Pub Date : 2019-10-29DOI: 10.5007/2176-8552.2018n25p71
Yuri Kulisky
Segundo Roman Jakobson, a poesia estabelece sua qualidade diferencial por estar dotada de uma configuração (patterning) verbal subliminar – uma tessitura paralelística que ocasiona a justaposição de “figuras de gramática” e “figuras de som”. Esta padronagem verbal daria uma espécie de "esqueleto abstrato" ao corpo do poema. Quando, na semiose, a metalinguagem implica-se como material integrante do signo, o ato criativo acaba por se confundir com ela – os paralelismos entre linguagem e metalinguagem passam a gerar figuras de figuras, o "esqueleto" vira do avesso e faz proliferar imagens ou diagramas de similaridade. Movimentos desta magnitude costumam originar saltos criativos; é a partir de um destes saltos que André Vallias inaugura um novo espaço de imaginação poética. Na seqüência de poemas desta fase (em especial Nous n’avons pas compris Descartes e de verso), o universo intervalado da textura alfabética e das distribuições rítmicas ganha um ponto de contato com o universo contínuo das imagens: diagramas rítmicos, representantes in abstracto das oscilações de intensidade entre as sílabas, tornam-se eles mesmos poemas. É tal captura crítica que, a partir dos conceitos de "espaço liso" e "diagrama aberto", intentamos analisar, pensando em como Vallias transforma a imaginação fonética da página numa imaginação topológica.
{"title":"O espaço liso e o diagrama aberto: A topologia poética de André Vallias","authors":"Yuri Kulisky","doi":"10.5007/2176-8552.2018n25p71","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2176-8552.2018n25p71","url":null,"abstract":"Segundo Roman Jakobson, a poesia estabelece sua qualidade diferencial por estar dotada de uma configuração (patterning) verbal subliminar – uma tessitura paralelística que ocasiona a justaposição de “figuras de gramática” e “figuras de som”. Esta padronagem verbal daria uma espécie de \"esqueleto abstrato\" ao corpo do poema. Quando, na semiose, a metalinguagem implica-se como material integrante do signo, o ato criativo acaba por se confundir com ela – os paralelismos entre linguagem e metalinguagem passam a gerar figuras de figuras, o \"esqueleto\" vira do avesso e faz proliferar imagens ou diagramas de similaridade. Movimentos desta magnitude costumam originar saltos criativos; é a partir de um destes saltos que André Vallias inaugura um novo espaço de imaginação poética. Na seqüência de poemas desta fase (em especial Nous n’avons pas compris Descartes e de verso), o universo intervalado da textura alfabética e das distribuições rítmicas ganha um ponto de contato com o universo contínuo das imagens: diagramas rítmicos, representantes in abstracto das oscilações de intensidade entre as sílabas, tornam-se eles mesmos poemas. É tal captura crítica que, a partir dos conceitos de \"espaço liso\" e \"diagrama aberto\", intentamos analisar, pensando em como Vallias transforma a imaginação fonética da página numa imaginação topológica. ","PeriodicalId":31415,"journal":{"name":"Outra Travessia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-10-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2176-8552.2018n25p71","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44994161","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-10-29DOI: 10.5007/2176-8552.2018n25p45
Tamy de Macedo Pimenta
Este artigo busca pensar as configurações da ideia de prosa no âmbito temático (presença do quotidiano e de elementos banais) e formal (linguagem simples, prosaica e narrativa, com termos e expressões do dia a dia) na obra poética de Fernando Assis Pacheco (1937-1995) e Manuel de Freitas (1972 — ). Atentando-nos especialmente para como cada um expressa sua relação com a poesia e seu entendimento dela por meio do discurso poético e, no caso de Manuel de Freitas, também do crítico, intenta-se salientar como essas obras, ainda que distantes temporalmente — já que Freitas só começa a publicar nos anos 2000 —, compartilham uma noção não-aurática de poesia, por vezes escrevendo, como diria outro poeta, “ao nível das priscas/dos outros” e declarando categoricamente para que “Peçam a grandiloquência a outros/ acho-a pulha no estado actual da economia” ou, ainda, que “Onde se lê poesia deve ler-se nada” , declarando a impotência do próprio gesto de escrita poética.
{"title":"Ao rés do chão — Figuras da prosa nas poéticas de Fernando Assis Pacheco e Manuel de Freitas","authors":"Tamy de Macedo Pimenta","doi":"10.5007/2176-8552.2018n25p45","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2176-8552.2018n25p45","url":null,"abstract":"Este artigo busca pensar as configurações da ideia de prosa no âmbito temático (presença do quotidiano e de elementos banais) e formal (linguagem simples, prosaica e narrativa, com termos e expressões do dia a dia) na obra poética de Fernando Assis Pacheco (1937-1995) e Manuel de Freitas (1972 — ). Atentando-nos especialmente para como cada um expressa sua relação com a poesia e seu entendimento dela por meio do discurso poético e, no caso de Manuel de Freitas, também do crítico, intenta-se salientar como essas obras, ainda que distantes temporalmente — já que Freitas só começa a publicar nos anos 2000 —, compartilham uma noção não-aurática de poesia, por vezes escrevendo, como diria outro poeta, “ao nível das priscas/dos outros” e declarando categoricamente para que “Peçam a grandiloquência a outros/ acho-a pulha no estado actual da economia” ou, ainda, que “Onde se lê poesia deve ler-se nada” , declarando a impotência do próprio gesto de escrita poética. ","PeriodicalId":31415,"journal":{"name":"Outra Travessia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-10-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2176-8552.2018n25p45","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48561318","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-10-29DOI: 10.5007/2176-8552.2018n25p104
D. Reis
Este ensaio busca analisar de que modo parte do teatro de Nathalie Sarraute pode ser lido como uma espectropoética, isto é, concebido como modo de trabalhar o elemento espectral em suas composições via procedimentos sonoros específicos. Pautadas pela fragmentação sonora, pela polifonia, pela duplicação vocal e figural, as peças de Sarraute teriam como traço comum a ênfase na dimensão auditiva e no universo acústico das operações características de meios sonoros, o que resultaria na criação de zonas de tensão entre temporalidade e espacialidade, matéria sonora das palavras e imagem. Para além da camada semântica, aqui a voz é pensada não apenas com a força de choque de um objeto material, mas também como o lugar de uma ausência que, nela, se transforma em presença. Estas espectropoéticas se configurariam então como exercícios de experimentação vocal e de escuta marcados por traço lacunar, por reduplicações e ressonâncias que caracterizariam a indeterminação da ausência-presença como procedimento formal privilegiado desta dramaturgia.
{"title":"Espectrofonias no teatro de Nathalie Sarraute","authors":"D. Reis","doi":"10.5007/2176-8552.2018n25p104","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2176-8552.2018n25p104","url":null,"abstract":"Este ensaio busca analisar de que modo parte do teatro de Nathalie Sarraute pode ser lido como uma espectropoética, isto é, concebido como modo de trabalhar o elemento espectral em suas composições via procedimentos sonoros específicos. Pautadas pela fragmentação sonora, pela polifonia, pela duplicação vocal e figural, as peças de Sarraute teriam como traço comum a ênfase na dimensão auditiva e no universo acústico das operações características de meios sonoros, o que resultaria na criação de zonas de tensão entre temporalidade e espacialidade, matéria sonora das palavras e imagem. Para além da camada semântica, aqui a voz é pensada não apenas com a força de choque de um objeto material, mas também como o lugar de uma ausência que, nela, se transforma em presença. Estas espectropoéticas se configurariam então como exercícios de experimentação vocal e de escuta marcados por traço lacunar, por reduplicações e ressonâncias que caracterizariam a indeterminação da ausência-presença como procedimento formal privilegiado desta dramaturgia.","PeriodicalId":31415,"journal":{"name":"Outra Travessia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-10-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2176-8552.2018n25p104","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48249936","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-10-29DOI: 10.5007/2176-8552.2018n25p5
Paula Glenadel
Este artigo interroga as possibilidades éticas abertas por uma aproximação entre a poesia e o teatro, tal como especulada por Stéphane Mallarmé. Na confluência dessas duas práticas artísticas, encontra-se uma certa escrita contemporânea que se sabe assombrada por múltiplas vozes (como os trabalhos de Valère Novarina, Nathalie Quintane, Carlito Azevedo e Sérgio Medeiros) e que produz peças em que a linguagem assume o comando da ação e poemas em que o entrelaçar de alteridades discursivas constitui o modo enunciativo, configurando um mínimo teatro da ética, no sentido em que ela abre a cena do pensamento para a entrada de um outro desconhecido, por vir, segundo uma perspectiva cara a Jacques Derrida.
{"title":"Mínimos teatros: poesia contemporânea e ética","authors":"Paula Glenadel","doi":"10.5007/2176-8552.2018n25p5","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2176-8552.2018n25p5","url":null,"abstract":"Este artigo interroga as possibilidades éticas abertas por uma aproximação entre a poesia e o teatro, tal como especulada por Stéphane Mallarmé. Na confluência dessas duas práticas artísticas, encontra-se uma certa escrita contemporânea que se sabe assombrada por múltiplas vozes (como os trabalhos de Valère Novarina, Nathalie Quintane, Carlito Azevedo e Sérgio Medeiros) e que produz peças em que a linguagem assume o comando da ação e poemas em que o entrelaçar de alteridades discursivas constitui o modo enunciativo, configurando um mínimo teatro da ética, no sentido em que ela abre a cena do pensamento para a entrada de um outro desconhecido, por vir, segundo uma perspectiva cara a Jacques Derrida.","PeriodicalId":31415,"journal":{"name":"Outra Travessia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-10-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48570746","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-10-29DOI: 10.5007/2176-8552.2018n25p31
Manuela Quadra de Medeiros
O último livro da escritora contemporânea Paula Glenadel, intitulado Rede (2014) é classificado, em sua ficha catalográfica, como poesia, mas é escrito em forma de peça de teatro. A própria autora refere-se ao trabalho do livro, em diferentes momentos, como “prosa poética teatralizada” e como um trabalho de “pensamento-escrita”. Diante dessa classificação escorregadia, característica cada vez mais comum da poesia contemporânea – considerada como um desdobramento da crise da poesia moderna – pensamos a escrita de Paula Glenadel como um quase-teatro em que o que está em jogo é a própria linguagem colocada em cena, ou a linguagem teatralizada. Para isso, partimos do pensamento de Jacques Rancière acerca do “teatro imóvel”, que seria uma nova ideia de pensar o teatro como um teatro sem ação.
{"title":"Quase-teatro: o pensamento escrita de Paula Glenadel","authors":"Manuela Quadra de Medeiros","doi":"10.5007/2176-8552.2018n25p31","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2176-8552.2018n25p31","url":null,"abstract":"O último livro da escritora contemporânea Paula Glenadel, intitulado Rede (2014) é classificado, em sua ficha catalográfica, como poesia, mas é escrito em forma de peça de teatro. A própria autora refere-se ao trabalho do livro, em diferentes momentos, como “prosa poética teatralizada” e como um trabalho de “pensamento-escrita”. Diante dessa classificação escorregadia, característica cada vez mais comum da poesia contemporânea – considerada como um desdobramento da crise da poesia moderna – pensamos a escrita de Paula Glenadel como um quase-teatro em que o que está em jogo é a própria linguagem colocada em cena, ou a linguagem teatralizada. Para isso, partimos do pensamento de Jacques Rancière acerca do “teatro imóvel”, que seria uma nova ideia de pensar o teatro como um teatro sem ação.","PeriodicalId":31415,"journal":{"name":"Outra Travessia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-10-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44007336","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-10-29DOI: 10.5007/2176-8552.2018n25p84
R. Quevedo
A obra de Curtius, em sua seção destinada a metáforas clássicas e de longevidade na literatura, dedica um tópico ao “teatro do mundo”. Para o filólogo alemão, “o germe da representação do mundo como um teatro em que os homens, movidos por Deus, desempenham seus papéis” acha-se nos diálogos de maturidade de Platão, As leis e Filebo. Segundo o autor, a “comparação do homem a um ator torna-se lugar comum” que ingressa na literatura latina (Horácio e Sêneca) e em textos cristãos (Paulo, Clemente de Alexandria e Santo Agostinho). Escritores medievais (Boécio, João de Salisbury) continuam a cultivar o topos que se estende à modernidade em Ronsard, Shakespeare, Calderón, Cervantes e outros. Este artigo rastreia outros exemplos do lugar-comum, mas concentra sua atenção nas seguintes obras do carioca Alexei Bueno: A via estreita (1993), A juventude dos deuses (1996) e Entusiasmo (1997). Tal trilogia apresenta elaborações desse topos clássico, modulado, contudo, a partir de circunstâncias hiper-reais ou virtuais, conforme as acepções de Jean Baudrillard. Propõe-se, portanto, uma leitura das variações da metáfora teatral na obra de Bueno a partir dos referidos conceitos como formas de enfraquecimento da realidade e embotamento da experiência autêntica com o mundo.
{"title":"No palco do século: variações contemporâneas do topos do “teatro do mundo” na poesia de Alexei Bueno","authors":"R. Quevedo","doi":"10.5007/2176-8552.2018n25p84","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2176-8552.2018n25p84","url":null,"abstract":"A obra de Curtius, em sua seção destinada a metáforas clássicas e de longevidade na literatura, dedica um tópico ao “teatro do mundo”. Para o filólogo alemão, “o germe da representação do mundo como um teatro em que os homens, movidos por Deus, desempenham seus papéis” acha-se nos diálogos de maturidade de Platão, As leis e Filebo. Segundo o autor, a “comparação do homem a um ator torna-se lugar comum” que ingressa na literatura latina (Horácio e Sêneca) e em textos cristãos (Paulo, Clemente de Alexandria e Santo Agostinho). Escritores medievais (Boécio, João de Salisbury) continuam a cultivar o topos que se estende à modernidade em Ronsard, Shakespeare, Calderón, Cervantes e outros. Este artigo rastreia outros exemplos do lugar-comum, mas concentra sua atenção nas seguintes obras do carioca Alexei Bueno: A via estreita (1993), A juventude dos deuses (1996) e Entusiasmo (1997). Tal trilogia apresenta elaborações desse topos clássico, modulado, contudo, a partir de circunstâncias hiper-reais ou virtuais, conforme as acepções de Jean Baudrillard. Propõe-se, portanto, uma leitura das variações da metáfora teatral na obra de Bueno a partir dos referidos conceitos como formas de enfraquecimento da realidade e embotamento da experiência autêntica com o mundo.","PeriodicalId":31415,"journal":{"name":"Outra Travessia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-10-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42396641","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-10-29DOI: 10.5007/2176-8552.2018n25p115
Filipe Manzoni
Resenha de: LEMOS, Masé. Belo Horizonte boulevards. Rio de Janeiro: Megamini, 2018.
审查人:马塞LEMOS。贝洛奥里藏特大道。里约热内卢:Megamini,2018。
{"title":"Bulevares e memória. Sobre Belo Horizonte boulevards, de Masé Lemos","authors":"Filipe Manzoni","doi":"10.5007/2176-8552.2018n25p115","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2176-8552.2018n25p115","url":null,"abstract":"Resenha de: LEMOS, Masé. Belo Horizonte boulevards. Rio de Janeiro: Megamini, 2018.","PeriodicalId":31415,"journal":{"name":"Outra Travessia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-10-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2176-8552.2018n25p115","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46066091","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-10-29DOI: 10.5007/2176-8552.2018n25p57
Filipe Manzoni
Nosso trabalho se propõe a um mapeamento das dificuldades que decorrem de uma leitura da produção poética de Caio Meira a partir de uma instância de oposição entre verso e prosa. Num primeiro momento, nos voltaremos para os problemas que decorrem de uma teoria do verso pautada por uma supervalorização do enjambement, a partir da qual a produção de Caio Meira se coloca como eminentemente problemática. Em seguida, nos voltaremos para a leitura de um segundo cenário de análise a partir de um poema específico de Caio que parece deixar rastros de uma teoria própria do verso, mas que se torna igualmente problemática conforme propomos uma dinamização do seu contexto de leitura. Finalmente, nossa investigação nos conduzirá, em seus dois principais impasses, a uma prevalência de um gesto de leitura sempre sujeito ao contingente e acidental.
{"title":"De como e quando se pode ler um enjambement","authors":"Filipe Manzoni","doi":"10.5007/2176-8552.2018n25p57","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2176-8552.2018n25p57","url":null,"abstract":"Nosso trabalho se propõe a um mapeamento das dificuldades que decorrem de uma leitura da produção poética de Caio Meira a partir de uma instância de oposição entre verso e prosa. Num primeiro momento, nos voltaremos para os problemas que decorrem de uma teoria do verso pautada por uma supervalorização do enjambement, a partir da qual a produção de Caio Meira se coloca como eminentemente problemática. Em seguida, nos voltaremos para a leitura de um segundo cenário de análise a partir de um poema específico de Caio que parece deixar rastros de uma teoria própria do verso, mas que se torna igualmente problemática conforme propomos uma dinamização do seu contexto de leitura. Finalmente, nossa investigação nos conduzirá, em seus dois principais impasses, a uma prevalência de um gesto de leitura sempre sujeito ao contingente e acidental.","PeriodicalId":31415,"journal":{"name":"Outra Travessia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-10-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2176-8552.2018n25p57","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42144025","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-10-29DOI: 10.5007/2176-8552.2018n25p17
S. Scramim
Este artigo pretende discutir os processos de nomeação operados pela escrita contemporânea, especialmente, no trabalho de duas poetas, Paula Glenadel e Nathalie Quintane, em seus livros respectivamente, A fábrica do feminino (2008) e Chaussure (1997). Serão tomados em consideração nesta reflexão os gestos que formulam definições, aplicam atributos, criam tropismos e, simultaneamente, os desconstroem, na medida que colocam o próprio processo de nomeação em xeque nessa experiência de escrita. Com isso, se estabelece uma relação entre voz (querer dizer) e linguagem (ser obrigado a dizer) que implica o enfrentamento de uma das formulações mais radicais da poesia moderna, a saber, reelaborar a relação entre a escrita da poesia – do verso – e a produção de um pensamento que se mantenha ético. Esse processo de nomeação e renomeação será denominado aqui de teatralidades da linguagem.
本文旨在探讨当代写作的命名过程,特别是两位诗人Paula Glenadel和Nathalie Quintane的作品,分别在她们的书A fabrica do feminino(2008)和Chaussure(1997)中。在这种反思中,我们将考虑手势,这些手势制定定义,应用属性,创造倾向,同时解构它们,因为它们将命名过程置于写作体验的挑战之下。的话,声音(什么意思)之间的关系和语言(被迫)需要正常的配方更激进的现代诗歌之间的关系,即编辑文字的诗—段—的思维和生产保持道德的。这个命名和重命名的过程在这里被称为语言的戏剧性。
{"title":"Teatralidades da linguagem e poesia contemporânea","authors":"S. Scramim","doi":"10.5007/2176-8552.2018n25p17","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2176-8552.2018n25p17","url":null,"abstract":"Este artigo pretende discutir os processos de nomeação operados pela escrita contemporânea, especialmente, no trabalho de duas poetas, Paula Glenadel e Nathalie Quintane, em seus livros respectivamente, A fábrica do feminino (2008) e Chaussure (1997). Serão tomados em consideração nesta reflexão os gestos que formulam definições, aplicam atributos, criam tropismos e, simultaneamente, os desconstroem, na medida que colocam o próprio processo de nomeação em xeque nessa experiência de escrita. Com isso, se estabelece uma relação entre voz (querer dizer) e linguagem (ser obrigado a dizer) que implica o enfrentamento de uma das formulações mais radicais da poesia moderna, a saber, reelaborar a relação entre a escrita da poesia – do verso – e a produção de um pensamento que se mantenha ético. Esse processo de nomeação e renomeação será denominado aqui de teatralidades da linguagem.","PeriodicalId":31415,"journal":{"name":"Outra Travessia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-10-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"https://sci-hub-pdf.com/10.5007/2176-8552.2018n25p17","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45791685","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}