Pub Date : 2023-03-18DOI: 10.5380/rel.v105i1.85371
G. França, M. Cestari, Rogério Modesto
Neste texto, nosso objetivo é realizar a análise de discursos identificados com a extrema direita e seus modos de produzirem e fazerem circular práticas discursivas que reproduzem o discurso dominante do racismo. Para dar conta desse objetivo, voltamos nosso olhar para a Fundação Cultural Palmares. Esse olhar nos levou à montagem de um arquivo constituído a partir: i) do Relatório, produzido pela instituição, sobre o que chamam de "30 anos de dominação marxista" na Fundação; ii) da circulação no ambiente digital desse acontecimento e de outras notícias a ele associadas; e iii) do recorte de falas do atual presidente da Fundação Palmares, auto-intitulado "negro de direita", e reprodutor de discursos conservadores, de direita e revisionistas. Nossos gestos de interpretação, efetuados a partir das noções de lugar de enunciação, porta-voz e memória, nos permitem identificar o funcionamento da des-localizacão do sujeito enunciador que, por sua vez, produz um efeito de embaralhamento dos lugares enunciativos, oscilando entre o lugar institucional e o um lugar pessoal/individual, entre o público e o privado. Trata-se de uma posição que tanto nega o racismo estrutural da formação social brasileira quanto o esvazia de sentido ao universalizá-lo.
{"title":"Foi Palmares mesmo que você disse?","authors":"G. França, M. Cestari, Rogério Modesto","doi":"10.5380/rel.v105i1.85371","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/rel.v105i1.85371","url":null,"abstract":"Neste texto, nosso objetivo é realizar a análise de discursos identificados com a extrema direita e seus modos de produzirem e fazerem circular práticas discursivas que reproduzem o discurso dominante do racismo. Para dar conta desse objetivo, voltamos nosso olhar para a Fundação Cultural Palmares. Esse olhar nos levou à montagem de um arquivo constituído a partir: i) do Relatório, produzido pela instituição, sobre o que chamam de \"30 anos de dominação marxista\" na Fundação; ii) da circulação no ambiente digital desse acontecimento e de outras notícias a ele associadas; e iii) do recorte de falas do atual presidente da Fundação Palmares, auto-intitulado \"negro de direita\", e reprodutor de discursos conservadores, de direita e revisionistas. Nossos gestos de interpretação, efetuados a partir das noções de lugar de enunciação, porta-voz e memória, nos permitem identificar o funcionamento da des-localizacão do sujeito enunciador que, por sua vez, produz um efeito de embaralhamento dos lugares enunciativos, oscilando entre o lugar institucional e o um lugar pessoal/individual, entre o público e o privado. Trata-se de uma posição que tanto nega o racismo estrutural da formação social brasileira quanto o esvazia de sentido ao universalizá-lo.","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-03-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"71019837","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-18DOI: 10.5380/rel.v105i1.86093
V. Medeiros, A. Cavalcante
Neste artigo, que se sustenta na Análise do Discurso materialista, refletimos sobre as intervenções propostas por Grada Kilomba, na carta de apresentação de seu livro Memórias da Plantação: episódios de racismo cotidiano. Dividimos em três eixos suas intervenções: (i) que se volta para a terminologia e conceituação. São propostas outras formas de conhecimento implicadas também na ordem do dizer, tais como racialização, branquitude; (ii) que incide sobre a escrita, sobre a ortografia, sobre a letra. Em lugar de a ou o, introduz-se o x ou lança-se mão da barra inclinada indicando a ou o (queridxs, outra/o); (iii) que se assinala para a substituição de palavras, ou seja, indica-se o que se deve ou não dizer; por exemplo, escravizados em lugar de escravo. Estão em jogo, entre outros aspectos, a questão da linguagem inclusiva em confronto com posições discursivas que descartam a possiblidade de intervenção social sobre a língua; o confronto entre posições de saber sobre sujeitos e sociedade historicamente legitimadas e outras posições silenciadas; uma memória que sustenta posições dominantes assim como o que escapa à inscrição da memória. Com efeito, a luta na língua é um dos pontos sensíveis nesta carta (bem como no livro) para o qual voltamos nosso olhar.
在这篇文章中,基于对唯物主义话语的分析,我们反思了格拉达·Kilomba在他的书memorias da plantacao: episode de racismo cotidiano的介绍信中提出的干预措施。我们将他的干预分为三个轴:(i)转向术语和概念化。其他形式的知识也涉及到说的顺序,如种族化,白人;(ii)涉及写作、拼写和字母。代替a或o,插入x或用斜杠表示a或o (queridxs, other /o);(iii)指出词语的替换,即指出该说什么或不该说什么;例如,奴隶而不是奴隶。在其他方面,包容性语言的问题与排除社会干预语言可能性的话语立场相冲突;关于历史合法化的主体和社会的知识立场与其他沉默立场之间的对抗;一种占据主导地位的记忆,以及逃离记忆铭文的记忆。事实上,语言斗争是我们在这封信(和书中)中关注的敏感问题之一。
{"title":"Fragmentos de discursos de um cotidiano racializado: ressonâncias de Memórias da plantação","authors":"V. Medeiros, A. Cavalcante","doi":"10.5380/rel.v105i1.86093","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/rel.v105i1.86093","url":null,"abstract":"Neste artigo, que se sustenta na Análise do Discurso materialista, refletimos sobre as intervenções propostas por Grada Kilomba, na carta de apresentação de seu livro Memórias da Plantação: episódios de racismo cotidiano. Dividimos em três eixos suas intervenções: (i) que se volta para a terminologia e conceituação. São propostas outras formas de conhecimento implicadas também na ordem do dizer, tais como racialização, branquitude; (ii) que incide sobre a escrita, sobre a ortografia, sobre a letra. Em lugar de a ou o, introduz-se o x ou lança-se mão da barra inclinada indicando a ou o (queridxs, outra/o); (iii) que se assinala para a substituição de palavras, ou seja, indica-se o que se deve ou não dizer; por exemplo, escravizados em lugar de escravo. Estão em jogo, entre outros aspectos, a questão da linguagem inclusiva em confronto com posições discursivas que descartam a possiblidade de intervenção social sobre a língua; o confronto entre posições de saber sobre sujeitos e sociedade historicamente legitimadas e outras posições silenciadas; uma memória que sustenta posições dominantes assim como o que escapa à inscrição da memória. Com efeito, a luta na língua é um dos pontos sensíveis nesta carta (bem como no livro) para o qual voltamos nosso olhar.","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-03-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44251667","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-18DOI: 10.5380/rel.v105i1.85311
N. Silva, Mariana Jantsch De Souza
Neste texto são analisadas, numa perspectiva Discursiva Materialista em Análise de Discurso de vertente pêcheuxtiana, práticas discursivas representativas de saberes e interesses de classes sociais economicamente privilegiadas em formações sociais organizadas a partir do modo de produção capitalista, cuja base é a exploração do trabalho. A proposta é pensar a luta de classes no contexto da crise sanitária no Brasil, observando que a pandemia foi/é vivenciada, em nosso país, de modo diferente para cada classe social. Buscamos, assim, compreender o modo como essa parcela da sociedade atribui sentido à crise sanitária e que efeitos emergem desses discursos que se contrapõem aos interesses de outras classes, no que se refere à proteção contra os riscos sanitários da Covid-19 para a população brasileira. Este gesto analítico, traz um recorte de quatro sequências discursivas que consideramos representativas de uma formação discursiva em que subjaz uma formação ideológica. Portanto, o presente trabalho apresenta uma discussão sobre o imbricamento entre questões de classe, dignidade humana e direito à saúde, com o interesse de refletir sobre o nexo entre ideologia e discurso, atentando para as relações de desigualdade/subordinação e invisibilização das classes sociais vulneráveis, acirrada diante desse cenário.
{"title":"Luta de classes, crise sanitária e dignidade humana: uma análise discursiva da desigualdade social estrutural materializada em discursos acerca da Covid-19","authors":"N. Silva, Mariana Jantsch De Souza","doi":"10.5380/rel.v105i1.85311","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/rel.v105i1.85311","url":null,"abstract":"Neste texto são analisadas, numa perspectiva Discursiva Materialista em Análise de Discurso de vertente pêcheuxtiana, práticas discursivas representativas de saberes e interesses de classes sociais economicamente privilegiadas em formações sociais organizadas a partir do modo de produção capitalista, cuja base é a exploração do trabalho. A proposta é pensar a luta de classes no contexto da crise sanitária no Brasil, observando que a pandemia foi/é vivenciada, em nosso país, de modo diferente para cada classe social. Buscamos, assim, compreender o modo como essa parcela da sociedade atribui sentido à crise sanitária e que efeitos emergem desses discursos que se contrapõem aos interesses de outras classes, no que se refere à proteção contra os riscos sanitários da Covid-19 para a população brasileira. Este gesto analítico, traz um recorte de quatro sequências discursivas que consideramos representativas de uma formação discursiva em que subjaz uma formação ideológica. Portanto, o presente trabalho apresenta uma discussão sobre o imbricamento entre questões de classe, dignidade humana e direito à saúde, com o interesse de refletir sobre o nexo entre ideologia e discurso, atentando para as relações de desigualdade/subordinação e invisibilização das classes sociais vulneráveis, acirrada diante desse cenário.","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-03-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44091329","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-18DOI: 10.5380/rel.v105i1.84821
A. Monteiro
O século atual, volátil e mutável, é marcado por profundas transformações sociais, implicando uma constante redefinição de conceitos. A educação debate-se com a sua própria reconfiguração, no sentido de dar respostas às necessidades e vivências dos seus atores, preparando-os, simultaneamente, para um futuro desconhecido, cujo imaginário se (re)define motivado pelos avanços tecnológicos, pelas reconfigurações sociais e pela aproximação vertiginosa entre seres e culturas. Essa redefinição implica uma visão holística do Homem em articulação com os contextos que o enformam, e daí decorrente a integração de competências ecológicas, digitais, plurilingues e interculturais, promotoras dos direitos humanos, da justiça, da paz e da solidariedade global.O estudo que apresentamos, na área científica da Didática de Línguas, especificamente da Educação Intercultural, procura contribuir para a integração desses princípios no âmbito da formação de professores. Desenvolvido no contexto multilingue e multicultural moçambicano, centra-se na promoção da competência intercultural com a mediação da literatura em língua portuguesa. Conceptualmente, articula-se em torno de três eixos estruturais: a educação intercultural, a literatura como instrumento de mediação e as imagens das línguas e dos povos. Metodologicamente, alicerçado numa hibridização paradigmática, complexa, construtivista e qualitativa, o estudo de caso desenvolvido visa a identificação de indícios de possibilidades de ação e interpretação do mundo através da implementação de um programa de formação de professores de língua portuguesa promotor do desenvolvimento da competência intercultural com a mediação da literatura. Os resultados apontam para o reconhecimento da natureza complexa das identidades-culturas e para uma predisposição para a comunicação plurilingue e intercultural.
{"title":"Formação de professores de língua portuguesa em Moçambique: a literatura como mediadora intercultural","authors":"A. Monteiro","doi":"10.5380/rel.v105i1.84821","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/rel.v105i1.84821","url":null,"abstract":"O século atual, volátil e mutável, é marcado por profundas transformações sociais, implicando uma constante redefinição de conceitos. A educação debate-se com a sua própria reconfiguração, no sentido de dar respostas às necessidades e vivências dos seus atores, preparando-os, simultaneamente, para um futuro desconhecido, cujo imaginário se (re)define motivado pelos avanços tecnológicos, pelas reconfigurações sociais e pela aproximação vertiginosa entre seres e culturas. Essa redefinição implica uma visão holística do Homem em articulação com os contextos que o enformam, e daí decorrente a integração de competências ecológicas, digitais, plurilingues e interculturais, promotoras dos direitos humanos, da justiça, da paz e da solidariedade global.O estudo que apresentamos, na área científica da Didática de Línguas, especificamente da Educação Intercultural, procura contribuir para a integração desses princípios no âmbito da formação de professores. Desenvolvido no contexto multilingue e multicultural moçambicano, centra-se na promoção da competência intercultural com a mediação da literatura em língua portuguesa. Conceptualmente, articula-se em torno de três eixos estruturais: a educação intercultural, a literatura como instrumento de mediação e as imagens das línguas e dos povos. Metodologicamente, alicerçado numa hibridização paradigmática, complexa, construtivista e qualitativa, o estudo de caso desenvolvido visa a identificação de indícios de possibilidades de ação e interpretação do mundo através da implementação de um programa de formação de professores de língua portuguesa promotor do desenvolvimento da competência intercultural com a mediação da literatura. Os resultados apontam para o reconhecimento da natureza complexa das identidades-culturas e para uma predisposição para a comunicação plurilingue e intercultural.","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-03-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48557125","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-18DOI: 10.5380/rel.v105i1.85304
I. Moura
Neste texto, empreendo um gesto de análise no espaço da comemoração de direitos no nosso presente. Objetivo, a partir do dispositivo teórico da Análise de Discurso Materialista, ler, em sua mútua e irredutível heterogeneidade, as materialidades que sobredeterminam tal prática discursiva de comemoração, no laço contemporâneo e cotidiano que estabelecem com a língua-de-madeira do jurídico. O batimento descrição/interpretação permite avançar teoricamente numa compreensão do funcionamento do jurídico em nosso tempo, a qual, segundo penso, convoca-nos a um balanço de conceitos, distinções, momentos descritivos e explicativos. Tratarei de dar consequência a isso, esboçando uma retomada (com diferença) das formulações althusserianas – especialmente, as que se pode encontrar nos capítulos V e XI de Sobre a reprodução – acerca do Direito e do funcionamento da ideologia jurídica. Retomada essa que visa a remontá-las de Edelman (O direito captado pela fotografia) a Pêcheux (Só há causa daquilo que falha e Delimitações, inversões, deslocamentos). O batimento ora proposto fornece elementos para reposicionar andaimes: a) ressemantizar o conceito de juridismo desde o conceito de resistência; b) tornar historicamente pronunciado o conceito de hermetismo – em estado prático em O amor da língua, de Milner.
{"title":"A metáfora contra a metáfora: Materialidades da Comemoração de Direitos","authors":"I. Moura","doi":"10.5380/rel.v105i1.85304","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/rel.v105i1.85304","url":null,"abstract":"Neste texto, empreendo um gesto de análise no espaço da comemoração de direitos no nosso presente. Objetivo, a partir do dispositivo teórico da Análise de Discurso Materialista, ler, em sua mútua e irredutível heterogeneidade, as materialidades que sobredeterminam tal prática discursiva de comemoração, no laço contemporâneo e cotidiano que estabelecem com a língua-de-madeira do jurídico. O batimento descrição/interpretação permite avançar teoricamente numa compreensão do funcionamento do jurídico em nosso tempo, a qual, segundo penso, convoca-nos a um balanço de conceitos, distinções, momentos descritivos e explicativos. Tratarei de dar consequência a isso, esboçando uma retomada (com diferença) das formulações althusserianas – especialmente, as que se pode encontrar nos capítulos V e XI de Sobre a reprodução – acerca do Direito e do funcionamento da ideologia jurídica. Retomada essa que visa a remontá-las de Edelman (O direito captado pela fotografia) a Pêcheux (Só há causa daquilo que falha e Delimitações, inversões, deslocamentos). O batimento ora proposto fornece elementos para reposicionar andaimes: a) ressemantizar o conceito de juridismo desde o conceito de resistência; b) tornar historicamente pronunciado o conceito de hermetismo – em estado prático em O amor da língua, de Milner.","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-03-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42032048","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-18DOI: 10.5380/rel.v105i1.90133
G. Rasia, M. A. Sá, Sweder Souza, V. Medeiros
Este Dossiê Temático da Revista Letras se propõe a divulgar alguns dos trabalhos apresentados em dois Eventos ocorridos no ano de 2021, que são: Diálogos Internacionais Sobre a Formação Inicial e Continuada de Professores de Línguas – Pensando a (trans)Formação inicial e Continuada de Professores de Língua Portuguesa numa Perspectiva Plurilíngue e Intercultural: diálogos entre Brasil, Moçambique e Portugal, ocorrido nos dias 09 e 10 de agosto de 2021 e o X Seminário de Estudos em Análise do Discurso: entre memória e atualidade – X SEAD, ocorrido entre os dias 03 e 22 de outubro de 2021. O primeiro Evento resultou de uma parceria entre o PPG-Letras/ UFPR e o CIDTFF/UAveiro, representado por Sweder Souza (UFPR) e Maria Helena Araújo e Sá (UAveiro). Já o X SEAD, atualmente sediado na UFPE - Recife, é um evento que conta com a participação de analistas do discurso de todo o Brasil, e na composição deste Dossiê constam trabalhos apresentados no Simpósio e na Sessão Coordenada “Luta de Classes, Gênero e Raça.” A publicação conta com a organização das professoras e pesquisadoras Gesualda de Lourdes dos Santos Rasia (UFPR) e Vanise Gomes Medeiros (UFF).
Revista Letras的主题档案旨在传播2021年两次活动中呈现的一些作品,它们是:关于语言教师初始和继续培训的国际对话——从多语言和跨文化的角度思考葡萄牙语教师的(跨)初始和继续训练:巴西、莫桑比克和葡萄牙之间的对话,第一场活动由PPG Letras/UFPR和CIDTFF/UAveiro合作举办,由瑞典人Souza(UFPR)和Maria Helena Araújo e Sá(UAveiro)代表。X SEAD目前设在累西腓大学,是一个依靠来自巴西各地的话语分析人士参与的活动,该档案的组成包括在研讨会和协调会议“阶级、性别和种族斗争”上发表的作品。“该出版物由教师和研究人员Gesualda de Lourdes dos Santos Rasia(UFPR)和Vanise Gomes Medeiros(UFF)组织。
{"title":"Apresentação da Revista Letras 105","authors":"G. Rasia, M. A. Sá, Sweder Souza, V. Medeiros","doi":"10.5380/rel.v105i1.90133","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/rel.v105i1.90133","url":null,"abstract":"Este Dossiê Temático da Revista Letras se propõe a divulgar alguns dos trabalhos apresentados em dois Eventos ocorridos no ano de 2021, que são: Diálogos Internacionais Sobre a Formação Inicial e Continuada de Professores de Línguas – Pensando a (trans)Formação inicial e Continuada de Professores de Língua Portuguesa numa Perspectiva Plurilíngue e Intercultural: diálogos entre Brasil, Moçambique e Portugal, ocorrido nos dias 09 e 10 de agosto de 2021 e o X Seminário de Estudos em Análise do Discurso: entre memória e atualidade – X SEAD, ocorrido entre os dias 03 e 22 de outubro de 2021. O primeiro Evento resultou de uma parceria entre o PPG-Letras/ UFPR e o CIDTFF/UAveiro, representado por Sweder Souza (UFPR) e Maria Helena Araújo e Sá (UAveiro). Já o X SEAD, atualmente sediado na UFPE - Recife, é um evento que conta com a participação de analistas do discurso de todo o Brasil, e na composição deste Dossiê constam trabalhos apresentados no Simpósio e na Sessão Coordenada “Luta de Classes, Gênero e Raça.” A publicação conta com a organização das professoras e pesquisadoras Gesualda de Lourdes dos Santos Rasia (UFPR) e Vanise Gomes Medeiros (UFF). ","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-03-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45895183","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-18DOI: 10.5380/rel.v105i1.85256
C. Severo, E. Nhampoca
O artigo discorre sobre o papel e a importância de políticas linguísticas educacionais críticas para fomentar práticas multilíngues que operem a favor da justiça social no contexto educacional africano, de forma geral, e moçambicano, de forma específica. Para tanto, nos filiamos ao campo das políticas linguísticas educacionais críticas, atentando para os sentidos de língua e as ideologias linguísticas circulantes nos discursos e práticas educacionais em contextos africanos multilíngues. Apresentamos e defendemos uma compreensão alargada, crítica e contextualizada de multilinguismo como condição para o exercício da “cidadania linguística”, em atenção à importância de um olhar situado para as práticas e ideologias linguísticas dos sujeitos. Trata-se, com isso: (i) de validar e reconhecer os atos linguísticos agentivos, criativos e participativos de sujeitos multilíngues no contexto africano; (ii) de reconhecer e validar espistemologias de língua baseadas na experiência multilíngue africana.
{"title":"Políticas linguísticas educacionais em contextos multilingues africanos","authors":"C. Severo, E. Nhampoca","doi":"10.5380/rel.v105i1.85256","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/rel.v105i1.85256","url":null,"abstract":"O artigo discorre sobre o papel e a importância de políticas linguísticas educacionais críticas para fomentar práticas multilíngues que operem a favor da justiça social no contexto educacional africano, de forma geral, e moçambicano, de forma específica. Para tanto, nos filiamos ao campo das políticas linguísticas educacionais críticas, atentando para os sentidos de língua e as ideologias linguísticas circulantes nos discursos e práticas educacionais em contextos africanos multilíngues. Apresentamos e defendemos uma compreensão alargada, crítica e contextualizada de multilinguismo como condição para o exercício da “cidadania linguística”, em atenção à importância de um olhar situado para as práticas e ideologias linguísticas dos sujeitos. Trata-se, com isso: (i) de validar e reconhecer os atos linguísticos agentivos, criativos e participativos de sujeitos multilíngues no contexto africano; (ii) de reconhecer e validar espistemologias de língua baseadas na experiência multilíngue africana.","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-03-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49508449","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-18DOI: 10.5380/rel.v105i1.85299
Larissa Da Silva Fontana
Esse artigo objetiva compreender a relação entre diferentes tonalidades de pele negra e distintos processos de racialização discursivizados no texto “If the present looks like the past, what does the future look like?” (1982) da autora negra estadunidense Alice Walker, apontado por textos produzidos nas mídias negras brasileiras como referência para a definição de colorismo como “a diferença de tratamento entre pessoas negras baseada unicamente na cor da pele”. Para tal fim, abordo as diferenças entre as organizações raciais brasileira e estadunidense na relação com o processo de interpelação ideológica e de produção discursiva. As análises da obra de Alice Walker apresentadas demonstram a impossibilidade de compreender o colorismo por uma perspectiva racial que desconsidere os atravessamentos de gênero, classe e sexualidade que constroem feminilidades e masculinidades negras em contextos de histórico colonialista, o que impôs a necessidade de adotar uma perspectiva interseccional de análise discursiva.
{"title":"O colorismo em Alice Walker e a construção interseccional de feminilidades negras","authors":"Larissa Da Silva Fontana","doi":"10.5380/rel.v105i1.85299","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/rel.v105i1.85299","url":null,"abstract":"Esse artigo objetiva compreender a relação entre diferentes tonalidades de pele negra e distintos processos de racialização discursivizados no texto “If the present looks like the past, what does the future look like?” (1982) da autora negra estadunidense Alice Walker, apontado por textos produzidos nas mídias negras brasileiras como referência para a definição de colorismo como “a diferença de tratamento entre pessoas negras baseada unicamente na cor da pele”. Para tal fim, abordo as diferenças entre as organizações raciais brasileira e estadunidense na relação com o processo de interpelação ideológica e de produção discursiva. As análises da obra de Alice Walker apresentadas demonstram a impossibilidade de compreender o colorismo por uma perspectiva racial que desconsidere os atravessamentos de gênero, classe e sexualidade que constroem feminilidades e masculinidades negras em contextos de histórico colonialista, o que impôs a necessidade de adotar uma perspectiva interseccional de análise discursiva.","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-03-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44764411","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-18DOI: 10.5380/rel.v105i1.86137
G. Rasia
Neste trabalho me ocupo com o funcionamento dos espaços de contradição na tessitura da memória discursiva sobre a presença negra no Sul embranquecido do Brasil. Presença que se marca como ausência pela negação, de parte de algumas posições, de que houve regime de escravidão. Marca-se como ausência também pelo modo como sujeitos negros e negras foram destituídos de seus arquivos. E, ainda, pelo silêncio que não dá voz a esses sujeitos para que coloquem em cena suas narrativas. Como é próprio de trabalhos em Análise do Discurso (AD), a língua, como lugar em que se manifesta o funcionamento da ideologia, é o observatório dos discursos. Língua embebida da materialidade histórica, espaço de lacunas e polêmicas. O gesto de análise recorta, do interior de um arquivo de falas pretas, o depoimento de um ex-escravizado e o verbete de uma Enciclopédia, no qual é registrada, em terceira pessoa, a tragicidade de uma vida negra. Entre o dizer e o ser-dito pela voz do outro, emergem as suturas, o impossível da cicatrização de uma memória sempre lacunar e contraditória. Cicatriz histórica que não cessa de se mostrar e produzir seus efeitos ante o esforço de superação da condição de não-pertencimento e de invisibilidade dos sujeitos negros.
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Pub Date : 2021-12-23DOI: 10.5380/rel.v104i1.84130
M. R. Guimarães
Procuramos estabelecer os antecedentes históricos mais remotos da história de Babel, isto é, a narrativa da origem dos povos e línguas europeias baseada na narrativa bíblica, desde a Antiguidade Tardia até a teoria cítica do século XVII. A perspectiva adotada é a de entendermos esse período em seus próprios termos e não como uma época de antecedentes remotos e fragmentários das teorias científicas da linguística histórica institucionalizada. Por isso, identificaremos os principais componentes, cognitivos e sociais, do trabalho intelectual em que foram produzidos os textos em que é reproduzida essa narrativa das origens.
{"title":"Os espólios de Jafé: a historiografia dos antecedentes das teorias das origens indo-europeias","authors":"M. R. Guimarães","doi":"10.5380/rel.v104i1.84130","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/rel.v104i1.84130","url":null,"abstract":"Procuramos estabelecer os antecedentes históricos mais remotos da história de Babel, isto é, a narrativa da origem dos povos e línguas europeias baseada na narrativa bíblica, desde a Antiguidade Tardia até a teoria cítica do século XVII. A perspectiva adotada é a de entendermos esse período em seus próprios termos e não como uma época de antecedentes remotos e fragmentários das teorias científicas da linguística histórica institucionalizada. Por isso, identificaremos os principais componentes, cognitivos e sociais, do trabalho intelectual em que foram produzidos os textos em que é reproduzida essa narrativa das origens.","PeriodicalId":42461,"journal":{"name":"Revista Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2021-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49384071","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}