Pub Date : 2021-12-22DOI: 10.5380/rel.v103i1.80338
C. Ulrich, Luiz Carlos Schwindt
O presente trabalho trata do processamento morfológico de sufixos rotulados como derivacionais — aqueles capazes de alterar características morfossintáticas da base e, portanto, núcleos da estrutura complexa (ex. ‑eiro) — e de sufixos modificadores, representados pelos avaliativos — que mantêm características morfossintáticas da base (ex. ‑inho), conforme Villalva (1994). Partindo do pressuposto de que há decomposição de unidades morfologicamente complexas em unidades menores no processamento de dados linguísticos no português (GARCIA, 2009; PINTO, 2017), nosso objetivo é verificar se as duas classificações apresentadas para os sufixos demandam diferentes custos de processamento. Para isso, desenvolvemos três experimentos: uma Tarefa de Associação de Palavras (TAP), uma Tarefa de Decisão Lexical (TDL) e uma Tarefa de Decisão Lexical com Priming (TDLP), as quais são compostas por estímulos formados pelos sufixos ‑eiro e ‑inho. De modo geral, os participantes da TAP demonstraram ter conhecimento dos itens linguísticos testados e atribuíram a eles, predominantemente, associações de cunho morfológico ou semântico. Em ambas as tarefas envolvendo decisão lexical (TDL e TDLP), estímulos formados por ‑inho apresentaram menores índices de acurácia e tempos de reação relativamente maiores, mas sem significância estatística em comparação aos formados por ‑eiro. Esse resultado comum parece sugerir, considerando-se o recorte experimental assumido, que a função do afixo não exerce papel no processamento das palavras em análise.
{"title":"O processamento morfológico de sufixos derivacionais e modificadores: uma análise de -eiro e -inho","authors":"C. Ulrich, Luiz Carlos Schwindt","doi":"10.5380/rel.v103i1.80338","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/rel.v103i1.80338","url":null,"abstract":"O presente trabalho trata do processamento morfológico de sufixos rotulados como derivacionais — aqueles capazes de alterar características morfossintáticas da base e, portanto, núcleos da estrutura complexa (ex. ‑eiro) — e de sufixos modificadores, representados pelos avaliativos — que mantêm características morfossintáticas da base (ex. ‑inho), conforme Villalva (1994). Partindo do pressuposto de que há decomposição de unidades morfologicamente complexas em unidades menores no processamento de dados linguísticos no português (GARCIA, 2009; PINTO, 2017), nosso objetivo é verificar se as duas classificações apresentadas para os sufixos demandam diferentes custos de processamento. Para isso, desenvolvemos três experimentos: uma Tarefa de Associação de Palavras (TAP), uma Tarefa de Decisão Lexical (TDL) e uma Tarefa de Decisão Lexical com Priming (TDLP), as quais são compostas por estímulos formados pelos sufixos ‑eiro e ‑inho. De modo geral, os participantes da TAP demonstraram ter conhecimento dos itens linguísticos testados e atribuíram a eles, predominantemente, associações de cunho morfológico ou semântico. Em ambas as tarefas envolvendo decisão lexical (TDL e TDLP), estímulos formados por ‑inho apresentaram menores índices de acurácia e tempos de reação relativamente maiores, mas sem significância estatística em comparação aos formados por ‑eiro. Esse resultado comum parece sugerir, considerando-se o recorte experimental assumido, que a função do afixo não exerce papel no processamento das palavras em análise.","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45083484","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-22DOI: 10.5380/rel.v103i1.80573
A. Xavier, Daiane Ferreira
O presente trabalho apresenta uma análise morfológica de sinais da libras que nomeiam 53 dos 75 bairros curitibanos. Objetivamos, com isso, identificar os processos de criação lexical através dos quais tais topônimos foram formados. O corpus deste trabalho foi constituído a partir dos dados coletados por AUTORES (ANO) e de vídeos disponibilizados no canal do Youtube do CAS-Curitiba. Sua análise se baseou em trabalhos sobre processos de formação de palavras em línguas orais (VELUPILLAI, 2012) e em línguas de sinais (MEIR, 2012). Como resultado, atestamos, além de variação fonológica, variação morfológica, referente à estrutura do topônimo, simples ou composta, e lexical, decorrente da existência de diferentes nomes, que não compartilham a mesma raiz, para um mesmo bairro. Somando-se a isso, identificamos 15 diferentes padrões de formação lexical e, à luz de Frishberg e Gough (1973), propusemos cinco famílias toponímicas, ou seja, cinco conjuntos de sinais que compartilham entre si um mesmo ponto de articulação, e, presumivelmente, um mesmo aspecto semântico relacionado a ele.
{"title":"Análise morfológica de sinais da libras que nomeiam bairros de Curitiba","authors":"A. Xavier, Daiane Ferreira","doi":"10.5380/rel.v103i1.80573","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/rel.v103i1.80573","url":null,"abstract":"O presente trabalho apresenta uma análise morfológica de sinais da libras que nomeiam 53 dos 75 bairros curitibanos. Objetivamos, com isso, identificar os processos de criação lexical através dos quais tais topônimos foram formados. O corpus deste trabalho foi constituído a partir dos dados coletados por AUTORES (ANO) e de vídeos disponibilizados no canal do Youtube do CAS-Curitiba. Sua análise se baseou em trabalhos sobre processos de formação de palavras em línguas orais (VELUPILLAI, 2012) e em línguas de sinais (MEIR, 2012). Como resultado, atestamos, além de variação fonológica, variação morfológica, referente à estrutura do topônimo, simples ou composta, e lexical, decorrente da existência de diferentes nomes, que não compartilham a mesma raiz, para um mesmo bairro. Somando-se a isso, identificamos 15 diferentes padrões de formação lexical e, à luz de Frishberg e Gough (1973), propusemos cinco famílias toponímicas, ou seja, cinco conjuntos de sinais que compartilham entre si um mesmo ponto de articulação, e, presumivelmente, um mesmo aspecto semântico relacionado a ele.","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47016078","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-22DOI: 10.5380/rel.v103i1.80337
L. Gonçalves, Paula Roberta Gabbai Armelin
Este artigo investiga a constituição morfológica do sufixo -r da língua latina, bem como de seus alomorfes, nos diferentes contextos em que eles são encontrados. Esse morfema é comumente identificado pelas gramáticas como parte da composição da voz passiva, mas também marca outras estruturas e, assim, pode ser considerado um morfema sincrético. O trabalho se desenvolve sob o modelo teórico da Morfologia Distribuída (HALLE e MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997) e parte de análises argumentais como as vistas em Schäfer (2008) e Lazzarini-Cyrino (2015) para propor que esse morfema é a realização de um argumento anafórico que não conseguiu se ligar na sintaxe. Seguindo a caracterização de anáforas de Heinat (2006a, 2006b), isso o impede de ser marcado com Caso, o que, por sua vez, acarretaria uma violação do filtro do Caso (LEVIN, 2015). Via Deslocamento Local (EMBICK e NOYER, 2001), a anáfora então se move para o domínio verbal, escapando à necessidade de Caso. Esse processo, em diferentes estruturas sintáticas, promove a interpretação dos contextos em que a marca é vista. Todavia, a simples incorporação da anáfora não é capaz de gerar as formas verbais latinas, havendo uma incongruência entre as formas previstas e as reais. Aplica-se uma variedade de operações morfológicas e regras de reajuste para adequar a proposta aos dados da língua.
{"title":"Derivando o sufixo -r latino e seus alomorfes: uma descrição baseada na Morfologia Distribuída","authors":"L. Gonçalves, Paula Roberta Gabbai Armelin","doi":"10.5380/rel.v103i1.80337","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/rel.v103i1.80337","url":null,"abstract":"Este artigo investiga a constituição morfológica do sufixo -r da língua latina, bem como de seus alomorfes, nos diferentes contextos em que eles são encontrados. Esse morfema é comumente identificado pelas gramáticas como parte da composição da voz passiva, mas também marca outras estruturas e, assim, pode ser considerado um morfema sincrético. O trabalho se desenvolve sob o modelo teórico da Morfologia Distribuída (HALLE e MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997) e parte de análises argumentais como as vistas em Schäfer (2008) e Lazzarini-Cyrino (2015) para propor que esse morfema é a realização de um argumento anafórico que não conseguiu se ligar na sintaxe. Seguindo a caracterização de anáforas de Heinat (2006a, 2006b), isso o impede de ser marcado com Caso, o que, por sua vez, acarretaria uma violação do filtro do Caso (LEVIN, 2015). Via Deslocamento Local (EMBICK e NOYER, 2001), a anáfora então se move para o domínio verbal, escapando à necessidade de Caso. Esse processo, em diferentes estruturas sintáticas, promove a interpretação dos contextos em que a marca é vista. Todavia, a simples incorporação da anáfora não é capaz de gerar as formas verbais latinas, havendo uma incongruência entre as formas previstas e as reais. Aplica-se uma variedade de operações morfológicas e regras de reajuste para adequar a proposta aos dados da língua.","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44212541","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-22DOI: 10.5380/rel.v103i1.80193
M. Resende
o presente trabalho discute propriedades semânticas, sintáticas e morfológicas dos nomes próprios no português brasileiro sob a perspectiva formal. Especificamente, este artigo investiga, com detalhe, as diferentes leituras associadas aos antropônimos em português e a forma elas são restringidas pelos diferentes expedientes sintáticos. Além disso, valendo-se dos pressupostos da Morfologia Distribuída (HALLE & MARANTZ, 1993), este estudo propõe uma forma de derivar as diferentes estruturas dos nomes próprios, com suas diferentes leituras, levando em conta, ainda, propriedades de sua estrutura vocabular interna. Em síntese, este artigo defende que os antropônimos constituem evidência empírica robusta contra a assunção/análise de itens lexicais (cujas propriedades sintáticas e semânticas são definidas antes da sintaxe) e ainda mostram que modelos de morfologia baseados em palavra (em oposição aos baseados em morfema) têm dificuldade para acomodar propriedades bastante naturais dessa classe nominal.
{"title":"Nomes próprios não são primitivos da sintaxe: uma proposta de como dar nome(s) às estruturas","authors":"M. Resende","doi":"10.5380/rel.v103i1.80193","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/rel.v103i1.80193","url":null,"abstract":"o presente trabalho discute propriedades semânticas, sintáticas e morfológicas dos nomes próprios no português brasileiro sob a perspectiva formal. Especificamente, este artigo investiga, com detalhe, as diferentes leituras associadas aos antropônimos em português e a forma elas são restringidas pelos diferentes expedientes sintáticos. Além disso, valendo-se dos pressupostos da Morfologia Distribuída (HALLE & MARANTZ, 1993), este estudo propõe uma forma de derivar as diferentes estruturas dos nomes próprios, com suas diferentes leituras, levando em conta, ainda, propriedades de sua estrutura vocabular interna. Em síntese, este artigo defende que os antropônimos constituem evidência empírica robusta contra a assunção/análise de itens lexicais (cujas propriedades sintáticas e semânticas são definidas antes da sintaxe) e ainda mostram que modelos de morfologia baseados em palavra (em oposição aos baseados em morfema) têm dificuldade para acomodar propriedades bastante naturais dessa classe nominal.","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45924665","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-22DOI: 10.5380/rel.v103i1.84127
Maria Cristina Figueiredo Silva, Teresa Cristina Wachowicz
Este dossiê é dedicado a uma seleção de trabalhos que foram apresenta‑ dos no V Colóquio Brasileiro de Morfologia, realizado em Curitiba de 4 a 6 de novembro de 2020, depois de adiamentos sucessivos por conta da pandemia pelo Covid 19.
{"title":"Apresentação do Dossiê V CBM","authors":"Maria Cristina Figueiredo Silva, Teresa Cristina Wachowicz","doi":"10.5380/rel.v103i1.84127","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/rel.v103i1.84127","url":null,"abstract":"Este dossiê é dedicado a uma seleção de trabalhos que foram apresenta‑ dos no V Colóquio Brasileiro de Morfologia, realizado em Curitiba de 4 a 6 de novembro de 2020, depois de adiamentos sucessivos por conta da pandemia pelo Covid 19.","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48269969","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-22DOI: 10.5380/rel.v103i1.80580
Gustavo Lopez Estivalet, Karla Araújo Pinheiro, José Ferrari Neto
A discussão teórica e empírica acerca do processamento morfológico tem sido relacionada às diferentes arquiteturas de processamento. Enquanto os modelos de Full Entry propõem o acesso lexical por meio da ativação da palavra inteira, os modelos de Full Parsing propõem o acesso lexical por meio da decomposição morfológica. Nesse sentido, radicalizadores (stemmers) são mecanismos úteis para análise morfológica porque permitem a conflação de palavras no léxico e a modelagem computacional do processamento morfológico, assim como das interfaces morfofonológica e morfossintática. Contudo, os radicalizadores atuais de Processamento de Linguagem Natural foram desenvolvidos desconsiderando os modelos teóricos de Morfologia ou da Linguística. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi desenvolver um radicalizador do português brasileiro baseado na teoria linguística da Morfologia Distribuída. Os objetivos específicos foram i. apresentar o repertório de morfemas flexionais e derivacionais, ii. analisar os morfemas em termos de traços morfossintáticos e classes gramaticais, e, iii. modelar a decomposição de palavras polimorfêmicas. Nossos resultados apontam que um modelo decomposicional é capaz de processar as estruturas morfológicas do português brasileiro. Ainda, um modelo flexível com diferentes subestruturas para os casos de alomorfia poderia apresentar resultados mais eficazes para a derivação e a flexão irregular. Além da radicalização, nosso algoritmo apresenta algumas características específicas, tais como i. a ativação dos traços morfossintáticos, ii. a definição da classe gramatical derivacional e iii. especificação teórica baseado na teoria. Enfim, o algoritmo possui código aberto e acesso livre para utilização em diversas aplicações, estando disponível em https://lexicodoportugues.shinyapps.io/Stemmer/.
{"title":"Radicalizador do português brasileiro baseado na Morfologia Distribuída","authors":"Gustavo Lopez Estivalet, Karla Araújo Pinheiro, José Ferrari Neto","doi":"10.5380/rel.v103i1.80580","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/rel.v103i1.80580","url":null,"abstract":"A discussão teórica e empírica acerca do processamento morfológico tem sido relacionada às diferentes arquiteturas de processamento. Enquanto os modelos de Full Entry propõem o acesso lexical por meio da ativação da palavra inteira, os modelos de Full Parsing propõem o acesso lexical por meio da decomposição morfológica. Nesse sentido, radicalizadores (stemmers) são mecanismos úteis para análise morfológica porque permitem a conflação de palavras no léxico e a modelagem computacional do processamento morfológico, assim como das interfaces morfofonológica e morfossintática. Contudo, os radicalizadores atuais de Processamento de Linguagem Natural foram desenvolvidos desconsiderando os modelos teóricos de Morfologia ou da Linguística. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi desenvolver um radicalizador do português brasileiro baseado na teoria linguística da Morfologia Distribuída. Os objetivos específicos foram i. apresentar o repertório de morfemas flexionais e derivacionais, ii. analisar os morfemas em termos de traços morfossintáticos e classes gramaticais, e, iii. modelar a decomposição de palavras polimorfêmicas. Nossos resultados apontam que um modelo decomposicional é capaz de processar as estruturas morfológicas do português brasileiro. Ainda, um modelo flexível com diferentes subestruturas para os casos de alomorfia poderia apresentar resultados mais eficazes para a derivação e a flexão irregular. Além da radicalização, nosso algoritmo apresenta algumas características específicas, tais como i. a ativação dos traços morfossintáticos, ii. a definição da classe gramatical derivacional e iii. especificação teórica baseado na teoria. Enfim, o algoritmo possui código aberto e acesso livre para utilização em diversas aplicações, estando disponível em https://lexicodoportugues.shinyapps.io/Stemmer/.","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43115045","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-22DOI: 10.5380/rel.v103i1.80357
Janayna Carvalho, Indaiá Bassani
This paper discusses the tendency of analyticization in Brazilian Portuguese (BP) using the following datasets with synthetic-analytic alternation: a) verbal forms with simple future meaning; b) verbal forms with pluperfect meaning; c) parasynthetic verbs; d) directional verbs. By integrating these phenomena, we not only confirm the tendency of analyticization in BP, argued for in recent papers about loss of inflection in this language, but show that it affects derivational elements as well. Based on Huang’s (2015) analysis for Mandarin, we show that the analytic counterparts of the alternations examined can all be analyzed as a general preference for short, local movements in BP. As a result, the various syntactic changes BP goes through can also be seen through a typological perspective.
{"title":"Analyticization in Brazilian Portuguese inflection and derivation","authors":"Janayna Carvalho, Indaiá Bassani","doi":"10.5380/rel.v103i1.80357","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/rel.v103i1.80357","url":null,"abstract":"This paper discusses the tendency of analyticization in Brazilian Portuguese (BP) using the following datasets with synthetic-analytic alternation: a) verbal forms with simple future meaning; b) verbal forms with pluperfect meaning; c) parasynthetic verbs; d) directional verbs. By integrating these phenomena, we not only confirm the tendency of analyticization in BP, argued for in recent papers about loss of inflection in this language, but show that it affects derivational elements as well. Based on Huang’s (2015) analysis for Mandarin, we show that the analytic counterparts of the alternations examined can all be analyzed as a general preference for short, local movements in BP. As a result, the various syntactic changes BP goes through can also be seen through a typological perspective.","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47554128","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-22DOI: 10.5380/rel.v103i1.84111
César Elidio Marangoni Jr
Neste artigo, investigo as relações entre morfologia e fonologia nos blends (por exemplo, namorido < namorado + marido), de maneira a delimitar as características prosódicas e métricas desse processo de formação de palavras. Além disso, mostro que a interface morfologia-fonologia no blending se revela na existência de uma estrutura morfológica de composição que, por efeitos fonológicos e pragmáticos, se adequa à restrição prosódica de que tenhamos apenas um nó de palavra prosódica, de maneira que duas palavras são juntadas em uma só e, consequentemente, apresentam apenas um acento principal. O modelo teórico adotado é a Teoria da Otimidade (cf. PRINCE; SMOLENSKY, 1993), com base principalmente na Teoria da Correspondência (cf. McCARTHY; PRINCE, 1995; BENUA 1995) e, com base nesse modelo, proponho restrições atuantes na determinação do output ótimo do processo.
{"title":"A interface morfologia-fonologia no Blending: uma análise pelo modelo da Teoria da Otimidade","authors":"César Elidio Marangoni Jr","doi":"10.5380/rel.v103i1.84111","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/rel.v103i1.84111","url":null,"abstract":"Neste artigo, investigo as relações entre morfologia e fonologia nos blends (por exemplo, namorido < namorado + marido), de maneira a delimitar as características prosódicas e métricas desse processo de formação de palavras. Além disso, mostro que a interface morfologia-fonologia no blending se revela na existência de uma estrutura morfológica de composição que, por efeitos fonológicos e pragmáticos, se adequa à restrição prosódica de que tenhamos apenas um nó de palavra prosódica, de maneira que duas palavras são juntadas em uma só e, consequentemente, apresentam apenas um acento principal. O modelo teórico adotado é a Teoria da Otimidade (cf. PRINCE; SMOLENSKY, 1993), com base principalmente na Teoria da Correspondência (cf. McCARTHY; PRINCE, 1995; BENUA 1995) e, com base nesse modelo, proponho restrições atuantes na determinação do output ótimo do processo.","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42820561","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-22DOI: 10.5380/rel.v103i1.80388
Roberta Pires de Oliveira
The paper develops Pires de Oliveira’s (2020, in press) model theoretical account to Brazilian Portuguese (BrP) and English, both number marking languages, ie when n is first projected, little-n, [n 0 [X]], where X is a non-categorized root, it is as a predicate, . It revises Chierchia 2010, 2014) so it might account for the difference between these two languages: BSs in English are singular predicates, whereas in BrP, they can be arguments. The proposal assumes that n 0 denotes a part-whole non-atomic lattice (Rothstein 2010, 2017), ie. without grammatical atoms. In English, n 0 attracts atomicity, generating n 1 [ AtP SG-PL [ n0 [X]]. Thus, it predicts no BSs in argument position, and coercion to mass if in such position. In BrP, [n 0 [X]] surfaces in argument position, because the nominal phrase gravitates around the “specifier”. This is the bifurcation separating these two languages. The BS in BrP conveys no grammatical information about atomicity, because there is no specifier, so no atomicity is called for. It is sub-specified for mass and count. This move allows for an unitarist approach to the nominal phrase in BrP: where number gravitates around the specifier. The conclusion explores some consequences in the domain of language variation (Lima & Rothstein 2020), and in that of semantic processing.
本文发展了Pires de Oliveira(2020,出版)对巴西葡萄牙语(BrP)和英语这两种数字标记语言的模型理论解释,即当n第一次投影时,little-n,[n 0[X],其中X是一个未分类的根,它是一个谓词。它修订了Chiercia 20102014),因此可以解释这两种语言之间的差异:英语中的BS是单数谓词,而在BrP中,它们可以是自变量。该提案假设n0表示部分-完整的非原子晶格(Rothstein 20102017),即没有语法原子。在英语中,n0吸引原子性,生成n1[AtP SG-PL[n0[X]。因此,它预测在争论立场上没有BS,如果处于这种立场,则会对大众产生胁迫。在BrP中,[n 0[X]出现在自变量位置,因为名词短语被“说明符”吸引。这就是这两种语言的分歧。BrP中的BS不传递关于原子性的语法信息,因为没有说明符,所以不需要原子性。它被细分为质量和计数。这一举措允许对BrP中的名词短语采用统一主义方法:其中数字围绕说明符。该结论探讨了语言变异领域(Lima&Rothstein 2020)和语义处理领域的一些后果。
{"title":"From roots to DPs, Brazilian Portuguese and English: a model theoretical approach to language variation","authors":"Roberta Pires de Oliveira","doi":"10.5380/rel.v103i1.80388","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/rel.v103i1.80388","url":null,"abstract":"The paper develops Pires de Oliveira’s (2020, in press) model theoretical account to Brazilian Portuguese (BrP) and English, both number marking languages, ie when n is first projected, little-n, [n 0 [X]], where X is a non-categorized root, it is as a predicate, <e, t>. It revises Chierchia 2010, 2014) so it might account for the difference between these two languages: BSs in English are singular predicates, whereas in BrP, they can be arguments. The proposal assumes that n 0 denotes a part-whole non-atomic lattice (Rothstein 2010, 2017), ie. without grammatical atoms. In English, n 0 attracts atomicity, generating n 1 [ AtP SG-PL [ n0 [X]]. Thus, it predicts no BSs in argument position, and coercion to mass if in such position. In BrP, [n 0 [X]] surfaces in argument position, because the nominal phrase gravitates around the “specifier”. This is the bifurcation separating these two languages. The BS in BrP conveys no grammatical information about atomicity, because there is no specifier, so no atomicity is called for. It is sub-specified for mass and count. This move allows for an unitarist approach to the nominal phrase in BrP: where number gravitates around the specifier. The conclusion explores some consequences in the domain of language variation (Lima & Rothstein 2020), and in that of semantic processing.","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44959202","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Uma problemática relevante hoje em dia sobre Isócrates diz respeito à sua relação com a tradição literária de sua época, à utilização de recursos estilísticos na configuração de seus textos, bem como dos procedimentos mais usuais de composição. Propomos neste trabalho fazer um levantamento de passagens que relevem para uma avaliação do status, por assim dizer, literário de sua obra, fazendo um comentário sobre o contexto discursivo em que aparecem e buscando alguns parâmetros comuns sob os quais uma teorização possa ser sugerida. Para tanto, restringiremos a análise àqueles passos em que se apresenta uma comparação ou contraste explícito com a poesia ou com algum poeta em particular. Ainda que apareça na produção isocrateana um termo específico para referenciar prosa (katalogáden, em A Níclocles 7), o mais das vezes utiliza-se nessa acepção a palavra lógos em contraposição textual a discursos com metro. Além disso, através de um quadro comparativo entre as obras comentadas, retomamos as várias passagens nas obras de Isócrates em que prosa e poesia estão interrelacionadas, a fim de explicitar que havia uma forma recorrente de tratar do estatuto da prosa em correlação com o discurso poético.
{"title":"A prosa em face do discurso poético em Isócrates","authors":"Pedro Ipiranga Jr., Leonardo Gonçalves Fischer","doi":"10.5380/REL.V97I0.58172","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/REL.V97I0.58172","url":null,"abstract":"Uma problemática relevante hoje em dia sobre Isócrates diz respeito à sua relação com a tradição literária de sua época, à utilização de recursos estilísticos na configuração de seus textos, bem como dos procedimentos mais usuais de composição. Propomos neste trabalho fazer um levantamento de passagens que relevem para uma avaliação do status, por assim dizer, literário de sua obra, fazendo um comentário sobre o contexto discursivo em que aparecem e buscando alguns parâmetros comuns sob os quais uma teorização possa ser sugerida. Para tanto, restringiremos a análise àqueles passos em que se apresenta uma comparação ou contraste explícito com a poesia ou com algum poeta em particular. Ainda que apareça na produção isocrateana um termo específico para referenciar prosa (katalogáden, em A Níclocles 7), o mais das vezes utiliza-se nessa acepção a palavra lógos em contraposição textual a discursos com metro. Além disso, através de um quadro comparativo entre as obras comentadas, retomamos as várias passagens nas obras de Isócrates em que prosa e poesia estão interrelacionadas, a fim de explicitar que havia uma forma recorrente de tratar do estatuto da prosa em correlação com o discurso poético.","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2018-07-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48844462","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}