Pub Date : 2023-05-09DOI: 10.7213/1980-5934.035.e202330092
Ivo Assad Ibri, Caique Marra de Melo
Este texto procura apontar na ontologia das leis naturais de George Berkeley elementos teóricos afeitos à Semiótica e ao Pragmatismo clássico de Charles S. Peirce, tendo por base a possível identidade de propósitos entre os idealismos subjetivo berkeleyano e o de teor objetivo peirciano, ambos comungando a refutação de um dualismo mente-matéria de extração cartesiana. Por outro lado, reflete-se, também, sobre o papel da experiência nestes autores, em que a percepção em Berkeley, fundamental para sua epistemologia encontraria sua condição homóloga em Peirce, a saber, a necessária cognoscibilidade de todo objeto fenomênico.
{"title":"Sobre Ontologia das Leis Naturais: Algumas Afinidades Teóricas entre Berkeley e Peirce | On the Ontology of Natural Laws: Some Theoretical Affinities between Berkeley and Peirce","authors":"Ivo Assad Ibri, Caique Marra de Melo","doi":"10.7213/1980-5934.035.e202330092","DOIUrl":"https://doi.org/10.7213/1980-5934.035.e202330092","url":null,"abstract":"Este texto procura apontar na ontologia das leis naturais de George Berkeley elementos teóricos afeitos à Semiótica e ao Pragmatismo clássico de Charles S. Peirce, tendo por base a possível identidade de propósitos entre os idealismos subjetivo berkeleyano e o de teor objetivo peirciano, ambos comungando a refutação de um dualismo mente-matéria de extração cartesiana. Por outro lado, reflete-se, também, sobre o papel da experiência nestes autores, em que a percepção em Berkeley, fundamental para sua epistemologia encontraria sua condição homóloga em Peirce, a saber, a necessária cognoscibilidade de todo objeto fenomênico.","PeriodicalId":52002,"journal":{"name":"Revista de Filosofia Aurora","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-05-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48739494","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-27DOI: 10.7213/1980-5934.035.e202325788
Adilson Felicio Feiler
A partir do momento em que a recordação dos fatos deixa de estar vinculada a elementos internos a estes para se associar a signos externos, o esquecimento passa a se instalar. Eis o nascimento da escrita. Com isso, as técnicas de memória são ameaçadas. Nietzsche vê nesta ameaça à mnemotécnica um ganho significativo, pois permite um alívio e higienização mental de toda aquela carga moral que não permite esquecer. Ao perseguirmos este objetivo de desobstruir a mente das suas técnicas de memorização, Nietzsche inaugura uma forma de escrita não centrada no conteúdo, e sim na estilística. Em que medida o expediente estilístico nietzschiano é capaz de superar a mnemotécnica?
{"title":"Da crítica à defesa da mnemotécnica: Nietzsche e a escrita | From critic to defense of mnemotechnique: Nietzsche and the writing","authors":"Adilson Felicio Feiler","doi":"10.7213/1980-5934.035.e202325788","DOIUrl":"https://doi.org/10.7213/1980-5934.035.e202325788","url":null,"abstract":"A partir do momento em que a recordação dos fatos deixa de estar vinculada a elementos internos a estes para se associar a signos externos, o esquecimento passa a se instalar. Eis o nascimento da escrita. Com isso, as técnicas de memória são ameaçadas. Nietzsche vê nesta ameaça à mnemotécnica um ganho significativo, pois permite um alívio e higienização mental de toda aquela carga moral que não permite esquecer. Ao perseguirmos este objetivo de desobstruir a mente das suas técnicas de memorização, Nietzsche inaugura uma forma de escrita não centrada no conteúdo, e sim na estilística. Em que medida o expediente estilístico nietzschiano é capaz de superar a mnemotécnica?","PeriodicalId":52002,"journal":{"name":"Revista de Filosofia Aurora","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-03-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41625184","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-27DOI: 10.7213/1980-5934.035.e202328606
Michelle Bobsin Duarte
O presente artigo tem o objetivo de tratar a questão da imagem na filosofia de Hans Jonas com a finalidade de compreender a função que a capacidade imaginativa exerce na experiência fenomenológica de apreensão da realidade. A investigação da relação entre imagem e percepção humana no pensamento de Jonas se mostra profícua na medida em que o tema da imagem possui um papel muito significativo em sua filosofia, pois, é justamente na capacidade de criar imagens e reconhecê-las como representações do real que reside a diferença antropológica em relação aos outros animais.
{"title":"Imagem e percepção no pensamento de Hans Jonas | Image and perception in Hans Jonas’ thought","authors":"Michelle Bobsin Duarte","doi":"10.7213/1980-5934.035.e202328606","DOIUrl":"https://doi.org/10.7213/1980-5934.035.e202328606","url":null,"abstract":"O presente artigo tem o objetivo de tratar a questão da imagem na filosofia de Hans Jonas com a finalidade de compreender a função que a capacidade imaginativa exerce na experiência fenomenológica de apreensão da realidade. A investigação da relação entre imagem e percepção humana no pensamento de Jonas se mostra profícua na medida em que o tema da imagem possui um papel muito significativo em sua filosofia, pois, é justamente na capacidade de criar imagens e reconhecê-las como representações do real que reside a diferença antropológica em relação aos outros animais.","PeriodicalId":52002,"journal":{"name":"Revista de Filosofia Aurora","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-03-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46074134","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-20DOI: 10.7213/1980-5934.035.e202328994
Manuel Alejandro Serra Pérez
En este artículo se pretende explicar cómo debe ser comprendida la relación entre la causalidad formal y del esse en las etapas de constitución del ente según el pensamiento de Tomás de Aquino. Forma y esse, que son acto en su respectivo orden, se relacionan como acto y potencia, lo cual obliga a un detallado análisis que explique cómo es esta relación y cómo su interpretación condiciona el modo de entender la constitución metafísica del ente. Llevaremos a cabo este propósito dividiendo el artículo en dos grandes apartados: En el primero abordaremos la relación entre forma y esse tal como el Aquinate lo expone en el capítulo cincuenta y cuatro del segundo libro de la Summa contra gentiles. En la segunda intentaremos articular la relación causal entre forma y esse desde el punto de vista metafísico a partir de las enseñanzas obtenidas en el apartado anterior. Nuestro objetivo es proporcionar una respuesta que medie entre las dos posiciones tradicionales que han interpretado la filosofía tomista, bien acentuando el papel del esse sobre la forma o bien al contrario la forma sobre el esse. Este trabajo entra en uno de los aspectos más debatidos en el tomismo contemporáneo, que es la comprensión de la causalidad del esse respecto al ente y la forma. Lo primero que defiende es que el esse es verdadera causa, algo que sólo tímidamente ha puesto en evidencia Cornelio Fabro. Seguidamente, después de justificar esta tesis mayor, propone concretamente el modo en que debe ser comprendida esta causalidad, especialmente respecto a la forma. En definitiva, se trata de una articulación entre ambos tipos de causalidad, de forma y esse, salvando la primacía que el Aquinate da al segundo.
{"title":"La causalidad formal y del ser (esse) en las etapas de constitución del ente","authors":"Manuel Alejandro Serra Pérez","doi":"10.7213/1980-5934.035.e202328994","DOIUrl":"https://doi.org/10.7213/1980-5934.035.e202328994","url":null,"abstract":"En este artículo se pretende explicar cómo debe ser comprendida la relación entre la causalidad formal y del esse en las etapas de constitución del ente según el pensamiento de Tomás de Aquino. Forma y esse, que son acto en su respectivo orden, se relacionan como acto y potencia, lo cual obliga a un detallado análisis que explique cómo es esta relación y cómo su interpretación condiciona el modo de entender la constitución metafísica del ente. Llevaremos a cabo este propósito dividiendo el artículo en dos grandes apartados: En el primero abordaremos la relación entre forma y esse tal como el Aquinate lo expone en el capítulo cincuenta y cuatro del segundo libro de la Summa contra gentiles. En la segunda intentaremos articular la relación causal entre forma y esse desde el punto de vista metafísico a partir de las enseñanzas obtenidas en el apartado anterior. Nuestro objetivo es proporcionar una respuesta que medie entre las dos posiciones tradicionales que han interpretado la filosofía tomista, bien acentuando el papel del esse sobre la forma o bien al contrario la forma sobre el esse. Este trabajo entra en uno de los aspectos más debatidos en el tomismo contemporáneo, que es la comprensión de la causalidad del esse respecto al ente y la forma. Lo primero que defiende es que el esse es verdadera causa, algo que sólo tímidamente ha puesto en evidencia Cornelio Fabro. Seguidamente, después de justificar esta tesis mayor, propone concretamente el modo en que debe ser comprendida esta causalidad, especialmente respecto a la forma. En definitiva, se trata de una articulación entre ambos tipos de causalidad, de forma y esse, salvando la primacía que el Aquinate da al segundo.","PeriodicalId":52002,"journal":{"name":"Revista de Filosofia Aurora","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-03-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49615041","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-15DOI: 10.7213/1980-5934.035.e202329695
Pedro Nagem de Souza
O Volume Filosofia como modo de vida – Ensaios Escolhidos, organizado por Federico Testa e Marta Faustino, é um compêndio acadêmico com uma seleção de treze ensaios sobre o tema-título. Sua proposta principal é de apresentar ao mundo lusófono uma visão panorâmica do debate acadêmico, feito majoritariamente em língua inglesa, centralizado no tema hadotiano-foucaultiano da “filosofia como modo de vida”. Ou ainda, nos termos dos próprios organizadores, uma “cartografia do debate” (Pg. 44), muito bem-vinda no contexto brasileiro.
由费德里科·泰斯塔(Federico Testa)和玛尔塔·福斯蒂诺(Marta Faustino)组织的《哲学作为一种生活方式——精选散文》(Filosofia como modo de vida - seleccion essays)是一本学术纲要,精选了13篇关于标题主题的散文。它的主要目的是向葡语世界展示主要用英语进行的学术辩论的全景,集中在阿达提-福柯的主题“哲学作为一种生活方式”。或者,用组织者自己的话来说,“辩论地图”(第44页),在巴西的背景下非常受欢迎。
{"title":"Resenha: Filosofia como Modo de Vida – Ensaios Escolhidos. FAUSTINO, M., TESTA, F. (Orgs.) – Lisboa: Edições 70, 2022. | Book review: Filosofia como Modo de Vida – Ensaios Escolhidos. FAUSTINO, M., TESTA, F. (Orgs.) – Lisboa: Edições 70, 2022.","authors":"Pedro Nagem de Souza","doi":"10.7213/1980-5934.035.e202329695","DOIUrl":"https://doi.org/10.7213/1980-5934.035.e202329695","url":null,"abstract":"O Volume Filosofia como modo de vida – Ensaios Escolhidos, organizado por Federico Testa e Marta Faustino, é um compêndio acadêmico com uma seleção de treze ensaios sobre o tema-título. Sua proposta principal é de apresentar ao mundo lusófono uma visão panorâmica do debate acadêmico, feito majoritariamente em língua inglesa, centralizado no tema hadotiano-foucaultiano da “filosofia como modo de vida”. Ou ainda, nos termos dos próprios organizadores, uma “cartografia do debate” (Pg. 44), muito bem-vinda no contexto brasileiro.","PeriodicalId":52002,"journal":{"name":"Revista de Filosofia Aurora","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-03-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45188644","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-03-14DOI: 10.7213/1980-5934.035.e202329263
João Perci Schiavon, Peter Pál Pelbart
Investiga-se o conceito de força, tal como aparece em Nietzsche e na psicanálise. Objetiva-se esclarecer e potencializar seu uso clínico. A pesquisa se justifica porque se trata de conceber o processo clínico como explicitação da força pulsional, uma vez que a tipologia das forças proposta por Nietzsche e a precisão analítica, de caráter ético e clínico, convergem inteiramente. Uma ética nietzschiana da força ativa (o amor fati) torna-se providencial para se pensar a retomada do conceito de força na psicanálise. Objeções levantadas à noção de força serão oportunas para, inversamente, justificar seu uso: equivalente à noção de real, a de força não se beneficia do deslocamento que a primeira sofre e opera. Que o real possa ser tratado pela negatividade, mas não a força, problematiza o uso das duas noções: a força jamais definir-se-á pelo impossível ou pelo vazio, e sim por atos de resistência ou sublimações. Conclui-se que ao nível dessa potência avaliadora, seletiva, não condicionada pela atualidade, perfilam-se os temas nietzschianos do intempestivo e da transvaloração dos valores. O tempo por vir das forças ativas depende de seu exercício. Esses temas essenciais à filosofia nietzschiana implicam, portanto, a consideração da força e de suas vicissitudes. O mesmo vale para a psicanálise e a noção irrevogável de pulsão. É verdade que, inversamente, a força se esclarece pela transvaloração dos valores que o intempestivo deflagra. A pulsão também só é conhecida mediante seu exercício, ou seja, enquanto ela mesma opera sua decifração pragmática. Ela requer, para tanto, uma perspectiva ética e clínica aliada às suas avaliações imanentes, extramorais. É a razão para que a análise se ocupe do sonho e de sua memória ativa, interpeladora, desde um tempo por vir.
{"title":"Nietzsche, as forças e a psicanálise | Nietzsche, the forces and the psychoanalysis","authors":"João Perci Schiavon, Peter Pál Pelbart","doi":"10.7213/1980-5934.035.e202329263","DOIUrl":"https://doi.org/10.7213/1980-5934.035.e202329263","url":null,"abstract":"Investiga-se o conceito de força, tal como aparece em Nietzsche e na psicanálise. Objetiva-se esclarecer e potencializar seu uso clínico. A pesquisa se justifica porque se trata de conceber o processo clínico como explicitação da força pulsional, uma vez que a tipologia das forças proposta por Nietzsche e a precisão analítica, de caráter ético e clínico, convergem inteiramente. Uma ética nietzschiana da força ativa (o amor fati) torna-se providencial para se pensar a retomada do conceito de força na psicanálise. Objeções levantadas à noção de força serão oportunas para, inversamente, justificar seu uso: equivalente à noção de real, a de força não se beneficia do deslocamento que a primeira sofre e opera. Que o real possa ser tratado pela negatividade, mas não a força, problematiza o uso das duas noções: a força jamais definir-se-á pelo impossível ou pelo vazio, e sim por atos de resistência ou sublimações. Conclui-se que ao nível dessa potência avaliadora, seletiva, não condicionada pela atualidade, perfilam-se os temas nietzschianos do intempestivo e da transvaloração dos valores. O tempo por vir das forças ativas depende de seu exercício. Esses temas essenciais à filosofia nietzschiana implicam, portanto, a consideração da força e de suas vicissitudes. O mesmo vale para a psicanálise e a noção irrevogável de pulsão. É verdade que, inversamente, a força se esclarece pela transvaloração dos valores que o intempestivo deflagra. A pulsão também só é conhecida mediante seu exercício, ou seja, enquanto ela mesma opera sua decifração pragmática. Ela requer, para tanto, uma perspectiva ética e clínica aliada às suas avaliações imanentes, extramorais. É a razão para que a análise se ocupe do sonho e de sua memória ativa, interpeladora, desde um tempo por vir.","PeriodicalId":52002,"journal":{"name":"Revista de Filosofia Aurora","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-03-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45678905","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-02-28DOI: 10.7213/1980-5934.035.e202329278
Micael Rosa Silva
Deleuze, em Francis Bacon – Lógica da sensação, destaca três elementos pictóricos como características fundamentais das pinturas de Bacon: a estrutura material, a figura e o contorno que isola a figura. Esses elementos revelam que o tema do pintor é o sofrimento do homem moderno, sozinho em seu quarto. Sofrimento entendido como o tormento interior de um corpo imerso no caos, em um universo sem sentido. O artista exprime o “corpo vivido” em meio ao desmoronamento da ordem das coisas. A sequela mais evidente desse ambiente insólito é a “extrema solidão da Figura”. Esse mundo retratado por Bacon, está atrelado à filosofia nietzschiana que descreve o mundo como “dionisíaco”, isto é, sem finalidade e sem propósito. Para Nietzsche, a “morte de Deus” evidencia o nada existencial e a supressão do sentido das coisas. O resultado mais imediato da constatação da “morte de Deus” é a solidão. Todavia, tanto para o artista, quanto para o filósofo, a solidão é ambígua: ou pode ser fonte de niilismo, de necessidade de fuga ou fonte de afirmação. Nesse trabalho, pretendemos confrontar as obras de Bacon, descritas por Deleuze, com a filosofia nietzschiana, destacando a significação que ambos atribuem à solidão como consequência da constatação do mundo-caos.
{"title":"Solidão como consequência do Caos em Francis Bacon e Nietzsche | Loneliness as a consequence of Chaos in Francis Bacon and Nietzsche","authors":"Micael Rosa Silva","doi":"10.7213/1980-5934.035.e202329278","DOIUrl":"https://doi.org/10.7213/1980-5934.035.e202329278","url":null,"abstract":"Deleuze, em Francis Bacon – Lógica da sensação, destaca três elementos pictóricos como características fundamentais das pinturas de Bacon: a estrutura material, a figura e o contorno que isola a figura. Esses elementos revelam que o tema do pintor é o sofrimento do homem moderno, sozinho em seu quarto. Sofrimento entendido como o tormento interior de um corpo imerso no caos, em um universo sem sentido. O artista exprime o “corpo vivido” em meio ao desmoronamento da ordem das coisas. A sequela mais evidente desse ambiente insólito é a “extrema solidão da Figura”. Esse mundo retratado por Bacon, está atrelado à filosofia nietzschiana que descreve o mundo como “dionisíaco”, isto é, sem finalidade e sem propósito. Para Nietzsche, a “morte de Deus” evidencia o nada existencial e a supressão do sentido das coisas. O resultado mais imediato da constatação da “morte de Deus” é a solidão. Todavia, tanto para o artista, quanto para o filósofo, a solidão é ambígua: ou pode ser fonte de niilismo, de necessidade de fuga ou fonte de afirmação. Nesse trabalho, pretendemos confrontar as obras de Bacon, descritas por Deleuze, com a filosofia nietzschiana, destacando a significação que ambos atribuem à solidão como consequência da constatação do mundo-caos.","PeriodicalId":52002,"journal":{"name":"Revista de Filosofia Aurora","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42883811","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-02-23DOI: 10.7213/1980-5934.035.e202329132
M. Tonetto, Sandra Eloisa Pisa Bazzanella
O presente artigo analisa as concepções desenvolvidas por Peter Singer e Onora O’Neill sobre o alívio da pobreza. Para atingir esse objetivo, são apresentadas possíveis formas de entender a pobreza, seguidas de uma comparação das visões dos autores. As proposições de Singer são examinadas à luz do utilitarismo de preferências, visando compreender o desenvolvimento da teoria do autor até a elaboração do altruísmo eficaz. A revisão da teoria de O’Neill, por sua vez, é feita a partir da ética kantiana, tradição na qual a autora se filia, e a partir de sua proposição sobre necessidade do estabelecimento de deveres para o alívio da pobreza. Nas considerações finais, o artigo faz uma comparação crítica entre as duas concepções examinadas.
{"title":"A pobreza a partir da perspectiva utilitarista de Singer e da ética kantiana em O’Neill | Poverty from Singer's utilitarian perspective and O'Neill’s Kantian ethics","authors":"M. Tonetto, Sandra Eloisa Pisa Bazzanella","doi":"10.7213/1980-5934.035.e202329132","DOIUrl":"https://doi.org/10.7213/1980-5934.035.e202329132","url":null,"abstract":"O presente artigo analisa as concepções desenvolvidas por Peter Singer e Onora O’Neill sobre o alívio da pobreza. Para atingir esse objetivo, são apresentadas possíveis formas de entender a pobreza, seguidas de uma comparação das visões dos autores. As proposições de Singer são examinadas à luz do utilitarismo de preferências, visando compreender o desenvolvimento da teoria do autor até a elaboração do altruísmo eficaz. A revisão da teoria de O’Neill, por sua vez, é feita a partir da ética kantiana, tradição na qual a autora se filia, e a partir de sua proposição sobre necessidade do estabelecimento de deveres para o alívio da pobreza. Nas considerações finais, o artigo faz uma comparação crítica entre as duas concepções examinadas. \u0000 ","PeriodicalId":52002,"journal":{"name":"Revista de Filosofia Aurora","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-02-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47675547","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-23DOI: 10.36311/1982-8004.2022.v15.n2.p23-48
Cristiane De Almeida Jardim
Este artigo busca trazer para reflexão os impactos da ideologia gerencial observada na busca pelos resultados quantificativos da escola pública. Portanto, analisaremos alguns dos impactos das avaliações externas na escola pública do estado do Rio Grande do Sul (RS), entre os anos de 2015-2020. Objetiva-se compreender o dito quase-mercado na escola pública, adaptado por uma lógica tecnocrática que se insere nos processos da educação por meio do gerencialismo e gerencialização visando, nesse particular, construir currículos para os resultados quantitativos. Além das trocas entre empresas e escolas que também fomentam um quase-mercado. Para tanto, observamos pontos da crise do capitalismo, a partir da década de 1980, que ajudou a fortalecer está lógica tecnocrática no setor público. O que se busca mostrar na gestão concreta dos recursos públicos da educação, com base na política de tributação gaúcha entre os anos de 2015-2020. Para isso, além da análise bibliográfica, lançamos mão de entrevista semiestruturada, ocorridas entre os anos de 2018 e 2020, entre cinco escolas públicas estaduais com ensino médio na cidade de Santa Maria/RS. Nas escolas foram entrevistados: professoras; diretora; coordenadores pedagógicos; vice-diretora, totalizando nove entrevistados. Com o uso da entrevista, foi observado a predominância de perspectivas dos entrevistados em tensão com entendimentos sobre aquilo que deve estar subjacente ao trabalho de socialização escolar. Pois, primeiramente, conforme observado nesses relatos, a preocupação deveria ser o aprendizado de fato do aluno, o que está para além dos números.
{"title":"O VALOR DA EDUCAÇÃO PÚBLICA","authors":"Cristiane De Almeida Jardim","doi":"10.36311/1982-8004.2022.v15.n2.p23-48","DOIUrl":"https://doi.org/10.36311/1982-8004.2022.v15.n2.p23-48","url":null,"abstract":"Este artigo busca trazer para reflexão os impactos da ideologia gerencial observada na busca pelos resultados quantificativos da escola pública. Portanto, analisaremos alguns dos impactos das avaliações externas na escola pública do estado do Rio Grande do Sul (RS), entre os anos de 2015-2020. Objetiva-se compreender o dito quase-mercado na escola pública, adaptado por uma lógica tecnocrática que se insere nos processos da educação por meio do gerencialismo e gerencialização visando, nesse particular, construir currículos para os resultados quantitativos. Além das trocas entre empresas e escolas que também fomentam um quase-mercado. Para tanto, observamos pontos da crise do capitalismo, a partir da década de 1980, que ajudou a fortalecer está lógica tecnocrática no setor público. O que se busca mostrar na gestão concreta dos recursos públicos da educação, com base na política de tributação gaúcha entre os anos de 2015-2020. Para isso, além da análise bibliográfica, lançamos mão de entrevista semiestruturada, ocorridas entre os anos de 2018 e 2020, entre cinco escolas públicas estaduais com ensino médio na cidade de Santa Maria/RS. Nas escolas foram entrevistados: professoras; diretora; coordenadores pedagógicos; vice-diretora, totalizando nove entrevistados. Com o uso da entrevista, foi observado a predominância de perspectivas dos entrevistados em tensão com entendimentos sobre aquilo que deve estar subjacente ao trabalho de socialização escolar. Pois, primeiramente, conforme observado nesses relatos, a preocupação deveria ser o aprendizado de fato do aluno, o que está para além dos números.","PeriodicalId":52002,"journal":{"name":"Revista de Filosofia Aurora","volume":"53 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"86727133","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"哲学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-23DOI: 10.36311/1982-8004.2022.v15.n2.p9-22
C. L. A. D. Silveira
O artigo consiste em apresentar a compreensão quanto aos reflexos do útil e do inútil da ciberdemocracia mediante as relações encaminhadas pelos meios midiáticos. Tem como demanda problematizadora a seguinte questão: Qual é a utilidade do inútil e a inutilidade do útil dos meios ciberneticamente interconectados diante dos desafios sociais, políticos e educacionais do mundo global? Para tanto, são apresentadas análises de Bauman e Mauro (2016), Lévy (2002), Santaella (2003, 2016), entre outros autores, quanto as consequências das conexões midiáticas intermediadas pela internet. A pesquisa encaminha-se pela abordagem qualitativa e orienta-se pela revisão bibliografia. Leva a compreender a fragilidade da ciberdemocracia em alargar e aprofundar as relações democráticas dos contextos social, educacional e político, mas que, no entanto, fidedignamente, empodera o desempenho da ampliação e da manipulação mercadológica interligado globalmente.
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