Pub Date : 2021-12-14DOI: 10.32932/rpia.2021.12.070
M. Silva, Marisa Paulino, Célia Costa, F. Duarte, M. Barbosa, Maria Santos
Introdução: A alergia alimentar afeta milhões de pessoas globalmente. As proteínas de transferência lipídica (LTP) são panalergénios presentes em alimentos vegetais cujos sintomas de sensibilização variam de síndrome de alergia oral (SAO) a anafilaxia. Objetivo: Caraterização do perfil de sensibilização clínica e molecular de doentes com história de reação prévia a alimentos contendo LTP. Material e métodos: Estudo retrospetivo incluindo 15 doentes com história de reação sistémica a alimentos contendo LTP. Os doentes foram caracterizados quanto a sintomas e sensibilização em testes cutâneos por picada (TCP) com extrato comercial e alimentos em natureza (TC PP). Foi realizado Macroarray Allergy Explorer-ALEX® para avaliação de valores de IgE total, IgE específica para componentes moleculares (IgEcm) e extratos totais (IgEet). Resultados: Quinze doentes, 73% mulheres, média de idades 30,7±13,7 anos. Média de idades no primeiro episódio foi 21,8±10,5 anos, manifestando-se como anafilaxia n=8 (maçã, pêssego, frutos secos), urticária/angioedema n=4 (maçã, pêssego, amendoim) e SAO n=3 (maçã, pêssego, amendoim). IgE total média: 430,5kU/L. Identificaram-se as seguintes LTP (N; IgEcm média±desvio padrão-kU/L): Pru p 3 (15; 15,7±21,5), Ara h 9 (10; 2,9±4), Mal d 3 (9; 1,5±1,7), Act d 10 (6; 0,6±1), Vit v 1 (6; 1,8±2,5), Cor a 8 (4; 0,1±0,2), Sola l 6 (1; 0,88). Com pêssego todas as associações entre clínica, testes cutâneos e valores de IgE tiveram concordância k=1; concordância da clínica com TCP e TC PP foi superior para maçã (k=0,44; p=0,03); concordância da clínica com IgEet foi superior para amendoim (k=0,87; p<0,01); concordância da clínica com IgEcm foi superior para avelã (k=0,70; p<0,01) e uva (k=0,55; p=0,02). Conclusões: A técnica ALEX® permitiu identificar simultaneamente a IgE total, IgEet e IgEcm, simplificando a interpretação e correlação clínica dos resultados. Neste estudo demonstramos que, para diferentes alimentos, o método diagnóstico com maior concordância com a clínica é variável e dependente do alimento. Será necessário um estudo prospetivo mais alargado para aferir a sensibilidade e especificidade deste teste.
{"title":"Síndrome LTP: Caraterização do perfil clínico e molecular de sensibilização – Método Alex® Macroarray","authors":"M. Silva, Marisa Paulino, Célia Costa, F. Duarte, M. Barbosa, Maria Santos","doi":"10.32932/rpia.2021.12.070","DOIUrl":"https://doi.org/10.32932/rpia.2021.12.070","url":null,"abstract":"Introdução: A alergia alimentar afeta milhões de pessoas globalmente. As proteínas de transferência lipídica (LTP) são panalergénios presentes em alimentos vegetais cujos sintomas de sensibilização variam de síndrome de alergia oral (SAO) a anafilaxia. Objetivo: Caraterização do perfil de sensibilização clínica e molecular de doentes com história de reação prévia a alimentos contendo LTP. Material e métodos: Estudo retrospetivo incluindo 15 doentes com história de reação sistémica a alimentos contendo LTP. Os doentes foram caracterizados quanto a sintomas e sensibilização em testes cutâneos por picada (TCP) com extrato comercial e alimentos em natureza (TC PP). Foi realizado Macroarray Allergy Explorer-ALEX® para avaliação de valores de IgE total, IgE específica para componentes moleculares (IgEcm) e extratos totais (IgEet). Resultados: Quinze doentes, 73% mulheres, média de idades 30,7±13,7 anos. Média de idades no primeiro episódio foi 21,8±10,5 anos, manifestando-se como anafilaxia n=8 (maçã, pêssego, frutos secos), urticária/angioedema n=4 (maçã, pêssego, amendoim) e SAO n=3 (maçã, pêssego, amendoim). IgE total média: 430,5kU/L. Identificaram-se as seguintes LTP (N; IgEcm média±desvio padrão-kU/L): Pru p 3 (15; 15,7±21,5), Ara h 9 (10; 2,9±4), Mal d 3 (9; 1,5±1,7), Act d 10 (6; 0,6±1), Vit v 1 (6; 1,8±2,5), Cor a 8 (4; 0,1±0,2), Sola l 6 (1; 0,88). Com pêssego todas as associações entre clínica, testes cutâneos e valores de IgE tiveram concordância k=1; concordância da clínica com TCP e TC PP foi superior para maçã (k=0,44; p=0,03); concordância da clínica com IgEet foi superior para amendoim (k=0,87; p<0,01); concordância da clínica com IgEcm foi superior para avelã (k=0,70; p<0,01) e uva (k=0,55; p=0,02). Conclusões: A técnica ALEX® permitiu identificar simultaneamente a IgE total, IgEet e IgEcm, simplificando a interpretação e correlação clínica dos resultados. Neste estudo demonstramos que, para diferentes alimentos, o método diagnóstico com maior concordância com a clínica é variável e dependente do alimento. Será necessário um estudo prospetivo mais alargado para aferir a sensibilidade e especificidade deste teste.","PeriodicalId":21399,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Imunoalergologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44625667","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-13DOI: 10.32932/rpia.2021.12.068
Diana Silva
{"title":"Fast forward no diagnóstico para uma medicina de precisão","authors":"Diana Silva","doi":"10.32932/rpia.2021.12.068","DOIUrl":"https://doi.org/10.32932/rpia.2021.12.068","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":21399,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Imunoalergologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47534255","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-13DOI: 10.32932/rpia.2021.12.069
Marília Beltrão, A. Ferreira, A. Pereira, Oksana Sokhatska, A. Amorim, Luís Delgado
Os doseamentos séricos de anticorpos específicos para o Aspergillus fumigatus (A. fumigatus) são úteis para a orientação diagnóstica de aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA). Objetivo: Avaliar a sensibilização aos componentes purificados do A. fumigatus por quantificação de anticorpos específicos IgE e IgG no soro de doentes com ABPA ou com asma e sensibilização a fungos, usando como comparadores doentes com asma alérgica não sensibilizados a fungos, doentes com fibrose quística (FQ) sem critérios de ABPA e doentes com aspergiloma pulmonar. Métodos: Avaliação transversal de 57 doentes com os diagnósticos de ABPA (n=13), FQ (n=9), asma sensibilizada a fungos (ASF, n=10), asma alérgica sem sensibilização a fungos (AA, n=18) e aspergiloma (n=7). A determinação das concentrações séricas de IgE e IgG específica (sIgE e sIgG) para A. fumigatus (m3) e cinco dos seus componentes antigénicos recombinantes (rAsp f) rAsp f 1, rAsp f 2, rAsp f 3, rAsp f 4 e rAsp f 6 foi realizada por ImmunoCAP. Resultados: A ABPA diferiu significativamente da ASF, pela sensibilização (sIgE>0,10 kUA/L) ao antigénio intracelular rAsp f 6 (64% versus 0% Qui2=6,2, p=0,013) e pelo aumento significativo da sIgE para o antigénio extracelular rAsp f 1 (45,3; 0,2-33,7kUA/L versus 0,3; 0,1-0,3kUA/L, p=0,041). Os níveis de sIgG para A. fumigatus foram significativamente diferentes entre os grupos (p=0,002). No entanto, os níveis de sIgG para os rAsp f testados não diferiram entre ABPA, ASF, FQ e aspergiloma. Conclusão: A avaliação da resposta IgE ao A. fumigatus para alguns dos seus antigénios excretados (rAsp f 1) e intracelulares (rAsp f 6) parece útil na distinção serológica da ABPA em relação à ASF, permitindo melhorar a classificação dos doentes. Os níveis séricos de IgG para os rAsp f não distinguem os diferentes grupos de doentes sensibilizados, não melhorando a descriminação diagnóstica obtida utilizando o extrato total do A. fumigatus.
{"title":"IgE e IgG específicas para antigénios do Aspergillus fumigatus no diagnóstico da aspergilose broncopulmonar alérgica","authors":"Marília Beltrão, A. Ferreira, A. Pereira, Oksana Sokhatska, A. Amorim, Luís Delgado","doi":"10.32932/rpia.2021.12.069","DOIUrl":"https://doi.org/10.32932/rpia.2021.12.069","url":null,"abstract":"Os doseamentos séricos de anticorpos específicos para o Aspergillus fumigatus (A. fumigatus) são úteis para a orientação diagnóstica de aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA). Objetivo: Avaliar a sensibilização aos componentes purificados do A. fumigatus por quantificação de anticorpos específicos IgE e IgG no soro de doentes com ABPA ou com asma e sensibilização a fungos, usando como comparadores doentes com asma alérgica não sensibilizados a fungos, doentes com fibrose quística (FQ) sem critérios de ABPA e doentes com aspergiloma pulmonar. Métodos: Avaliação transversal de 57 doentes com os diagnósticos de ABPA (n=13), FQ (n=9), asma sensibilizada a fungos (ASF, n=10), asma alérgica sem sensibilização a fungos (AA, n=18) e aspergiloma (n=7). A determinação das concentrações séricas de IgE e IgG específica (sIgE e sIgG) para A. fumigatus (m3) e cinco dos seus componentes antigénicos recombinantes (rAsp f) rAsp f 1, rAsp f 2, rAsp f 3, rAsp f 4 e rAsp f 6 foi realizada por ImmunoCAP. Resultados: A ABPA diferiu significativamente da ASF, pela sensibilização (sIgE>0,10 kUA/L) ao antigénio intracelular rAsp f 6 (64% versus 0% Qui2=6,2, p=0,013) e pelo aumento significativo da sIgE para o antigénio extracelular rAsp f 1 (45,3; 0,2-33,7kUA/L versus 0,3; 0,1-0,3kUA/L, p=0,041). Os níveis de sIgG para A. fumigatus foram significativamente diferentes entre os grupos (p=0,002). No entanto, os níveis de sIgG para os rAsp f testados não diferiram entre ABPA, ASF, FQ e aspergiloma. Conclusão: A avaliação da resposta IgE ao A. fumigatus para alguns dos seus antigénios excretados (rAsp f 1) e intracelulares (rAsp f 6) parece útil na distinção serológica da ABPA em relação à ASF, permitindo melhorar a classificação dos doentes. Os níveis séricos de IgG para os rAsp f não distinguem os diferentes grupos de doentes sensibilizados, não melhorando a descriminação diagnóstica obtida utilizando o extrato total do A. fumigatus.","PeriodicalId":21399,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Imunoalergologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47210429","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-09-20DOI: 10.32932/rpia.2021.09.065
M. Silva, A. S. Santos, E. Pedro
Introdução: A doença alérgica, rinoconjuntivite/asma brônquica alérgicas, são muito prevalentes em todo o mundo, e a terapêutica potencialmente modificadora é a imunoterapia com aerolergénios. Em dezembro de 2019 foi identificado um novo coronavírus na China (SARS-CoV-2), causando uma pandemia com efeitos devastadores. Por este motivo foi decretado o estado de emergência (EE) em Portugal pela primeira vez nesta pandemia, entre 18 de março e 2 maio de 2020 e toda a atividade não urgente foi suspensa no nosso hospital, incluindo a administração da imunoterapia subcutânea com aeroalergénios (ITSCA). Objetivo: Caracterizar os ajustes de dose de acordo com o atraso na administração da ITSCA, verificar a segurança da dose administrada no retomar da ITSCA e avaliar o agravamento de sintomas da doença alérgica nos doentes sob programa de ITSCA que a interromperam durante o EE. Material e métodos: Procedeu-se à análise dos processos clínicos de ITSCA dos 195 doentes que interromperam a dose de manutenção durante o EE. De acordo com a clínica e intervalo de atraso, foi reduzida a dose ou realizado novo esquema de iniciação, segundo o protocolo da Unidade Funcional de Imunoterapia com Alergénios adaptado de guidelines internacionais para esta fase. Resultados: 7,7% tiveram agravamento dos sintomas alérgicos durante o período de suspensão e 6,2% recorreram a terapêutica de resgate. 96,4% diminuíram a dose na retoma da ITSCA, com diminuição maioritariamente superior à prevista à luz do nosso protocolo. Registaram-se reações locais imediatas em 9,2%, não se tendo registado reações anafiláticas. Após a retoma, 9,7% agravaram os sintomas e 5,1% recorreram a terapêutica de resgate. Conclusões: A pandemia trouxe muita dificuldade no acompanhamento das patologias crónicas dos doentes, inclusivamente da doença alérgica. A maioria dos doentes não reportou agravamento dos sintomas e poucos tiveram reações adversas na retoma da ITSCA, demonstrando a segurança do protocolo de ajuste de dose.
{"title":"Imunoterapia subcutânea com aeroalergénios num hospital central em Portugal durante a pandemia de COVID-19","authors":"M. Silva, A. S. Santos, E. Pedro","doi":"10.32932/rpia.2021.09.065","DOIUrl":"https://doi.org/10.32932/rpia.2021.09.065","url":null,"abstract":"Introdução: A doença alérgica, rinoconjuntivite/asma brônquica alérgicas, são muito prevalentes em todo o mundo, e a terapêutica potencialmente modificadora é a imunoterapia com aerolergénios. Em dezembro de 2019 foi identificado um novo coronavírus na China (SARS-CoV-2), causando uma pandemia com efeitos devastadores. Por este motivo foi decretado o estado de emergência (EE) em Portugal pela primeira vez nesta pandemia, entre 18 de março e 2 maio de 2020 e toda a atividade não urgente foi suspensa no nosso hospital, incluindo a administração da imunoterapia subcutânea com aeroalergénios (ITSCA). Objetivo: Caracterizar os ajustes de dose de acordo com o atraso na administração da ITSCA, verificar a segurança da dose administrada no retomar da ITSCA e avaliar o agravamento de sintomas da doença alérgica nos doentes sob programa de ITSCA que a interromperam durante o EE. Material e métodos: Procedeu-se à análise dos processos clínicos de ITSCA dos 195 doentes que interromperam a dose de manutenção durante o EE. De acordo com a clínica e intervalo de atraso, foi reduzida a dose ou realizado novo esquema de iniciação, segundo o protocolo da Unidade Funcional de Imunoterapia com Alergénios adaptado de guidelines internacionais para esta fase. Resultados: 7,7% tiveram agravamento dos sintomas alérgicos durante o período de suspensão e 6,2% recorreram a terapêutica de resgate. 96,4% diminuíram a dose na retoma da ITSCA, com diminuição maioritariamente superior à prevista à luz do nosso protocolo. Registaram-se reações locais imediatas em 9,2%, não se tendo registado reações anafiláticas. Após a retoma, 9,7% agravaram os sintomas e 5,1% recorreram a terapêutica de resgate. Conclusões: A pandemia trouxe muita dificuldade no acompanhamento das patologias crónicas dos doentes, inclusivamente da doença alérgica. A maioria dos doentes não reportou agravamento dos sintomas e poucos tiveram reações adversas na retoma da ITSCA, demonstrando a segurança do protocolo de ajuste de dose.","PeriodicalId":21399,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Imunoalergologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47116886","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-09-20DOI: 10.32932/rpia.2021.09.063
Joana Lopes, Patrícia Barreira, Cátia Santa, Cristiana Ferreira, M. Mesquita, J. Silva, Inês Lopes
Fundamentos: A imunoterapia a veneno de himenópteros (VIT) é eficaz na prevenção de reações graves a picadas destes insetos. Existem diferentes protocolos, sendo os ultra-rush (UR) os mais rápidos. No entanto, permanecem dúvidas sobre a sua segurança e fatores de risco envolvidos em reações adversas (RA). Objetivo: Avaliar a segurança e fatores de risco para RA a VIT segundo protocolo UR. Métodos: Análise retrospetiva de doentes tratados com VIT segundo protocolo UR para abelha, vespa, polistes (2010-2019). Foram avaliadas a segurança e os fatores de risco para RA. Resultados: Incluídos 82 doentes: 77% homens, mediana de idade de 46 anos (8-76). Na fase de iniciação, RA sistémicas ocorreram em 13% dos doentes (n=11), em 91% com VIT a abelha. As RA sistémicas foram em 36% ligeiras, 64% moderadas. Em 3 destes doentes foi iniciado pré-tratamento com omalizumab, com posterior tolerância da pauta. RA locais exuberantes ocorreram em 17%. Houve associação entre VIT a abelha e ocorrência de RA sistémicas (p=0,003). Os níveis de IgE para abelha foram significativamente mais elevados no grupo dos doentes com RA sistémicas (p=0,027). Não houve associação com o género, reação inicial à picada, atopia, uso de IECA ou β-bloqueadores. Não houve diferença estatisticamente significativa com idade, IgE total, restantes gE específicas, triptase basal ou concentração de positividade dos testes cutâneos. Conclusão: As RA sistémicas na iniciação foram sobretudo locais e/ou sistémicas ligeiras/moderadas, com boa resposta ao tratamento instituído. O pré-tratamento com omalizumab foi eficaz nos doentes com RA sistémicas de maior gravidade, permitindo que a dose de manutenção fosse tolerada, sem intercorrências de relevo. A VIT de abelha e níveis mais elevados de IgE específica a abelha correlacionaram-se com RA sistémicas. Na sua presença sugere-se ponderação do risco, com eventual pré-tratamento com omalizumab.
{"title":"Segurança do protocolo ultra-rush na imunoterapia a venenos de himenópteros: Avaliação de fatores de risco para reações adversas","authors":"Joana Lopes, Patrícia Barreira, Cátia Santa, Cristiana Ferreira, M. Mesquita, J. Silva, Inês Lopes","doi":"10.32932/rpia.2021.09.063","DOIUrl":"https://doi.org/10.32932/rpia.2021.09.063","url":null,"abstract":"Fundamentos: A imunoterapia a veneno de himenópteros (VIT) é eficaz na prevenção de reações graves a picadas destes insetos. Existem diferentes protocolos, sendo os ultra-rush (UR) os mais rápidos. No entanto, permanecem dúvidas sobre a sua segurança e fatores de risco envolvidos em reações adversas (RA). Objetivo: Avaliar a segurança e fatores de risco para RA a VIT segundo protocolo UR. Métodos: Análise retrospetiva de doentes tratados com VIT segundo protocolo UR para abelha, vespa, polistes (2010-2019). Foram avaliadas a segurança e os fatores de risco para RA. Resultados: Incluídos 82 doentes: 77% homens, mediana de idade de 46 anos (8-76). Na fase de iniciação, RA sistémicas ocorreram em 13% dos doentes (n=11), em 91% com VIT a abelha. As RA sistémicas foram em 36% ligeiras, 64% moderadas. Em 3 destes doentes foi iniciado pré-tratamento com omalizumab, com posterior tolerância da pauta. RA locais exuberantes ocorreram em 17%. Houve associação entre VIT a abelha e ocorrência de RA sistémicas (p=0,003). Os níveis de IgE para abelha foram significativamente mais elevados no grupo dos doentes com RA sistémicas (p=0,027). Não houve associação com o género, reação inicial à picada, atopia, uso de IECA ou β-bloqueadores. Não houve diferença estatisticamente significativa com idade, IgE total, restantes gE específicas, triptase basal ou concentração de positividade dos testes cutâneos. Conclusão: As RA sistémicas na iniciação foram sobretudo locais e/ou sistémicas ligeiras/moderadas, com boa resposta ao tratamento instituído. O pré-tratamento com omalizumab foi eficaz nos doentes com RA sistémicas de maior gravidade, permitindo que a dose de manutenção fosse tolerada, sem intercorrências de relevo. A VIT de abelha e níveis mais elevados de IgE específica a abelha correlacionaram-se com RA sistémicas. Na sua presença sugere-se ponderação do risco, com eventual pré-tratamento com omalizumab.","PeriodicalId":21399,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Imunoalergologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46133705","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-09-20DOI: 10.32932/rpia.2021.09.067
M. Lobato, Ana Palhinha, Ana Romeira, Paula Pinto
A anafilaxia provocada pela ingestão de farinhas contaminadas por ácaros, nomeadamente farinha de trigo, é uma entidade rara. Descrevemos o caso de um rapaz de 12 anos, com antecedentes de rinite alérgica e suspeita de hipersensibilidade a anti-inflamatórios não esteroides, que apresentou dois episódios de anafilaxia sem desencadeante conhecido. Ambos os episódios ocorreram após ingestão de alimentos, que foram posteriormente tolerados. Realizaram-se testes cutâneos por picada para aeroalergénios e para os alimentos ingeridos antes das reações, positivos para ácaros e farinha de trigo do pacote utilizado e negativos para o extrato comercial de trigo, gliadina e farinha de trigo com e sem fermento de novos pacotes. Assumiu-se o diagnóstico de “síndrome da panqueca” e comprovou-se a hipersensibilidade a ibuprofeno, por resultado positivo em prova de provocação oral. Apresentamos este caso por se tratar de um diagnóstico que exige elevado nível de suspeição, devendo ser considerado no diagnóstico diferencial de anafilaxia sem causa aparente.
{"title":"Síndrome da panqueca e hipersensibilidade a AINEs: A propósito de um caso clínico","authors":"M. Lobato, Ana Palhinha, Ana Romeira, Paula Pinto","doi":"10.32932/rpia.2021.09.067","DOIUrl":"https://doi.org/10.32932/rpia.2021.09.067","url":null,"abstract":"A anafilaxia provocada pela ingestão de farinhas contaminadas por ácaros, nomeadamente farinha de trigo, é uma entidade rara. Descrevemos o caso de um rapaz de 12 anos, com antecedentes de rinite alérgica e suspeita de hipersensibilidade a anti-inflamatórios não esteroides, que apresentou dois episódios de anafilaxia sem desencadeante conhecido. Ambos os episódios ocorreram após ingestão de alimentos, que foram posteriormente tolerados. Realizaram-se testes cutâneos por picada para aeroalergénios e para os alimentos ingeridos antes das reações, positivos para ácaros e farinha de trigo do pacote utilizado e negativos para o extrato comercial de trigo, gliadina e farinha de trigo com e sem fermento de novos pacotes. Assumiu-se o diagnóstico de “síndrome da panqueca” e comprovou-se a hipersensibilidade a ibuprofeno, por resultado positivo em prova de provocação oral. Apresentamos este caso por se tratar de um diagnóstico que exige elevado nível de suspeição, devendo ser considerado no diagnóstico diferencial de anafilaxia sem causa aparente.","PeriodicalId":21399,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Imunoalergologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49525878","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-09-20DOI: 10.32932/rpia.2021.09.062
Carolina Dinis, Mariana Farraia, Inês Paciência, A. Ribeiro, André Moreira, Luís Delgado, J. Rufo
A exposição ao ambiente urbano tem sido associada ao desenvolvimento de asma e doença alérgica. No entanto, as associações encontradas ainda geram controvérsia, com alguns estudos a indicarem os espaços verdes como protetores no desenvolvimento das doenças alérgicas, enquanto outros apontam essas exposições como tendo um papel indutor na exacerbação da sintomatologia associada. O presente artigo pretende rever a evidência científica até aqui publicada, de forma a debater o eventual efeito da exposição a espaços verdes urbanos no desenvolvimento de asma e doença alérgica em crianças, com especial importância dada aos estudos realizados em Portugal.
{"title":"Associações entre a exposição a espaços verdes e o desenvolvimento de asma e doença alérgica em ambientes urbanos: Da coerência à controvérsia científica","authors":"Carolina Dinis, Mariana Farraia, Inês Paciência, A. Ribeiro, André Moreira, Luís Delgado, J. Rufo","doi":"10.32932/rpia.2021.09.062","DOIUrl":"https://doi.org/10.32932/rpia.2021.09.062","url":null,"abstract":"A exposição ao ambiente urbano tem sido associada ao desenvolvimento de asma e doença alérgica. No entanto, as associações encontradas ainda geram controvérsia, com alguns estudos a indicarem os espaços verdes como protetores no desenvolvimento das doenças alérgicas, enquanto outros apontam essas exposições como tendo um papel indutor na exacerbação da sintomatologia associada. O presente artigo pretende rever a evidência científica até aqui publicada, de forma a debater o eventual efeito da exposição a espaços verdes urbanos no desenvolvimento de asma e doença alérgica em crianças, com especial importância dada aos estudos realizados em Portugal.","PeriodicalId":21399,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Imunoalergologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42717052","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-09-20DOI: 10.32932/rpia.2021.09.066
J. Branco, F. Todo Bom, S. Furtado
Severe asthma is defined as either refractory to traditional therapies or controlled only with therapies that have intolerable side effects. Biological agents are known to offer treatment alternatives to patients with type 2 inflammation severe asthma. We describe the case of a woman with a long history of type 2 inflammation severe asthma, with uncontrolled symptoms and need of systemic corticosteroid therapy as prevailing features, and with respiratory failure that differentiated her from other patients with severe asthma.
{"title":"Chronic respiratory failure in severe asthma – Questions answered after biological therapy, a clinical case","authors":"J. Branco, F. Todo Bom, S. Furtado","doi":"10.32932/rpia.2021.09.066","DOIUrl":"https://doi.org/10.32932/rpia.2021.09.066","url":null,"abstract":"Severe asthma is defined as either refractory to traditional therapies or controlled only with therapies that have intolerable side effects. Biological agents are known to offer treatment alternatives to patients with type 2 inflammation severe asthma. We describe the case of a woman with a long history of type 2 inflammation severe asthma, with uncontrolled symptoms and need of systemic corticosteroid therapy as prevailing features, and with respiratory failure that differentiated her from other patients with severe asthma.","PeriodicalId":21399,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Imunoalergologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44169579","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-09-20DOI: 10.32932/rpia.2021.09.061
Celso Pereira
{"title":"Imunoterapia específica Os desafios futuros já estão presente","authors":"Celso Pereira","doi":"10.32932/rpia.2021.09.061","DOIUrl":"https://doi.org/10.32932/rpia.2021.09.061","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":21399,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Imunoalergologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42884005","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-09-20DOI: 10.32932/rpia.2021.09.064
J. Cosme, Amélia Santos, A. Resende, S. Marques, E. Pedro
Fundamentos: A imunoterapia subcutânea a aeroalergénios (ITASC) foi suspensa em alguns serviços durante o confinamento em contexto da pandemia por COVID -19. Objetivos: Avaliar o impacto da suspensão da ITASC nos sintomas, necessidade de medicação de controlo e qualidade de vida e, ainda, conhecer as expectativas e grau de segurança/receio dos doentes em voltar ao hospital. Métodos: Inquérito anónimo para autopreenchimento pelos doentes com mais de 12 anos nas primeiras 5 semanas após reinício da ITASC. Utilizou -se o CARAT como instrumento de avaliação do controlo dos sintomas de rinite e asma. Resultados: Incluíram -se 77 doentes (90% adultos, 68% mulheres), todos com rinite e 40% com asma. O intervalo de tempo médio entre a última administração e o reinício da ITASC foi de 13±2,48 semanas. Foram observados em consulta urgente/não programada por agudização da patologia respiratória 7% dos doentes e apenas 1 teve COVID -19. As pontuações CARAT -Total revelaram controlo dos sintomas de rinite e de asma em 35% e 66% dos doentes, respetivamente. A proporção de doentes não controlados aumentou com o alargamento do período de suspensão (PS) da ITASC. A maioria (>90%) dos doentes referiu não haver impacto significativo na sua qualidade de vida e manteve a medicação de controlo habitual (48%), referiu preocupar -se em perder os benefícios da ITASC com a sua suspensão (62%) e referiu sentir -se mais seguro nos gabinetes de vacinas do que no edifício do hospital ou sala de espera. Conclusões: Registou -se um aumento da frequência de doentes não controlados com o aumento do PS. Para a maioria, o PS não teve impacto significativo na qualidade de vida. A frequência de doentes que necessitaram de ser observados em consulta urgente/não programada foi baixa e apenas 1 referiu ter tido COVID -19. A perceção de segurança na sala de vacinas é maior do que nos espaços comuns do hospital.
{"title":"Imunoterapia com aeroalergénios em tempos de COVID-19","authors":"J. Cosme, Amélia Santos, A. Resende, S. Marques, E. Pedro","doi":"10.32932/rpia.2021.09.064","DOIUrl":"https://doi.org/10.32932/rpia.2021.09.064","url":null,"abstract":"Fundamentos: A imunoterapia subcutânea a aeroalergénios (ITASC) foi suspensa em alguns serviços durante o confinamento em contexto da pandemia por COVID -19. Objetivos: Avaliar o impacto da suspensão da ITASC nos sintomas, necessidade de medicação de controlo e qualidade de vida e, ainda, conhecer as expectativas e grau de segurança/receio dos doentes em voltar ao hospital. Métodos: Inquérito anónimo para autopreenchimento pelos doentes com mais de 12 anos nas primeiras 5 semanas após reinício da ITASC. Utilizou -se o CARAT como instrumento de avaliação do controlo dos sintomas de rinite e asma. Resultados: Incluíram -se 77 doentes (90% adultos, 68% mulheres), todos com rinite e 40% com asma. O intervalo de tempo médio entre a última administração e o reinício da ITASC foi de 13±2,48 semanas. Foram observados em consulta urgente/não programada por agudização da patologia respiratória 7% dos doentes e apenas 1 teve COVID -19. As pontuações CARAT -Total revelaram controlo dos sintomas de rinite e de asma em 35% e 66% dos doentes, respetivamente. A proporção de doentes não controlados aumentou com o alargamento do período de suspensão (PS) da ITASC. A maioria (>90%) dos doentes referiu não haver impacto significativo na sua qualidade de vida e manteve a medicação de controlo habitual (48%), referiu preocupar -se em perder os benefícios da ITASC com a sua suspensão (62%) e referiu sentir -se mais seguro nos gabinetes de vacinas do que no edifício do hospital ou sala de espera. Conclusões: Registou -se um aumento da frequência de doentes não controlados com o aumento do PS. Para a maioria, o PS não teve impacto significativo na qualidade de vida. A frequência de doentes que necessitaram de ser observados em consulta urgente/não programada foi baixa e apenas 1 referiu ter tido COVID -19. A perceção de segurança na sala de vacinas é maior do que nos espaços comuns do hospital.","PeriodicalId":21399,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Imunoalergologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-09-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43621041","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}