Sob a perspectiva teórica da Linguística Funcional Centrada no Uso, este trabalho investiga o surgimento e a convencionalização da construção VLEVE + SN com os verbos leves dar e fazer empregados em uma configuração triargumental. A análise utiliza dados de escrita coletados em corpora que registram o português do Brasil em uso do século XVII ao XXI. O estudo é predominantemente qualitativo, apoiando-se em suporte quantitativo para aferição de tendências. São analisados a ordenação dos argumentos dessa construção, os atributos do SN que acompanha o verbo leve, a preferência por determinados nomes nessa posição e a formação de chunks. Os resultados obtidos indicam que a posição que o SN ocupa na oração reflete o grau de fixação e de convencionalização da sequência VerboLEVE + SN, contribuindo para a constituição de chunks. Esses chunks desempenham funções discursivo-pragmáticas específicas nos textos em que são usados.
{"title":"Emergência e convencionalização da construção V LEVE (DAR, FAZER) + SN","authors":"Maria Angélica Furtado da Cunha","doi":"10.21165/gel.v19i3.3409","DOIUrl":"https://doi.org/10.21165/gel.v19i3.3409","url":null,"abstract":"Sob a perspectiva teórica da Linguística Funcional Centrada no Uso, este trabalho investiga o surgimento e a convencionalização da construção VLEVE + SN com os verbos leves dar e fazer empregados em uma configuração triargumental. A análise utiliza dados de escrita coletados em corpora que registram o português do Brasil em uso do século XVII ao XXI. O estudo é predominantemente qualitativo, apoiando-se em suporte quantitativo para aferição de tendências. São analisados a ordenação dos argumentos dessa construção, os atributos do SN que acompanha o verbo leve, a preferência por determinados nomes nessa posição e a formação de chunks. Os resultados obtidos indicam que a posição que o SN ocupa na oração reflete o grau de fixação e de convencionalização da sequência VerboLEVE + SN, contribuindo para a constituição de chunks. Esses chunks desempenham funções discursivo-pragmáticas específicas nos textos em que são usados.","PeriodicalId":31121,"journal":{"name":"Revista do GEL","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-08-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41779196","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Neste artigo, propomos demonstrar como as mudanças na produtividade das microconstruções sancionadas por [VNão-Fin que]Cond afetam seu grau de esquematicidade e levam à reconfiguração da rede em um todo. Como resultado de mudanças diversas, o subesquema [VNão-Fin que]Cond sanciona, no século XIX, as microconstruções [supondo que]Cond, [considerando que]Cond, [dado que]Cond e [posto que]Cond. No entanto, no século XXI mudanças na produtividade afetam a configuração desse subesquema que parece perder algumas de suas microconstruções. Nossa análise mostra que o grau de generalização e a extensibilidade do esquema mais geral é constantemente alterada como resultado de mudanças na produtividade em níveis menos esquemáticos e mais específicos, provocando, assim, a reconfiguração de toda a rede. Para sustentar nosso estudo, utilizamos as bases teóricas da Abordagem Construcional da Mudança Linguística de autores como Traugott e Trousdale (2021), Hilpert (2021), Barðdal (2008) e Perek (2016). Os dados utilizados foram coletados em dois bancos de dados diacrônicos, o Córpus do Português (FERREIRA; DAVIES, 2006) e o Banco Informatizado de Textos do Programa para a História da Língua Portuguesa (BIT-PROHPOR/UFBA, 2002).
在这篇文章中,我们建议证明由[Non-Fin-VN]Cond批准的微结构的生产力变化如何影响其模式性程度,并导致整个网络的重新配置。由于几次变化,Cond在19世纪批准的[非金融]子系统,[假设]Cond,[考虑]Cond、[给定]Cond和[自]Cond。然而,在21世纪,生产力的变化影响了这个子系统的配置,这个子系统似乎失去了一些微观结构。我们的分析表明,由于生产力在不太示意和更具体的层面上的变化,更通用的方案的通用性和可扩展性不断变化,从而导致整个网络的重新配置。为了支持我们的研究,我们使用了Traugott和Trousdale(2021)、Hilpert(2021),Barğdal(2008)和Perek(2016)等作者的《语言变化的结构方法》的理论基础。所使用的数据收集在两个历时数据库中,即Português的Córpus(FERREIRA;DAVIES,2006年)和Portuguesa的História da Língua计算机程序银行(BIT-PROHPOR/UFBA,2002年)。
{"title":"Esquematicidade e produtividade na reconfiguração da rede de conectores condicionais","authors":"T. Oliveira, Camila Gabriele da Cruz Clemente","doi":"10.21165/gel.v19i3.3450","DOIUrl":"https://doi.org/10.21165/gel.v19i3.3450","url":null,"abstract":"Neste artigo, propomos demonstrar como as mudanças na produtividade das microconstruções sancionadas por [VNão-Fin que]Cond afetam seu grau de esquematicidade e levam à reconfiguração da rede em um todo. Como resultado de mudanças diversas, o subesquema [VNão-Fin que]Cond sanciona, no século XIX, as microconstruções [supondo que]Cond, [considerando que]Cond, [dado que]Cond e [posto que]Cond. No entanto, no século XXI mudanças na produtividade afetam a configuração desse subesquema que parece perder algumas de suas microconstruções. Nossa análise mostra que o grau de generalização e a extensibilidade do esquema mais geral é constantemente alterada como resultado de mudanças na produtividade em níveis menos esquemáticos e mais específicos, provocando, assim, a reconfiguração de toda a rede. Para sustentar nosso estudo, utilizamos as bases teóricas da Abordagem Construcional da Mudança Linguística de autores como Traugott e Trousdale (2021), Hilpert (2021), Barðdal (2008) e Perek (2016). Os dados utilizados foram coletados em dois bancos de dados diacrônicos, o Córpus do Português (FERREIRA; DAVIES, 2006) e o Banco Informatizado de Textos do Programa para a História da Língua Portuguesa (BIT-PROHPOR/UFBA, 2002).","PeriodicalId":31121,"journal":{"name":"Revista do GEL","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-08-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44695853","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O objetivo do trabalho é explicar a formação histórica da construção pronominal [a gente] com base na Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU). A hipótese é a de que há uma construção abstrata [(X) NCOLET SG (Y)], que licencia subesquemas, como [(X) gente (Y)], [(X) povo (Y)] e [(X) mundo (Y)], que podem recrutar “a gente” (artigo + substantivo), como “toda gente”, “muita gente”; “o povo”, “todo o povo”; “o mundo” e “todo mundo”. Para isso, utiliza-se o modelo de mudança linguística denominado Construcionalização/Mudanças Construcionais (TRAUGOTT; TROUSDALE, 2013; TRAUGOTT, 2015). Estabelece-se uma análise quali-quantitativa dos dados coletados em cartas escritas do século XVI ao XX, a partir de fatores sintático e semântico-pragmático, como esquematicidade e informatividade, respectivamente. Verificou-se que, dentre os itens que poderiam preencher o slot NCOLET SG da construção [(X) NCOLET SG (Y)], os escreventes preferiram, por razões sintáticas e semântico-pragmáticas, usar a forma gente. Assim, podemos dizer que os pressupostos teóricos e metodológicos da LFCU explicam com propriedade a formação da construção pronominal a partir de um esquema que incluía nomes no coletivo.
本研究的目的是在以使用为中心的功能语言学(LFCU)的基础上解释代词结构的历史形成。假设有一个抽象结构[(X) NCOLET SG (Y)],它允许子方案,如[(X) gente (Y)], [(X) povo (Y)]和[(X) mundo (Y)],可以招募“A gente”(冠词+名词),如“all people”,“many people”;“人民”,“全体人民”;“世界”和“每个人”。为此,我们使用了一种叫做建构化/建构变化的语言变化模型(TRAUGOTT;TROUSDALE 2013;他,2015)。本文从图式性和信息性等句法和语义-语用因素出发,对16世纪至20世纪书面书信中收集的数据进行了定性和定量分析。研究发现,在能填入[(X) NCOLET SG (Y)]结构的NCOLET SG槽的项目中,作者出于句法和语义-语用的原因,更喜欢使用gente形式。因此,我们可以说,LFCU的理论和方法假设正确地解释了代词结构的形成,从一个包括集体名称的方案。
{"title":"Gente como a gente: uma análise baseada no uso da formação da construção [a gente]","authors":"B. Soares, Maria Maura Cezario","doi":"10.21165/gel.v19i3.3445","DOIUrl":"https://doi.org/10.21165/gel.v19i3.3445","url":null,"abstract":"O objetivo do trabalho é explicar a formação histórica da construção pronominal [a gente] com base na Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU). A hipótese é a de que há uma construção abstrata [(X) NCOLET SG (Y)], que licencia subesquemas, como [(X) gente (Y)], [(X) povo (Y)] e [(X) mundo (Y)], que podem recrutar “a gente” (artigo + substantivo), como “toda gente”, “muita gente”; “o povo”, “todo o povo”; “o mundo” e “todo mundo”. Para isso, utiliza-se o modelo de mudança linguística denominado Construcionalização/Mudanças Construcionais (TRAUGOTT; TROUSDALE, 2013; TRAUGOTT, 2015). Estabelece-se uma análise quali-quantitativa dos dados coletados em cartas escritas do século XVI ao XX, a partir de fatores sintático e semântico-pragmático, como esquematicidade e informatividade, respectivamente. Verificou-se que, dentre os itens que poderiam preencher o slot NCOLET SG da construção [(X) NCOLET SG (Y)], os escreventes preferiram, por razões sintáticas e semântico-pragmáticas, usar a forma gente. Assim, podemos dizer que os pressupostos teóricos e metodológicos da LFCU explicam com propriedade a formação da construção pronominal a partir de um esquema que incluía nomes no coletivo.","PeriodicalId":31121,"journal":{"name":"Revista do GEL","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-08-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46281437","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo tem como objetivo descrever a emergência do conector [fora que] no português, uma construção de valor aditivo empregada em contextos (supra)oracionais. Trata-se de uma investigação realizada em perspectiva diacrônica, com base em dados extraídos dos séculos XIX, XX e XXI. Como fundamentação teórica, recorremos aos pressupostos da Linguística Funcional Centrada no Uso (cf. CUNHA et al., 2013; ROSÁRIO; OLIVEIRA, 2016 etc.), com foco especial na perspectiva da construcionalização (TRAUGOTT; TROUSDALE, 2021 [2013]; TRAUGOTT, 2022), pensada para estudos em mudança linguística. Recorremos a duas bases de dados do Corpus do Português: o Histórico e o Now. Ao todo, foram analisadas 462 ocorrências, distribuídas nos diferentes séculos, por meio de uma metodologia quali-quantitativa. Os resultados apontam para a existência de um processo analógico para a emergência do conector [fora que], em que o elemento fora, na função de palavra denotativa de exclusão, teria sido recrutado pelo esquema [Xque]conect (cf. CEZARIO; SANTOS; SILVA, 2015).
本文旨在描述葡萄牙语中连接词[foraque]的出现,这是一种在(超)口语语境中使用的附加值结构。这是一项基于19世纪、20世纪和21世纪数据的历时性调查。作为理论基础,我们求助于以使用为中心的功能语言学的假设(参见CUNHA et al.,2013;ROSÁRIO;OLIVEIRA,2016等),特别关注建构性的视角(TRAUGOTT;TROUSDALE,2021[2013];TRAUGOTT,2022),旨在研究语言变化。我们使用了两个Português语料库数据库:Historical和Now。通过定性和定量方法,总共分析了462起事件,分布在不同的世纪。结果表明,连接器[外部]的出现存在一个模拟过程,在该过程中,排斥的外延词函数中的外部元素将被[Xque]连接方案招募(参见CEZARIO;SANTOS;SILVA,2015)。
{"title":"Emergência do conector \"fora que\" no português","authors":"Monclar Guimarães Lopes","doi":"10.21165/gel.v19i3.3403","DOIUrl":"https://doi.org/10.21165/gel.v19i3.3403","url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo descrever a emergência do conector [fora que] no português, uma construção de valor aditivo empregada em contextos (supra)oracionais. Trata-se de uma investigação realizada em perspectiva diacrônica, com base em dados extraídos dos séculos XIX, XX e XXI. Como fundamentação teórica, recorremos aos pressupostos da Linguística Funcional Centrada no Uso (cf. CUNHA et al., 2013; ROSÁRIO; OLIVEIRA, 2016 etc.), com foco especial na perspectiva da construcionalização (TRAUGOTT; TROUSDALE, 2021 [2013]; TRAUGOTT, 2022), pensada para estudos em mudança linguística. Recorremos a duas bases de dados do Corpus do Português: o Histórico e o Now. Ao todo, foram analisadas 462 ocorrências, distribuídas nos diferentes séculos, por meio de uma metodologia quali-quantitativa. Os resultados apontam para a existência de um processo analógico para a emergência do conector [fora que], em que o elemento fora, na função de palavra denotativa de exclusão, teria sido recrutado pelo esquema [Xque]conect (cf. CEZARIO; SANTOS; SILVA, 2015).","PeriodicalId":31121,"journal":{"name":"Revista do GEL","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-08-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49260921","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente artigo analisa diacronicamente “a pesar de”, juntor concessivo da língua espanhola, a fim de apresentar uma trajetória de gramaticalização que demonstre uma maior abstratização dos usos concessivos deste juntor. Neste estudo, adotamos a visão de gramaticalização descrita a partir do modelo teórico da Gramática Discursivo-Funcional (GDF), de Hengeveld e Mackenzie (2008). Por ser um modelo de análise organizado em níveis e camadas dispostos hierarquicamente, a GDF compreende que, em um processo de gramaticalização, os elementos mais gramaticalizados tendem a ocupar níveis e camadas mais elevados do que os elementos menos gramaticalizados. Os dados foram extraídos do Corpus diacrónico del español (CORDE) e analisados a partir de dois fatores: a camada de atuação da relação concessiva e a animacidade do referente introduzido por “a pesar de”. Nossa análise revela que, ao longo do tempo, tal juntor passa a marcar usos concessivos cada vez mais abstratos, pertencentes às camadas mais elevadas da GDF, e com escopo cada vez mais amplo no que diz respeito aos traços [humano] e [animado].
本文从历时性的角度分析了西班牙语中的让步词“a pesar de”,以呈现语法化的轨迹,显示了让步用法的更大抽象。在本研究中,我们采用了Hengeveld和Mackenzie(2008)的功能语篇语法理论模型所描述的语法化观点。作为一种按层次和层次组织的分析模型,GDF理解,在语法化的过程中,语法化程度较高的元素往往比语法化程度较低的元素占据更高的层次和层次。数据取自西班牙语历时语料库(CORDE),并从两个因素进行分析:让步关系的表现层和“a pesar de”引入的指称物的活力。我们的分析表明,随着时间的推移,这种连接标志着越来越抽象的让步用途,属于GDF的上层,在[人类]和[动画]特征方面的范围越来越广。
{"title":"Uma investigação diacrônica de “a pesar de” no espanhol peninsular à luz da Gramática Discursivo-Funcional","authors":"Beatriz Goaveia Garcia Parra-Araujo, Sandra Denise Gasparini Bastos, Letícia de Souza Fernandes","doi":"10.21165/gel.v19i3.3446","DOIUrl":"https://doi.org/10.21165/gel.v19i3.3446","url":null,"abstract":"O presente artigo analisa diacronicamente “a pesar de”, juntor concessivo da língua espanhola, a fim de apresentar uma trajetória de gramaticalização que demonstre uma maior abstratização dos usos concessivos deste juntor. Neste estudo, adotamos a visão de gramaticalização descrita a partir do modelo teórico da Gramática Discursivo-Funcional (GDF), de Hengeveld e Mackenzie (2008). Por ser um modelo de análise organizado em níveis e camadas dispostos hierarquicamente, a GDF compreende que, em um processo de gramaticalização, os elementos mais gramaticalizados tendem a ocupar níveis e camadas mais elevados do que os elementos menos gramaticalizados. Os dados foram extraídos do Corpus diacrónico del español (CORDE) e analisados a partir de dois fatores: a camada de atuação da relação concessiva e a animacidade do referente introduzido por “a pesar de”. Nossa análise revela que, ao longo do tempo, tal juntor passa a marcar usos concessivos cada vez mais abstratos, pertencentes às camadas mais elevadas da GDF, e com escopo cada vez mais amplo no que diz respeito aos traços [humano] e [animado].","PeriodicalId":31121,"journal":{"name":"Revista do GEL","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-08-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48108131","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Cibele Naidhig de Souza, Edson Rosa Francisco de Souza, M. Fontes
Um ponto bastante consensual entre os estudiosos da linguagem é o de que qualquer sistema linguístico está sujeito à variação e à mudança. A dinamicidade e a maleabilidade das línguas, cuja constituição (semântico-pragmática e estrutural) pode se alterar e modificar continuamente com o passar do tempo, são características reveladoras de sua realidade heterogênea, alicerce para inúmeras investigações em Linguística que se afastam de posições homogeneizantes e estatizantes acerca dos fatos linguísticos.
{"title":"Mudança linguística em perspectivas funcionalistas","authors":"Cibele Naidhig de Souza, Edson Rosa Francisco de Souza, M. Fontes","doi":"10.21165/gel.v19i3.3565","DOIUrl":"https://doi.org/10.21165/gel.v19i3.3565","url":null,"abstract":"Um ponto bastante consensual entre os estudiosos da linguagem é o de que qualquer sistema linguístico está sujeito à variação e à mudança. A dinamicidade e a maleabilidade das línguas, cuja constituição (semântico-pragmática e estrutural) pode se alterar e modificar continuamente com o passar do tempo, são características reveladoras de sua realidade heterogênea, alicerce para inúmeras investigações em Linguística que se afastam de posições homogeneizantes e estatizantes acerca dos fatos linguísticos.","PeriodicalId":31121,"journal":{"name":"Revista do GEL","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-08-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48281640","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Neste trabalho, propomos revisitar a etimologia da palavra malacacheta, nome genérico de diversos minerais, que muitos dicionários tratam como sinônimo de “mica”. Dicionários da língua portuguesa afirmam que a origem da palavra é obscura. A partir de dados coletados em textos de épocas anteriores, aventamos duas hipóteses: a) uma hipótese nova, de que o vocábulo é cognato de marcassita, nome de outro mineral que pode ter sido confundido com a malacacheta: ou seja, tanto malacacheta quanto marcassita seriam formas divergentes do mesmo étimo; b) a hipótese de que a palavra é relacionada ao nome do povo indígena Maxakali, que habita certas regiões do estado de MG. A hipótese a), no entanto, torna-se a mais provável, haja vista marcassita ser forma divergente de *marcaxeta, portanto, com o mesmo étimo árabe. Da forma hipotética *marcaxeta viriam marcacheta, maracaxeta e a forma atual malacacheta, referindo-se a diversos tipos de minerais (hoje denominados de talco, micas e muscovita), enquanto o antigo sentido genérico de marcassita se especificou.
{"title":"Sobre a etimologia de “malacacheta”","authors":"B. Maroneze, M. E. Viaro, D. Atencio, M. Módolo","doi":"10.21165/gel.v19i2.3406","DOIUrl":"https://doi.org/10.21165/gel.v19i2.3406","url":null,"abstract":"Neste trabalho, propomos revisitar a etimologia da palavra malacacheta, nome genérico de diversos minerais, que muitos dicionários tratam como sinônimo de “mica”. Dicionários da língua portuguesa afirmam que a origem da palavra é obscura. A partir de dados coletados em textos de épocas anteriores, aventamos duas hipóteses: a) uma hipótese nova, de que o vocábulo é cognato de marcassita, nome de outro mineral que pode ter sido confundido com a malacacheta: ou seja, tanto malacacheta quanto marcassita seriam formas divergentes do mesmo étimo; b) a hipótese de que a palavra é relacionada ao nome do povo indígena Maxakali, que habita certas regiões do estado de MG. A hipótese a), no entanto, torna-se a mais provável, haja vista marcassita ser forma divergente de *marcaxeta, portanto, com o mesmo étimo árabe. Da forma hipotética *marcaxeta viriam marcacheta, maracaxeta e a forma atual malacacheta, referindo-se a diversos tipos de minerais (hoje denominados de talco, micas e muscovita), enquanto o antigo sentido genérico de marcassita se especificou.","PeriodicalId":31121,"journal":{"name":"Revista do GEL","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44900638","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Desde 2020, circulam, no Brasil, exigências de responsabilização do poder estatal, fundamentalmente do governo federal, pelas vítimas da pandemia de COVID-19. Em muitos casos, se trata de familiares de vítimas que já ganharam expressão orgânica em pelo menos uma associação de alcance nacional. Neste artigo, no quadro teórico-metodológico da análise materialista do discurso, partimos da hipótese de que as formulações de exigência de responsabilização do poder público pelos alcances letais da pandemia de COVID-19 no Brasil são atravessadas por uma memória discursiva de lutas anteriores por justiça contra agentes da violência de Estado na América Latina. Nosso objetivo é identificar traços dessa relação interdiscursiva em depoimentos de familiares organizados e em manifestações públicas de outros agrupamentos. Os resultados que aqui exporemos mostram, na regularização em andamento dessas novas vozes e demandas, efeitos de paráfrase em relação aos movimentos sociais deflagrados por ciclos anteriores de violência de Estado, fundamentalmente de familiares de desaparecidos por razões políticas. Identificamos esses efeitos em três planos: nas modalizações no metadiscurso que sinaliza a passagem da voz do familiar do espaço íntimo para o espaço público; na reivindicação para si de um lugar autônomo e na demanda de “verdade” entendida como revelação pública daquilo que o Estado ocultou.Palavras-chave: Memória discursiva. Familiares de vítimas da COVID-19. Movimentos de direitos humanos. Modalização no discurso.
{"title":"Pandemia e memória discursiva da violência de Estado. Apontamentos sobre a demanda de verdade e de responsabilização","authors":"Adrian Pablo Fanjul","doi":"10.21165/gel.v19i2.3438","DOIUrl":"https://doi.org/10.21165/gel.v19i2.3438","url":null,"abstract":"Desde 2020, circulam, no Brasil, exigências de responsabilização do poder estatal, fundamentalmente do governo federal, pelas vítimas da pandemia de COVID-19. Em muitos casos, se trata de familiares de vítimas que já ganharam expressão orgânica em pelo menos uma associação de alcance nacional. Neste artigo, no quadro teórico-metodológico da análise materialista do discurso, partimos da hipótese de que as formulações de exigência de responsabilização do poder público pelos alcances letais da pandemia de COVID-19 no Brasil são atravessadas por uma memória discursiva de lutas anteriores por justiça contra agentes da violência de Estado na América Latina. Nosso objetivo é identificar traços dessa relação interdiscursiva em depoimentos de familiares organizados e em manifestações públicas de outros agrupamentos. Os resultados que aqui exporemos mostram, na regularização em andamento dessas novas vozes e demandas, efeitos de paráfrase em relação aos movimentos sociais deflagrados por ciclos anteriores de violência de Estado, fundamentalmente de familiares de desaparecidos por razões políticas. Identificamos esses efeitos em três planos: nas modalizações no metadiscurso que sinaliza a passagem da voz do familiar do espaço íntimo para o espaço público; na reivindicação para si de um lugar autônomo e na demanda de “verdade” entendida como revelação pública daquilo que o Estado ocultou.Palavras-chave: Memória discursiva. Familiares de vítimas da COVID-19. Movimentos de direitos humanos. Modalização no discurso.","PeriodicalId":31121,"journal":{"name":"Revista do GEL","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44011654","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}