Nossa perspectiva será refletir acerca do modo como o enredo e a forma de organização da narrativa contribuem para pensar a relação entre romance e história; esta como um discurso não-linear, não objetivo e elaborado a partir de um lugar. Para isso, dentre outros escritos, contribuirão as reflexões de Michel de Certeau (1982) sobre a operação historiográfica e as de Peter Burke (1992) acerca da nova história frente o paradigma tradicional de escrita da História, ao lado das análises elaboradas por Seymour Menton (1993) sobre o Novo Romance Histórico da América Latina.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49597700","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Um dos mais célebres textos sobre os riscos da presença do fascismo nas sociedades contemporâneas foi o célebre Educação Pós-Auschwitz – inicialmente proferido por Theodor Adorno como palestra, em 18 de abril de 1965, e pouco depois publicado como artigo em Frankfurt (1967). Este texto recoloca o conceito de fascismo em uma nova escala, afastando-se da conceituação histórica do fascismo mas permitindo avançar em uma compreensão sobre a permanência de comportamentos que podem ser ditos como fascistas nas sociedades contemporâneas. Neste artigo, pretendemos revisitar essa discussão lançada por Adorno, a partir deste texto clássico, cotejando-o eventualmente com outros textos e acrescentando exemplos históricos posteriores a ele, como o massacre de tutsis em Ruanda, em 1994. Nos tempos atuais, em que os comportamentos fascistas parecem aflorar em muitos momentos, a rediscussão deste texto clássico sobre o fascismo mostra-se oportuna.
{"title":"Educação pós-Auschwitz: implicações de um texto clássico","authors":"J. D. Barros","doi":"10.5902/1679849x63956","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x63956","url":null,"abstract":"Um dos mais célebres textos sobre os riscos da presença do fascismo nas sociedades contemporâneas foi o célebre Educação Pós-Auschwitz – inicialmente proferido por Theodor Adorno como palestra, em 18 de abril de 1965, e pouco depois publicado como artigo em Frankfurt (1967). Este texto recoloca o conceito de fascismo em uma nova escala, afastando-se da conceituação histórica do fascismo mas permitindo avançar em uma compreensão sobre a permanência de comportamentos que podem ser ditos como fascistas nas sociedades contemporâneas. Neste artigo, pretendemos revisitar essa discussão lançada por Adorno, a partir deste texto clássico, cotejando-o eventualmente com outros textos e acrescentando exemplos históricos posteriores a ele, como o massacre de tutsis em Ruanda, em 1994. Nos tempos atuais, em que os comportamentos fascistas parecem aflorar em muitos momentos, a rediscussão deste texto clássico sobre o fascismo mostra-se oportuna.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41936388","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Aislan Camargo Maciera, L. Massi, C. S. Leonardo Júnior
A pandemia do novo coronavírus tornou corrente a ideia de que estamos vivendo uma distopia. Instigados por essa ideia, exploramos neste ensaio o potencial de textos de ficção científica distópica para tensionar a noção de verdade científica ao omitir informações e gerar incertezas sobre a realidade, envolvendo artefatos tecnológicos que condicionam as possibilidades de vida e sociabilidade, como na novela A máquina parou de E. M. Forster. A partir do conto “Proteção” da obra Vício de forma de Primo Levi — judeu, químico e sobrevivente da Shoá —, discutimos sua percepção de ciência e estabelecemos um paralelo com nosso contexto abordando a tecnologia como cerceamento da liberdade e da verdade e como ampliação que limita a vida humana. Esperamos que esse ensaio contribua para que esse subgênero literário siga cumprindo o papel de nos alertar para os perigos iminentes da nossa sociedade.
{"title":"A ficção científica distópica de Primo Levi e o novo coronavírus: o vício de forma da tecnologia","authors":"Aislan Camargo Maciera, L. Massi, C. S. Leonardo Júnior","doi":"10.5902/1679849x63959","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x63959","url":null,"abstract":"A pandemia do novo coronavírus tornou corrente a ideia de que estamos vivendo uma distopia. Instigados por essa ideia, exploramos neste ensaio o potencial de textos de ficção científica distópica para tensionar a noção de verdade científica ao omitir informações e gerar incertezas sobre a realidade, envolvendo artefatos tecnológicos que condicionam as possibilidades de vida e sociabilidade, como na novela A máquina parou de E. M. Forster. A partir do conto “Proteção” da obra Vício de forma de Primo Levi — judeu, químico e sobrevivente da Shoá —, discutimos sua percepção de ciência e estabelecemos um paralelo com nosso contexto abordando a tecnologia como cerceamento da liberdade e da verdade e como ampliação que limita a vida humana. Esperamos que esse ensaio contribua para que esse subgênero literário siga cumprindo o papel de nos alertar para os perigos iminentes da nossa sociedade.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46812360","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
João Luis Pereira Ourique, L. C. Calegari, Rosani Úrsula Ketzer Umbach
O mundo hiperconectado e globalizado não está imune ao trânsito do autoritarismo, se utilizando dos próprios mecanismos da liberdade para corroer as estruturas democráticas, se apropriando das demandas por igualdade para justificar políticas de ódio e segregação. Resistir é cada vez mais necessário, mas começando por resistir exatamente ao que Theodor Adorno definiu como a roda-viva que teima em mirar o peito dos homens, que busca exatamente a contradição para manter a espiral de violência como única lógica possível para a ideia de civilização que foi construída.
{"title":"Resistência à espiral da distopia e do ódio","authors":"João Luis Pereira Ourique, L. C. Calegari, Rosani Úrsula Ketzer Umbach","doi":"10.5902/1679849x70642","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x70642","url":null,"abstract":"O mundo hiperconectado e globalizado não está imune ao trânsito do autoritarismo, se utilizando dos próprios mecanismos da liberdade para corroer as estruturas democráticas, se apropriando das demandas por igualdade para justificar políticas de ódio e segregação. Resistir é cada vez mais necessário, mas começando por resistir exatamente ao que Theodor Adorno definiu como a roda-viva que teima em mirar o peito dos homens, que busca exatamente a contradição para manter a espiral de violência como única lógica possível para a ideia de civilização que foi construída.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46991609","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo tem como objetivo discutir o fenômeno do ódio e suas reverberações, buscando traçar alguns parâmetros teóricos para sua discussão nos estudos literários. O artigo está dividido em duas partes: a primeira discute algumas dimensões teóricas que podem nortear questionamentos interessados na representação ficcional do ódio, tentando identificar motivações e materializações no espaço sociocultural; a segunda busca ilustrar seus potenciais com base na discussão do romance Ohnehin de Doron Rabinovici. Ambientado na Áustria, o romance encena o encontro de diferentes agrupamentos sociais e dos conflitos que emergem desse encontro, problematizando as formas de materialização do ódio. O artigo conclui com algumas propostas de análise dentro do escopo das literaturas nacionais e da metodologia comparatista.
{"title":"O ódio e suas reverberações: um questionamento para os estudos literários","authors":"Dionei Mathias","doi":"10.5902/1679849x68547","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x68547","url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo discutir o fenômeno do ódio e suas reverberações, buscando traçar alguns parâmetros teóricos para sua discussão nos estudos literários. O artigo está dividido em duas partes: a primeira discute algumas dimensões teóricas que podem nortear questionamentos interessados na representação ficcional do ódio, tentando identificar motivações e materializações no espaço sociocultural; a segunda busca ilustrar seus potenciais com base na discussão do romance Ohnehin de Doron Rabinovici. Ambientado na Áustria, o romance encena o encontro de diferentes agrupamentos sociais e dos conflitos que emergem desse encontro, problematizando as formas de materialização do ódio. O artigo conclui com algumas propostas de análise dentro do escopo das literaturas nacionais e da metodologia comparatista.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47268181","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Neste artigo, propomos um breve passeio por um pequeno excerto da literatura distópica contemporânea, a partir do qual estabelecemos pontos de contato entre o contexto político atual, em que repetidamente presenciamos a assunção ao poder de candidatos de extrema direita ou extrema esquerda que, semelhantemente, legitimam diferentes formas de violência contra opositores e posicionamentos ideológicos divergentes, no que tange às crises democráticas, ao recrudescimento do capitalismo liberal e à exceção como técnica de governo, e obras como Cadáver Exquisito (2017) de Agustina Bazterrica, Nación Vacuna (2017) de Fernanda Garcia Lao, The Handmaid's Tale (1985) de Margaret Atwood e Soumission (2015) de Michel Houellebecq.
{"title":"Como as distopias nascem? Literatura distópica contemporânea e a política brasileira","authors":"Maíra Soalheiro Grade, Antonio Rediver Guizzo","doi":"10.5902/1679849x67827","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x67827","url":null,"abstract":"Neste artigo, propomos um breve passeio por um pequeno excerto da literatura distópica contemporânea, a partir do qual estabelecemos pontos de contato entre o contexto político atual, em que repetidamente presenciamos a assunção ao poder de candidatos de extrema direita ou extrema esquerda que, semelhantemente, legitimam diferentes formas de violência contra opositores e posicionamentos ideológicos divergentes, no que tange às crises democráticas, ao recrudescimento do capitalismo liberal e à exceção como técnica de governo, e obras como Cadáver Exquisito (2017) de Agustina Bazterrica, Nación Vacuna (2017) de Fernanda Garcia Lao, The Handmaid's Tale (1985) de Margaret Atwood e Soumission (2015) de Michel Houellebecq.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43783086","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}