Pub Date : 2021-08-30DOI: 10.22456/1982-6524.116828
Ana Caroline Amorim Oliveira, Daisy Damasceno Araújo, Rodrigo Theophilo Folhes, K. Corrêa
Este artigo objetiva apresentar as estratégias de mapeamento, qualificação e visibilidade dos dados da Covid-19 entre os povos indígenas no estado do Maranhão, refletindo sobre os impactos do novo coronavírus na vida destes povos e sobre a realidade de assistência à saúde destinada a eles. A pesquisa possui uma abordagem qualitativa apresentando os resultados do mapeamento realizado de maio a agosto de 2020 e as estratégias metodológicas provocadas pelo contexto pandêmico para o desenvolvimento da pesquisa em meio digital (MILLER, 2020). Tomamos como base quatro fontes de informações estatísticas para a coleta dos dados: os boletins epidemiológicos produzidos nos âmbitos federal, estadual, municipal e as informações disponibilizadas pelas organizações indigenistas e indígenas, nos respectivos sítios eletrônicos. Identificamos inicialmente uma ausência de informações sobre os casos de Covid-19 entre povos indígenas nas fontes oficiais e, quando publicizadas, não contemplavam as especificidades dos povos acometidos pelo vírus, apresentando dados genéricos e generalizados, nos impedindo de compreender a realidade sanitária de forma específica e diferenciada. Assim, a pandemia se alastrou nos territórios indígenas e que as estratégias do governo contribuíram para tal quadro.
{"title":"ESTRATÉGIAS DE VISIBILIDADE EM CONTEXTO PANDÊMICO: O MAPEAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19 ENTRE POVOS INDÍGENAS NO MARANHÃO","authors":"Ana Caroline Amorim Oliveira, Daisy Damasceno Araújo, Rodrigo Theophilo Folhes, K. Corrêa","doi":"10.22456/1982-6524.116828","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-6524.116828","url":null,"abstract":"Este artigo objetiva apresentar as estratégias de mapeamento, qualificação e visibilidade dos dados da Covid-19 entre os povos indígenas no estado do Maranhão, refletindo sobre os impactos do novo coronavírus na vida destes povos e sobre a realidade de assistência à saúde destinada a eles. A pesquisa possui uma abordagem qualitativa apresentando os resultados do mapeamento realizado de maio a agosto de 2020 e as estratégias metodológicas provocadas pelo contexto pandêmico para o desenvolvimento da pesquisa em meio digital (MILLER, 2020). Tomamos como base quatro fontes de informações estatísticas para a coleta dos dados: os boletins epidemiológicos produzidos nos âmbitos federal, estadual, municipal e as informações disponibilizadas pelas organizações indigenistas e indígenas, nos respectivos sítios eletrônicos. Identificamos inicialmente uma ausência de informações sobre os casos de Covid-19 entre povos indígenas nas fontes oficiais e, quando publicizadas, não contemplavam as especificidades dos povos acometidos pelo vírus, apresentando dados genéricos e generalizados, nos impedindo de compreender a realidade sanitária de forma específica e diferenciada. Assim, a pandemia se alastrou nos territórios indígenas e que as estratégias do governo contribuíram para tal quadro.","PeriodicalId":423979,"journal":{"name":"Espaço Ameríndio","volume":"39 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-08-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121683871","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-06-24DOI: 10.22456/1982-6524.96491
J. Beltrão, Jimena Felipe Beltrão
Como se processa a comunicação sobre povos indígenas na(s) Amazônia(s)? Há espaço dentro dos fluxos comunicacionais para indígenas e quilombolas comunicarem “aos outros” ou “entre os demais” assuntos de interesse de seus coletivos? É possível encontrar práticas interculturais na comunicação? As perguntas sobre o tema são infinitas. Trabalho a partir da experiência que, como antropóloga situada, reflito sobre o assunto, considerando as formas de comunicar memórias e conflitos que envolvem povos indígenas na(s) Amazônia(s) marcadas pelo racismo e pela assimetria das relações de poder que forja quem são as autoridades a serem ouvidas.
{"title":"POVOS INDÍGENAS & COMUNICAÇÃO NA(S) AMAZÔNIA(S)","authors":"J. Beltrão, Jimena Felipe Beltrão","doi":"10.22456/1982-6524.96491","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-6524.96491","url":null,"abstract":"Como se processa a comunicação sobre povos indígenas na(s) Amazônia(s)? Há espaço dentro dos fluxos comunicacionais para indígenas e quilombolas comunicarem “aos outros” ou “entre os demais” assuntos de interesse de seus coletivos? É possível encontrar práticas interculturais na comunicação? As perguntas sobre o tema são infinitas. Trabalho a partir da experiência que, como antropóloga situada, reflito sobre o assunto, considerando as formas de comunicar memórias e conflitos que envolvem povos indígenas na(s) Amazônia(s) marcadas pelo racismo e pela assimetria das relações de poder que forja quem são as autoridades a serem ouvidas.","PeriodicalId":423979,"journal":{"name":"Espaço Ameríndio","volume":"103 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123074335","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-28DOI: 10.22456/1982-6524.107625
Lorranne Gomes Da Silva, E. Nazareno
O povo indígena Avá-Canoeiro está localizado em dois Estados brasileiros, em Goiás com uma família de 08 indígenas e em Tocantins onde vivem outras famílias com aproximadamente 22 indígenas. A pesquisa foi realizada com os Avá-Canoeiro de Goiás. O texto está organizado em duas análises, a primeira é sobre as tentativas de acesso à educação formal, e a segunda abordará o processo de constituição da Escola Indígena Ikatoté, que esteve pautado em uma proposta de Educação Escolar Indígena vinculada aos princípios pedagógicos da interculturalidade crítica, da diversidade linguística e do respeito aos processos próprios de aprendizagem, tendo em vista a realidade e a história desse povo. Para a efetivação dessa pesquisa foram realizadas diversas atividades de campo que contaram com a realização de entrevistas, oficinas e atividades de ordem didático-pedagógicas. Os resultados da pesquisa demonstraram que as dificuldades de acesso dos Avá-Canoeiro a uma educação diferenciada e intercultural, como assegura a Constituição de 1988 e a LDB (1996), continuam sendo enormes como pode-se observar nas diversas tentativas de criação da Escola Indígena Ikatoté ao longo dos últimos 20 anos.
ava -Canoeiro土著居民位于巴西的两个州,goias有一个08岁的土著家庭,Tocantins有22个土著家庭。这项研究是在ava -Canoeiro de goias进行的。组织在两个文本分析的尝试,第一件事是获取正规教育,第二个地区学校Ikatoté模态的生成过程,你仍然在一份印度学校教育以教学原则的不同,语言的多样性和尊重自己的学习过程,以现实和历史的人们。为了完成这项研究,我们进行了一些实地活动,包括访谈、研讨会和教学和教学活动。研究结果表明,ava -Canoeiro在获得1988年宪法和LDB(1996)所确保的差异化和跨文化教育方面的困难仍然巨大,这可以从过去20年创建ikatote土著学校的几次尝试中看出。
{"title":"POVO AVÁ-CANOEIRO: EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA E INTERCULTURALIDADE CRÍTICA","authors":"Lorranne Gomes Da Silva, E. Nazareno","doi":"10.22456/1982-6524.107625","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-6524.107625","url":null,"abstract":"O povo indígena Avá-Canoeiro está localizado em dois Estados brasileiros, em Goiás com uma família de 08 indígenas e em Tocantins onde vivem outras famílias com aproximadamente 22 indígenas. A pesquisa foi realizada com os Avá-Canoeiro de Goiás. O texto está organizado em duas análises, a primeira é sobre as tentativas de acesso à educação formal, e a segunda abordará o processo de constituição da Escola Indígena Ikatoté, que esteve pautado em uma proposta de Educação Escolar Indígena vinculada aos princípios pedagógicos da interculturalidade crítica, da diversidade linguística e do respeito aos processos próprios de aprendizagem, tendo em vista a realidade e a história desse povo. Para a efetivação dessa pesquisa foram realizadas diversas atividades de campo que contaram com a realização de entrevistas, oficinas e atividades de ordem didático-pedagógicas. Os resultados da pesquisa demonstraram que as dificuldades de acesso dos Avá-Canoeiro a uma educação diferenciada e intercultural, como assegura a Constituição de 1988 e a LDB (1996), continuam sendo enormes como pode-se observar nas diversas tentativas de criação da Escola Indígena Ikatoté ao longo dos últimos 20 anos.","PeriodicalId":423979,"journal":{"name":"Espaço Ameríndio","volume":"18 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130086029","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-28DOI: 10.22456/1982-6524.110736
Ana Cristina Rodrigues de Mattos
Os verbos intransitivos têm recebido atenção dos estudos linguísticos desde o início do Século XX, em razão de diferenciarem, em algum aspecto da morfologia ou da sintaxe de muitas línguas, subclasses com comportamentos distintos. A esse fenômeno se dá o nome genérico de Cisão Intransitiva (CI). Nas línguas Tupí-Guaraní (TG), as questões sobre a cisão intransitiva ganham tons ainda mais divergentes, uma vez que não há unanimidade entre os pesquisadores em reconhecer a existência de duas subclasses intransitivas, uma composta por verbos ativos, outra por estativos. Os critérios comumente empregados para distinguir classes lexicais não ajudam a resolver a questão: as línguas TG não apresentam classes formais produtivas de adjetivos, as diferentes classes de palavras compartilham material morfológico e as funções de predicado e argumento não são exclusivas de verbos e nomes, respectivamente. Este artigo tem por objetivo analisar o comportamento das palavras estativas e a cisão intransitiva atestada em quatro línguas da Família Tupí-Guaraní (FTG): o Tapirapé, o Guajá, o Emerillón e o Guaraní.
{"title":"A CLASSE DOS ESTADOS E A CISÃO INTRANSITIVA EM LÍNGUAS TUPÍ-GUARANÍ","authors":"Ana Cristina Rodrigues de Mattos","doi":"10.22456/1982-6524.110736","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-6524.110736","url":null,"abstract":"Os verbos intransitivos têm recebido atenção dos estudos linguísticos desde o início do Século XX, em razão de diferenciarem, em algum aspecto da morfologia ou da sintaxe de muitas línguas, subclasses com comportamentos distintos. A esse fenômeno se dá o nome genérico de Cisão Intransitiva (CI). Nas línguas Tupí-Guaraní (TG), as questões sobre a cisão intransitiva ganham tons ainda mais divergentes, uma vez que não há unanimidade entre os pesquisadores em reconhecer a existência de duas subclasses intransitivas, uma composta por verbos ativos, outra por estativos. Os critérios comumente empregados para distinguir classes lexicais não ajudam a resolver a questão: as línguas TG não apresentam classes formais produtivas de adjetivos, as diferentes classes de palavras compartilham material morfológico e as funções de predicado e argumento não são exclusivas de verbos e nomes, respectivamente. Este artigo tem por objetivo analisar o comportamento das palavras estativas e a cisão intransitiva atestada em quatro línguas da Família Tupí-Guaraní (FTG): o Tapirapé, o Guajá, o Emerillón e o Guaraní.","PeriodicalId":423979,"journal":{"name":"Espaço Ameríndio","volume":"2 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123671683","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"EU NÃO SOU SEU NEGRO: RAÇA, IDENTIDADE E CAPITALISMO","authors":"Sindy Gabrielly Holanda Oliveira","doi":"10.22456/1982-6524.113384","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-6524.113384","url":null,"abstract":"Resenha do livro \"Lugar de negro, lugar de branco? Esboço para uma crítica à metafísica racial\", de Douglas Rodrigues Barros.","PeriodicalId":423979,"journal":{"name":"Espaço Ameríndio","volume":" 32","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"120832139","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-28DOI: 10.22456/1982-6524.109298
Eduarda Ferrari Soletti
Este artigo foi desenvolvido para tornar-se uma contribuição aos estudos recentes que buscam evidenciar o papel fundamental que as artes visuais desempenharam dentro do projeto colonizador das Américas. Situando a análise no Vice-Reino do Peru, durante o século XVII, o objetivo central da escrita é evidenciar a trajetória e atuação do pintor indígena Diego Quispe Tito a partir de análises produzidas acerca de algumas de suas obras produzidas na Escola Cusquenha de Arte. Para abordar a atuação deste pintor indígena dentro de um espaço criado pelos espanhóis, foi aplicado o conceito de “homem ordinário” desenvolvido por Michel de Certeau (1994). Partindo desta categoria, é possível pensar na obtenção de pequenas liberdades e na reelaboração de códigos ocidentais exercidas por Quispe Tito dentro do ambiente em que circulava.
这篇文章是对最近的研究的贡献,这些研究试图强调视觉艺术在美洲殖民计划中所扮演的关键角色。通过对17世纪秘鲁总督的分析,本文的主要目的是通过对库斯昆尼亚艺术学派的一些作品的分析,突出土著画家迭戈·奎斯佩·蒂托的轨迹和表现。为了探讨这位土著画家在西班牙人创造的空间中的表现,Michel de Certeau(1994)提出了“普通人”的概念。从这一范畴出发,我们可以思考奎斯佩·蒂托在他所处的环境中所行使的小自由和对西方法典的重新阐述。
{"title":"REELABORANDO CÓDIGOS E INTERMEDIANDO CULTURAS: DIEGO QUISPE TITO E AS POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DE UM RENOMADO ARTISTA INDÍGENA DURANTE O PERÍODO COLONIAL","authors":"Eduarda Ferrari Soletti","doi":"10.22456/1982-6524.109298","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-6524.109298","url":null,"abstract":"Este artigo foi desenvolvido para tornar-se uma contribuição aos estudos recentes que buscam evidenciar o papel fundamental que as artes visuais desempenharam dentro do projeto colonizador das Américas. Situando a análise no Vice-Reino do Peru, durante o século XVII, o objetivo central da escrita é evidenciar a trajetória e atuação do pintor indígena Diego Quispe Tito a partir de análises produzidas acerca de algumas de suas obras produzidas na Escola Cusquenha de Arte. Para abordar a atuação deste pintor indígena dentro de um espaço criado pelos espanhóis, foi aplicado o conceito de “homem ordinário” desenvolvido por Michel de Certeau (1994). Partindo desta categoria, é possível pensar na obtenção de pequenas liberdades e na reelaboração de códigos ocidentais exercidas por Quispe Tito dentro do ambiente em que circulava.","PeriodicalId":423979,"journal":{"name":"Espaço Ameríndio","volume":"130 1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"128710750","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-28DOI: 10.22456/1982-6524.105223
Sônia Pavão, I. Lopes, Kellen Natalice Vilharva, Anastácio Peralta, Marildo da Silva Pedro, Eliel Benites, Laura Jane Gisloti
Os povos guarani e kaiowá travam, no centro oeste do Brasil, uma batalha contra o roubo de suas terras tradicionais pelo agronegócio que é imperante na região, fazendo com que a luta em defesa de seus territórios seja marcada por estratégias complexas baseada na valorização de seus conhecimentos tradicionais. Com base na análise da literatura disponível, realizamos uma leitura crítica das evidências disponíveis para fornecer um bom cenário dos estudos etnobotânicos para com esses povos, e assim confeccionamos uma matriz de dados com informações sobre as espécies encontradas. Encontramos sete trabalhos sobre plantas medicinais utilizadas por esses povos, com um total de 209 espécies de plantas, incluídas em 175 gêneros e 73 famílias. Concluímos que, apesar da importância desse tema para esses povos, não há grande número de estudos etnobotânicos disponíveis, sendo necessário organizar esforços para preencher lacunas em diferentes áreas do conhecimento e aperfeiçoar a busca por estratégias que possibilitem aos guarani e kaiowá a existência a partir de um modo de vida específico, que respeita as florestas, as águas, as terras e os demais seres vivos.
{"title":"FLORA MEDICINAL GUARANI E KAIOWÁ: CONHECIMENTO TRADICIONAL COMO FORMA DE RESISTÊNCIA","authors":"Sônia Pavão, I. Lopes, Kellen Natalice Vilharva, Anastácio Peralta, Marildo da Silva Pedro, Eliel Benites, Laura Jane Gisloti","doi":"10.22456/1982-6524.105223","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-6524.105223","url":null,"abstract":"Os povos guarani e kaiowá travam, no centro oeste do Brasil, uma batalha contra o roubo de suas terras tradicionais pelo agronegócio que é imperante na região, fazendo com que a luta em defesa de seus territórios seja marcada por estratégias complexas baseada na valorização de seus conhecimentos tradicionais. Com base na análise da literatura disponível, realizamos uma leitura crítica das evidências disponíveis para fornecer um bom cenário dos estudos etnobotânicos para com esses povos, e assim confeccionamos uma matriz de dados com informações sobre as espécies encontradas. Encontramos sete trabalhos sobre plantas medicinais utilizadas por esses povos, com um total de 209 espécies de plantas, incluídas em 175 gêneros e 73 famílias. Concluímos que, apesar da importância desse tema para esses povos, não há grande número de estudos etnobotânicos disponíveis, sendo necessário organizar esforços para preencher lacunas em diferentes áreas do conhecimento e aperfeiçoar a busca por estratégias que possibilitem aos guarani e kaiowá a existência a partir de um modo de vida específico, que respeita as florestas, as águas, as terras e os demais seres vivos.","PeriodicalId":423979,"journal":{"name":"Espaço Ameríndio","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129365486","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-28DOI: 10.22456/1982-6524.103390
Fernando Schlindwein Santino, K. Ciríaco
Relatamos dados de uma investigação cujo o objeto fora ações desenvolvidas no âmbito de um projeto de extensão promovido pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, Campus Naviraí. Trata-se do curso Infância, Interculturalidade e Etnomatemática na Educação Infantil: o atendimento à criança indígena, em que o público-alvo fora professoras que tinham crianças de duas etnias (Guarani e Kaiowá) matriculadas nas instituições em que trabalhavam. Objetivou-se compreender impactos deste à promoção de práticas pedagógicas que valorizem a Interculturalidade na perspectiva da Etnomatemática desde a infância. O referencial teórico contempla documentos e produções sobre as temáticas-chaves da discussão em uma ampla relação com a cultura indígena. A metodologia se enquadra na descrição e análise prévia de respostas ao questionário desenvolvido no encontro inicial. As questões analisadas apontam para a existência de algumas barreiras para que o atendimento à infância indígena se faça de forma mais inclusiva, uma vez que, as docentes declararam, por exemplo, a língua nativa [Guarani] como fator determinante às dificuldades no processo de exploração das noções matemáticas, justamente por não compreenderem os termos adotados pelas crianças.
{"title":"“O ESSENCIAL É INVISÍVEL AOS OLHOS”: PERCEPÇÕES ACERCA DA INTERCULTURALIDADE E ETNOMATEMÁTICA NO ATENDIMENTO À INFÂNCIA INDÍGENA","authors":"Fernando Schlindwein Santino, K. Ciríaco","doi":"10.22456/1982-6524.103390","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-6524.103390","url":null,"abstract":"Relatamos dados de uma investigação cujo o objeto fora ações desenvolvidas no âmbito de um projeto de extensão promovido pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, Campus Naviraí. Trata-se do curso Infância, Interculturalidade e Etnomatemática na Educação Infantil: o atendimento à criança indígena, em que o público-alvo fora professoras que tinham crianças de duas etnias (Guarani e Kaiowá) matriculadas nas instituições em que trabalhavam. Objetivou-se compreender impactos deste à promoção de práticas pedagógicas que valorizem a Interculturalidade na perspectiva da Etnomatemática desde a infância. O referencial teórico contempla documentos e produções sobre as temáticas-chaves da discussão em uma ampla relação com a cultura indígena. A metodologia se enquadra na descrição e análise prévia de respostas ao questionário desenvolvido no encontro inicial. As questões analisadas apontam para a existência de algumas barreiras para que o atendimento à infância indígena se faça de forma mais inclusiva, uma vez que, as docentes declararam, por exemplo, a língua nativa [Guarani] como fator determinante às dificuldades no processo de exploração das noções matemáticas, justamente por não compreenderem os termos adotados pelas crianças.","PeriodicalId":423979,"journal":{"name":"Espaço Ameríndio","volume":"5 3 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123691359","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-28DOI: 10.22456/1982-6524.102935
N. Z. Zanin, F. Dill
O artigo apresenta reflexões sobre espaços escolares indígenas a partir da intervenção arquitetônica para a Escola Indígena de Educação Básica Cacique Vanhkre, localizada na Aldeia Sede da Terra Indígena Xapecó, município de Ipuaçu, Santa Catarina. A escolha dessa obra deve-se à representatividade de sua arquitetura, tanto para a comunidade indígena, quanto para a sociedade envolvente. O principal objetivo é problematizar as relações entre as propostas arquitetônicas e a educação escolar indígena, identificadas como meios de afirmação cultural. A análise dirige-se à participação da comunidade no processo de projeto arquitetônico, à apropriação dos espaços e às alterações decorrentes, bem como ao estudo das formas arquitetônicas, sua imagem na paisagem cultural e os significados atribuídos pelos sujeitos. Para tanto, foram utilizados referenciais bibliográficos, publicações na mídia, análise documental, observações e entrevistas abertas e semiestruturadas com professores, estudantes formados e lideranças da aldeia. Como resultados são apresentadas considerações sobre o desenvolvimento de projetos arquitetônicos junto a comunidades indígenas, enfocando o desenho de espaços escolares e sua relação com a proposta de educação indígena específica e diferenciada.
{"title":"EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA MANIFESTADA EM INTERVENÇÃO ARQUITETÔNICA: REFLEXÕES A PARTIR DE UMA ESCOLA KAINGANG","authors":"N. Z. Zanin, F. Dill","doi":"10.22456/1982-6524.102935","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1982-6524.102935","url":null,"abstract":"O artigo apresenta reflexões sobre espaços escolares indígenas a partir da intervenção arquitetônica para a Escola Indígena de Educação Básica Cacique Vanhkre, localizada na Aldeia Sede da Terra Indígena Xapecó, município de Ipuaçu, Santa Catarina. A escolha dessa obra deve-se à representatividade de sua arquitetura, tanto para a comunidade indígena, quanto para a sociedade envolvente. O principal objetivo é problematizar as relações entre as propostas arquitetônicas e a educação escolar indígena, identificadas como meios de afirmação cultural. A análise dirige-se à participação da comunidade no processo de projeto arquitetônico, à apropriação dos espaços e às alterações decorrentes, bem como ao estudo das formas arquitetônicas, sua imagem na paisagem cultural e os significados atribuídos pelos sujeitos. Para tanto, foram utilizados referenciais bibliográficos, publicações na mídia, análise documental, observações e entrevistas abertas e semiestruturadas com professores, estudantes formados e lideranças da aldeia. Como resultados são apresentadas considerações sobre o desenvolvimento de projetos arquitetônicos junto a comunidades indígenas, enfocando o desenho de espaços escolares e sua relação com a proposta de educação indígena específica e diferenciada.","PeriodicalId":423979,"journal":{"name":"Espaço Ameríndio","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121254155","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}