A língua portuguesa é formada por diversas construções, entendidas como pareamentos forma – significado (GOLDBERG, 2006). Dentre as diversas relações estabelecidas na língua, a relação conclusiva é normalmente entendida como a ligação entre dois segmentos através de um elemento conector. Neste estudo, consideramos as construções representadas pelo esquema [Segmento 1 POR ISSO Segmento 2]. Analisamos a trajetória da construção em uma amostra composta por dezoito textos pertencentes a diferentes períodos: português arcaico, clássico e moderno/contemporâneo. Dessa forma, analisamos registros desde o século XIII até o XXI. Os dados coletados foram analisados estatisticamente com base em três propriedades ligadas ao sentido e três propriedades ligadas à forma. A análise dos resultados mostrou que a construção tende a estabelecer relações mais objetivas, com pouco ou nenhum envolvimento do falante. Além disso, foram encontrados indicativos de possíveis mudanças em andamento, especialmente no que diz respeito à posição do conector na oração e ao tipo de segmento conectado pela oração conclusiva.
{"title":"Construções conclusivas com por isso","authors":"Mayra França Floret","doi":"10.14393/dlv17a2023-26","DOIUrl":"https://doi.org/10.14393/dlv17a2023-26","url":null,"abstract":"A língua portuguesa é formada por diversas construções, entendidas como pareamentos forma – significado (GOLDBERG, 2006). Dentre as diversas relações estabelecidas na língua, a relação conclusiva é normalmente entendida como a ligação entre dois segmentos através de um elemento conector. Neste estudo, consideramos as construções representadas pelo esquema [Segmento 1 POR ISSO Segmento 2]. Analisamos a trajetória da construção em uma amostra composta por dezoito textos pertencentes a diferentes períodos: português arcaico, clássico e moderno/contemporâneo. Dessa forma, analisamos registros desde o século XIII até o XXI. Os dados coletados foram analisados estatisticamente com base em três propriedades ligadas ao sentido e três propriedades ligadas à forma. A análise dos resultados mostrou que a construção tende a estabelecer relações mais objetivas, com pouco ou nenhum envolvimento do falante. Além disso, foram encontrados indicativos de possíveis mudanças em andamento, especialmente no que diz respeito à posição do conector na oração e ao tipo de segmento conectado pela oração conclusiva.","PeriodicalId":53262,"journal":{"name":"Dominios de Lingugem","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-07-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49508070","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente trabalho investiga se o uso de máscara de pano pode afetar parâmetros prosódicos por meio de tarefas de leitura de uma narrativa e, ainda, se tais mudanças se assemelham a disfarces de voz, como os utilizados por indivíduos em prática forense. Contrastaram-se, para tanto, três condições experimentais: leitura normal (condição controle), leitura com máscara e leitura com lápis, produzidas por quatro falantes nativos do PB, em um estudo piloto. Analisaram-se os seguintes parâmetros: taxa de elocução, taxa de articulação, pausas, duração das unidades V-V (BARBOSA, 2019), grupos acentuais e tons. Os resultados desta pesquisa mostram que as unidades V-V, o as pausas e o grupo acentual são os parâmetros prosódicos afetados pelo uso da máscara de pano. Além disso, observou-se que a leitura com máscara não apresenta comportamento similar à leitura com lápis, tampouco a leitura normal. Ao contrário, a leitura com máscara expõe comportamentos intermediários. Desse modo, estudos linguísticos que incidam sobre aspectos prosódicos devem considerar a máscara também como um disfarce de voz, uma vez que ela parece alterar alguns parâmetros prosódicos.
{"title":"efeitos prosódicos do uso da máscara de pano na leitura de uma narrativa","authors":"A. Benevides","doi":"10.14393/dlv17a2023-23","DOIUrl":"https://doi.org/10.14393/dlv17a2023-23","url":null,"abstract":"O presente trabalho investiga se o uso de máscara de pano pode afetar parâmetros prosódicos por meio de tarefas de leitura de uma narrativa e, ainda, se tais mudanças se assemelham a disfarces de voz, como os utilizados por indivíduos em prática forense. Contrastaram-se, para tanto, três condições experimentais: leitura normal (condição controle), leitura com máscara e leitura com lápis, produzidas por quatro falantes nativos do PB, em um estudo piloto. Analisaram-se os seguintes parâmetros: taxa de elocução, taxa de articulação, pausas, duração das unidades V-V (BARBOSA, 2019), grupos acentuais e tons. Os resultados desta pesquisa mostram que as unidades V-V, o as pausas e o grupo acentual são os parâmetros prosódicos afetados pelo uso da máscara de pano. Além disso, observou-se que a leitura com máscara não apresenta comportamento similar à leitura com lápis, tampouco a leitura normal. Ao contrário, a leitura com máscara expõe comportamentos intermediários. Desse modo, estudos linguísticos que incidam sobre aspectos prosódicos devem considerar a máscara também como um disfarce de voz, uma vez que ela parece alterar alguns parâmetros prosódicos.","PeriodicalId":53262,"journal":{"name":"Dominios de Lingugem","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41728428","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo apresenta parâmetros da linguística que elucidam o conceito de linguagem em seu aspecto variável no que se refere ao aprendizado de língua inglesa (NICOLAIDES et al., 2013; CORREA, 2014). O presente trabalho tem como objetivo proporcionar reflexões a respeito dos contextos em que inglês é ensinado no Brasil, atentando ao desprestígio dado a variedades que destoam de uma norma de referência, ressaltando a perversidade por detrás da busca pela fluência nativa. Para tal, são destacados processos que contribuíram para o atual status do inglês como língua global, desmistificando o conceito de falante nativo sob a luz de trabalhos que tratam da problemática, como Crystal (2003), Odlin (2003), Moita Lopes (2008) e Nicolaides et al. (2013). O ponto de chegada dessa reflexão é reforçar o debate quanto à dicotomia americano versus britânico no ensino de inglês a fim de sustentar a visão de um continuum sobre o qual se debruçam, igualmente, as variedades do inglês em sua concepção de língua global.
本文介绍了语言学的参数,这些参数阐明了语言概念在英语学习中的可变方面(NICOLIDES et al.,2013;CORREA,2014)。本工作旨在对巴西英语教学的背景进行反思,关注偏离参考规范的变体所带来的耻辱,强调寻求母语流利性背后的变态。为此,我们强调了促成英语作为一种全球语言现状的过程,根据处理这一问题的著作,如Crystal(2003)、Odlin(2003),Moita Lopes(2008)和Nicolaides等人(2013),揭开了母语者概念的神秘面纱。这一反思的目的是加强英语教学中关于美国与英国二分法的辩论,以维持一个连续体的愿景,在全球语言的概念中,英语的变体也关注这个连续体。
{"title":"Inglês nativo","authors":"Manuela Correa Oliveira","doi":"10.14393/dlv17a2023-25","DOIUrl":"https://doi.org/10.14393/dlv17a2023-25","url":null,"abstract":"Este artigo apresenta parâmetros da linguística que elucidam o conceito de linguagem em seu aspecto variável no que se refere ao aprendizado de língua inglesa (NICOLAIDES et al., 2013; CORREA, 2014). O presente trabalho tem como objetivo proporcionar reflexões a respeito dos contextos em que inglês é ensinado no Brasil, atentando ao desprestígio dado a variedades que destoam de uma norma de referência, ressaltando a perversidade por detrás da busca pela fluência nativa. Para tal, são destacados processos que contribuíram para o atual status do inglês como língua global, desmistificando o conceito de falante nativo sob a luz de trabalhos que tratam da problemática, como Crystal (2003), Odlin (2003), Moita Lopes (2008) e Nicolaides et al. (2013). O ponto de chegada dessa reflexão é reforçar o debate quanto à dicotomia americano versus britânico no ensino de inglês a fim de sustentar a visão de um continuum sobre o qual se debruçam, igualmente, as variedades do inglês em sua concepção de língua global. ","PeriodicalId":53262,"journal":{"name":"Dominios de Lingugem","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46329989","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo tem como objetivo apresentar a reelaboração de uma atividade para a disciplina de Língua Portuguesa envolvendo interpretação através do gênero tirinha que encontra-se no livro didático de Língua Portuguesa, do 7º ano do Ensino Fundamental, disponibilizado à turma durante o ano letivo de 2020. O objetivo foi realizar uma análise da atividade para, a partir dessa, propor uma nova perspectiva interpretativa e também a ampliação da mesma, levando em consideração o ensino de leitura teorizado na Linguística do Texto (doravante LT). Para fundamentar tal prática, recorreu-se ao aporte teórico de Koch (2015) na LT, a fim de subsidiar as discussões propostas; contribuíram também Schneuwly et al. (2004), Koch e Elias (2014b), Köche e Marinello (2015) para o ensino de gêneros textuais, e Koch e Elias (2014a) para o trabalho com leitura. Considerando a metodologia qualitativa, a qual permite considerar o contexto de aprendizagem dos estudantes, foi possível a (re)significação da atividade do livro didático, dado que, ao elaborar a ampliação de uma atividade pronta do livro, percebe-se o quão é pertinente trabalhar com a LT em sala de aula, uma vez que a teoria admite potencializar e ampliar as propostas de leitura e interpretação presentes nos livros didáticos.
{"title":"O ensino da leitura com o gênero tirinha a partir da Linguística do Texto","authors":"Andriele Bairros Gonçalves, Naura Letícia Nascimento Coelho","doi":"10.14393/dlv17a2023-24","DOIUrl":"https://doi.org/10.14393/dlv17a2023-24","url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo apresentar a reelaboração de uma atividade para a disciplina de Língua Portuguesa envolvendo interpretação através do gênero tirinha que encontra-se no livro didático de Língua Portuguesa, do 7º ano do Ensino Fundamental, disponibilizado à turma durante o ano letivo de 2020. O objetivo foi realizar uma análise da atividade para, a partir dessa, propor uma nova perspectiva interpretativa e também a ampliação da mesma, levando em consideração o ensino de leitura teorizado na Linguística do Texto (doravante LT). Para fundamentar tal prática, recorreu-se ao aporte teórico de Koch (2015) na LT, a fim de subsidiar as discussões propostas; contribuíram também Schneuwly et al. (2004), Koch e Elias (2014b), Köche e Marinello (2015) para o ensino de gêneros textuais, e Koch e Elias (2014a) para o trabalho com leitura. Considerando a metodologia qualitativa, a qual permite considerar o contexto de aprendizagem dos estudantes, foi possível a (re)significação da atividade do livro didático, dado que, ao elaborar a ampliação de uma atividade pronta do livro, percebe-se o quão é pertinente trabalhar com a LT em sala de aula, uma vez que a teoria admite potencializar e ampliar as propostas de leitura e interpretação presentes nos livros didáticos.","PeriodicalId":53262,"journal":{"name":"Dominios de Lingugem","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43627090","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O brasileiro é um “Narciso às avessas, que cospe na própria imagem” (RODRIGUES, 2013). Com essas palavras, Nelson Rodrigues descreve o “complexo de vira-lata”, caracterizado como uma postura voluntária de autodepreciação comum a setores da sociedade nacional, que se assenta em uma visão ideológica negativa em relação ao Brasil. Partindo da intuição arguta do autor recifense, o objetivo precípuo deste artigo é gerar entendimentos sobre a ideologia do viralatismo conforme construída discursivamente em comentários de perfis jornalísticos nas redes sociais. Para tanto, com base na concepção de ideologia sistematizada por Thompson (1995) como o “sentido a serviço do poder”, mobiliza-se um arcabouço teórico constituído pela visão rodrigueana sobre o pessimismo crônico brasileiro e o modelo de linguagem preconizado pela Linguística Sistêmico-Funcional. As análises realizadas, orientadas pelo Sistema de Avaliatividade (MARTIN; WHITE, 2005), evidenciam o papel desempenhado pelos elementos avaliativos na materialização discursiva do viralatismo nos comentários examinados, além de flagrarem nessa ideologia um fio-guia que perpassa todos os expedientes discursivos de desapreço, pessimismo e ódio em relação ao Brasil.
巴西人是“反向的水仙花,吐在自己的形象上”(罗德里格斯,2013)。纳尔逊·罗德里格斯(Nelson Rodrigues)用这些话描述了“杂种情结”,其特征是一种自愿的自我贬低姿态,这是国家社会各部门共同的,基于对巴西的负面意识形态观点。基于作者敏锐的直觉,本文的主要目的是在社交网络上的新闻简介评论中,对病毒式传播的意识形态产生理解。因此,基于Thompson(1995)系统化的意识形态概念“为权力服务的意义”,它动员了一个由rodrigueana对巴西慢性悲观主义的观点和系统功能语言学推荐的语言模式构成的理论框架。在评价体系的指导下进行的分析(MARTIN, p ., p ., p ., p ., p .)WHITE, 2005),强调了评估元素在病毒式传播的话语物化中所起的作用,并在这种意识形态中捕捉到一条指导线索,贯穿所有关于巴西的不欣赏、悲观和仇恨的话语权威性。
{"title":"coices triunfais do Narciso às Avessas","authors":"Diego Candido Abreu","doi":"10.14393/dlv17a2023-22","DOIUrl":"https://doi.org/10.14393/dlv17a2023-22","url":null,"abstract":"O brasileiro é um “Narciso às avessas, que cospe na própria imagem” (RODRIGUES, 2013). Com essas palavras, Nelson Rodrigues descreve o “complexo de vira-lata”, caracterizado como uma postura voluntária de autodepreciação comum a setores da sociedade nacional, que se assenta em uma visão ideológica negativa em relação ao Brasil. Partindo da intuição arguta do autor recifense, o objetivo precípuo deste artigo é gerar entendimentos sobre a ideologia do viralatismo conforme construída discursivamente em comentários de perfis jornalísticos nas redes sociais. Para tanto, com base na concepção de ideologia sistematizada por Thompson (1995) como o “sentido a serviço do poder”, mobiliza-se um arcabouço teórico constituído pela visão rodrigueana sobre o pessimismo crônico brasileiro e o modelo de linguagem preconizado pela Linguística Sistêmico-Funcional. As análises realizadas, orientadas pelo Sistema de Avaliatividade (MARTIN; WHITE, 2005), evidenciam o papel desempenhado pelos elementos avaliativos na materialização discursiva do viralatismo nos comentários examinados, além de flagrarem nessa ideologia um fio-guia que perpassa todos os expedientes discursivos de desapreço, pessimismo e ódio em relação ao Brasil. ","PeriodicalId":53262,"journal":{"name":"Dominios de Lingugem","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"66714004","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Embora estudos sobre como medir a leiturabilidade de um texto remontem ao século passado, ainda não há um consenso sobre quais seriam as melhores métricas. Ferramentas de Processamento de Linguagem Natural (PLN) podem apoiar esta tarefa, mas dependem de um grande número de amostras para treinamento, o que é uma barreira para seu avanço. O objetivo principal deste artigo é analisar o impacto de determinados métodos de aumento de dados (AD) para enfrentar essa barreira e apoiar a classificação de leiturabilidade no português brasileiro (PB). Para tanto, foi estabelecido um corpus pareado e classificado, com textos originais complexos e suas versões simplificadas sobre temas de Ciências, desenvolvido por linguistas. Esse corpus foi aumentado com técnicas agnósticas de AD: substituição por sinônimos (SS) e retrotradução (RT). Foram avaliados 75 modelos com diferentes técnicas e combinações de atributos de entrada. O melhor resultado obtido para o conjunto dos textos do corpus sem aumento foi de 94,0% de taxa de acerto. Este resultado subiu para 95,2% combinando-se as métricas do sistema NILC-Metrix com representações vetoriais de texto contextualizadas. Quando comparados a outros trabalhos voltados para o PB, a metodologia proposta gerou um aumento na taxa de acerto em um domínio distinto ao de treino. Conclui-se que o modelo treinado com AD demonstra capacidade igual ou superior àqueles treinados sem aumento e, ao mesmo tempo, apresenta maior generalização quando aplicado a outros domínios.
{"title":"Abordagem baseada em Aumento de Dados para Avaliação Automática de Leiturabilidade","authors":"Luiza Cunha de Menezes, A. Paes, M. J. B. Finatto","doi":"10.14393/dlv17a2023-21","DOIUrl":"https://doi.org/10.14393/dlv17a2023-21","url":null,"abstract":"Embora estudos sobre como medir a leiturabilidade de um texto remontem ao século passado, ainda não há um consenso sobre quais seriam as melhores métricas. Ferramentas de Processamento de Linguagem Natural (PLN) podem apoiar esta tarefa, mas dependem de um grande número de amostras para treinamento, o que é uma barreira para seu avanço. O objetivo principal deste artigo é analisar o impacto de determinados métodos de aumento de dados (AD) para enfrentar essa barreira e apoiar a classificação de leiturabilidade no português brasileiro (PB). Para tanto, foi estabelecido um corpus pareado e classificado, com textos originais complexos e suas versões simplificadas sobre temas de Ciências, desenvolvido por linguistas. Esse corpus foi aumentado com técnicas agnósticas de AD: substituição por sinônimos (SS) e retrotradução (RT). Foram avaliados 75 modelos com diferentes técnicas e combinações de atributos de entrada. O melhor resultado obtido para o conjunto dos textos do corpus sem aumento foi de 94,0% de taxa de acerto. Este resultado subiu para 95,2% combinando-se as métricas do sistema NILC-Metrix com representações vetoriais de texto contextualizadas. Quando comparados a outros trabalhos voltados para o PB, a metodologia proposta gerou um aumento na taxa de acerto em um domínio distinto ao de treino. Conclui-se que o modelo treinado com AD demonstra capacidade igual ou superior àqueles treinados sem aumento e, ao mesmo tempo, apresenta maior generalização quando aplicado a outros domínios.","PeriodicalId":53262,"journal":{"name":"Dominios de Lingugem","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47295476","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Tornar viável a leitura de textos de linguística geral","authors":"M. Lazzari","doi":"10.14393/dlv17a2023-20","DOIUrl":"https://doi.org/10.14393/dlv17a2023-20","url":null,"abstract":"resenha do livro","PeriodicalId":53262,"journal":{"name":"Dominios de Lingugem","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-03-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45811765","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O objetivo deste artigo é debater algumas das raízes teóricas do preconceito linguístico. Em nossa concepção, muitos dos discursos discriminatórios acerca das normas populares do português brasileiro são motivados por uma visão de língua construída no século XIX, na qual a morfologia flexional era considerada o ápice do desenvolvimento linguístico, fazendo com que línguas caracterizadas por outras tipologias – como as línguas crioulas e as línguas africanas – fossem consideradas excepcionais. Ao longo do texto, mostramos que tal perspectiva influenciou as primeiras abordagens sobre a emergência do português brasileiro popular, pautadas por um viés negativo acerca do contato com línguas africanas e indígenas. O tema é examinado à luz da Historiografia Linguística, a fim de explicitar a dimensão política do conhecimento produzido sobre as línguas e a linguagem. Como base teórica, utilizamos a proposta de Fleck (2010), para quem o conhecimento científico se articula através de uma complexa dinâmica entre passado, presente e futuro.
{"title":"reflexão sobre as raízes teóricas do preconceito linguístico","authors":"Wellington SAntos Silva","doi":"10.14393/dlv17a2023-19","DOIUrl":"https://doi.org/10.14393/dlv17a2023-19","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é debater algumas das raízes teóricas do preconceito linguístico. Em nossa concepção, muitos dos discursos discriminatórios acerca das normas populares do português brasileiro são motivados por uma visão de língua construída no século XIX, na qual a morfologia flexional era considerada o ápice do desenvolvimento linguístico, fazendo com que línguas caracterizadas por outras tipologias – como as línguas crioulas e as línguas africanas – fossem consideradas excepcionais. Ao longo do texto, mostramos que tal perspectiva influenciou as primeiras abordagens sobre a emergência do português brasileiro popular, pautadas por um viés negativo acerca do contato com línguas africanas e indígenas. O tema é examinado à luz da Historiografia Linguística, a fim de explicitar a dimensão política do conhecimento produzido sobre as línguas e a linguagem. Como base teórica, utilizamos a proposta de Fleck (2010), para quem o conhecimento científico se articula através de uma complexa dinâmica entre passado, presente e futuro.","PeriodicalId":53262,"journal":{"name":"Dominios de Lingugem","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-03-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48859877","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente artigo tem por objetivo apresentar uma análise da microestrutura dos verbetes “autismo” e “autista” em dicionários da Língua Portuguesa. Para tanto, foram utilizados cinco dicionários disponíveis online. A microestrutura das palavras-entrada “autismo” e “autista” foi analisada de forma descritiva e quantitativa, por meio de quadros comparativos, nos quais distribuímos as informações conforme registro nos dicionários. Pautamo-nos nos pressupostos teóricos de Biderman (2001), Garriga Escribano (2003), Medina Guerra (2003), Porto Dapena (2002), Welker (2004); bem como consideramos as contribuições advindas das produções científicas existentes no tocante ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Foi possível constatar que os verbetes “autismo” e “autista” em geral não apresentam suas definições conforme os conhecimentos mais recentes sobre o transtorno, bem como nem sempre mencionam a nomenclatura vigente “TEA”.
{"title":"“Autismo” e “autista”","authors":"A. D. C. Ferreira, Bruno Oliveira Maroneze","doi":"10.14393/dlv17a2023-18","DOIUrl":"https://doi.org/10.14393/dlv17a2023-18","url":null,"abstract":"O presente artigo tem por objetivo apresentar uma análise da microestrutura dos verbetes “autismo” e “autista” em dicionários da Língua Portuguesa. Para tanto, foram utilizados cinco dicionários disponíveis online. A microestrutura das palavras-entrada “autismo” e “autista” foi analisada de forma descritiva e quantitativa, por meio de quadros comparativos, nos quais distribuímos as informações conforme registro nos dicionários. Pautamo-nos nos pressupostos teóricos de Biderman (2001), Garriga Escribano (2003), Medina Guerra (2003), Porto Dapena (2002), Welker (2004); bem como consideramos as contribuições advindas das produções científicas existentes no tocante ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Foi possível constatar que os verbetes “autismo” e “autista” em geral não apresentam suas definições conforme os conhecimentos mais recentes sobre o transtorno, bem como nem sempre mencionam a nomenclatura vigente “TEA”.","PeriodicalId":53262,"journal":{"name":"Dominios de Lingugem","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-03-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43669922","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Neste artigo, verifica-se como a literatura científica tem descrito a comunicação digital a partir das estruturas linguísticas que lhe são típicas. Aprofunda-se a reflexão sobre as interações online, distinguindo-as da fala e da escrita convencionais. Por fim, identificam-se alguns avanços científicos sobre o assunto desenvolvidos no Brasil a partir da língua portuguesa, além de pontos que requerem maior atenção. Para isso, desenvolve-se uma revisão crítica de literatura e se comenta sobre diferentes investigações realizadas sobre a comunicação na Web. Acredita-se, pois, ser necessário tratar as interações digitais como uma modalidade distinta da fala e da escrita convencionais, visto que, apesar de apresentarem traços comuns com uma ou outra modalidade, também contêm características que lhes são particulares. Defende-se também que as estruturas linguísticas sejam consideradas componentes essenciais na caracterização das instâncias comunicativas, desde aspectos grafemáticos até questões da sintaxe, reconhecendo a centralidade da variação linguística para a compreensão da prática discursiva. Finalmente, reconhece-se que no Brasil encontram-se trabalhos que partem de diferentes graus de entendimento da natureza dos textos digitais, mas parecem predominar aqueles que buscam descrever a comunicação na Web como mais próxima da fala ou da escrita convencional, ao contrário das recomendações de muitas pesquisas sobre as interações online.
{"title":"Estrutura e variação linguística na comunicação digital","authors":"A. Pinheiro","doi":"10.14393/dlv17a2023-17","DOIUrl":"https://doi.org/10.14393/dlv17a2023-17","url":null,"abstract":"Neste artigo, verifica-se como a literatura científica tem descrito a comunicação digital a partir das estruturas linguísticas que lhe são típicas. Aprofunda-se a reflexão sobre as interações online, distinguindo-as da fala e da escrita convencionais. Por fim, identificam-se alguns avanços científicos sobre o assunto desenvolvidos no Brasil a partir da língua portuguesa, além de pontos que requerem maior atenção. Para isso, desenvolve-se uma revisão crítica de literatura e se comenta sobre diferentes investigações realizadas sobre a comunicação na Web. Acredita-se, pois, ser necessário tratar as interações digitais como uma modalidade distinta da fala e da escrita convencionais, visto que, apesar de apresentarem traços comuns com uma ou outra modalidade, também contêm características que lhes são particulares. Defende-se também que as estruturas linguísticas sejam consideradas componentes essenciais na caracterização das instâncias comunicativas, desde aspectos grafemáticos até questões da sintaxe, reconhecendo a centralidade da variação linguística para a compreensão da prática discursiva. Finalmente, reconhece-se que no Brasil encontram-se trabalhos que partem de diferentes graus de entendimento da natureza dos textos digitais, mas parecem predominar aqueles que buscam descrever a comunicação na Web como mais próxima da fala ou da escrita convencional, ao contrário das recomendações de muitas pesquisas sobre as interações online.","PeriodicalId":53262,"journal":{"name":"Dominios de Lingugem","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-03-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41732519","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}